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Numa mudança de estratégia, os defensores do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, 'engrossaram' ontem a lista de senadores que questionaram o ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, único integrante do primeiro escalão do governo da petista no rol de testemunhas de defesa. Na sessão, que durou cerca de 12 horas, ainda foi ouvido o professor Ricardo Lodi, na condição de informante.

A ideia inicial era repetir o que foi feito em boa parte das sessões anteriores e "esvaziar" o plenário para acelerar esta fase do julgamento. Tanto que apenas 17 senadores estavam inscritos para fazer perguntas ao ex-ministro, a maioria apoiadores da presidente afastada. Contudo, senadores favoráveis ao afastamento da presidente começaram a se inscrever para fazer o embate com Barbosa - ao final, 32 senadores fizeram questionamentos.

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A ação teve por objetivo tentar desconstruir o discurso de Barbosa de que Dilma não cometeu crime de responsabilidade. Os questionamentos foram mais técnicos a Barbosa, com poucos momentos mais tensos. No dia anterior, o plenário havia se tornado palco de um bate-boca acalorado entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Após as rusgas na noite de sexta Renan convidou senadores do PT para um jantar na noite de sexta. Participaram Jorge Viana (AC) e Lindbergh Farias (RJ). Viana afirmou que Renan reconheceu que se excedeu ao partir para o confronto com Gleisi. Na conversa, os petistas apelaram ao peemedebista para que pedisse aos parlamentares uma postara de respeito em relação a Dilma, que prestará depoimento amanhã.

Renan chegou a convocar uma reunião ontem a fim de discutir procedimentos da sessão. Antes do encontro, porém, senadores tentaram fechar um acordo por meio do qual base e oposição se intercalassem nas perguntas, mas governistas não concordaram. O encontro então foi cancelado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com base no mesmo roteiro adotado para investigar a arrecadação política e partidária do PP e do PT, a força-tarefa da Operação Lava Jato trabalha para ampliar as provas de repasses a políticos do PMDB a partir dos dados de contas e offshores de operadores de propinas. A investida sobre os peemedebistas coincide com a provável chegada ao Palácio do Planalto de Michel Temer, vice-presidente da República e presidente de honra do PMDB.

Em conversas reservadas e apurações sigilosas, autoridades ligadas à Lava Jato indicam que a força-tarefa está próxima de revelar dados e transações capazes de produzir impacto direto no chamado núcleo político, sustentado pelos supostos operadores de propina do PMDB no esquema de corrupção e desvios na Petrobras: Fernando Soares, o Fernando Baiano, e João Henriques.

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Com isso, estão na mira o presidente do partido, senador Romero Jucá (RR), o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), o ex-ministro e senador Edison Lobão (MA) e o senador Valdir Raupp (RO).

Para a Lava Jato, o PMDB, a exemplo de PT e PP, empregou uma sistemática para arrecadar propina e lavar dinheiro no exterior com foco em contratos de plataformas, poços de petróleo, negócios com multinacionais estrangeiras, aquisições e vendas de refinarias fora do País, como Pasadena (EUA).

Por meio da análise das mesmas offshores e contas usadas por João Henriques e Fernando Baiano para transferir propina aos então diretores da Petrobras, procuradores da força-tarefa estão no caminho de novas provas do envolvimento e o recebimento de valores por políticos do PMDB.

Navios-sonda

Fernando Baiano e João Henriques teriam pagado propinas em um pacote de quatro contratos de navios-sonda, usados para exploração de petróleo em alto-mar. Os beneficiários na estatal foram dois ex-diretores da área Internacional, Nestor Cerveró e Jorge Zelada, sustentados politicamente nos cargos, segundo a força-tarefa da Lava Jato, pelo PMDB.

"João Henriques teria operado a propina do navio-sonda Titanium Explorer por intermédio de um contrato de agenciamento internacional. Assim, a documentação apreendida corrobora a tese no sentido de que o acusado utilizou de empresas offshores para intermediação de propina em favor do PMDB mediante desvios da diretoria internacional da Petrobras", diz a Procuradoria em processo contra Zelada e Henriques.

João Henriques é uma figura central nessa apuração. O operador chegou a ser preso no ano passado e denunciado por corrupção. Só nesta ação penal, ele é acusado pelo acerto de US$ 31 milhões em propinas em negócio da Diretoria Internacional da Petrobras, em 2009, então sob comando de Zelada. "Parte desse valor, US$ 10,8 milhões, teria sido repassada para o PMDB", diz a Procuradoria.

A força-tarefa considera ter elementos para apontar que João Henriques tenha distribuído propina em projetos de gasodutos na bacia de Santos, na compra de Pasadena, na venda Refinaria San Lorenzo, na Argentina, além de outras obras como a reforma do Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes), no Rio. A quebra de sigilo de uma de suas empresas mostrou que Henriques recebeu comissões milionárias na maior parte desses projetos.

Frentes

A Lava Jato tem outras duas frentes de investigação que atingem o PMDB: a corrupção revelada pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa na Transpetro, subsidiária da estatal, e as investigações do setor elétrico, como as obras de Belo Monte. No caso da Transpetro, o maior risco é para o presidente do Senado, Renan Calheiros, padrinho do ex-presidente Sérgio Machado, que comandou a subsidiária durante os governos Lula e Dilma.

Costa revelou ter entregue R$ 500 mil a Machado, por propina referente ao afretamento de navios. No caso do setor elétrico, o executivo Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, confessou que houve pagamento de propina de cerca de R$ 150 milhões na obra, divididos pela metade entre PMDB e PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sete pessoas foram assassinadas na região metropolitana do Rio em duas chacinas ocorridas na noite de sexta-feira (8) e na madrugada deste sábado (9). A primeira matança foi na Vila da Penha, zona norte carioca. A segunda, no município de Queimados, na Baixada Fluminense.

