Participantes do Rio-à-Porter esperam alta das vendas
Desfile da grife Maria Bonita Extra foi destaque no terceiro dia da 21ª edição do Fashion Rio
No mercado de moda, falou em verão, falou em boas vendas. O Rio-à-Porter e o Fashion Business, os dois salões realizados paralelamente ao Fashion Rio, fecham sexta-feira seus balanços com números positivos. Em um país com o clima do Brasil, a moda verão fica muito mais tempo nas araras das lojas do que a de inverno - praticamente oito meses, à exceção do comércio da região Sul -, e é a que interessa aos compradores que vêm de fora. O que se traduz em maior volume de encomendas.
Biquínis, maiôs, shorts, vestidos e blusas leves custam mais barato do que as peças de inverno, que utilizam mais tecido, mas ainda assim lucra-se mais nas edições de verão, haja vista a necessidade que os lojistas têm de repor seus estoques. Entre os estrangeiros que vieram às compras no Rio, metade é dos Estados Unidos. O interesse maior, naturalmente, é pelo tal "brazilian bikiny", único no mundo.
No Rio-à-Porter, a expectativa é de vendas 10% mais quentes do que as registradas na edição de inverno (no mês de janeiro). O Fashion Business - que mira só no mercado nacional - é mais ousado: acredita que o aumento será de mais de 20% (algumas lojas já chegaram a 50% de crescimento, na comparação com um ano atrás). Os dois eventos começaram terça-feira e terminam sexta-feira. Ligado ao Fashion Rio, o primeiro, montado num casarão em Botafogo, é menor: conta com 119 expositores. A ideia dos organizadores é "menos é mais". "Como o espaço é reduzido em relação ao Píer Mauá (a casa inicial do salão), estamos mais focados. Quem participa de uma edição já faz reserva para a seguinte. Muitas marcas ficaram de fora. Adequados os perfis do expositor e do comprador", explica a coordenadora, Graça Cabral.
Cento e setenta confeccionistas participam do Fashion Business, nesta edição num hotel em São Conrado. O foco é o aumento das vendas a cada estação e a geração de empregos na cadeia produtiva da moda. Para tal, são chamados mil compradores considerados vips, por seu histórico de bons negócios. Eloysa Simão, à frente do FB há 20 edições, prefere remar a favor da maré e concentrar os esforços no mercado interno. "Com o dólar a R$ 3, R$ 4, nossa roupa era competitiva; hoje não dá para os brasileiros no mercado internacional", avalia.
O Fashion Rio vai até sábado. Nesta quinta-feira, os desfiles começaram cedo, com os novos estilistas do Rio Moda Hype. À tarde, a Ágatha mostrou uma coleção toda em azul e verde, do néon aos tons fechados. O tema era liberdade, e as cores, para a grife, simbolizam a natureza e suas infinitas possibilidades. Dobraduras, paetês fazendo efeito de escamas e pele de peixe deram personalidade às criações. Em seguida veio a Nica Kessler, com uma inspiração inusitada: a cozinha portuguesa. Alguns vestidos traziam estampas de frutas e legumes. Os mais bonitos eram os de renda artesanal, os de laise e os que remetiam aos famosos azulejos azuis e brancos - românticos e bem comerciais.