Governo do Rio ordena encerramento de exposição

Segundo o curador da exposição, Álvaro Figueiredo, a medida é um ato de censura

dom, 13/01/2019 - 13:09
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A exposição 'Literatura Exposta', performance que faz referência à tortura durante o período ditatorial no Brasil, foi encerrada neste domingo (13), um dia antes do previsto. A decisão partiu do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Segundo o curador da exposição, Álvaro Figueiredo, a medida é um ato de censura.

"Fecharam nossa exposição um dia antes da data oficial como forma de impedir que as performances [...] acontecessem", escreveu em sua página na rede social. A performance faz parte das atividades do coletivo És Uma Maluca e estava em cartaz na Casa França-Brasil desde 4 de dezembro.

De acordo com a Folha de São Paulo, "Literatura Exposta" já havia sofrido cerceamento antes mesmo de ser aberta. A obra "A Voz do Ralo É a Voz de Deus", também do coletivo És Uma Maluca, foi vetada pelo diretor da Casa França-Brasil, Jesus Chediak.

Na proposta original do grupo, milhares de baratas de plástico se espalham por cima e ao redor de um bueiro instalado sobre azulejos, no piso da instituição. Do mesmo buraco também sairia a voz do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Chediak proibiu o uso de discursos de Bolsonaro. Uma receita de bolo entrou em seu lugar.

Um conto do escritor Rodrigo Santos foi a inspiração para "A Voz do Ralo É a Voz de Deus". O texto fala sobre uma mulher torturada durante a ditadura militar. Nas sessões de tortura, baratas eram introduzidas em sua vagina.

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