Em Queimados, durante a madrugada, quatro homens foram mortos a tiros por desconhecidos. As vítimas estavam no Lote 53 da Rua Maria Ferreira dos Reis. As vítimas eram Kleber Lopes da Silva, de 19 anos, Igor Santos da Silva, também de 19, um rapaz aparentando ter menos de 18 anos de idade e um desconhecido. O delegado Giniton Lages, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), informou que policiais realizam diligências para apurar a chacina. Segundo ele, nenhuma linha de investigação está descartada.

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No Largo do Bicão, Vila da Penha, três suspeitos foram mortos na noite de sexta-feira (8) por policiais militares. Os homens estavam em um carro roubado quando foram abordados pelos policiais, segundo a versão oficial. Os suspeitos teriam reagido houve troca de tiros. Os três homens foram baleados. O motorista perdeu o controle do carro, que bateu em uma árvore e caiu com a capota para baixo dentro de um canal de esgoto. A PM informou ter apreendido duas pistolas e uma granada com as vítimas. A Divisão de Homicídios vai investigar as circunstâncias do tiroteio e das mortes.

Mesmo com pressão do governo e de conselheiros no plenário, a base do prefeito Fernando Haddad (PT) na Câmara Municipal não conseguiu aprovar nesta sexta-feira (2) o projeto de lei que cria supersalários no Tribunal de Contas do Município (TCM) por falta de quórum.

A proposta equipara o teto salarial dos auditores do órgão, responsável por fiscalizar as ações do Executivo, ao subsídio de conselheiro, de R$ 30,4 mil, o equivalente a 90,25% do rendimento de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida faria com que 325 funcionários ativos e aposentados passassem a ganhar mais do que o prefeito (R$ 24,1 mil), cujo salário é o teto do funcionalismo da cidade.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Setores do governo e do PT defendem que, caso a Câmara não aceite o pedido de impeachment, a presidente Dilma Rousseff lidere um amplo processo de reconciliação nacional como forma retomar a estabilidade política, a governabilidade e viabilizar saídas para a crise econômica.

Segundo fontes do Planalto e do PT, o processo seria liderado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na condição de ministro da Casa Civil, e passaria por um entendimento com setores da oposição. A ideia de Dilma enviar ao Congresso um projeto para abreviar seu mandato e convocar novas eleições para presidente, deputados e senadores voltou a ganhar força entre setores do PT e do governo.

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Aliados da presidente consideram um novo pleito como uma alternativa viável pela retomada da estabilidade. "Do jeito que está, ninguém ganha", argumentou um parlamentar.

A ferramenta legal para convocar novas eleições seria uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de iniciativa do Executivo que precisa de aprovação do Congresso.

Algumas lideranças petistas sugerem que Dilma apresente a PEC em algum momento entre a decisão da Comissão Especial do impeachment e a votação do afastamento na Câmara. A proposta não foi bem vista no Planalto por passar a impressão de que Dilma entregou os pontos.

De acordo com interlocutores da presidente, Dilma tem demonstrado preocupação com o quadro político depois da votação do pedido de impeachment na Câmara. Um dos cenários avaliados pelo governo é de que a instabilidade que marcou o segundo mandato de Dilma até aqui continue mesmo que a presidente consiga barrar o impeachment no Congresso.

Entre os elementos citados por assessores de Dilma estão o pedido de impeachment protocolado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que cita a delação do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) e o julgamento do processo que pede a cassação da chapa Dilma/Michel Temer (PMDB) em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nas últimas semanas, esse processo ganhou relevância devido às novas revelações da Operação Lava Jato sobre o uso de dinheiro desviado do esquema de corrupção da Petrobrás para o pagamento de despesas da campanha pela reeleição da petista. O PT alega que todas as doações ao partido foram feitas de forma legal e estão devidamente declaradas na corte eleitoral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A recessão tem mudado o fluxo de investimento estrangeiro produtivo para o Brasil. O Banco Central prevê que os recursos para ampliação e modernização de fábricas e compra de empresas no País devem cair 20% em 2016. No ano passado, a cifra já havia caído 22,5%. Isso coloca o Brasil na contramão da tendência global de aumento dos fluxos. Com vendas em queda, multinacionais têm reduzido a velocidade dos novos projetos e ainda dispõem de menos dinheiro em caixa para reinvestir no País. Companhias alertam que, se a crise demorar a ser resolvida, o tombo pode ser ainda maior.

A recessão que atinge a economia brasileira já aparece há vários trimestres nos balanços de grandes multinacionais. De montadoras a supermercados, o Brasil tem sido destacado como fonte de queda no faturamento e lucro. Agora, o agravamento da crise e a persistência das incertezas parecem contaminar cada vez mais o outro lado do balanço das empresas: o investimento.

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Enquanto o BC informa que o fluxo de investimento direto para o Brasil caiu 22,5% em 2015 na comparação com o ano anterior, dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) mostram que o fluxo global aumentou 36%, conforme a última estimativa da entidade. Com esse salto, o montante investido por multinacionais em outros países alcançou o maior nível desde o início da crise financeira em 2008.

O levantamento da entidade das Nações Unidas reconhece que o fluxo para emergentes tem ritmo menos intenso que o destinado a economias desenvolvidas. Mas, ainda assim, aumentou mais de 5% no ano passado. Os recursos para o conjunto da Ásia, por exemplo, cresceram 15%. Só para a Índia, o valor praticamente dobrou. Até para a Turquia, país que tem delicado quadro geopolítico, o investimento estrangeiro avançou 30%.

"Claro que a situação macroeconômica afeta o investimento estrangeiro, mas o impacto não é imediato porque esse tipo de fluxo é de longo prazo. Normalmente, projetos levam de três a cinco anos para serem concluídos", diz o chefe da divisão de tendência de investimentos e dados da Unctad, Astrit Sulstarova. "Mas, entre as componentes do indicador para o Brasil, há queda no reinvestimento do lucro e nos empréstimos entre sede e filial."

