Graduações têm mais alunas, porém, menos professoras

Mesmo com presença massiva de mulheres matriculadas na área de licenciatura, perfil do professor nas universidades brasileiras é de homens por volta dos 36 anos

por Lorena Barros qui, 20/09/2018 - 11:41
Nappy / Creative Commons Mulheres são maioria em todos os âmbitos da área de alunas Nappy / Creative Commons

Apesar de mulheres representarem o perfil das pessoas matriculadas em universidades nacionais hoje, são os homens com mestrado ou doutorado que formam o perfil médio do professor universitário brasileiro. A análise faz parte de um dos recortes do Censo da Educação Superior, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) na manhã desta quinta-feira (20). 

A pesquisa, feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostra que, apesar destes números, as mulheres são maioria esmagadora dentro dos cursos de licenciatura (voltadas para a educação) dentro das graduações, representando mais de 70% desse universo de alunos. 

Na última década, a presença das mulheres na universidade sempre foi maior do que a dos homens. No ano de 2017, quando dividido pelo tipo da instituição de ensino, o recorte entre gêneros representa menor variação no campo dos Institutos Federais, voltados para o ensino técnico, com diferença de apenas 0,3%. O maior intervalo fica nas faculdades, com 10,4% mais mulheres do que homens. 

“As mulheres estão conseguindo concluir mais, avançar mais, isso é muito importante. Nós ainda temos uma grande desigualdade na empregabilidade, na média salarial que existe, apesar dela ter uma formação melhor. É algo que o Brasil vai precisar enfrentar”, afirmou durante coletiva de imprensa o ministro da pasta, Rossieli Soares. Ele frisou, ainda, que é necessário melhorar o tempo de escolaridade dos homens com políticas afirmativas.

Apesar do diagnóstico, o Ministério da Educação não se aprofundou quanto aos motivos que fazem as mulheres serem maioria dentro das faculdades. “Sabemos que é uma tendência mundial e a população feminina é maior. Contudo, o Censo Superior, não pesquisa o motivo do crescimento de matrículas do sexo feminino”, afirmou, em nota, o MEC.

Confira gráficos com alguns dos dados divulgados pelo Censo da Educação Superior 2017: 



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