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A cineasta francesa Audrey Diwan ganhou o Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza neste sábado (11) com o filme "L'Evénement" ("O Evento"), uma história chocante e crua sobre um aborto clandestino na década de 1960.

“Foi difícil fazer esse filme. Infelizmente sabemos que o que contamos ainda acontece no mundo”, declarou emocionada a diretora ao receber o maior prêmio do festival.

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Baseado no romance homônimo da francesa Annie Ernaux, o filme conta uma história muito feminina e universal, a de Anne, uma estudante que engravida e busca uma forma de fazer um aborto, um crime na França dos anos 1960.

Como ainda acontece com milhares de mulheres em países onde o aborto não foi legalizado, inclusive muitas da América Latina, médicos, amigos, o próprio namorado e professores acabam por não ajudá-la.

Com uma longa e contundente sequência durante a qual Anne faz um aborto, o filme é muito realista ao descrever esse calvário com imagens que mesclam intimidade e cotidiano, desespero e sofrimento, tudo ao ritmo das semanas de gestação.

Diwan, 41, de origem libanesa, que trabalhou como jornalista e roteirista, é membro do Collectif 50/50, ONG francesa que promove a igualdade entre homens e mulheres na indústria cinematográfica.

“L'Evénement” é protagonizado pela atriz franco-romena Anamaria Vartolomei, a quem Diwan agradeceu publicamente por aceitar o peso de um filme tão forte.

Diwan se tornou a quarta mulher a ganhar o cobiçado prêmio veneziano nos últimos 21 anos, se juntando a nomes como Mira Nair, Sofia Coppola e a vencedora do ano passado Chloé Zhao, que também ganhou o Oscar por "Nomadland".

O famoso cineasta italiano Roberto Benigni receberá em Veneza o Leão de Ouro pela Trajetória na 78ª edição da Mostra de Cinema, que será realizada de 1º a 11 de setembro, informaram os organizadores nesta quinta-feira (15).

"Desde o começo, que aconteceu em nome de uma onda inovadora e desrespeitosa de normas e tradições, Roberto Benigni se consolidou no panorama do entretenimento italiano como uma figura de referência, sem precedentes e incomparável", escreveu Alberto Barbera, diretor do Festival de Cinema de Veneza.

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O diretor, ator e roteirista italiano, de 68 anos, alcançou a fama mundial com seu ultra premiado filme "A vida é Bela" (1997), sobre um judeu italiano dono de uma livraria, que deve usar sua imaginação fértil para proteger seu pequeno filho dos horrores de um campo de concentração nazista.

O filme, vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 1998, recebeu em 1999 sete indicações e ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro e de melhor ator.

"Meu coração está cheio de alegria e gratidão. É uma honra imensa receber um reconhecimento tão alto pelo meu trabalho no Festival Internacional de Cinema de Veneza" comentou Benigni ao receber a notícia.

"Com admirável ecletismo, sem nunca desistir de ser ele mesmo, deixou de assumir o papel do ator cômico mais extraordinário da rica galeria de intérpretes italianos para ser um diretor memorável capaz de fazer filmes de enorme impacto popular, para depois se tornar definitivamente o intérprete e divulgador mais apreciado da 'Divina Comédia' de Dante", resumiu Barbera.

Autor de vários filmes, entre eles "Johnny Stecchino" (1991), "O tigre e A Neve" (2005), recentemente foi premiado como melhor ator coadjuvante no papel de Geppetto, por Pinóquio (2019) do diretor italiano Matteo Garrone.

Em 2008 recebeu o César de Honra em Paris e em 2020 recebeu o "Prix Lumière" da trajetória, entre os inúmeros reconhecimentos internacionais que obteve.

Conhecido pelo cinema americano depois de protagonizar filmes de autores como Jim Jarmusch e Woody Allen, ele é um dos poucos artistas italianos que "soube fundir sua explosiva comédia, muitas vezes acompanhada de uma sátira irreverente, com admiráveis dotes de atuação, ao serviço de grandes diretores como Federico Fellini, Matteo Garrone e Jim Jarmusch, além de ser um intérprete literário contundente e refinado", reconhece Barbera.

Nascido em Misericordia (Castiglion Fiorentino, Arezzo) em Toscana em 27 de outubro de 1952, Benigni começou sua carreira artística no início da década de 1970 e logo se tornou um dos atores, diretores e roteiristas italianos mais populares.

Benigni conseguiu seus primeiros sucessos no teatro de vanguarda e depois em programas de televisão, alcançando mais tarde o cinema.

Desde 1987, trabalha junto com a atriz Nicoletta Braschi, sua esposa.

A atriz britânica Tilda Swinton e a cineasta de Hong Kong Ann Hui serão premiadas com o Leão de Ouro de Carreira na 77ª edição do Festival de Cinema de Veneza, que será celebrado de 2 a 12 de setembro, informaram os organizadores nesta segunda-feira (20).

A decisão foi tomada pelos diretores da Bienal de Veneza a pedido do diretor do festival, o crítico de cinema italiano Alberto Barbera.

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O festival, que confirmou sua celebração em um ano sombrio marcado pela pandemia de coronavírus, não especificou se as duas artistas comparecerão pessoalmente à premiação no Lido veneziano.

"Ann Hui é uma das diretoras de cinema mais apreciadas, prolíficas e versáteis do continente asiático", reconheceu Barbera, que também elogiou Tilda Swinton por "sua versatilidade fora do comum".

A ruiva britânica, de 59 anos, de rosto pálido eternamente jovem, que estreou no cinema em 1986 com o filme "Egomania", participou em quase 70 longas-metragens com vários diretores como Jim Jarmusch, Wes Anderson, Terry Gilliam, Danny Boyle... uma lista que revela sua inclinação para produções independentes, experimentais e arriscadas.

"Tilda Swinton é unanimemente reconhecida como uma das intérpretes mais originais e intensas", destacou Barbera ao comentar "sua personalidade exigente e excêntrica" e "sua capacidade de passar do cinema de autor mais radical para as grandes produções de Hollywood, sem renunciar a sua inesgotável necessidade de dar vida a personagens inclassificáveis e pouco comuns", escreveu.

Ann Hui, por sua vez, representante da nova onda do cinema de Hong Kong, de 73 anos, conhecida por "The Song of Exile" (1990), confessou sentir-se "sem palavras" com o prêmio e desejou que "todo o mundo melhore logo, para que todos possam sentir-se felizes como me sinto agora", disse ela em nota oficial.

A cineasta de Hong Kong, "foi uma das primeiras artistas a misturar material documental e cinema de ficção", e nunca abandonar "a visão do autor", segundo o próprio Barbera.

Ao longo de quase meio século, esteve particularmente interessada nos "assuntos humanos e sociais", como a vida dos imigrantes vietnamitas após a Guerra do Vietnã e foi "pioneira, por sua linguagem e estilo visual", lembrou o crítico.

O festival contará este ano com um programa "reduzido" devido à pandemia de coronavírus, segundo adiantaram os organizadores, que divulgarão a lista dos filmes selecionados em 28 de julho em uma coletiva de imprensa.

"Será uma edição com características únicas em sua história e será lembrada por isso", confessou Barbera em maio.

Também se espera a confirmação da presença da atriz australiana Cate Blanchett, presidente do júri, que vive na Inglaterra.

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Joaquin Phoenix afirmou que seu aclamado papel como o protagonista de "Coringa" foi uma das grandes experiências de interpretação de sua carreira, após a adaptação ambiciosa e sombria em película sobre este personagem dos quadrinhos gerar comoção no Festival de Cinema de Toronto, na segunda-feira.

Após uma passagem triunfante pelo Festival de Veneza, onde ganhou no sábado o Leão de Ouro de melhor filme, "Coringa" teve uma exibição de gala em um dos festivais dedicados à sétima arte mais importantes da América do Norte.

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"Parecia ilimitado, sobre como o personagem poderia ser interpretado e o que poderia ser feito com ele; parecia não haver regra", disse Phoenix sobre a experiência de incorporar o vilão.

O filme e a performance de Phoenix já começaram a gerar previsões para o Oscar e controvérsias na mesma medida.

O principal inimigo de Batman já foi interpretado com maestria por Jack Nicholson (em "Batman", 1989) e o australiano Heath Ledger ("Batman: O Cavaleiro das Trevas", 2008), mas o desempenho da estrela de "Gladiador" é possivelmente a mais radical até agora.

Sua atuação foi descrita como "sensacional" e "desconcertante" por alguns críticos, mas outros opinaram que sua abordagem da doença mental e violência do personagem poderia ser "incendiária".

"Havia algo que me atraía nele, e isso evoluiu enquanto trabalhamos juntos", disse Phoenix à plateia após a exibição do filme, ao lado do diretor do longa, Todd Phillips.

"Começou a se tornar algo mais do que eu poderia ter antecipado e foi uma das melhores experiências da minha carreira".

- Dívida -

Phoenix também prestou homenagem ao falecido irmão, River Phoenix, ao relembrar como ele o levou a assistir a "Touro Indomável" quando adolescente e lhe disse que ele seria ator.

"Ele não me perguntou, ele me disse. E eu estou em dívida com ele porque atuar me deu uma vida incrível", afirmou.

River Phoenix, que inicialmente teve mais destaque que seu irmão mais novo interpretou o jovem Indiana Jones em "Indiana Jones e a última cruzada", morreu aos 23 anos de overdose, um episódio infeliz que terminou com uma gravação vendida à mídia do telefonema desesperado de Joaquin chamando uma ambulância.

Joaquin Phoenix esteve no tapete vermelho do festival canadense ao lado de Robert de Niro, que também atua em "Coringa".

A produção sobre o vilão de Batman é ambientada nos anos 1970 e tem como referência visual os filmes estrelados por De Niro, como "Taxi Driver" e "O Rei da Comédia".

De Niro disse que "entendeu todas as conexões", mas fez questão de destacar que entrou no projeto por causa do diretor Phillips.

- 'Como ele fez isso?" -

Phillips era mais conhecido por filmes de comédia, como a trilogia "Se Beber não Case".

"Odeio quando as pessoas chegam até mim fazendo uma cara do tipo 'como alguém que fez 'Se Beber Não Case' fez isso'", declarou o diretor.

O Festival Internacional de Cinema de Toronto vai até o dia 15 de setembro.

O aclamado filme "Coringa", de Todd Phillips, venceu o Leão de Ouro na 76ª edição do Festival de Cinema de Veneza, que terminou neste sábado (7).

A produção protagonizada por Joaquin Phoenix, que dá vida ao "palhaço do crime", se concentra no principal inimigo do super-herói Batman e que já foi eternizado por atores como Jack Nicholson e Heath Ledger.

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Phoenix precisou perder 23 quilos para viver o personagem e já se credenciou ao Oscar, assim como Phillips. "Coringa" foi ovacionado em sua exibição no Festival de Veneza e também conta com Robert De Niro, Zazie Beetz, Marc Maron e Frances Conroy.

Na história, baseada em uma HQ da DC Comics, Phoenix vive um homem de 40 anos que mora com a mãe e acredita ser seu destino fazer os outros rirem. Mas a realidade é mais dura, e Arthur Fleck, o nome de batismo do Coringa, fracassa no sonho de se tornar comediante de sucesso, em uma Gotham City dominada pelo lixo e pelo tráfico.

O filme de Phillips o retrata como um perdedor auxiliado pelos serviços sociais, que, por sua vez, enfrentam a falta de recursos. Em determinado momento, no entanto, o palhaço se torna um herói para os pobres da cidade quando, voltando do trabalho fantasiado, dispara em três corretores de Wall Street que o ridicularizavam no metrô.

Esse é o início de uma trajetória que transforma o Coringa em um rebelde movido pela violência e marcado por uma risada aterrorizante.

Outros prêmios

Em uma escolha destinada a causar polêmica, "J'Accuse", de Roman Polanski, venceu o grande prêmio do júri, cuja presidente, a argentina Lucrecia Martel, havia se recusado a assistir à sessão de gala do filme.

Polanski é acusado de violentar uma adolescente de 13 anos há quatro décadas e foi expulso da Academia do Oscar recentemente. Ele chegou a chamar o movimento "Me Too", que combate a prática de abuso sexual na indústria do entretenimento, de "histeria coletiva".

Apesar disso, o filme, que conta a história de um coronel condenado à morte (Louis Garrel) e que pode ter sido injustiçado, foi bastante aplaudido em Veneza. Já o Troféu Volpi de melhor atriz foi entregue a Ariane Ascaride, de "Gloria Mundi", enquanto Luca Marinelli, de "Martin Eden", venceu entre os homens.

"Dedico esse prêmio àqueles que estão no mar para salvar seres humanos que fogem. Viva a humanidade e viva o amor", disse o ator, enquanto a Itália tem seu debate político dominado pela crise migratória no Mediterrâneo.

O Leão de Prata de melhor direção ficou com Roy Andersson, de "About Endlessness", enquanto o prêmio de melhor roteiro foi dado a Yonfan, da animação "N. 7 Cherry Lane". Por fim, "La mafia non è più quella di una volta", de Franco Maresco, venceu o prêmio especial do júri.

Brasil

Dois filmes brasileiros foram premiados na edição 2019 do Festival de Veneza, mas não na seleção principal. "Babenco - Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou", produção de Bárbara Paz sobre os últimos anos de vida de seu marido, o diretor Hector Babenco (1946-2016), foi escolhido como melhor documentário de cinema na competição "Venice Classics".

Por sua vez, o curta "A linha", de Ricardo Laganaro, venceu como "melhor experiência de realidade virtual" na seleção do festival dedicada a esse tipo de filme. A mostra conta com uma competição exclusiva de realidade virtual desde 2017, em uma ação pioneira entre os grandes festivais. 