O especialista da Unctad explica que os momentos de piora da economia derrubam inicialmente o lucro das companhias. Assim, filiais têm menos caixa disponível e, ao mesmo tempo, as matrizes demonstram menor disposição para investir. Isso tem como efeito secundário a menor demanda e propensão das corporações a tomar crédito por meio das sedes. Dados preliminares da Unctad para o Brasil mostram retração na casa de 30% no reinvestimento de lucros e queda entre 40% e 50% no crédito intercompanhia, diz Sulstarova. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A defesa dos investigados na 27.ª fase da Operação Lava Jato criticou as prisões e conduções coercitivas decretadas ontem pelo juiz federal Sergio Moro. Em nota, o Instituto Lula afirmou que "a reabertura de um caso encerrado em todas as instâncias judiciais a partir de ilações sem fundamento é mais uma arbitrariedade cometida pelo juiz Sérgio Moro contra o ex-presidente Lula".

"Por agir assim, este juiz já foi severamente advertido pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão unânime na última quinta-feira. Ao perseverar nessa atitude de nítida perseguição política e pessoal, tentando envolver Lula em suas teorias de conspiração, o juiz Moro e a Força Tarefa afrontam a Suprema Corte, os direitos de Lula e de cada cidadão", diz a nota.

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Gilberto Carvalho, ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff, disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que junto com o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez esforços para que o assassinato de Celso Daniel fosse esclarecido. Ele lembrou que o caso foi amplamente investigado durante a CPI dos Bingos e criticou o "uso político" do crime.

"Este caso foi amplamente abordado na CPI dos Bingos, ocasião em que Carvalho prestou dois depoimentos, entre eles uma acareação com os irmãos Daniel e nenhuma evidência contra ele foi encontrada. Gilberto declara ter todo o interesse em que as investigações sejam realizadas com objetividade e sem o uso político que mais uma vez se pretende dar ao assunto. A morte de Celso Daniel representou a perda de um grande companheiro", diz a nota do ex-ministro.

O jornalista Breno Altmann afirmou que está orientando seus advogados a entrarem com ação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra Moro. Ele questiona a legalidade da condução coercitiva à qual foi submetido por ordem de Moro. Em nota, Breno afirmou que "sob a bandeira de combate à corrupção" a Lava Jato se trata na verdade de uma "investigação seletiva e contaminada, cujo objetivo derradeiro é a derrocada do governo da Presidenta Dilma Rousseff, a interdição do ex-presidente Lula e a criminalização do PT".

Breno prossegue dizendo que "depois das multitudinárias concentrações de ontem e da revogação de decisões arbitrárias do juiz Moro pelo Supremo Tribunal Federal, era de se esperar que a República de Curitiba revidasse". "Seu papel principal, afinal, é fabricar fatos que alimentem os meios de comunicação alinhados à oposição de direita. Sou apenas mais um dos alvos deste tornado antidemocrático." Por fim, disse: "Não foi apresentada, durante o interrogatório, qualquer prova ou indício de meu eventual envolvimento no caso investigado, de suposto empréstimo ao empresário Ronan Maria Pinto".

A defesa do empresário Ronan Maria Pinto informou que "há meses reafirmamos que o empresário Ronan Maria Pinto sempre esteve à disposição das autoridades de forma a esclarecer com total tranquilidade e isenção as dúvidas e as investigações do âmbito da Operação Lava Jato, assim como a citação indevida de seu nome". "Mais uma vez o empresário reafirmará não ter relação com os fatos mencionados e estar sendo vítima de uma situação que com certeza agora poderá ser esclarecida de uma vez por todas."

A advogada Mariângela Tomé, que defende Silvio Pereira, afirmou que não ia se manifestar pois não tomou conhecimento dos autos. O Estado não conseguiu localizar a defesa de Delúbio Soares.

Em nota publicada em sua página na internet, o Diário do Grande ABC afirma que o presidente da empresa, Ronan Maria Pinto, preso ontem, "sempre se colocou à disposição das autoridades e sempre negou qualquer envolvimento em atos de corrupção ou chantagem". "O Diário do Grande ABC é e sempre será maior do que qualquer um de seus acionistas e colaboradores. E seguirá firme no compromisso e na responsabilidade de bem informar os moradores das sete cidades da região", diz

Ouvido em 2 de fevereiro pela Lava Jato, Natalino Bertin afirmou que "em relação ao depósito de R$ 12 milhões na conta do Frigorífico Bertin em 2004, depositados por José Carlos Bumlai" que ele "não tinha conhecimento deste pagamento". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Clínicas privadas do País voltaram a registrar filas em busca da vacina contra a gripe. Ontem, o jornal O Estado de S. Paulo havia mostrado que novos lotes entregues às unidades da capital terminavam em poucas horas e que alguns estabelecimentos fizeram até lista de espera pelo produto.

Em uma clínica dos Jardins, na zona oeste da capital paulista, onde um lote de vacina terminou em duas horas no início da semana, interessados chegaram cedo ontem para garantir a imunização com a chegada de um novo lote.

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Mesmo no Rio, onde ainda não há surto e foram só três casos e uma morte pelo vírus H1N1, as clínicas também estão abarrotadas. Na Kinder, as filas começaram na terça-feira passada, com distribuição de senhas e reposição de estoque durante a semana. Um lote extra chegou ontem à tarde. A expectativa era de que se esgotasse em poucas horas. Na Vaccini, profissionais relataram ter desistido de atender o telefone, tal a quantidade de ligações para saber sobre doses disponíveis. Hoje, o horário de atendimento deverá ser estendido para dar conta da demanda.

