Cláudio Assis lança DVD de Febre do Rato
Lançamento ocorreu durante a terceira noite do Cine PE
Durante o terceiro dia do Cine PE - Festival do Audiovisual de Pernambuco - o cineasta caruaruense Cláudio Assis lançou o DVD do longa Febre do Rato. Vencedor do prêmio de Melhor Filme no festival de Paulínia e no Festin de Lisboa, o filme conta com nomes como os globais Matheus Nachtergaele e Nanda Costa e do pernambucano Irandhir Santos, que deu vida ao Poeta Zizo, protagonista da história.
Cláudio Assis afirma que, apesar de defender a pirataria, ele também defende que se adquira o filme original. "Eu quero que vejam a diferença entre o pirata e o que você comprou para você ver a qualidade que tem no trabalho. Eu mesmo já comprei uns dez Febre do Rato piratas, em São Paulo, no Rio de Janeiro, aqui no Recife, mas eu defendo que você objetive a compra de um trabalho que tenha uma qualidade, que eu acho que é bom", diz ele.
Cineasta à moda antiga, Assis conta que ainda faz seus filmes em película e revela o porquê: "Eu gosto de pegar na imagem, essa coisa saudosista que é você pegar, sentir". E o público parecia compartilhar da mesma opinião, já que não paravam de comprar uma cópia do filme que ali custava R$ 40. Sobre o processo de produção e criação da película, ele revelou que tudo nele é o resultado de uma inquietação.
"O filme é uma inquietação. De a gente poder fazer o que quer, quando quer, da maneira que a gente quer. E a gente tem o direito de errar. Eu posso errar. O Poeta (personagem principal do filme) pode errar. Então eu faço nele uma homenagem aos poetas recifenses do final dos anos 1970, começo dos 1980", diz ele.
O cineasta também lembra que todas essas ações possuem um preço, que é cobrado pela sociedade. "A sociedade é escrota, a sociedade é babaca e chega uma hora que ela vai dizer não. Então o problema não é meu, não é teu, é que a sociedade é assim. Então isso provoca na gente certa rejeição e o filme trata dessa humanidade de você ser igual com as suas diferenças com as minhas diferenças, é o respeito pelo direito de errar. Temos que errar, a gente um dia acerta".
E Febre do Rato foi um acerto? "Não sei, eu quis fazer e quem vai dizer é quem vê. Eu não faço filme para agradar, eu faço filme para conquistar. Eu fiz o que eu posso com Febre do Rato. É o melhor que eu pude com a minha equipe, meus fotógrafos, meus atores, minhas atrizes. Isso é uma luta, uma guerra, uma conquista. Eu vejo que o filme está tendo uma resposta, um resultado, tanto do público, quanto da crítica. Que está tendo uma coisa bacana, um feedback, todo mundo gostando".