Festivais movimentam cena audiovisual na Amazônia

Produção de conteúdo envolve jovens amadores e estudantes universitários em vários Estados da região Norte. Festival Osga, da Unama, está entre os mais destacados.

qui, 03/08/2017 - 11:53
Everton Pereira Cine Olympia, em Belém, tem sido o palco das exibições Everton Pereira

Vontade de mostrar e produzir o audiovisual, aproximar os estudantes de cinema e comunicação, e principalmente movimentar o cenário audiovisual. Essas são algumas das motivações dos realizadores dos principais festivais de cinema e audiovisual do norte do país. São inúmeros os desafios, ainda mais quando se trata de produção independente. A realização desses festivais vem incentivando jovens a produzirem conteúdo audiovisual na Amazônia.

Idealizado pelos jornalistas Enderson Oliveira e Ana Carolina Almeida, o Festival Audiovisual de Belém (FAB) surgiu em 2012, ainda como trabalho do coletivo “CLIC”, e passou de um evento de pequeno porte para um festival realizado anualmente no cinema mais antigo em funcionamento no país, o Cine Olympia, em Belém. “O coletivo CLIC realizou um evento (Clic em Cena) sobre audiovisual, antes do FAB. Saí de lá muito incomodado e com vontade de fazer algo mais. A partir daí, eu e a Ana Carolina, então também coordenadora, começamos a pensar em algo maior, um festival. Nosso lema, pelo CLIC, era muito claro: "Se não tem em Belém, vamos fazer"”, revela o atual coordenador do FAB, Enderson Oliveira.

Em cinco anos de festival, O FAB já acolheu diversos tipos de vídeos, de vários Estados do país. Curtas-metragens, videoclipes, vídeos experimentais e documentários são selecionados anualmente para passar na tela do Cine Olympia. Após todos esses anos, o festival tenta sempre se renovar e trazer ainda mais possibilidades para o audiovisual paraense, olhando especialmente para a nova geração. “A única aposta que acho possível atualmente é se voltar para as crianças, tentar ajudar os infantes a mudarem um pouco suas concepções - partindo do amor pela cidade - e transformar Belém em algo melhor em todos os sentidos”, afirma Enderson.

Há também espaço para quem ainda está começando. Os festivais universitários de audiovisual movimentam a cidade e atraem estudantes de diversos cursos de graduação. Em 2017, em sua 14ª edição, o Festival Osga de Vídeos Universitários, realizado pelo curso de Comunicação Social da Universidade da Amazônia (Unama), começou com uma brincadeira em sala de aula e hoje se tornou um dos maiores e mais antigos festivais universitários de audiovisual do norte. “O festival Osga começa dentro de sala de aula, o nome já existia em algumas brincadeiras, e incorporamos ele na produção audiovisual de uma disciplina, para que os alunos pudessem vivenciar essa produção”, explica o professor e idealizador do Festival Osga, Ricardo Harada.

Esse ano, o festival abrirá pela primeira vez suas inscrições nacionalmente, e traz diversas novidades, como o “Osga na Escola”, que levará o cinema até o ensino médio. Vinte escolas de Belém irão participar de oficinas e palestras sobre audiovisual. No final, será eleito o melhor vídeo minuto ou vídeo de celular. “Esse ano o Osga traz várias novidades, principalmente relacionadas à abrangência. Ele passa a ser nacional. Em todas as unidades do Grupo Ser Educacional, do qual a Unama faz parte, nós iremos divulgar o Osga em várias regiões do país”, conta o Coordenador de mídias da Unama, Mário Camarão. “O Osga que começou de maneira muito tímida em sala de aula, hoje ganha uma nova roupagem, se ampliando e principalmente para poder fortalecer essa produção videográfica e audiovisual, no Estado, na Amazônia e no país”, completa.

O reconhecimento da importância dos festivais não se limita apenas à região Norte. O Festival Audiovisual Universitário de Belém - Toró, em apenas duas edições, já possui reconhecimento de universitários e produtores de todo o Brasil. “O maior retorno é o aumento no número de participantes e de espectadores. O Toró já se tornou um festival esperado não só por moradores de nossa cidade, mas também por universitários de outros Estados”, afirma Yasmin Maia, estudante do curso de Cinema e Audiovisual da UFPA que integra a equipe do festival.

Os destaques também se devem ao aumento de produções locais. A cada ano os festivais recebem mais inscrições de produções locais. “É interessante destacar também que o número de trabalhos realizados por estudantes locais só vem aumentando e, assim, podemos mostrar que existe sim produção audiovisual no Norte do país”, finaliza Yasmin. Veja o calendário dos principais festivais de cinema e audiovisual da região: 

Festival Osga de Vídeos Universitários - Belém - Novembro de 2017

FAB - Festival Audiovisual de Belém - Belém - Novembro de 2017 (a definir)

Festival Toró - Festival Audiovisual Universitário de Belém - Novembro de 2017

Festival FIM Imagem-Movimento - Amapá -  3 a 9 de dezembro de 2017

Festival Internacional Pachamama – Acre - Inscrições abertas (08 de maio - 04 de agosto)

Festival Latino-Americano de Cinema Ambiental - FESTCINEAMAZÔNIA - Rondônia - Novembro de 2017 (a definir).

Festival Um Amazonas - Manaus - Outubro de 2017 (a definir)

Por Ariela Motizuki.



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