A dentista Isabel Bastos Deluiz foi vacinar a filha de 3 anos e também se imunizou, como forma de resguardar a caçula, de seis meses - para o bebê, a vacina é diferente e não havia doses. "Minha filha mais velha sempre toma, então como o surto foi antecipado, resolvi dar logo, com medo de que as vacinas acabem. Meu marido é dentista e vai tomar também. A rotatividade de pacientes é grande."

O temor de que os Jogos Olímpicos agravarão o quadro da H1N1 no Rio, com a chegada de estrangeiros, não se justifica, na avaliação da virologista Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz. "Os jogos serão em agosto e setembro (Paralimpíada), quando os visitantes do Hemisfério Norte, que devem ser maioria na cidade, já estarão no verão deles", explicou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A 27.ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na sexta-feira (2), atinge indiretamente o ex­presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Presos temporariamente como alvos centrais da Operação Carbono 14, o empresário Ronan Maria Pinto e o ex­secretário­geral do PT Silvio Pereira são peças centrais de uma suposta "operação abafa" iniciada em 2004, segundo suspeitas de investigadores. O objetivo seria evitar a divulgação de escândalos de corrupção envolvendo o partido.

Em seu termo de delação premiada 7, o ex-­líder do governo no Senado Delcídio Amaral (ex­PT-MS) declarou que "o empréstimo tomado por José Carlos Bumlai junto ao banco Schahin, no valor de R$ 12 milhões, foi destinado ao pagamento de chantagens efetuadas por empresário de nome Ronan contra a cúpula do PT, a partir do Município de Santo André/SP".

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"Durante as investigações da Operação Lava Jato, constatou­se que José Carlos Bumlai contraiu um empréstimo fraudulento junto ao Banco Schahin em outubro de 2004 no montante de R$ 12 milhões. O mútuo, na realidade, tinha por finalidade a 'quitação' de dívidas do Partido dos Trabalhadores (PT) e foi pago por intermédio da contratação fraudulenta da Schahin como operadora do navio­sonda Vitória 10.000, pela Petrobrás, em 2009, ao custo de US$ 1,6 bilhão. Esses fatos já haviam sido objeto de acusação formal, sendo agora foco de uma nova frente investigatória", informa o Ministério Público Federal.

Pecuarista

A operação foi realizada pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, preso desde novembro, com ajuda do Grupo Bertin. Em depoimento, ele admitiu que realizou o falso empréstimo para atender a pedido do PT e citou o nome de Silvio Pereira. Dos R$ 12 milhões, R$ 6 milhões foram para Ronan, que comprou o jornal Diário do Grande ABC. Segundo Delcídio, Bumlai "se colocou à disposição quando Lula assumiu a Presidência da República, tendo passado a solucionar problemas os mais variados". "Para fazer os recursos chegarem ao destinatário final, foi arquitetado um esquema de lavagem de capitais, envolvendo Ronan, pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores e terceiros envolvidos na operacionalização da lavagem do dinheiro proveniente do crime contra o sistema financeiro nacional", diz a Lava Jato.

Segundo os procuradores, "há evidências de que este empresário carioca realizou transferências diretas para a Expresso Nova Santo André, empresa de ônibus controlada por Ronan Maria Pinto, além de outras pessoas físicas e jurídicas indicadas pelo empresário para recebimento de valores. Dentre as pessoas indicadas para recebimento dos valores por Ronan, estava o então acionista controlador do jornal Diário do Grande ABC, que recebeu R$ 210.000 em 9/11/2004."

"Na época, o controle acionário do periódico estava sendo vendido a Ronan Maria Pinto em parcelas de R$ 210.000. Suspeita­se que uma parte das ações foi adquirida com o dinheiro proveniente do Banco Schahin. Uma das estratégias usadas para conferir aparência legítima às transferências espúrias dos valores foi a realização de um contrato de mútuo simulado, o qual havia sido apreendido em fase anterior da Operação Lava Jato", diz a força-tarefa.

O suposto envolvimento de Lula em outras supostas operações de compra de silêncio foi citado na Lava Jato. Uma delas envolvendo o repasse de quase R$ 6 milhões via doleiro Alberto Youssef para uma agência de publicidade, a Muranno Brasil Marketing, que em 2010 estaria ameaçando revelar a corrupção na Petrobrás. O ex­presidente nega, por meio de assessoria, envolvimento em ilícitos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As mortes por gripe H1N1 no Estado de São Paulo chegaram a 55, considerando os dados até o dia 29 de março. O número é cinco vezes maior do que o registrado em todo o ano passado, quando dez pessoas morreram. Em meio ao surto antecipado da doença, o Instituto Butantã, responsável por produzir as vacinas contra a gripe oferecidas na rede pública, passou a adotar turnos extras de trabalho, com jornadas até de madrugada, para conseguir antecipar a entrega de parte das doses.

O boletim divulgado ontem pela Secretaria Estadual da Saúde revela que, além do total de óbitos, foram registrados 372 casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada pelo H1N1 no Estado, ante 33 em 2015. No balanço divulgado na segunda-feira, eram 260 casos e 38 mortes.

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O surto fora de época fez a secretaria antecipar o início da vacinação para o dia 11 na capital e na Grande São Paulo - no restante do Estado, assim como em todo o País, a campanha ocorrerá a partir do dia 30, conforme o agendamento original do Ministério da Saúde. Fazem parte do público-alvo da campanha idosos, crianças entre 6 meses e 5 anos, gestantes, profissionais de saúde, puérperas, doentes crônicos, profissionais de saúde, indígenas, detentos e funcionários do sistema prisional. Serão imunizados a partir do dia 11 deste mês somente os três primeiros grupos.

