Produtor de Hollywood acusado de estupro é preso
Uma das vítimas, que era sua funcionária, recebeu 60.000 dólares para assinar um acordo de confidencialidade, mas o denunciou seguindo o exemplo de outras mulheres
David Guillod, produtor-executivo e agente de talentos de Hollywood, se entregou às autoridades nesta segunda-feira (22), após ser acusado de estuprar três mulheres entre 2012 e 2015, informou seu advogado.
Guillod se apresentou durante a manhã à polícia de Santa Barbara, acompanhado por seu advogado, Philip Kent Cohen. Cohen disse à AFP que seu cliente nega todas as acusações e que "ele espera poder limpar seu nome no fórum apropriado".
"O Sr. Guillod foi difamado por oito anos sem ter a oportunidade de enfrentar seus acusadores sob juramento" no tribunal. "A justiça raramente é rápida e muitas vezes não é fácil".
O produtor de filmes como "Atomic", com Charlize Theron, e "Extraction", com Chris Hemsworth, enfrenta um total de 11 acusações de estupro, sequestro por estupro e estupro de vítima sob influência de drogas em três incidentes separados em 2012, 2014 e 2015, informou a imprensa local.
A promotoria não respondeu ao pedido da AFP de acesso a uma cópia da acusação. A atriz de "Ted", Jessica Barth, o acusou de droga-la e agredi-la sexualmente. Barth alegou que o incidente ocorreu em 2012.
O caso foi investigado pela polícia de Los Angeles, mas foi encerrado dois anos depois. A acusação tornou-se pública em 2017 com o movimento #MeToo e após outra atriz acrescentar um relato semelhante.
Guillod renunciou ao cargo de diretor-executivo da Primal Wave Entertainment logo depois. Os outros dois estupros teriam ocorrido em 2014 e 2015 em Santa Barbara contra mulheres não identificadas.
Uma das vítimas, que era sua funcionária, recebeu 60.000 dólares para assinar um acordo de confidencialidade, mas o denunciou seguindo o exemplo de outras mulheres.
"Uma quantidade esmagadora de evidências foi reunida no curso desta investigação para contestar essas acusações", disse o advogado, observando que os testes de DNA foram negativos e que testemunhas confirmaram a versão de Guillod dos fatos.
"Numerosas mensagens de texto e e-mails obtidos pela defesa contam uma história muito diferente da alegada", acrescentou Cohen.