Corte de gastos: Correios suspendem férias e horas extras
A medida foi criticada pela Fentect, federação que representa 31 dos 36 sindicatos ligados aos Correios, que enxerga uma tentativa de desmonte para futura privatização
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos anunciou novas medidas de corte de gastos para reverter o prejuízo de R$ 4 bilhões acumulado nos últimos 2 anos. Os Correios suspenderam a concessão de férias, de maio deste ano até abril do ano que vem. A medida só vai poupar quem estiver com férias vencidas e, de acordo com a empresa, representa uma economia de R$ 800 milhões no período. A empresa vai cortar as horas extras para os empregados que eram convocados em horário de repouso para reforçar a equipe e rever ou suspender contratos de trabalho temporário.
A Fentect, federação que representa 31 dos 36 sindicatos ligados aos Correios, criticou as medidas e disse que os funcionários estão sendo penalizados. Para a secretária de imprensa da Fentect, Suzy Costa, as ações fazem parte de um projeto de desmonte dos Correios para justificar uma futura privatização. A Fentect destaca que o público que usa os serviços postais será o maior prejudicado pelo corte de gastos. Em nota, os Correios informaram que as medidas não vão prejudicar os prazos de entrega ou a qualidade do serviço.
Em janeiro, os Correios cortaram funções comissionadas e anunciaram o fechamento de pelo menos 250 agências em todo o país, em cidades com mais de 50 mil habitantes. 60 agências já baixaram as portas e os funcionários foram remanejados. A empresa informou que mantém agências em todos os municípios do país.
O corte de gastos nos Correios começou no ano passado, quando a empresa suspendeu todos os patrocínios culturais e manteve apenas 20% dos patrocínios esportivos. Os Correios patrocinam atletas de rugby, handebol, tênis e de desportos aquáticos.