As primeiras doses antecipadas foram entregues pelo Butantã anteontem, de acordo com Jorge Kalil, diretor do instituto. Por contrato, o laboratório deve enviar ao ministério neste ano cerca de 49 milhões de doses entre abril e maio. Com a produção acelerada, o instituto já finalizou e entregou 16 milhões delas. Em condições normais, esse volume ficaria pronto duas semanas depois. "No começo de março, quando começamos a perceber o aumento de casos de H1N1, passamos a trabalhar em turno extra na área de envasamento", disse Kalil ontem ao Estado.

O setor, que tem 200 funcionários e trabalhava em dois turnos, passou a funcionar em três turnos, 24 horas. Com a mudança, o Butantã dobrou a capacidade de envasamento das vacinas - de 500 mil para 1 milhão por dia.

Outra mudança adotada pelo instituto, por causa do surto antecipado em São Paulo, foi enviar as doses voltadas para o público paulista diretamente para a Secretaria Estadual da Saúde e não para o Ministério da Saúde, como ocorre em todos os anos. "Foi feito um acordo para que, neste ano, a gente não precisasse encaminhar as vacinas para Brasília para depois voltar para São Paulo", disse Kalil.

A fábrica da vacina já funciona 24 horas e não pode ter o trabalho acelerado porque depende do processo natural de crescimento dos vírus. "No processo de produção em si já estamos trabalhando na capacidade máxima. O que conseguimos acelerar foi o envasamento e o controle de qualidade", afirmou.

Coordenador de Controle de Doenças da Secretaria Estadual da Saúde, Marcos Boulos afirmou que a entrega antecipada das vacinas vai possibilitar que os profissionais de saúde - os primeiros a serem vacinados por lidarem com doentes - já possam ser imunizados a partir de segunda-feira. A previsão inicial da pasta era de que isso ocorresse somente a partir do dia 8. "Para o restante da população a gente não consegue antecipar mais porque precisamos preparar a estrutura toda, fazer compra de seringas, agulhas. Na semana que vem, vamos finalizar, para iniciar a vacinação no dia 11." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O escritório da contadora Meire Poza, que trabalhou para o doleiro Alberto Youssef, delator da Lava Jato, foi incendiado na madrugada de ontem. Ela contribuiu com as investigações de corrupção na Petrobras com informações sobre documentos que estavam sob sua guarda e pertenciam ao doleiro.

Um dos papéis que estavam em seu escritório motivou a Operação Carbono 14. Trata-se do contrato de empréstimo no valor de R$ 6 milhões entre o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado no esquema do mensalão, e uma empresa de Ronan Maria Pinto. Nesse caso, o papel foi encontrado durante ação de busca e apreensão na firma dela, no ano passado.

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O documento encontrado no escritório de Poza, em 2014, também antecipado pelo jornal O Estado de S. Paulo, foi o primeiro papel a materializar a confissão de Valério.

Poza evitou ontem relacionar o incêndio à operação deflagrada no mesmo dia pela Lava Jato. "Estou sem chão, sem rumo. Não tive coragem nem de entrar lá", afirmou. "Não faço ideia de como isso pode ter ocorrido. Se foi intencional ou não. Já tinha pedido uma proteção para os investigadores da Lava Jato, mas nunca quiseram me ajudar." O escritório da empresa Arbor fica no Itaim, em São Paulo, num prédio. Outras lojas também foram afetadas. Ela afirmou que ainda não sabe os danos do incêndio.

Carbono 14, segundo a PF, faz referência a procedimentos "utilizados pela ciência para a datação de itens e a investigação de fatos antigos". Ao menos 50 policiais cumpriram 12 ordens judiciais, sendo oito mandados de busca e apreensão, dois de prisão temporária e dois de condução coercitiva nas cidades de São Paulo, Osasco, Carapicuíba e Santo André, todas no Estado de São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Petrobras deu ontem mais um passo para reduzir de tamanho, ao lançar o segundo programa de incentivo ao desligamento voluntário (PIDV) de empregados dos últimos dois anos, como antecipou o jornal O Estado de S. Paulo no dia 17 de março. A empresa está disposta a pagar de R$ 211 mil a R$ 706 mil para cada concursado que pedir demissão. Assim, espera chegar à mesma estrutura que tinha antes de descobrir o pré-sal, em 2005, e economizar R$ 33,6 bilhões com o pagamento de salários e benefícios, até 2020.

A novidade, dessa vez, é a extensão do incentivo a todos os funcionários e não apenas àqueles já com idade para se aposentar, como havia sido imposto no PIDV lançado em 2014. Mas os 12,44 mil empregados em condições de se aposentar ou com mais de 55 anos, de um total de 57 mil, continuam sendo o foco da direção da petroleira.

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Se alcançar a meta, a Petrobras vai demitir, até o ano que vem, o dobro do que demitiu no programa anterior, que contou com a adesão de 6,2 mil funcionários.

A ideia é atrair, principalmente, pessoal da área administrativa, além dos profissionais mais velhos e com mais tempo de trabalho. Por isso, criou uma fórmula para definir o valor de indenização de cada empregado que considera o número de anos completos na companhia e a idade. O salário base também vai contar.

Sem limite

Os "aposentáveis", porém, não são os únicos candidatos. Em comunicado interno obtido pelo Estado, a diretoria Corporativa e de Serviços informa aos funcionários que não há limite de adesão ao programa e que os desligamentos devem acontecer "no menor prazo possível", começando por junho deste ano e se alongando até maio do ano que vem. Para isso, a Petrobras vai investir R$ 4,4 bilhões que, em quatro anos, segundo a empresa, deve render um retorno sobre o custo de 657%.

