'Samba com as Mãos' traduz enredos para deficientes
Aos portadores de deficiência auditiva, especialistas em Libras interpretam os sambas em vídeo; Deficientes visuais acompanham aos desfiles das agremiações por meio da audiodescrição
Pelo quinto ano consecutivo, o Carnaval de São Paulo garante acessibilidade durante os desfiles das escolas de samba. Aos deficientes auditivos, o programa "Samba com as Mãos" disponibiliza vídeos que traduzem, em Língua Brasileira de Sinais (Libras), os 14 sambas-enredos das agremiações do Grupo Especial. Já os deficientes visuais acompanharam a folia por meio da audiodescrição transmitida direto do Sambódromo do Anhembi, pelas redes sociais da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED).
Para detalhar todas as palavras dos sambas-enredo aos deficientes auditivos, um grupo de especialistas em Libras acompanhado por alguns surdos está trabalhando desde janeiro. Como as canções das escolas de samba são repletas de palavras de origem africana ou ditos populares, é necessário um empenho conjunto para total absorção da letra do samba pelos emissores e pela plateia. Na sequência, as traduções foram gravadas em estúdio. A próxima etapa é a apresentação dos vídeos nas quadras das 14 agremiações que desfilarão no Anhembi nos dias 21 e 22 de fevereiro. Durante os desfiles, as imagens estarão disponíveis em telões no Sambódromo.
Já entre as pessoas com deficiência visual, o Carnaval de São Paulo fez sucesso nos últimos anos. A repercussão foi grande por meio de comentários nas redes sociais pois, com o recurso da autodescrição, cegos do Brasil e de outros países conseguiram acompanhar e interagir com outros participantes da maior festa cultural do país.