Da Ansa

O diretor mexicano Alfonso Cuarón, premiado neste sábado com o Leão de Ouro no festival de Veneza, disse que seu filme, que dedicou à sua babá indígena, fala das pessoas "invisíveis", aquelas que a sociedade não percebe.

O filme, intitulado "Roma", em referência ao bairro onde cresceu na Cidade do México, foi dedicado justamente a Libo, a 'nana' de Cuarón, que no filme se chama Cleo, a doméstica de origem indígena com quem cresceu.

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"Libo, este filme é fruto do meu imenso amor por você, por minha família e por meu país, México", clamou o cineasta, emocionado, ao receber o prêmio máximo no Palácio do Cinema do festival veneziano.

Qualificado por vários críticos italianos como "obra-prima", "épico" e "deslumbrante", o filme é um retrato intenso em preto e branco muito pessoal do México dos anos 1970, com suas diferenças sociais e raciais.

A infância daquele menino que cresceu em uma casa da rua Tepeji é a matéria-prima de uma obra que mostra a complexidade da sociedade da América Latina, com seus contrastes, injustiças, classes e política.

"Os cineastas não dão a voz a ninguém, são os outros que emprestam sua voz. Em meu caso é mais perverso porque as diferenças entre classes sociais e raças me parecia algo óbvio", explicou à imprensa.

"Isso porque não considerava Libo uma mulher, nem uma indígena. Era invisível. Meu filme fala dessa invisibilidade que há no mundo", acrescentou em inglês o cineasta mexicano.

Para contar esse mundo íntimo e confortável que está para se transformar, que mudará para sempre a vida de Libo e sua mãe em meio a um país afetado por terremotos, protestos estudantis e repressão, Cuarón não contou com um roteiro estabelecido.

"Seria presunçoso dizer que o filme tem outra função que não a de ser um filme. Mas se se torna um veículo para outras causas, pois isso é bem-vindo", afirmou à margem da conferência de imprensa.

Depois de estrear em Veneza em 2001 com o filme "E Sua Mãe Também" e de dirigir o sucesso de bilheteria Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004), Cuarón passou a fazer parte da limitada lista de grandes autores latino-americanos flexíveis, capaz de dirigir grandes produções americanas (e ganhar um Oscar com "Gravidade") e de filmar uma história muito latino-americana e ao mesmo tempo universal.

"Para entender o presente é preciso entender o passado", disse o presidente do júri, o mexicano Guillermo del Toro, ganhador no ano passado do Leão de Ouro em Veneza com "A Forma da Água".

Del Toro, amigo de Cuarón, explicou que se tratou de uma decisão coletiva do júri, formado por nove pessoas, entre elas a atriz Naomi Watts.

"Foi fácil e unânime. Nove contra zero", afirmou.

O filme esteve entre os favoritos da crítica e do público desde o início do festival, segundo a classificação da Ciak, a revista oficial do evento.

Os dois cineastas não deram importância ao fato de que se trata do primeiro filme produzido e distribuído pela gigante audiovisual Netflix a ganhar um prêmio tão prestigioso.

"Netflix não é o fim do cinema!", apontou del Toro.

O mexicano Alfonso Cuarón é o grande favorito para ganhar o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza neste sábado (8), com "Roma", um intenso retrato em preto e branco e muito pessoal do México dos anos 1970.

Sem celebridades, o filme mais intimista do cineasta mexicano se inspira em sua própria família, nos amores e desamores de criados e patrões, um documento emocionante e comovente sobre as diferenças sociais e raciais de seu país.

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Depois do hollywoodiano "Gravidade", vencedor em 2013 de sete prêmios Oscar, o cineasta mexicano volta a filmar em espanhol para narrar a América Latina que conhece, onde contrastes sociais convivem em um universo repleto de sentimentos, reflexões e diferenças culturais que se cruzam e se alimentam.

Na lista de favoritos desde o início, "Roma", nome do bairro onde cresceu, recebeu a nota máxima (5) de cinco dos dez críticos internacionais - os outros cinco lhe deram 4,5 - consultados pela Ciak, a revista oficial da Mostra.

Contra ele poderia pesar o fato de que o presidente do júri é outro mexicano, o cineasta Guillermo del Toro, amigo de Cuarón.

"Aqui julgamos a qualidade das obras, independentemente do país de origem, ou do nome do diretor", alertou Del Toro, que ganhou o Leão de Ouro no ano passado com "A forma da água".

A eventual vitória de Cuarón relança também o debate sobre o Netflix, gigante audiovisual que produziu e distribuiu o filme, e abre caminho para outro Oscar do diretor mexicano.

Realizado com técnicos mexicanos, o longa poderia concorrer como Melhor Filme Estrangeiro em Hollywood, um troféu que o mexicano ainda não tem.

Cuarón já recebeu, neste sábado, o prêmio SIGNIS da Associação Mundial Católica da Comunicação por "Roma", indicaram os organizadores.

Classificado por vários críticos italianos como uma "obra-prima", "épico" e "deslumbrante", o filme é dedicado a Libo, a babá de Cuarón. Sua personagem, a doméstica de origem indígena Cleo, é interpretada magistralmente por Yalitza Aparicio.

"Ela foi minha babá na infância e depois se tornou parte da família, e nós viramos parte de sua família", afirmou o diretor.

Outros filmes estão na lista de possíveis vencedores, entre eles "The Favourite", do grego Yorgos Lanthimos, um filme sobre o poder e as mulheres, baseado em fatos reais, do século XVIII na corte da Inglaterra, com três grandes atrizes: Emma Stone, Olivia Colman e Rachel Weisz.

Também disputa o primeiro faroeste do francês Jacques Audiard, uma reflexão sobre a fraternidade com Joaquin Phoenix, John C. Reilly e Jake Gyllenhaal.

E uma surpresa não pode ser descartada com o francês Olivier Assayas e seu drama cômico "Vidas Duplas", sobre um editor (Guillaume Canet) que enfrenta a novidade dos "e-books".

- Latino-americanos premiados -

O filme guatemalteco "José", do diretor e roteirista sino-americano Li Cheng, uma chocante história de amor homossexual em uma Guatemala pobre, foi premiado com o "Leão Queer" pela Associação para a Visibilidade do Mundo Homossexual.

O prêmio acontece em um momento importante no país, devido ao debate interno provocado por um projeto de lei que demanda o reconhecimento da identidade de gênero da população transexual.

Já o documentário do cineasta sérvio Emir Kusturica, sobre a vida do ex-guerrilheiro uruguaio José Mujica, com o título "Pepe, uma vida suprema", uma coprodução argentino-uruguaia, foi premiado pelo Conselho Internacional de Cinema e Televisão da Unesco.

