Com crítica ao fascismo e Bolsonaro, bandas lançam disco
Na capa da coletânea, o presidenciável é retratado com fardamento militar e aparece com a cabeça sendo esmagada por um demônio
Com a proposta de resgatar a essência do Underground, Rock ‘n’ Roll e Heavy Metal e lutar contra o fascismo, o Movimento Resistência Underground (MRU) lançou manifesto, publicado na página oficial do grupo, pontuando a necessidade de se questionar posturas consideradas conservadoras, machistas, racistas ou homofóbicas entre os apreciadores do ritmo.
"O Movimento Resistência Underground é uma resposta ao recrudescimento conservador nas cenas rock ‘n’roll, punk e metal. Acreditamos que o silêncio diante da degradação de nossas cenas acaba por nos tornar cúmplices desse processo. Assim, nos posicionamos e hasteamos a bandeira M.R.U. em prol de um underground livre de toda a praga moralista, conservadora e fascista que afeta nossos tempos. Lutamos em nossa cena contra o cristianismo enrustido, o racismo, o nazismo, a misoginia, o machismo, a LGBTfobia e toda a sorte de idiotia reacionária e fascista de base judaico-cristã que insiste em permear nosso submundo transgressor e obscuro", diz trecho do manifesto.
Além disso, para o lançamento do MRU, 16 bandas nacionais de Black, Death e Trash Metal participam da coletânea intitulada 'Satan Smaches Fascism'. Entre os participantes estão Vingador, Terror Revolucionário, Antrochaotic e Psycophobia. Na capa da compilação é notória a crítica ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), retratado com fardamento militar e aparecendo com a cabeça sendo esmagada por um demônio. Toda renda do disco será revertida para novas ações do coletivo.
O coletivo dividiu opiniões nas redes sociais. A maioria das críticas acusam o coletivo de 'esquerdista', comunista e questionam o fato dos metaleiros demonstrarem um posicionamento político. "Metal é sem bandeira política cambada de ignorante, única coisa que vocês sabem fazer é dividir a cena!", criticou um seguidor. "É melhor Jair procurando um trabalho, essa vagabundagem vai acabar ! Trouxas", ironizou uma internauta.
A reportagem do LeiaJá entrou em contato com os administradores da página, mas não obteve retorno dos questionamentos.