Até onde o humor é benéfico na preparação de vestibulares?

Alguns educadores não aconselham o uso constante do humor. O grupo Os Caras de Pau é um exemplo de como o humor pode ser usado para beneficiar a preparação dos feras

por Camilla de Assis sex, 28/08/2015 - 16:19

Ingressar no ensino médio é travar uma luta contras os próprios limites. Desde o primeiro ano, muitos estudantes passam por vestibulares e pela tensão de garantir uma vaga em uma instituição de ensino superior. Com o passar dos anos nos estudos, a correria e a pressão vão aumentando, o que deixa os vestibulandos ainda mais desconfortáveis com essa fase de transição da vida.

Muitos locais de ensino, como escolas e cursinhos preparatórios, têm saído do tradicionalismo na metodologia e optado por outras formas de passar o conteúdo. Desde piadas relacionadas ao que é aplicado em sala até aulões temáticos, os professores têm inovado na hora de ensinar. 

O grupo Os Caras de Pau do Vestibular é um exemplo de como o humor pode beneficiar a preparação dos feras. Os professores do cursinho preparatório são conhecidos pelos aulões que oferecem, sempre temáticos. “Os Caras de Pau sempre realiza aulões com temas, como migrações, ditadura militar, entre outros. Os professores vão caracterizados e há encenações, piadas, músicas, tudo dentro o conteúdo ensinado”, explica Charliton Soares, um dos fundadores do preparatório. 

No dia a dia, o curso também procura sair da "mesmice". Durante os ensinamentos corriqueiros, embora não possa ser realizada toda a produção que é aplicada aos aulões especiais, os professores são incentivados a inovar na forma de ensinar. “Alguns usam música, outros fazem um pouco de stand up comedy. Já outro prefere fazer apenas brincadeiras nas salas, tudo aliado ao conteúdo. É uma forma de aliviar a tensão do aluno e tornar aquilo mais prazeroso para ele”, comentou Charliton. 

Em relação a cursos que usam humor de forma demaseada, alguns educadores acham que esse método não deve ser praticado de forma constante. “Fantasias, brincadeiras e piadas não é algo que deva ser utilizado constantemente, porque os alunos podem chegar a banalizar a aula e não levar a sério algo que é tão importante. É necessário conhecer a turma e saber se [a metodologia] pode ser utilizada ou não”, opina o psicólogo do 3º ano do Colégio Boa Viagem, Flávio Leão.

O professor Marconi Souza, do Conexão Vestibulares, encara a metodologia divertida de ensino como algo a ser utilizado com moderação. “Desde que seja benéfico, não há problema. Qualquer coisa que enriqueça é válido, mas no momento de explicar o conteúdo não é muito viável. Apenas entre um e outro assunto, o tempo todo satura”, explica. 

O humor usado da forma correta é aprovado por muitos alunos. "Quebra a ideia de aula chata e os alunos costumam gostar de todas as disciplinas por conta da forma que são ensinadas", diz o estudante Rodrigo Silva. Já a aluna Amanda Bastos vê a forma de ensino dos Caras de Pau como algo que vai além da sala de aula. "Essas brincadeiras quebram as barreiras entre aluno e professor. Causam uma sensação de família", conta. 

 

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