Mujica se tornou, involuntariamente, a estrela do festival de cinema de Veneza, provocando aplausos por sua simplicidade e seu desejo de ser uma referência ética para o mundo depois de sua passagem na segunda-feira pelo tapete veneziano.

A célebre atriz britânica Vanessa Redgrave, conhecida também por suas convicções políticas de esquerda, será premiada em Veneza com o Leão de Ouro por sua trajetória na 75ª edição do Festival de Cinema, informaram nesta terça-feira (24) os organizadores do evento.

Considerada uma das atrizes mais talentosas de sua geração, Redgrave, de 81 anos, trabalhou em teatro, cinema e televisão e recebeu muitos e prestigiosos prêmios, entre eles o Oscar por seu papel coadjuvante em "Júlia", de 1977.

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"Unanimemente considerada uma das melhores intérpretes femininas do cinema moderno, Redgrave é uma atriz sensível e capaz de infinitos matizes, e é consequentemente a intérprete ideal de personagens complexos e com frequência controversos", escreveu em uma nota o diretor do festival, o crítico italiano Alberto Barbera.

"Dotada de uma elegância natural e uma força inata de sedução, assim como de um talento extraordinário, pôde passar com desenvoltura do cinema de autor europeu às fastuosas produções de Hollywood, dos palcos teatrais às produções televisivas, com resultados absolutamente excelentes em todos os campos", acrescentou.

O diretor do Festival de Veneza, que será realizado de 29 de agosto a 8 de setembro, premiará também com o Leão de Ouro por sua trajetória o diretor de cinema canadense David Cronenberg.

"Estou surpresa e extraordinariamente feliz de saber que me premiarão com o Leão de Ouro. No verão passado estava gravando em Veneza "The Aspern Papers" e há muitos anos também "La vacanza" (1972) nos pântanos da região do Vêneto, onde minha personagem falava apenas dialeto veneziano", comentou Redgrave, após ser informada do prêmio.

O diretor de cinema e roteirista canadense David Cronenberg receberá em Veneza o Leão de Ouro por sua carreira, na 75ª edição do Festival que será realizado de 29 de agosto a 8 de setembro, indicaram os organizadores nesta quinta-feira.

"Enquanto Cronenberg esteve inicialmente confinado aos territórios marginais dos filmes de terror (...), foi capaz de construir, filme após filme, um edifício original e muito pessoal", escreveu Alberto Barbera, diretor do Festival de Cinema de Veneza.

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Autor de filmes que exploram temas como a transformação física e o horror corpo como "A Mosca", "Crash - Estranhos prazeres" ou "Marcas da Violência", de 75 anos, é considerado um dos cineastas mais ousados ​​e influentes do cinema contemporâneo.

"Sempre gostei do Leão de Ouro de Veneza: Um leão voando com asas de ouro. Essa é a essência da arte, a essência do cinema", reagiu Cronenberg ao receber a notícia.

Nascido em Toronto em uma família de imigrantes judeus da Lituânia, formou-se em literatura pela Universidade de Toronto.

"Seu universo é povoado de deformidades (...) refletindo o medo de mutações produzidas no corpo pela ciência e tecnologia, doenças e declínio físico", comentou Barbera ao falar sobre seus filmes peculiares.

Cronenberg estreou em 2011 no Festival de Cinema de Veneza com seu filme "Um Método Perigoso", cujo enredo gira em torno das relações profissionais e emocionais de Carl Jung e Sigmund Freud com os atores Michael Fassbender (Jung) e Viggo Mortensen (Freud).

Naquele ano ele também filmou "Cosmopolis", uma adaptação do romance de Don Delillo.

Como romancista, publicou recentemente "Consumidos" com a editora Anagrama.

The Shape of Water, longa do diretor mexicano Guillermo del Toro, foi o grande vencedor do 74° festival de Veneza. A produção, que mistura tons de conto de fadas e de terror, levou o troféu Leão de Ouro neste sábado (9). O filme conta a história de uma faxineira muda que se apaixona por uma criatura aquática aprisionada em um laboratório experimental americano, na década de 1960.

O favorito da competição confirmou as expectativas e levou para casa o grande prêmio do festival. "Quero dedicar esse prêmio a todos os diretores americanos e latino-americanos que desejam fazer filmes que mexam com nossa imaginação. Eu acredito em vida, amor e cinema. E nesse momento da minha vida eu me sinto cheio de vida, amor e cinema", disse Guillermo del Toro ao receber o troféu.

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O júri da competição oficial, este ano, foi formado pela atriz americana Annette Bening, o siretor húngaro Ildikó Enyedi, o produtor mexicano Michel Franco, a atriz britânica Rebecca Hall, a atriz francesa Anna Mouglailis, o crítico de cinema australiano David Stratton, a atriz italiana Jasmine Trinca, o cienasta britânico Edgar Wright e o produtor Yonfan. 

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A 74ª edição do Festival de Veneza começa nesta quarta-feira (30) com um desfile de estrelas do cinema e diretores consagrados no Lido.

O tapete vermelho do festival de cinema mais antigo do mundo receberá este ano lendas de Hollywood como Jane Fonda e Robert Redford, que receberão o Leão de Ouro por suas carreiras, além de Matt Damon, Ethan Hawke, George Clooney, Javier Bardem, Penélope Cruz, Michelle Pfeiffer, Helen Mirren, Julianne Moore e Frances McDormand.

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O filme de ficção científica "Downsizing", do americano Alexandre Payne, com Matt Damon, Christoph Waltz e Kristen Wiig, abrirá a competição oficial, confirmando mais uma vez a excelente relação entre o cinema dos Estados Unidos e o festival.

Há alguns anos, Veneza se tornou a plataforma para o início da trajetória de alguns filmes que seriam premiados com várias estatuetas do Oscar, casos de "Gravidade", "Birdman", "Spotlight" e "La la Land".

Vinte e um filmes, todos estreias mundiais, disputarão o Leão de Ouro: cinco produções americanas, quatro italianas, duas britânicas, três francesas, uma mexicana, uma australiana, uma israelense, um libanesa, uma japonesa e duas chinesas.

O mexicano Guillermo del Toro, com "The Shape of Water", está na disputa, assim como os novos filmes de George Clooney, Darren Aronofsky, Paul Schrader e Payne, entre outros.

A expectativa é muito grande a respeito de "Suburbicon", o novo trabalho de Clooney como diretor, com roteiro dos irmãos Coen.

Ambientado no início dos anos 1960, o drama familiar vai competir com o potencial sucesso de bilheteria "Mãe!", do também americano Darren Aronofsky ("Cisne Negro"), uma história de terror com Jennifer Lawrence e Javier Bardem.

O grupo americano é completado por Paul Schrader e seu "First Reformed", protagonizado por Ethan Hawke, e pelo documentarista Frederick Wiseman com uma imersão de três horas na biblioteca de Nova York ("Ex-Libris").

