Dança clássica indiana chega a Belém

Professora Kamalaksi Rupini divulga, na capital paraense, essa tradicional manifestação cultural da Índia

qui, 30/11/2017 - 10:50

A Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA) recebeu, nos dias 23 e 24 de novembro, a professora de dança clássica indiana Kamalaksi Rupini, para participar de uma série de atividades envolvendo as manifestações culturais da Índia. O eventou de apresentação contou com o espetáculo "Puja", no Teatro Universitário Claudio Barradas, e teve um bate-papo com demonstração performática no auditório da ETDUFPA.

Kamalaksi Rupini realizou um workshop sobre bharatanatyan (dança clássica indiana) na Casa das Artes. No dia 26 de novembro, ela ministrou a palestra "Hindus e o feminismo" com os devotos do movimento Hare Krisna da ISCKON Belém, no Espaço Vida.

O conhecimento da arte indiana vem das escrituras sagradas e, por isso, possui uma base filosófica e religiosa bastante evidente. A dança clássica indiana  surgiu paralelamente ao teatro indiano, e suas primeiras manisfestações foram realizadas dentro dos templos, pelas dançarinas chamadas de devadasis. As devadasis eram mulheres que desde pequenas se dedicavam aos templos.

A professora Kamalaksi Rupini explicou que, por ter essa origem, a dança clássica indiana tornou-se complexa e cheia de técnicas detalhadas que exigem um longo treino. "A dança clássica indiana é diferente, pois é uma espécie de dança, teatro, ritual e traz uma filosofia também. Então ela traz vários aspectos, tem técnica de movimentos muito específica. É bem complexa, antiga e era dançada nos templos pelas sacerdotisas." Kamalaski vai divulgar e apresentar essa dança na região. "A palestra é para apresentar um pouco da nossa dança para as pessoas porque é bem desconhecida aqui", afirmou.

Esse dança tem sido passada de mestre para discípulo, até hoje, e se manteve praticamente intacta desde os tempos remotos. A paraense Carmem Virgolino é discípula de Kamalaksi. Começou a praticar a dança clássica indiana depois de ter se mudado para Belo Horizonte, onde conheceu sua mestra. "Há sete anos, eu fui morar em Minas Gerais para praticar capoerangola na Escola de Dança Afro Brasileira do mestre João Angoleiro. Essa escola veio do Senegal e tinha influências da dança indiana. Me encantei pelos movimentos das mãos e, desde então, comecei a praticar a dança indiana também" , disse Carmem.

Carmem conheceu a professora Kamalaksi em um templo de Belo Horizonte com os devotos do movimento Hare Krishna. Ela já viajou para a Índia com a professora para aprender mais sobre a dança e cultura do país. Carmem voltou a morar em Belém com o desejo de apresentrar a dança aos belenenses, tanto que participou de quase todas as atividades ao lado de Kamalaksi. "Resolvi voltar a morar em Belém, porque eu sou nascida e criada aqui. Então tem um ano mais ou menos que eu estou de volta à cidade e achei que ia ser muito bacana poder trazer para Belém uma arte que me encantou tanto, que eu sei que não tem aqui, e acho que é um presente para a cidade", falou.

Por Kalylle Isse.



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