O prazo de inscrição é de 11 de abril a 31 de agosto. Os que se inscreverem primeiro serão os primeiros a serem demitidos, mas, se for considerado que o desligamento do empregado vai comprometer a operação da empresa, poderá ser determinada a extensão do prazo de trabalho do funcionário que aderiu ao programa, o que vai ser compensado com o pagamento de um adicional de meio salário básico por mês, a partir de dezembro deste ano. O PIDV não é válido, no entanto, para os funcionários que estão sendo investigados por práticas de corrupção.

Antes de lançar oficialmente o programa, a Petrobras convocou, ontem, lideranças sindicais para um reunião no Rio de Janeiro. Dos representantes da companhia, os sindicalistas ouviram que não há previsão de lançamento de novos concursos para contratações, os quadros não serão repostos.

"Se todos os trabalhadores de uma área operacional saírem, vão ser repostos os quadros? A resposta da empresa foi clara: não vai haver concurso", afirmou Adaedson Bezerra da Costa, secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), após participar da reunião.

Em comunicado interno, a Petrobras afirma que, com o PIDV, vai adequar o tamanho da empresa "à realidade atual, com foco na otimização da produtividade, considerando o plano de negócios vigente e as reestruturações em andamento". A ordem é cortar custos, para atender aos "interesses da companhia" e aos dos empregados "quando possível".

Os sindicalistas criticaram a proposta porque enxergam nela uma tentativa do governo de enxugar a Petrobras. "O pano de fundo é tornar a empresa atrativa para a venda", disse Costa. Apesar de admitir que a adesão ao programa é uma decisão pessoal, que deve ser tomada individualmente por cada funcionário, ele gravou um áudio divulgado na internet no qual apela aos empregados da Petrobras para que contrariem a vontade da diretoria e não participem do PIDV. "A hora de abandonar o barco não é agora", afirmou.

Já o Credit Suisse divulgou avaliação do plano de demissão no qual elogia a medida, mas diz que ainda é "insuficiente", diante da atual fragilidade financeira da empresa. O banco ressalta que, com o PIDV e a iniciativa de redução dos cargos gerenciais, anunciada na semana passada, a Petrobras deve conseguir cortar US$ 11,5 bilhões dos seus custos em cinco anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, interpretou a tese do Palácio do Planalto de que há um "golpe" em gestação no País para destituir a presidente Dilma como uma agressão ao Supremo Tribunal Federal (STF). A entidade irá entregar nesta segunda-feira o pedido de impeachment da presidente na Câmara. O documento de 43 páginas defende que a petista deve perder o mandato e ser declarada inelegível por oito anos sob acusação de crime de responsabilidade.

"Essa afirmação do governo, com tanta frequência, de que há um golpe em curso me parece ofensiva ao próprio Supremo Tribunal Federal. Se dizem que é golpe, então o Supremo, há poucos dias, regulamentou o golpe. Ou seja, tanto não é golpe que a instância máxima da Justiça, numa sessão histórica, regulamentou o procedimento de impeachment. Isso acaba com a ladainha de golpe", declarou Lamachia.

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As justificativas do pedido da entidade são as pedaladas fiscais, as renúncias fiscais em favor da Fifa na Copa do Mundo de 2014 e a intenção de beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo da Lava Jato, dando-lhe foro privilegiado ao nomeá-lo chefe da Casa Civil.

Lamachia enfatiza que a Constituição é clara, no artigo 85, quando define que o crime de responsabilidade se caracteriza quando o presidente viola o texto constitucional. A denúncia é subscrita por Lamachia e pelo relator do processo, Erick do Nascimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), presidida pelo ministro Luis Roberto Barroso, derrubou no último dia 15 o arquivamento de duas ações de reparação de danos por improbidade administrativa contra os ex-ministros Pedro Malan (Fazenda), José Serra (Planejamento) e Pedro Parente (Casa Civil), entre outros integrantes do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

O arquivamento havia sido determinado, em abril de 2008, pelo ministro Gilmar Mendes. A decisão da 1ª Turma, enquanto estiver de pé, determina o prosseguimento das ações que tramitam na 20ª e 22ª varas federais do Distrito Federal.

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Ajuizadas pelo Ministério Público Federal, na gestão do procurador-geral Antônio Fernando Souza, as duas ações criminalizavam a ajuda financeira, pelo Banco Central, aos bancos Econômico e Bamerindus, em 1994, e outros atos do Proer, o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional. Uma das ações, da 22ª vara, teve sentença parcialmente procedente contra os réus.

Os ministros recorreram ao STF em 2002, com a Reclamação 2186. Arguíam que a Justiça Federal não era competente para julgá-los, e sim o STF, por terem direito à prerrogativa de foro. Pediam, então, além do julgamento de mérito, uma liminar que suspendesse de imediato a tramitação das ações.

Em 3 de outubro de 2002, três meses depois de entrar no STF, por nomeação de FHC - aprovada no Senado por 57 a 15 -, Gilmar Mendes, relator do caso, deferiu a liminar. Em 22 abril de 2008, véspera de assumir a presidência do STF, o ministro determinou o arquivamento das duas ações. Argumentou, em suas razões, que atos de improbidade administrativa, no caso concreto, constituem crimes de responsabilidade e, portanto, só podem ser julgados pelo STF.

Em 12 de maio daquele ano, o então procurador-geral Antônio Fernando Souza contestou a decisão de Mendes, em um agravo regimental. No entendimento dele, os atos de improbidade, no caso em tela, não podem ser confundidos com crime de responsabilidade, e devem, portanto, ficar na Justiça Federal.

Este recurso é que foi julgado pela 1ª Turma no dia 15 - oito ano depois. Como a reclamação caiu, as ações estão de volta às duas varas federais de origem. O escritório Arnold Wald, que representa os ex-ministros, não quis falar a respeito do caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após o vírus zika surpreender com sua rápida disseminação e possível associação com a microcefalia, especialistas brasileiros alertam para os riscos de outras doenças virais transmitidas por mosquitos, as chamadas arboviroses. Nas últimas três décadas, mais que dobrou o número de arbovírus catalogados no Brasil. Segundo registros do Instituto Evandro Chagas, órgão referência em medicina tropical e vinculado ao Ministério da Saúde, já circulam no território nacional 210 arbovírus, ante 95 na década de 1980. Pelo menos 37 são capazes de provocar doenças em humanos e três deles chamam a atenção por já terem causado pequenos surtos em áreas urbanas.

