Mulheres latinas ainda têm salários mais baixos que homens

Levantamento feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que diferença salarial e baixa inserção das mulheres no mercado de trabalho ainda são uma barreira na luta pela equidade de gêneros

por Francine Nascimento qui, 29/08/2019 - 09:29
Pixabay Crescimento das mulheres no mercado de trabalho desacelerou em comparação aos homens Pixabay

As desigualdades de gênero no mercado de trabalho ainda são uma barreira na luta pela equidade de direitos entre homens e mulheres. É o que aponta o levantamento intitulado “Mulheres no mundo do trabalho: desafios pendentes para uma equidade efetiva na América Latina e no Caribe”, realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado nesta terça-feira (27). De acordo com a pesquisa, as mulheres ganham por hora trabalhada 17% a menos do que os homens com a mesma idade e nível de escolaridade. O objetivo do estudo é apresentar propostas que transformem esse quadro na América Latina.

A diferença salarial é só uma das lacunas que ainda persistem na vida profissional de homens e mulheres. Mesmo com avanços na inserção das mulheres no mercado de trabalho, o crescimento ainda é inferior se comparado aos homens. Segundo a organização, até o ano 2000, houve um aumento considerável na participação das mulheres em atividades fora do ambiente doméstico. Contudo, após esse período, o relatório identificou uma desaceleração, que agora soma 50,3%, dado que está 25 pontos percentuais abaixo que os homens.

“Embora seja verdade que houve avanços muito importantes na incorporação das mulheres ao trabalho, o caminho para a igualdade ainda é longo, e, às vezes, íngreme", declarou a diretoria da OIT.

Ocupação das mulheres ainda é maior nos lares

Ainda de acordo com a pesquisa, 80% das mulheres da América Latina e Caribe continuam sendo responsáveis por assumir as tarefas do lar, o que impede a incorporação das mulheres no mercado de trabalho. Diante do dado alarmante, a entidade propõe que sejam adotadas políticas públicas para que mais mulheres possam ter o direito de poder trabalhar fora de casa.

As políticas públicas sugeridas pela OIT incluem que sejam criados programas de capacitação e de formação às mulheres que as coloque no mundo da empregabilidade. Além disso, é defendido pela organização que serviços de informação e de orientação são importantes para atender as necessidades das mulheres, especialmente as que fazem parte de grupos culturalmente afetados pelas desigualdades, como as migrantes e as mulheres rurais.

 

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