Argentina é opção para aprender espanhol

Pais é considerado um dos mais procurados para quem quer conhecer melhor ou se aperfeiçoar no idioma

por Nathan Santos dom, 17/03/2013 - 08:23

Um universo profissional globalizado e a necessidade de comunicação são alguns dos fatores que estimulam a busca pelo conhecimento de mais de um idioma. O inglês, como muito se comenta, é a língua universal, e quem tem o domínio possui mais chances de se dar bem no mercado de trabalho. Entretanto, hoje em dia esse idioma não é mais visto por muitas pessoas como um diferencial, mas sim, como uma habilidade obrigatória, e daí, é importante ter o domínio de outras línguas.

Há quem diga que o espanhol já é considerado um dos idiomas mais falados depois do inglês. Além disso, para quem tem interesse em aprender mais sobre esse dialeto fora do Brasil, existem pacotes de intercâmbios mais baratos, como para a Argentina que tem uma moeda com valor equivalente ao real.

A delegada de polícia Maria do Socorro Veloso, de 42 anos, há 20 reside no Recife, porém, desde 2010 cursa um mestrado em segurança pública na Universidade da Polícia Federal da Argentina, em Buenos Aires. Já na infância, Maria do Socorro começou a estudar inglês, e, apenas atentou para aprender o espanhol pela necessidade de viajar para uma nação que fala o idioma.

“Eu não tinha conhecimento em espanhol. Fui sem noção nenhuma para a Argentina, onde de início passei 21 dias e percebi que eu tinha a necessidade de me aprofundar na língua”, conta a delegada. Como o curso de mestrado é feito parte na Argentina e parte no Brasil, ela começou a cursar espanhol no Instituto Cervantes da capital pernambucana. “No começo, tive mais dificuldade para escrever e falar na Argentina. Até dava para entender as pessoas falando. Ouvia falar no Brasil que o espanhol era fácil, uma vez que é parecido com o português, mas, isso é um engano”, comenta.

No final deste ano, Maria do Socorro testará seu domínio do espanhol. Ao final do mestrado, a delegada terá que defender a tese, e todo o procedimento deverá ser realizado em espanhol.

Argentina é a opção

De acordo com tradutora pública e professora de espanhol, Andrea Baylé, grande parte dos interessados em aprender ou aperfeiçoar o idioma fora do Brasil procura a Argentina, seguido da Espanha. “Acredito que a procura pelos cursos na Argentina vem aumentando por motivos econômicos (câmbio favorável) e também pelas opções de cursos com propostas bem atraentes, como é o caso dos cursos “sanduíche”, em que o aluno pode fazer seu mestrado ou doutorado na modalidade semipresencial, tendo aulas intensivas nos meses de janeiro e julho (que aqui são considerados meses de férias)”, explica Andrea.

A professora destaca que não apenas Buenos Aires é procurada para os cursos. Cidades, como Rosário e Córdoba, também estão na lista de preferência dos intercambistas. “Antes a única opção que ouvia era a Espanha, mas com as mudanças no cenário mundial, hoje, economicamente, é mais acessível fazer um intercâmbio em um país da America do Sul, inclusive no Chile”, completa.

Sobre as pessoas que não têm uma boa base no espanhol, existem vários programas de intercâmbio, conforme as instituições de ensino que os oferecem. Porém, segundo a tradutora pública, geralmente, o nível mínimo exigido para inscrição nos programas é o B1. Para um aluno que está no Brasil alcance o nível B1, são necessárias aproximadamente 210 horas de estudo. Mas, para se comunicar e interagir com outras pessoas, o nível básico (A1 – 90 horas) já permite um bom nível de comunicação informal”, explana Andrea.

Em relação a teoria de que o espanhol é um idioma muito fácil de se aprender para quem fala português, a professora frisa que por existirem algumas aproximações entre as línguas, as pessoas que iniciam o estudo do espanhol levam menos tempo, se comparado aos outros idiomas, para se comunicarem. Todavia, ela alerta que “isso não quer dizer que o espanhol seja mais fácil”. “Quando os alunos se propõem a aprender realmente o idioma, para se expressar bem, empregar adequadamente os tempos verbais, usar conectores e construir textos elaborados, percebem que o espanhol merece mais dedicação do que imaginavam. Esse idioma também precisa de atenção com os falsos cognatos (palavras que são escritas iguais em ambos os idiomas, mas com significados diferentes) que podem causar muita confusão e atrapalhar a comunicação”, finaliza a tradutora pública. 

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