- Nova onda do cinema italiano -

Quatro diretores da chamada "nova onda" do cinema italiano, como definiu o diretor do festival, o crítico de cinema Alberto Barbera, estão na mostra oficial.

Entre eles, está Paolo Virzi, com sua primeira produção em inglês "The Leisure Seeker", protagonizada por Helen Mirren e Donald Sutherland.

O desafio de Barbera foi incluir cineastas italianos relativamente desconhecidos, como os irmãos Antonio e Marco Manetti, que levam ao festival "Ammore e Malavita", um musical sobre o crime organizado ambientado em Nápoles; Andrea Pallaoro, com "Hannah", um drama psicológico; e Sebastiano Riso, com "Una famiglia".

Figuras conhecidas retornam ao Lido, como o franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, premiado em Veneza em 2007 por "O Segredo do Grão" e que exibirá "Mektoub, My Love". O israelense Samuel Maoz, vencedor em 2009 do Leão de Ouro com seu original filme de guerra "Lebanon", espera repetir a façanha com "Foxtrot".

Veneza também vai assistir ao documentário "Human Flow", do artista e ativista chinês Ai Weiwei, um trabalho sobre a crise dos refugiados na Europa e no mundo.

Fora de competição, o festival receberá o consagrado cineasta britânico Stephen Frears, que exibirá "Victoria & Abdul".

O Brasil será representado apenas pelo curta-metragem "Meninas formicida", de João Paulo Miranda, que disputará a mostra competitiva da categoria com outras 11 produções.

O Festival de Veneza, que começa em 30 de agosto e vai até 9 de setembro, traz 21 filmes em competição, com a presença de várias lendas hollywoodianas, como Jane Fonda, Robert Redford, George Clooney e Guillermo del Toro.

Esta 74ª edição do mais antigo festival de cinema do mundo contará ainda com a presença de Matt Damon, Julianne Moore, Jennifer Lawrence, Michelle Pfeiffer e Ethan Hawke, estrelas que vão caminhar pelo tapete vermelho do famoso Lido.

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Redford e Fonda receberão, no dia 1º de setembro, o Leão de Ouro pelo conjunto de suas carreiras, um dos principais momentos do festival.

"Estamos 97% satisfeitos porque, com exceção de dois ou três filmes, conseguimos trazer todas as obras que desejávamos", comentou Alberto Barbera, diretor artístico do festival.

Barbera ressaltou que todos os filmes serão projetados em estreia mundial.

Considerado há vários anos como o prelúdio para o Oscar, uma vez que vários filmes apresentados em Veneza conquistaram esse prêmio, o Festival escolheu cinco cineastas americanos, que serão os mais numerosos de um país em competição pelo Leão de Ouro.

Entre eles, Alexander Payne terá a honra de abrir o Festival em 30 de agosto com "Downsizing", obra de ficção científica na qual um casal (Matt Damon e Kristen Wiig) recebe a possibilidade de diminuir para acessar um mundo de riquezas inimaginável.

Frequentador assíduo da Mostra, o americano George Clooney apresentará o seu novo trabalho "Suburbicon", com Matt Damon e Julianne Moore.

Darren Aronofsky ("Cisne Negro", "Noé") vai competir com o seu sétimo longa-metragem, "Mother!", estrelado por Jennifer Lawrence, Javier Bardem e Michelle Pfeiffer.

Completam a equipe americana Paul Schrader e seu "First Reformed", estrelado por Ethan Hawke, e o documentarista Frederick Wiseman, que proporá uma imersão de três horas na biblioteca de Nova York com "Ex-Libris".

Participam ainda da seleção oficial, o mexicano Guillermo Del Toro, que vai representar a América Latina com "The Shape of Water".

Os franceses Robert Guédiguian com "La Villa" e Xavier Legrand com "Jusqu'à la garde", um filme sobre a violência doméstica. O franco-tunisiano Abdellatif Kechiche apresentará "Mektoub, My Love", a primeira parte de uma trilogia.

A Itália terá quatro representantes: Paolo Virzi ("Ella and John"), os irmãos Manetti ("Ammore e Malavita"), Sebastiano Riso ("Una Famiglia") e Andrea Pallaoro ("Hannah", estrelado por outra lenda, Charlotte Rampling).

Grã-Bretanha vai estar presente com Andrew Haigh ("Lean on Pete") e Martin McDonagh ("Three Billboards outside ebbing, Missouri").

América Latina será representada por "Zama", da argentina Lucrécia Martel, uma coprodução Brasil e Argentina, e "Invisibile", do também argentino Pablo Giorgelli (coprodução Brasil/Argentina/Uruguai/Alemanha).

Pela China participarão o famoso dissidente e artista Ai Weiwei com "Human Flow", filme consagrado aos fenômenos migratórios no mundo, e sua compatriota Vivian Qu, com "Angels Wear white".

Já o Leão de Ouro em 2009 com "Lebanon", o israelense Samuel Maoz, tentará o prêmio com "Foxtrot", seu segundo longa-metragem de ficção.

Também estarão na seleção oficial "Sandome No Satsujin" ("The Third Murder"), do japonês Koreeda Hirokazu, "L'insulte", do libanês Ziad Doueri, e "Sweet Country", do australiano Warwick Thornto.

A novidade deste ano será uma mostra competitiva dedicada à realidade virtual.

Foram anunciados nesta quarta-feira (27) os concorrentes ao Leão de Ouro do 74º Festival Internacional de Cinema de Veneza e quatro italianos estão entre os selecionados para a disputa.

"The Leisure Seeker", de Paolo Virzì, "Ammore e Malavita", do Manetti Bros, e duas obras dramáticas "Hannah", de Andrea Pallaoro, e "Una famiglia", de Sebastiano Riso, estão concorrendo ao Leão.

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Também estão na lista de concorrentes o filme dirigido por George Clooney, "Suburbicon", e pelo artista e ativista chinês Ai Weiwei, "Human Flow". Outros destaques da lista são alguns postulantes ao Oscar, como "Mother", de Darren Aronofsky, e "The Shape of Water", de Guillermo del Toro.

Anteriormente, os organizadores do evento haviam anunciado que a atriz norte-americana Annette Bening seria a presidente do júri que dará o Leão de Ouro. Já o longa "Downsizing", do diretor Alexander Payne, foi o escolhido para abrir o tradicional festival italiano e também foi anunciado na disputa do principal prêmio.