Uma delas é a febre do Mayaro, doença com sintomas parecidos com os da chikungunya e transmitida por mosquitos do gênero Haemagogus, mesmo vetor da febre amarela silvestre. A arbovirose já foi registrada em vários Estados do Norte e Centro-Oeste. Os mais recentes dados epidemiológicos disponíveis no site do Ministério da Saúde mostram que, entre dezembro de 2014 e junho de 2015, foram 197 notificações distribuídas por nove Estados brasileiros. Não há registros de mortes provocadas pela doença, mas, assim como na chikungunya, os infectados podem permanecer com dores articulares por semanas ou meses.

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Caracterizada por quadros febris altos e dores intensas de cabeça, a febre do Oropouche é outra arbovirose que já causa surtos localizados, sobretudo em Estados da região amazônica, até mesmo em bairros de capitais como Manaus e Belém. Transmitida por um mosquito conhecido como maruim, do gênero Culicoides, a doença já foi notificada nas últimas décadas em todas as regiões brasileiras, com exceção do Sul, e também não costuma levar à morte.

Há ainda a encefalite de Saint Louis, doença transmitida principalmente por mosquitos silvestres do gênero Culex - o mesmo do pernilongo comum -, que pode causar comprometimento neurológico e já foi responsável por um surto em São José do Rio Preto, no interior paulista, em 2006.

De acordo com o virologista Pedro Fernando da Costa Vasconcelos, diretor do Instituto Evandro Chagas e pesquisador participante do grupo que catalogou boa parte dos arbovírus no País, embora essas três doenças sejam transmitidas principalmente por insetos silvestres de diferentes gêneros, há experimentos científicos que já indicam que mosquitos Aedes também teriam capacidade de transmiti-las.

"No caso da febre do Oropouche, por exemplo, o Aedes nunca foi encontrado infectado na natureza, mas um estudo experimental em laboratório mostrou que ele pode ser vetor dessa doença e que seria um bom transmissor", afirma o especialista.

Segundo Vasconcelos, o fato de os três vírus estarem presentes no Brasil há mais de 60 anos - eles foram isolados entre as décadas de 1950 e 1960 - sem terem causado epidemias de alcance nacional não permite dizer que nunca farão estragos. "Eu não quero ser pessimista, mas o zika passou 60 anos no mundo sem causar nenhum problema e vimos o que aconteceu (foi descoberto em 1947 na África). Não dá para dizer que esses três vírus não provocarão nenhum problema por já estarem no Brasil. Pode ser que nunca causem, mas é bom não duvidar", diz o diretor do Instituto Evandro Chagas, que cobra mais pesquisas na área.

"Dos 210 arbovírus catalogados no Brasil, há esses 37 que já comprovamos que causam doença em humanos, mas, do restante, a maioria a gente desconhece completamente", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio às planilhas de contribuições eleitorais encontradas na residência do presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Barbosa Silva Junior, a Operação Lava Jato apreendeu uma cópia de e-mail de funcionários do "setor de propinas" da empreiteira pedindo "pagamentos via bônus" a partidos e a políticos de sete siglas - PSDB, PMDB, PT, DEM, PPS, PDT e PTB - durante a campanha eleitoral de 2012.

Parte dos repasses envolvendo a Construtora Norberto Odebrecht (ou CNO, segundo a sigla utilizada pelos funcionários da empresa) que aparecem na mensagem coincide ou é próxima dos valores declarados nas prestações de contas entregues pelas siglas, em 2012, à Justiça Eleitoral. Contudo, nenhum dos pagamentos da empresa ETH Bioenergia (que pertence ao grupo Odebrecht) mencionados no e-mail coincide com o que foi declarado oficialmente - um indício de que os pagamentos podem não ter sido feitos pelo caminho oficial.

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A mensagem sugere que a empresa teria repassado R$ 2,5 milhões somente no mês de agosto daquele ano para diretórios estaduais dos partidos, sem especificar que Estados seriam beneficiados. Oficialmente, porém, a ETH Bioenergia doou apenas R$ 90 mil em 2012, e nenhuma de suas contribuições teve como destino algum diretório estadual das siglas citadas.

Na mensagem, de 29 de agosto de 2012, já no período eleitoral, Luiz Eduardo da Rocha Soares, funcionário do setor financeiro da Odebrecht em São Paulo, solicita a Benedicto e a Hilberto Silva, responsável pelo setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, os "pagamentos a serem efetuados via Bônus" referentes a uma lista de políticos e partidos. A Operação Xepa, da Polícia Federal, concluiu que o setor de Operações Estruturadas era o "departamento de propinas" da empresa.

O e-mail cita, em relação ao PT, um repasse de R$ 450 mil da Construtora Norberto Odebrecht e outro de R$ 500 mil da ETH. Na prestação de contas do partido, porém aparece apenas um depósito de R$ 550 mil da construtora, em 31 de agosto de 2012, destinados ao diretório nacional. Não há referências a doações da ETH.

Para o PSDB, a mensagem indica repasse de R$ 100 mil ao diretório nacional, ao lado do nome do deputado Bruno Araújo (PE), que não disputou nenhum cargo naquele ano. Ao lado do nome do tucano aparece a sigla CBPO, em referência à Companhia Brasileira de Projetos e Obras, que foi incorporada ao grupo Odebrecht e é chamada atualmente de CBPO Engenharia. Também há referência a R$ 400 mil para "PSDB Estadual", sem referência a qual diretório. Oficialmente, a única empresa do grupo que doou para o PSDB em agosto de 2012 foi a ETH, que fez um repasse de R$ 15 mil ao diretório nacional.

