Mudança no Sisu pode retomar vestibular tradicional
Análise é do professor Berg Figueiredo. Agora, universidades poderão escolher entre diferentes médias de notas oriundas do Enem
Recentemente, o Ministério da Educação (MEC) divulgou uma mudança expressiva para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que promove o ingresso dos estudantes nas instituições de ensino através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De acordo com publicação veiculada no Diário Oficial da União, na última quinta-feira (5), os candidatos terão mais flexibilidade na utilização das notas.
Anteriormente, os estudantes terceiranistas ou os candidatos que já concluíram esse ciclo tinham, praticamente, as mesmas chances para ingressar nas universidades que utilizam o Sisu para a seleção. Nesse contexto, a nota estabelecida para aprovação era a média de todas as competências, sendo elas Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza; Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Redação e Matemática e suas Tecnologias.
Com a nova proposta pelo MEC, esse formato vai ser alterado e agora, o critério de seleção será decidido pelas instituições de ensino. Conforme o Ministério, a portaria amplia opções de peso e de notas mínimas estabelecidas. Sendo assim, haverá três opções: a média geral das competências, o peso da nota mínima para cada uma das provas ou uma média com notas dessas duas opções.
De acordo com o professor de química Berg Figueiredo, esse novo modelo atende totalmente a Reforma do Ensino Médio, que foi apresentada pelo MEC no segundo semestre de 2016. “Quando o MEC dá espaço para as instituições optarem pelos formatos de média geral ou notas mínimas das disciplinas específicas, automaticamente o Ministério quer reforçar o projeto da Reforma do Ensino Médio. A seleção vai partir do princípio das habilidades e da afinidade que o aluno possui na área de atuação”, falou. “Aquela ideia do aluno estudar o que quer recai totalmente para essa mudança”, completou o docente.
Ainda segundo o professor, mesmo sendo considerado um ‘novo’ formato’, a proposta retoma, de certa forma, aos modelos dos vestibulares tradicionais. “Em minha opinião, com essa proposta, o MEC retorna ao estilo da Covest, por exemplo, no qual o candidato era aprovado através do desempenho das disciplinas específicas, o que vai ser positivo para os alunos que possuem mais discernimento em relação ao que querem. Já para os estudantes que ainda estão na dúvida será mais complicado”, considerou.
Com essas mudanças, a decisão recaiu para as universidades que devem definir as notas de ingresso no Sisu. Para o professor de redação Diogo Xavier, as instituições vão escolher o tipo de aluno que deve entrar, caso tenham o critério da média mínima das disciplinas. “Anteriormente, se o aluno não tivesse uma boa pontuação em matemática, mas tivesse boa nota em outras disciplinas e optasse pelo curso de engenharia, consequentemente, a média geral o ajudaria a ingressar. Com essa média mínima, os estudantes terão que se dedicar mais as competências de acordo com o curso escolhido”, explicou.
A partir dessa perspectiva, o educador Diogo ainda falou que caso a média mínima seja adotada, os cursinhos de isoladas serão mais procurados. “A expectativa é que com essa alteração da média mínima, os estudantes recorram ainda mais as isoladas”, concluiu.
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