Mulheres negras são mais afetadas pela diferença salarial
Dados são da Associação Pacto de Promoção da Equidade Racial
Um levantamento realizado pela Associação Pacto de Promoção da Equidade Racial, e lançado no final de novembro de 2022, durante a 1ª Conferência Empresarial ESG Racial, realizada em São Paulo nos dias 29 e 30 de novembro, aponta que as mulheres negras são as mais afetadas pelas desigualdades salariais no mercado de trabalho.
A pesquisa inédita intitulada “A mulher negra no mercado de trabalho brasileiro: desigualdades salariais, representatividade e educação entre 2010 e 2022” mostra que o salário da mulher negra é 81,6% mais baixo do rendimento do homem negro, enquanto na comparação entre mulheres brancas e homens brancos este número é de 76,8%.
Além disso, os dados indicam que a mulher negra recebe cerca de 71% da remuneração média de uma mulher branca no Nordeste, mas, na região Sudeste a diferenciação é de cerca de 62% em comparação a uma mulher branca. No recorte sobre a participação e empregabilidade no mercado de trabalho formal e informa das profissionais negras, o levantamento expõe que elas possuem a menor taxa de participação no ambiente corporativo e, no setor informal, ocupam funções domésticas.
Em contraponto, o estudo também constatou o avanço, em 20 pontos percentuais, no quantitativo de mulheres negras com carteira assinada em comparação ao de homens brancos, entre 2010 e 2020. “Estamos trabalhando para mudar a realidade brasileira. Queremos ser uma ferramenta de apoio na meta de termos uma população conscientizada, começando por ações de letramento racial para convocar cada pessoa à reflexão através de posicionamento teórico e prático, a fim de reeducar, seja racionalizando um debate ou levantando conceitos de termos da pauta racial”, declarou Guibson Trindade, gerente executivo do Pacto.