TDAH exige uma escola especial?
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade atinge dez milhões de brasileiros e exige acompanhamento médico e apoio familiar
Dificuldade em prestar atenção na aula, pouca paciência para estudar, distrair-se facilmente e ficar disperso enquanto o professor explica a matéria. Esse são alguns sinais dados pelos portadores do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e que devem ascender o sinal de alerta dos pais e educadores.
O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e pode acompanhar a pessoa por toda a sua vida. E esse é um transtorno mais comum que se imagina. Uma pesquisa realizada pelo psiquiatra brasileiro Guilherme Polanczyk, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, aponta que o TDAH atinge, aproximadamente, 5,29% da população em todo o mundo.
A maioria dos pais e responsáveis quando recebem o diagnóstico, ficam cheios de perguntas. Uma delas é, devo procurar uma escola especial? Segundo o neurologista Marco Antônio Arruda, especialista em TDAH e diretor do Instituto Glia Cognição e Desenvolvimento de Ribeirão Preto, a resposta é não. A maioria das escolas tem condições de trabalhar em conjunto com o especialista que faz o acompanhamento médico do paciente e com os familiares para colaborar com a superação dos desafios próprios do transtorno.
Ainda segundo Dr. Marco, é fundamental que haja interação entre os pais e a escola, já que o tratamento do TDAH deve ser multidisciplinar, ou seja, uma combinação de acompanhamento médico, psicoterapêutico, orientação aos pais, família e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador para facilitar o dia a dia da criança.
“É indispensável um trabalho conjunto. Todos devem ter conhecimento sobre o transtorno, estar alinhados para planejar e implementar as técnicas e as estratégias de ensino que melhor atendam às necessidades destes alunos. O mais importante é que não haja a exclusão do paciente com o TDAH”, destaca o neurologista.
Manter os tratamentos recomendados é fundamental para o sucesso na escola e em outros ambientes em que a criança conviva. É preciso que os pais sigam as orientações médicas, inclusive o uso de medicamentos, quando necessário.
Com informações da assessoria de imprensa.