O Festival ocorre entre os dias 30 de agosto e 9 de setembro deste ano na cidade italiana

Confira todos os indicados:

- "Human Flow", de Ai Weiwei;

- "Mother", de Darren Aronofsky;

- "Suburbicon", de George Clooney;

- "The Shape of Water", de Guillermo del Toro;

- "L'Insulte", de Ziad Doueiri;

- "La Villa", de Robert Guèdiguian;

- "Lean on Pete", de Andrew Haigh;

- "Mektoub, my love: Canto Uno", de Abdellatif Kechiche;

- "Sandome no Satsujin (The Third Murder)", de Koreeda Hirokazu;

- "Jusqu'à la Garde", de Xavier LeGrand;

- "Ammore e Malavita", de Manetti Bros;

- "Foxtrot", de Samuel Maoz;

- "Three Billboards Outside Ebbing, Missouri", de Martin McDonagh;

- "Hannah", de Andrea Pallaoro; - "Downsizing", de Alexander Payne;

- "Jia Nian Hua (Angels Wear White", de Vivian Qu;

- "Una Famiglia", de Sebastiano Riso;

- "First Reformed", de Paul Schrader; - "Sweet Country", de Warwick Thornton;

- "The Leisure Seeker", Paolo Virzì;

- "Ex Libris - The New York Public Library", de Frederick Wiseman. 

A renomada artista contemporânea alemã Anne Imhof foi premiada neste sábado (13) com o Leão de Ouro da Bienal de Arte de Veneza por sua impactante instalação "Faust" sobre o capitalismo, a sexualidade e a repressão.

O júri do célebre evento de arte contemporânea, que abre neste sábado suas portas ao público, presidido pelo espanhol Manuel Borja-Villel, elogiou a obra de um dos maiores talentos do Velho Continente por sua "poderosa e inquietante instalação, que traz à tona muitos questionamentos sobre o nosso tempo".

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A instalação, com artistas vestidos de preto sob jaulas simbólicas de vidro nos quais se retorcem, e que obriga os visitantes a caminhar sobre eles em plataformas transparentes de acrílico, deixa os visitantes impressionados.

Inspirada na obra Fausto, de Goethe, os artistas se arrastam sob o vidro enquanto realizam performances chocantes contra o poder, a sexualidade e a obsessão pela tecnologia diante de simbólicos cães da raça doberman, que ficam de guarda.

Artistas de diferentes gerações, muitas mulheres e numerosos jovens, alguns desconhecidos, outros que peregrinaram por vários continentes e culturas, são os convidados de honra da nova edição da Bienal de Arte, que ficará aberta até o dia 26 de novembro.

A Bienal conta também com o trabalho do artista brasileiro Ernesto Neto. Em sua obra, o visitante da Bienal é convidado a recuperar a espiritualidade por meio de um espaço de meditação, uma zona de encontro, que se inspira no lugar onde o povo Huni Kuin se reúne para conversar e pensar, utilizando uma enorme malha tecida por crochê.

Cineastas consagrados, como Terrence Malick, Win Wenders, Emir Kusturica e François Ozon, exibirão seus filmes mais recentes a partir de quarta-feira (31) no Festival de Veneza, na mostra oficial pelo Leão de Ouro. A 73ª edição do prestigioso festival, que terminará em 10 de setembro, é considerada uma das mais interessantes dos últimos anos.

A mostra oficial terá 20 cineastas, com quatro longas-metragens de diretores latino-americanos, mas nenhum deles do Brasil. No ano passado, o vencedor do Leão de Ouro foi "Desde Allá", do venezuelano Lorenzo Vigas.

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O grande destaque latino é o chileno Pablo Larraín, que exibirá em Veneza o filme "Jackie", que mostra os quatro dias dramáticos vividos por Jacqueline Kennedy (interpretada por Natalie Portman) após o assassinato de seu marido John Fitzgerald Kennedy, então presidente dos Estados Unidos.

Nomes consagrados

Outro filme muito aguardado por Veneza é "On The Milky Road", do sérvio Emir Kusturica, que tem como protagonista a italiana Monica Bellucci. Vencedor do Leão de Ouro em 1981 por "Você se Lembra de Dolly Bell?" e dono de duas Palmas de Ouro do Festival de Cannes, o diretor rodou o novo filme em uma localidade reconstruída perto da fronteira entre Sérvia e Croácia.

A Mostra também conta com outros filmes que representam o grande cinema realizado atualmente em todo o mundo. Veneza recebe produções de autores refinados, como o segundo filme do estilista Tom Ford sobre uma galerista de arte (Nocturnal animals), até o ambicioso documentário sobre a origem do universo de Terrence Malick, "Voyage of Time", que resume sua reflexão poética e sobretudo visual sobre a vida iniciada com "A Árvore da Vida" (2011).

O alemão Wim Wenders retorna ao Festival de Veneza após vários anos com o documentário "The Beautiful Days of Aranjuez", realizado em 3D, baseado em uma peça de Peter Handke. A influência de Hollywood estará amplamente representada com "Brimstone", do holandês Martin Koolhoven, apresentado como um "western europeu".

Na lista também aparecem os filmes franceses "Frantz", de François Ozon, e "Une Vie", de Stéphane Brizé, inspirado na obra de Guy de Maupassant. Três produções italianas também estão na disputa.

Presidido pelo diretor britânico Sam Mendes, o júri inclui a atriz italo-francesa Chiara Mastroianni, o italiano Giancarlo de Cataldo, juiz e escritor, e o venezuelano Lorenzo Vigas, vencedor do Leão de Ouro em 2015. O Festival entregará o Leão de Ouro pela carreira ao veterano ator francês Jean Paul Belmondo e ao cineasta polonês Jerzy Skolimowski.

O primeiro filme produzido pelo Netflix, "Beasts of No Nation", sobre crianças soldados na África, quer levar este ano o Leão de Ouro do Festival de Veneza.

O filme, de Cary Fukunaga, que mostra a dura realidade destas crianças através do olhar de um adolescente africano, poderá ser assistido a partir da estreia, em outubro.

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O fato de a plataforma americana de TV e cinema pela internet ter conseguido levar seu primeiro filme para o festival mais antigo do mundo representa um giro para uma indústria sacudida por novos modelos econômicos.

Alberto Barbera, diretor da mostra, afirma que não exitou em incluir o filme entre os 21 da competição oficial, alegando que os serviços de difusão pela internet estão se tornando uma fonte de financiamento que não pode ser ignorada.

Os grandes distribuidores americanos se mostraram menos abertos do que Barbera e se negaram a exibir o filme, por considerarem que sua divulgação simultânea na internet ameaça o futuro das salas de cinema.

As imagens fortes do filme teriam limitado, de qualquer forma, sua exibição aos cinemas independentes, mas o problema pode ser maior para os distribuidores clássicos, à medida que aumentarem as produções das plataformas pela internet.

O Netflix assinou um contrato de quatro filmes com Adam Sandler, e produziu uma sequência de "O Tigre e o Dragão", filme de Ang Lee que teve grande sucesso em 2000.

Já o Amazon Prime, serviço de streaming da gigante do comércio eletrônico, encarregou Spike Lee de dirigir "Chiraq", uma comédia musical sobre a criminalidade em Chicago.

- Chegar ao maior número de pessoas -

Para Fukunaga, que trabalhava há 10 anos em um projeto de filme sobre as crianças soldados, "o Netflix chegou como um padrinho, com uma oferta irrecusável".

"Claro que eu gostaria de que o filme fosse visto no cinema, mas gostaria, principalmente, de que este filme chegasse ao maior número possível de pessoas", disse à AFP. Neste aspecto, os 65 milhões de assinantes do Netflix oferecem mais garantias do que uma estreia nos cinemas.

"Beasts of No Nations", filmado em Gana, conta a história de Abu, um jovem cuja existência alegre no seio de uma família carinhosa muda completamente com a chegada a seu povoado das tropas do governo, que lutam contra rebeldes, em um país africano não especificado.

A mãe e a irmã de Abu são enviadas para uma cidade próxima, e o pai e o irmão dele morrem diante de seus olhos. Abu consegue escapar por pouco, antes de ser capturado pelo grupo de rebeldes do "Comandante", um homem carismático interpretado por Idris Elba, que o acolhe.

A inocência de Abu é perdida rapidamente em meio à violência cotidiana, e numa iniciação que termina quando o adolescente obedece a ordens de seus superiores e executa um estudante com um sabre.

Apesar da violência de algumas cenas, o filme agradou à crítica. "Ele está longe de ser tão violento quanto a realidade", diz Fukunaga.

O diretor de cinema Bertrand Tavernier, um dos mestres do cinema francês, receberá o Leão de Ouro pelo conjunto da obra na 72ª edição do Festival de Veneza.

O evento, que acontecerá de 2 a 12 de setembro, decidiu premiar o versátil cineasta, escritor, ator e produtor por "ser um autor completo e por sua coragem eclética", afirma o comunicado da organização.

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Para o diretor da mostra, Alberto Barbera, o cinema de Tavernier dá particular importância ao "modo artesanal" e se alimenta de dois fatores, "o amor pelo cinema clássico americano e a paixão inata pelos temas políticos e sociais".

"O conjunto de seus filmes forma um 'corpus' anômalo no panorama do cinema francês dos últimos 40 anos", destacou.

Tavernier, de 73 anos, que na década de 1980 emocionou o público com 'Um Sonho de Domingo', (1984) sobre um pintor e seus filhos, com o qual venceu o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes, também prestou uma homenagem ao jazz com 'Por Volta da Meia-Noite' (1986), que rendeu o Oscar de melhor trilha sonora para Herbie Hancock.

Após incursões no cinema de aventura com 'A Filha de D'Artagnan' (1994), um de seus maiores sucessos de público, e policial com teor social com 'Lei 627' (1992), sobre os problemas que as drogas provocam entre os jovens, Bertrand Tavernier recebeu o Urso de Ouro no Festival de Berlim com o drama 'A Isca' (1995), baseado em um caso real.

A reação ao Leão de Ouro concedido ao filme sueco A Pigeon Sat on a Branch Reflecting on Existence foi tépida. Os grandes jornais, como Corriere della Sera e La Repubblica, deram a notícia de forma objetiva, da mesma forma que o local Gazzettino di Venezia. Nenhuma contestação, mas nenhuma euforia. Apenas um registro curioso - foi a primeira vez que um sueco levou o Leão de Ouro, o prêmio cobiçado do mais antigo festival de cinema do mundo. Nem Bergman tinha esse troféu. Todos também registraram a fala de agradecimento do diretor Roy Andersson, afirmando que, se não fossem Vittorio de Sica e seu clássico Ladrões de Bicicleta, ele não teria se tornado cineasta. "É minha fonte permanente de inspiração", disse Andersson, em afirmação surpreendente, dada a diferença radical entre o seu filme e esse clássico do neorrealismo realizado em 1948, no duro pós-guerra europeu.

Bem, há que pesar declarações. Se as linguagens cinematográficas parecem muito diversas, a matriz humanista talvez de fato seja semelhante. De Sica preocupava-se com o desemprego e a crise econômica em um país devastado pela guerra. Mostrava, através do humilde trabalhador vivido por Vittorio Maggiorano, como o simples furto de seu instrumento de trabalho - a tal bicicleta do título - podia se transformar em questão de vida ou morte. A ponto de o desespero levá-lo a tentar cometer o mesmo delito de que fora vítima.

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Quase 70 anos se passaram desde que o neorrealismo surgiu na Itália como movimento renovador do cinema mundial (entre outros, o Cinema Novo brasileiro nasce sob sua influência). Outro é o cinema, outra é a Europa, que, no entanto, ainda sente a crise econômica de 2008. Essa sensibilidade ao que podemos chamar da desumanização do homem, une, no entanto, dois filmes tão distintos e tão separados no tempo. Em De Sica as imagens são calorosas, intensas em seu preto e branco. Em Andersson, o colorido é pálido, os 39 planos sequências parecem formar quadros estáticos, mas, neles, muita coisa acontece.

Assim como Maggiorano e seu filho (vivido pelo menino Enzo Staiola) se deslocam por uma Roma tornada progressivamente irreal em busca da bicicleta perdida, os dois protagonistas de Andersson, Sam e Jonathan, põem o pé na estrada para vender produtos "destinados a alegrar as pessoas". Nada é mais comovente que um palhaço triste e é desse modo que podemos ver esses personagens. Anunciam produtos patéticos como um saco de risadas ("O nosso clássico", diz um deles), dentes de vampiro e uma máscara "do homem com um dente só". Fazem a propaganda dos produtos sem esboçarem um mínimo sorriso.

Nessa trajetória, acontecem coisas como o marido que sofre um enfarte ao abrir uma garrafa de vinho enquanto a esposa cozinha ao lado; a moribunda que se agarra a uma bolsa de joias, enquanto o filho tenta convencê-la de que no céus ela encontrará outro tipo de joia; o homem que morre numa lanchonete depois de haver pedido e pago uma cerveja e o sanduíche, com a garçonete perguntando aos outros clientes se desejam aproveitar esse lanche grátis. Humor negro. Ironia e distanciamento crítico - eis as chaves desse "Pombo Sueco", como o batizou a imprensa italiana para resumir o título longo demais.

Gratuita é a morte, a esperança, e sem sentido parecem os relacionamentos, numa estética que lembra, visualmente, Hopper e Brueghel, e, conceitualmente, o universo de Ionesco. Mas Sam e Jonathan se parecem também a Dom Quixote e Sancho Pança, os personagens de Cervantes que percorrem um mundo em desajuste. Enfim, é um belo filme e há que se pensar sobre ele. Talvez não desperte entusiasmo ou catarse, porque é inscrito em tom menor. Mas seu rigor de concepção, a inteligência da escrita e da direção tornam justo este Leão de Ouro.

Que, diga-se, poderia ter ido para outras mãos sem qualquer problema. O Leão de Prata (melhor direção) para Andrei Konchalovski consagra seu belo trabalho com The Postman’s White Nights (As Noites em Claro do Carteiro), uma imersão na Rússia rural, interpretado por seus próprios habitantes. Documentário? Ficção? Em certos casos, essa distinção já não se coloca. Este sim é um filme que poderia ter despertado entusiasmo maior caso tivesse vencido o festival.

