Encontro discutiu regulamentação profissional do artesão
Debate sobre a profissão de artesão, realizado na manhã desta terça-feira (9), no Teatro do Brum, no Centro de Convenções, discutiu vários pontos que mudaram na legislação em relação à categoria. Dentre os assuntos debatidos foi a questão da valorização que mais deu o que falar
O debate da profissão de artesão, promovido pela Comissão de Cultura e pela Frente em Defesa da Cultura da Câmara dos Deputados, deu o que falar. Iniciado com uma hora de atraso, às 10h desta terça-feira (9), no Teatro do Brum, localizado no Centro de Convenções, em Olinda, reuniu à mesa a Deputada Luciana Santos (PCdoB), o presidente da Fundação de Cultura do Recife, Roberto Lessa, a curadora da Fenearte, Patrícia Lessa, a secretaária da Secretaria da Micro e Pequena Empresa do Governo Federal, Cícera Rolim, o Secretário da Secretária de Economia Criativa do Ministério da Cultura (Minc), Geraldo Horta e, como representante dos artesões, Isabel Gonçalves.
Durante a conferência, assuntos como a criação da Carteira Nacional do Artesão, do Registro Nacional do Artesanato, linhas de crédito especiais, incentivo à exportação e muitos outros. Mas, foi a questão da valorização da profissão que levantou mais polêmica. Na metade da apresentação, enquanto Gilberto Horta falava, a plateia começou a aplaudir fortemente o secretário para que o discurso fosse encerrado. Sem entender muito bem a reação, a deputada Luciana intercalou os representantes com depoimentos dos artesãos. Ao ver a oportunidade, a presidente da Federação dos Artesãos do Espirito Santo, Graça Campos, pediu o microfone e falou da necessidade de regulamentação da categoria. Após a solicitação, Isabel Golçalves foi à bancada e, em defesa dos trabalhadores, gritou "Regulamentação já para que as políticas cheguem até nós. E isso nós vamos gritar no Congresso, do Espirito Santo. A nossa luta é a resistência", afirmou.
A vice-presidente do Sindicato dos Artesões dos Municípios da Região Metropolitana do Recife (Sinderem), Ivanilda Morais, mais conhecida como Vani Mariss, diz que "o debate representa um grande passo para os artesãos. Antes as leis vinham de cima para baixo. Eles decidiam o que achavam melhor e empurravam guela abaixo. Agora, nós estamos tendo a oportunidade de decidir sobre nós mesmos", ressaltando o fato de que é preciso despertar o orgulho na categoria. "Não precisamos de política assistencialista, precisamos de política valorativa. Muitos não se dão o valor e não gostam de se afirmar como tal no âmbito profissional". O artesanato é uma arte milenar, como muito bem citado por Geraldo Horta. É tradição e transmitida por família. É uma profissão muito antiga e que merece o seu reconhecimento, principalmente quando se tem 8,5 milhões de pessoas trabalhando com artesanato. "Eu sou geóloga de formação, mas hoje atuo como artesã por opção", orgulhasse a vice-presidente da Sinderem.
Com excluisividade para o Portal LeiaJá, o artesão Nivaldo Jorge fala sobre a realidade do setor: