Tilda Swinton e Ann Hui são premiadas com o Leão de Ouro

Prêmio será entregue na 77ª edição do Festival de Cinema de Veneza

seg, 20/07/2020 - 14:59
FADEL SENNA A atriz britânica Tilda Swinton FADEL SENNA

A atriz britânica Tilda Swinton e a cineasta de Hong Kong Ann Hui serão premiadas com o Leão de Ouro de Carreira na 77ª edição do Festival de Cinema de Veneza, que será celebrado de 2 a 12 de setembro, informaram os organizadores nesta segunda-feira (20).

A decisão foi tomada pelos diretores da Bienal de Veneza a pedido do diretor do festival, o crítico de cinema italiano Alberto Barbera.

O festival, que confirmou sua celebração em um ano sombrio marcado pela pandemia de coronavírus, não especificou se as duas artistas comparecerão pessoalmente à premiação no Lido veneziano.

"Ann Hui é uma das diretoras de cinema mais apreciadas, prolíficas e versáteis do continente asiático", reconheceu Barbera, que também elogiou Tilda Swinton por "sua versatilidade fora do comum".

A ruiva britânica, de 59 anos, de rosto pálido eternamente jovem, que estreou no cinema em 1986 com o filme "Egomania", participou em quase 70 longas-metragens com vários diretores como Jim Jarmusch, Wes Anderson, Terry Gilliam, Danny Boyle... uma lista que revela sua inclinação para produções independentes, experimentais e arriscadas.

"Tilda Swinton é unanimemente reconhecida como uma das intérpretes mais originais e intensas", destacou Barbera ao comentar "sua personalidade exigente e excêntrica" e "sua capacidade de passar do cinema de autor mais radical para as grandes produções de Hollywood, sem renunciar a sua inesgotável necessidade de dar vida a personagens inclassificáveis e pouco comuns", escreveu.

Ann Hui, por sua vez, representante da nova onda do cinema de Hong Kong, de 73 anos, conhecida por "The Song of Exile" (1990), confessou sentir-se "sem palavras" com o prêmio e desejou que "todo o mundo melhore logo, para que todos possam sentir-se felizes como me sinto agora", disse ela em nota oficial.

A cineasta de Hong Kong, "foi uma das primeiras artistas a misturar material documental e cinema de ficção", e nunca abandonar "a visão do autor", segundo o próprio Barbera.

Ao longo de quase meio século, esteve particularmente interessada nos "assuntos humanos e sociais", como a vida dos imigrantes vietnamitas após a Guerra do Vietnã e foi "pioneira, por sua linguagem e estilo visual", lembrou o crítico.

O festival contará este ano com um programa "reduzido" devido à pandemia de coronavírus, segundo adiantaram os organizadores, que divulgarão a lista dos filmes selecionados em 28 de julho em uma coletiva de imprensa.

"Será uma edição com características únicas em sua história e será lembrada por isso", confessou Barbera em maio.

Também se espera a confirmação da presença da atriz australiana Cate Blanchett, presidente do júri, que vive na Inglaterra.

kv\aa

COMENTÁRIOS dos leitores