Sindicatos avaliam 1º ano do NEM: "estelionato pedagógico"

Entidades que representam os professores em Pernambuco reforçam a necessidade de revogação do Novo Ensino Médio

por Elaine Guimarães qua, 15/03/2023 - 20:26
Júlio Gomes/LeiaJáImagens Novo Ensino Médio é alvo de críticas desde a aprovação Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Desde sua aprovação, em 2017, durante o governo de Michel Temer (MDB), o Novo Ensino Médio (NEM) é alvo de críticas. Nesta quarta-feira (15), entidades estudantis, alunos da rede estadual de Pernambuco, sindicatos e professores realizam ato pela revogação do novo currículo na área central do Recife e em outros estados do Brasil. 

Durante a mobilização, o LeiaJá questionou sindicatos sobre o primeiro ano de implantação da reforma, que iniciou em 2022 e tem 2024, como ano limite, para que todas as escolas, públicas e privadas, passem a adotá-lo em todas as etapas do ensino médio.

À reportagem, Séphora Freitas, que faz parte da direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) e é presidenta do Sindicato dos Trabalhadores de Educação de Jaboatão dos Guararapes (Sinproja), ressalta que o Sintepe tem recebido muitas reclamações sobre a reforma. 

"Recebemos muitas reclamações porque retiraram disciplinas críticas, reflexiva para colocar, por exemplo, empreendedorismo. Ou seja, disciplinas que, em nossa análise, não contemplam o filho, a filha da classe trabalhadora e que acirra a desigualdade da escola pública", aponta.

Ivete Caetano, presidenta do Sintepe, classificou o NEM como uma "estelionado pedagógico" e falou sobre as implicações da implantação. "O Novo Ensino Médio é um crime contra o direito à Educação, a negação do conhecimento, da ciência e contra a classe trabalhadora. Estamos nessa luta porque achamos que o Novo Ensino Médio vai prejudicar os alunos". 

Além disso, Ivete Caetano aponta que a principal reclamação dos professores é com relação aos desviu de disciplina, ou seja, muitos precisam lecionar disciplinas em desacordo com a formação acadêmica. "Os professores não têm formação para dar conta de algumas trilhas. Em assembleia, uma professora com mestrado em história disse que está dando aula de socioemocional. É até irresponsabilidade você colocar um profissional que não tem formação em psicologia para desencadear ações que podem despertar gatilhos emocionais". 

 

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