Ano letivo de 2020 irá se estender até 2021 em PE
Informação foi dada em debate realizado pela Alepe nesta quarta-feira (3)
A retomada das atividades da educação pública do estado de Pernambuco foi discutida nesta quarta-feira (3) em debate realizado pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A transmissão contou com a participação remota do secretário de Educação, Fred Amancio, da integrante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Adriele Andrade, da presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Heleno Araújo e da deputada Teresa Leitão (PT).
O secretário da educação, Fred Amancio, explicou que a retomada das atividades da educação pública em Pernambuco deve ser feita por meio de um plano específico para o setor, que já está sendo elaborado pelo Poder Executivo e discutido com as entidades ligadas ao tema no Estado. Ele ainda diz que o novo calendário precisa contemplar as diferentes realidades. “Cada escola, a partir do aprendizado dos estudantes e da carga horária que foi possível avançar, vai estabelecer uma agenda de reposição, observando as diretrizes da Secretaria de Educação e Esportes; isso vai ser feito de forma individualizada e olhando as peculiaridades de cada uma das unidades de ensino”, segundo informações divulgadas pela Alepe.
O secretário ainda sinalizou que o ano letivo de 2020 deve se estender até meados de 2021, mas não muito porque poderá comprometer o calendário do ano que vem. Fred ainda afirmou que o Estado foi ágil em garantir a continuidade das atividades não presenciais por meio da internet e dos canais de TV aberta, mas reconheceu as limitações do método.
Já para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Heleno Araújo, nenhuma iniciativa pode ser excludente. “Além da aprendizagem, as medidas precisam garantir a vida e a saúde da comunidade escolar. Em Pernambuco, somando alunos e profissionais da educação dos setores público e privado, representamos 25% da população. Se você incluir as famílias, esse percentual aumenta muito”, analisou, em matéria publicada pela Alepe.
Em nome dos alunos, Adriele Andrade, integrante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), pediu que eles fossem ouvidos nas discussões. Ela fez um relato da situação emocional preocupante de grande parte dos colegas. “Muitos estão com depressão e ansiedade, o que vem prejudicando o processo de aprendizagem também”, comentou, de acordo com a Alepe.
Ainda segundo a Alepe, a falta de treinamento para professores atuarem nas novas plataformas e a possibilidade de disseminação do vírus nas escolas preocupam o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintepe), Fernando Melo. “Se houver contaminação nesse ambiente, vai ter uma explosão de casos em todo o Estado”, analisou.
Já a integrante do Conselho Estadual de Educação, Edivania Arcanjo informou que a entidade já discute uma resolução para auxiliar no retorno das aulas pós-pandemia, mas ponderou que o trabalho é extenso, com muitas variáveis a serem consideradas. “A educação prisional, a quilombola, a de jovens e adultos, a especial, a indígena, o ensino superior, todas essas modalidades devem ser contempladas”, lembrou
A deputada Teresa Leitão (PT) se disse preocupada com a falta de apoio do Ministério da Educação para conduzir o processo. “Sem o comando central por parte do Governo Federal, Estados e municípios têm ficado muito assoberbados com as decisões que precisam tomar”, criticou, de acordo com informações divulgadas pelas Alepe.
As aulas presenciais estão suspensas desde 18 de março, devido a pandemia do novo coronavírus. Por enquanto, o decreto do Governo foi prorrogado e as aulas seguem remotamente até o dia 31 de junho.