Bienal de Veneza revela a face humana da arquitetura
Sete países participam pela primeira vez da Bienal
A 16ª edição da Bienal de Arquitetura de Veneza abre suas portas ao público no sábado (26) para mostrar com projetos simples e concretos a face mais humana de uma disciplina dividida entre ética e estética, individual e coletivo.
Um projeto espetacular para apresentar 10 capelas projetadas por 10 importantes arquitetos, incluindo o britânico Norman Foster e o português Eduardo Souto de Moura, os dois ganhadores de prêmios Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura, bem como vários latino-americanos: o paraguaio Javier Corvalan, a brasileira Carla Juaçaba e o chileno Smiljam Radic Clarke.
O evento mais relevante da arquitetura mundial, que este ano tem como lema "Freespace", sob a curadoria das arquitetas irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara, se propõe a valorizar os espaços coletivos, "a generosidade de espírito" e o "sentido de humanidade" que a arquitetura deve colocar no centro de sua agenda.
"É que a criatividade do arquiteto deve estar a serviço da comunidade", resume em entrevista à AFP McNamara, que começou sua trajetória como professora com Farrell, com especial atenção para a função social da arquitetura.
Ao percorrer os imponentes 3.000 metros quadrados do Arsenal e a área sugestiva dos Jardins, onde 65 países apresentam suas propostas junto com outros 100 estúdios de arquitetura convidados, a ideia de espaço livre é, acima de tudo, uma soma de "desejos e propostas".
O enorme corredor central nos antigos galpões dos estaleiros venezianos indica a distância e introduz o visitante em espaços muito diferentes, públicos e privados, entre eles o ovalado e sereno projetado jardim de infância projetado pelo arquiteto Takaharu Tezuka, ou a bela estrutura, uma espécie de altar moderno de madeira laminada, da arquiteta canadense Alison Brooks.
Dividida em seções especiais, a exposição convida a conhecer projetos notáveis, a refletir sobre edifícios históricos famosos e a compreender a importância da docência, de experimentar, de dialogar entre disciplinas.
Sete países participam pela primeira vez da Bienal, incluindo Antígua e Barbuda, Arábia Saudita, Guatemala, Líbano, Mongólia, Paquistão e o Vaticano, com um pavilhão especial na ilha veneziana de San Jorge.
A Bienal, que se encerra em 26 de novembro, premiará com o Leão de Ouro a carreira do arquiteto e historiador Kenneth Frampton Inglês, de 88 anos, que influenciou e inspirou gerações de estudantes e arquitetos.