Currículo: 4 mudanças que estão chegando às seleções

Especialista em recrutamento aponta novos procedimentos que estão sendo adotados pelas empresas na hora dos processos seletivos

por Lara Tôrres qui, 01/03/2018 - 09:27
Pixabay O currículo tradicional está mudando Pixabay

O currículo o documento que fornece aos recrutadores informações importantes para a escolha do melhor candidato para vagas de emprego. Assim, é sempre importante que as pessoas que buscam trocar de empresa, se recolocar no mercado ou conquistar o primeiro emprego estejam atentas à maneira como o currículo deve ser feito. 

Nos últimos anos, de acordo com especialistas em seleção e recrutamento de profissionais, o currículo tradicional mudou e se aproxima cada vez mais o momento em que ele já não será utilizado, uma vez que ocorreram mudanças nas informações que as empresas valorizam e consideram importantes para decidir entre um candidato e outro. São levados em consideração também os avanços tecnológicos que digitalizaram e tornaram os currículos multimídia e online. 

Lucas Oggiam, gerente da empresa de consultoria global de recrutamento especializado PagePersonnel, explica quais são as principais mudanças pelas quais o currículo está passando e como os profissionais podem se adaptar às expectativas do mercado de trabalho. A principal mudança, de acordo com ele, está na preferência das empresas por bons resultados em lugar de dados pessoais, formação acadêmica ou foto. “Dados comprovados de eficiência, ganhos ou retornos financeiros costumam saltar aos olhos dos selecionadores. É por aí que caminham essas mudanças”, explica Oggiam. Confira a lista de mudanças citadas pelo gerente: 

Vídeo

Algumas seleções já solicitam que os candidatos enviem vídeos em que falam sobre suas informações e seus resultados, ou realizam entrevistas a distância usando o vídeo como um recurso. No entanto, Lucas explica que essa novidade é uma mudança lenta e que ainda não é prática corriqueira. 

“Já vale muito para processos de trainee, onde não há a exigência de muitas informações profissionais. Quando isso entra em questão, ainda é muito eficiente e válido enviar os dados por escrito ao recrutador”, pondera Oggiam. “Seria mais ou menos como contratar um jogador de futebol apenas pelas imagens. No vídeo você pode editar o material e colocar o que quiser. Mas na hora de jogar a partida, as credenciais desse atleta podem ficar comprometidas. O mesmo vale para o candidato. Nada melhor como uma conversa direta e pessoal para eliminar dúvidas”, completa.

Foto

Na era das selfies, redes sociais de imagens e uso intensivo de celulares com câmera, incluir uma foto do candidato no currículo tornou-se totalmente desnecessário. Para o especialista em recrutamento, existem outras maneiras de inserir imagens e outros dados do profissional, como por exemplo redes sociais de trabalho. 

Resultados práticos x atribuições e responsabilidades

O preenchimento de atribuições e responsabilidades de candidatos muitas vezes não transmitem realmente as qualidades e resultados que uma empresa busca em um profissional, sendo preferível, em um futuro próximo, mostrar números e resultados que comprovem a eficiência profissional. “Fica muito subjetivo avaliar um profissional por frases como responsável por, líder de, gestor em. É preciso muito mais do que isto. As empresas querem saber mesmo quanto essa pessoa trouxe de resultados reais por onde passou. Se fez um projeto de redução de gastos, qual foi o valor? É por aí que o candidato deverá se pautar”, conta o recrutador. 

Eliminação das informações pessoais e formação acadêmica

Outros países já apresentam uma tendência muito forte de não avaliar a pessoa pela idade, sexo, estado civil, origem ou nome das instituições de ensino frequentadas pelo candidato, mas no Brasil a cultura ainda é diferente.

“Por aqui essas informações ainda são relevantes. Mas há esse movimento de currículo às cegas, onde se privilegia o que realmente o candidato fez em sua trajetória profissional. Como há um avanço em questões de política de diversidade, há uma possibilidade dessas informações deixarem de constar no currículo”, conta o gerente da Page Personnel.

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