Evangélicos processam escola de samba por diabo na avenida
Durante o desfile de São Paulo, a Gaviões da Fiel desagradou líderes religiosos ao colocar na avenida um rapaz caracterizado de Jesus Cristo sendo arrastado pelo diabo na comissão de frente
Em março, a escola de samba Gaviões da Fiel gerou polêmica nas redes sociais ao levar para a avenida um rapaz caracterizado de Jesus Cristo sendo arrastado pelo "diabo". Com o enredo "Saliva do Santo e o veneno da serpente", a comissão de frente no desfile paulista não foi vista com bons olhos pelas lideranças religiosas.
A Unigrejas, União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos, decidiu abrir um processo contra a Gaviões por ter ferido a fé do cristão durante o Carnaval deste ano. De acordo com a entidade, a escola de samba de São Paulo causou desrespeito, incitou o ódio e cometeu intolerância religiosa.
Em entrevista ao "Fala Brasil", telejornal exibido na Record, Eduardo Bravo declarou que rejeita qualquer tipo de preconceito contra a religião. "Os sinais da fé estão cada vez mais sendo ridicularizados, e a gente não pode fica calado diante de tanta intolerância", afirmou o presidente da Unigrejas.
Se o Ministério Público acatar a ação judicial como crime de intolerância religiosa, os representantes da direção da Gaviões da Fiel e o carnavaleso do desfile poderão ser presos. Em nota enviada à Record, a escola de samba Gaviões da Fiel declarou que "não houve ataque ao cristianismo, apenas livre manifestação artística usando uma expressão figurada cristã".
O coreógrafo da Gaviões da Fiel, em conversa com Chico Pinheiro e Monalisa Perrone, na transmissão das escolas de samba pela TV Globo, contou que a intenção era de chocar. "O foco era esse mesmo, era chocar. [...] A gente alcançou o nosso objetivo que era, realmente, de mexer com essa polêmica entre Jesus e o diabo, com a fé de cada um", disse Edgar Junior.
Em meio à polêmica, a União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos conseguiu reunir mais de 7 mil assinaturas para o processo contra a Gaviões da Fiel.