Dinho Ouro Preto diz ter se decepcionado com Moro

'Eu via o trabalho dele na Lava Jato como apartidário', declarou em entrevista o vocalista da banda Capital Inicial

por Paulo Uchôa sab, 20/04/2019 - 15:58
Reprodução/Instagram/@dinhoouropreto Dinho: 'Mas o Moro não deveria ter aceitado o cargo de ministro' Reprodução/Instagram/@dinhoouropreto

O cantor Dinho Ouro Preto, vocalista do grupo de rock Capital Inicial, foi entrevistado pelo El País. Contando detalhes da carreira profissional e da vida fora dos holofotes, o cantor de 54 anos afirmou na reportagem ter se decepcionado com Sérgio Moro, atual ministro da Justiça.

"Ele foi a um show do Capital em Curitiba, antes da condenação do Lula. Eu disse no palco que ele estava presente e o lugar veio abaixo, todo mundo aplaudiu. Depois conversamos no camarim. Eu via o trabalho dele na Lava Jato como apartidário", disse.

E completou: "Tinha a impressão de que estavam investigando geral, do Lula ao Beto Richa, passando pela cúpula do MDB. Mas o Moro não deveria ter aceitado o cargo de ministro. Soou como se ele tivesse uma agenda em comum com o Bolsonaro".

Em um outro ponto da entrevista, Dinho revelou que já foi eleitor de Lula e de Fernando Haddad, mas que não se considera petista pelo apoio que deu. "Não sou petista e tenho várias reservas ao partido, mas também sou contra a demonização da obra do PT. A gestão Dilma foi um desastre, é verdade. Só que não podemos ignorar que houve inclusão social nos governos petistas, um legado importante. Para mim, o principal problema do país é a concentração de renda. A violência deriva dessa chaga social brasileira".

Assim como Dinho Ouro Preto, o cineasta José Padilha, esta semana, também demonstrou insatisfação com Moro. Em um artigo publicado pela Folha de São Paulo, Padilha criticou o pacote anticrime do ministro e por ter o apoiado durante a Lava Jato. "Ora, o leitor sabe que sempre apoiei a operação Lava Jato e que chamei Sérgio Moro de 'samurai ronin', numa alusão à independência política que, acreditava eu, balizava a sua conduta. Pois bem, quero reconhecer o erro que cometi", escreveu o diretor de Tropa de Elite (I e II) e da série O Mecanismo, produção da Netflix. 

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