Outro dos favoritos, The Look of Silence, de Joshua Oppenheimer, foi o preferido dos críticos presentes em Veneza. Impactou a todos com sua descida aos infernos do genocídio na Indonésia durante a ditadura de Suharto.

Oppenheimer dirige, mas quem entrevista quem praticou os crimes é um indonésio que não se identifica por medo de represálias. Boa parte da equipe permanece no anonimato.

Enfim, houve em Veneza uma mostra diversificada em termos de linguagem cinematográfica e temática, embora tenham prevalecido filmes que falavam dos males do mundo. De uma forma ou de outra, o cinema autoral reflete o mal-estar das sociedades contemporâneas, mesmo das mais desenvolvidas. Mesmo fora de concurso, as obras empenhadas foram destaque. A aparentemente insolúvel questão italiana com a máfia apareceu no concorrente Almas Negras, mas também nos documentários Beluscone - Uma História Siciliana e A Tratativa. Filmes que expõem o relacionamento bastante promíscuo entre o Estado e o crime organizado. Repercutiram muito por aqui. Até mais do que alguns premiados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O filme sueco "A Pigeon Sat on a Branch Reflecting on Existence" ("Um pombo sentado em um galho refletindo sobre a existência", em tradução livre), do diretor Roy Andersson, conquistou neste sábado o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza.

O principal prêmio da 71ª edição do festival recompensa um filme de esquetes humorísticos, que busca explorar a condição humana em toda sua diversidade.

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Com dois curtas e três longas em 20 anos de carreira, o cineasta, de 71 anos, conseguiu consolidar seu estilo original, muito pessoal, caracterizado por uma comédia do absurdo e por imagens poéticas.

"É o primeiro filme sueco que ganha o Leão de Ouro", destacou, acrescentando: "estou muito orgulhoso".

"É uma grande honra receber esse prêmio e, particularmente aqui, na Itália, país que deu tantas obras de arte ao cinema", declarou Roy Andersson, ao receber a estatueta no Palácio do Cinema.

O cineasta agradeceu ao grande mestre do neorrealismo, o italiano Vittorio De Sica, por seu legado ao cinema mundial, lembrando do clássico "Ladrões de bicicleta", de 1948.

"Essa cena, quando o marido desse casal que passa necessidade vai empenhar a bicicleta em 'Ladrões de bicicleta' e descobre tantos outros pobres como ele, que também deixam sua própria bicicleta... Essa única cena vale por todas. Uma cena cheia de humanidade, empatia", comentou.

O Leão de Prata, de melhor direção, ficou com o russo Andrei Konchalovski por "Belye Nochi Pochtalona Alekseya Tryapitsyna" ("The Postman White Nights", em inglês), ambientado em uma região remota da extinta União Soviética, um retrato poético da Rússia rural de hoje em dia pelo olhar de um carteiro.

"Estou feliz como um garoto na frente da árvore de Natal", declarou o diretor, bastante emocionado.

Já o Grande Prêmio do Júri ficou para o longa que mostra o horror do genocídio dos anos 1960 na Indonésia, narrado em um aterrorizante documentário do americano Joshua Oppenheimer. A obra coloca cara a cara assassinos e sobreviventes, vítimas e carrascos.

"Fiz esse filme, porque esperava que os assassinos admitissem sua culpa. É a única maneira de sair da armadilha do medo. Mas ninguém quis aceitar sua própria culpa", afirmou Oppenheimer, em uma declaração enviada por vídeo.

"Com o Prêmio de Veneza, o protagonista, - que entrevista os assassinos de seu irmão - começa a sanar sua dor", acrescentou.

O americano Adam Driver, da série da HBO "Girls", conquistou o prêmio de melhor ator por sua interpretação no filme do italiano Saverio Costanzo, "Hungry Hearts", rodado em Nova York. A atriz italiana Alba Rohrwacher levou a Copa Volpi por sua atuação no mesmo longa.

- Um veredicto que surpreende -

Um dos grandes favoritos de crítica e de público, "Birdman", do mexicano Alejandro González Iñárritu, não levou nenhuma estatueta.

O júri do festival mais antigo do mundo, presidido este ano pelo compositor francês de trilhas sonoras Alexandre Desplat, reconheceu a dificuldade de escolher entre 20 obras de alta qualidade.

Na entrevista coletiva, Desplat afirmou que as deliberações "permanecerão em segredo", motivo pelo qual dificilmente se saberá o que fez o filme de González Iñárritu ser preterido, após ser considerado uma "obra-prima" pelos críticos internacionais.

O mesmo aconteceu em 2013, com "Gravidade", do também mexicano Alfonso Cuarón, que não teve uma única estatueta em Veneza, mas ganhou sete Oscars, em Hollywood.

Para o jornal italiano "La Repubblica", o veredicto dividiu críticos e cinéfilos.

"Como já é tradição, as previsões não se confirmaram", publicou o jornal "Il Corriere della Sera".

Outra surpresa foi o bem cotado "Anime nere", de Francesco Nunzi, sobre a máfia calabresa, que também ficou de mãos vazias.

Já o prêmio especial do júri foi concedido ao filme turco "Sivas", de Kaan Mujdeci, que havia sido criticado pela imprensa especializada.

O prêmio de melhor roteiro foi para o iraniano "Ghesseha" ("Tales", em inglês), de Rakhshan Banietemad, uma série de histórias entrelaçadas em Teerã.

O Mastroianni ficou com o talentoso jovem francês Romain Paul, considerado o novo Gérard Depardieu, protagonista de "Le dernier coup de marteau", da também francesa Alix Delaporte.

Confira a relação dos principais prêmios concedidos na 71ª edição do Festival de Veneza, em cerimônia neste sábado, no Palácio do Cinema:

Leão de Ouro de Melhor Filme: "A Pigeon Sat on a Branch Reflecting on Existence", de Roy Andersson (Suécia)

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Leão de Prata de Melhor Diretor: Andrei Konchalovsky, por "The Postman's White Nights" (Rússia)

Grande Prêmio do Júri: "The Look of Silence", documentário de Joshua Oppenheimer (Dinamarca/Indonésia)

Prêmio Especial do Júri: "Sivas", de Kaan Mujdeci (Turquia)

Copa Volpi de Melhor Ator: Adam Driver, em "Hungry Hearts", de Saverio Costanzo

Copa Volpi de Melhor Atriz: Alba Rohrwacher, em "Hungry Hearts", de Saverio Costanzo

Prêmio de Melhor Roteiro: Rakhshan Bani-Etemad e Farid Mostafavi, por "Ghesseha" (Irã)

Prêmio Marcello Mastroianni (Jovem Ator): Romain Paul, em "Le dernier coup de marteau", de Alix Delaporte

Leão do Futuro de melhor obra-prima: "Court", de Chaitanya Tamhane (Índia)

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