Já o repasse ao PSB citado no e-mail, feito pela Construtora Norberto Odebrecht, coincide com uma transferência feita em 31 de agosto de 2012 e registrada no Tribunal Superior Eleitoral, no valor de R$ 300 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de ser obrigado a paralisar obras de pavimentação e duplicação de estradas em todo o País por causa da falta de recursos, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) se vê agora sem condições de cumprir sua missão básica: garantir a manutenção das rodovias que já existem. O estrangulamento financeiro do órgão abriu um rombo de R$ 1,2 bilhão na verba anual necessária para executar os serviços de reparo e conservação das estradas. Trata-se de um terço do dinheiro usado para cobrir os 55 mil quilômetros da malha federal. Sem esse recurso, o Dnit só tem condições de pagar a manutenção das rodovias até agosto. Depois disso, será obrigado a paralisar os serviços.

O esvaziamento da autarquia que sempre ostentou um dos maiores caixas do orçamento federal decorre não apenas do aperto nas contas públicas neste ano, mas também do pagamento de dívidas que o órgão acumulou de anos anteriores. Em 2016, o Dnit recebeu autorização para gastar R$ 6,5 bilhões, mesmo volume que teve no ano passado e praticamente metade do que chegou a contar entre os anos de 2010 e 2014. Ocorre que mais de 40% do dinheiro que entrou neste ano foi usado para pagar contas antigas, dando fim a uma pilha de centenas de contratos que já armazenavam cerca de três meses de atraso.

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Para zerar esse passivo, o Dnit desembolsou R$ 2,7 bilhões do que recebeu. "Hoje não temos mais nenhum dos nossos mil contratos, tudo foi quitado, mas essa situação de fato limitou nossa capacidade de execução de outros serviços", diz o diretor-geral do Dnit, Valter Silveira.

Após o pagamento das dívidas, sobraram R$ 3,8 bilhões. Seria o suficiente para dar a manutenção das estradas federais ao longo de todo o ano, não fosse a lista de emendas impositivas apresentadas pelos parlamentares, que encheu o órgão de "obras prioritárias" em suas cidades e sugou mais R$ 1,5 bilhão do caixa. Passada a régua, restaram R$ 2,3 bilhões para o órgão tocar os serviços de conservação e restauração básica. "Se pudéssemos, usaríamos parte desses recursos na manutenção, que é a nossa prioridade, mas temos que cumprir o que determinam as emendas", afirma Casimiro.

O Ministério do Planejamento, diz a diretoria do Dnit, se comprometeu em recompor o orçamento do Dnit em pelo menos R$ 2,7 bilhões, parcela relativa ao pagamento de dívida. Para evitar que novos atrasos se acumulem neste ano, a autarquia decidiu dilatar o prazo de obras que já estão em andamento. "Vamos controlar os contratos e segurar um pouco o ritmo das execuções. Não queremos chegar em 2017 com o passivo que tínhamos este ano." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O anúncio do PMDB fluminense de que pretende se afastar da presidente Dilma Rousseff abalou a ala governista do partido e também o Palácio do Planalto. Em sentido inverso, deu força ao grupo peemedebista pró-impeachment, que decidiu acelerar o trâmite do processo na Câmara dos Deputados. A previsão é votar o pedido de afastamento antes de 17 de abril.

Aliados do vice-presidente Michel Temer afirmaram nesta sexta-feira ao Estado que ele se prepara para assumir o governo em maio e, por isso, também intensificou nos últimos dias as articulações no mundo político e empresarial nesse sentido.

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A intenção do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), manifestada a aliados, é aprovar o impeachment o mais rápido possível. O relator do pedido de afastamento na Comissão Especial, Jovair Arantes (PTB-GO), já teria, segundo apurou o Estado, avisado Cunha de que vai apresentar parecer favorável à saída de Dilma.

Cunha também não desistiu de incluir a delação do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) no pedido de impeachment que tramita na Comissão Especial e tem como base as pedaladas fiscais (manobras contábeis) da atual gestão.

A pressa e o otimismo dos peemedebistas pró-impeachment também se deve às dificuldades do Planalto e do PT em definir na Justiça a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil. Sem o cargo e os poderes dele, Lula está praticamente impossibilitado de fazer a articulação com o PMDB e demais partidos da base. O petista, no entanto, recorreu ao Supremo em busca de recuperar o direito de assumir a pasta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A estratégia parece contraditória e rendeu boatos na internet: espalhar mosquitos para combater a dengue. Mas pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que a liberação de Aedes aegypti contaminados com a bactéria Wolbachia, que impede a multiplicação de vírus no inseto, pode ser uma alternativa às tentativas fracassadas de eliminar de vez o mosquito.

Seis meses depois dos primeiros lançamentos de mosquitos que não transmitem doenças, oito em cada dez insetos capturados nas áreas que participam da pesquisa têm a Wolbachia. Significa que a população de Aedes aegypti está sendo substituída por outra que não vai prejudicar a população. "Ao analisarmos a saliva do mosquito com Wolbachia, é muito significativa a redução da carga viral. Em alguns casos, chega a bloquear 100%, 90% do vírus da dengue. Recentemente, fizemos testes com chikungunya e zika. Os resultados preliminares são bastante positivos. Mostram que a presença da Wolbachia tem grande capacidade de bloqueio do zika", afirmou o pesquisador Luciano Moreira, coordenador no Brasil da pesquisa Eliminar a Dengue: Desafio Brasil. O estudo, que não tem fins lucrativos, também é feito simultaneamente em Austrália, Indonésia, Colômbia e Vietnã.

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Na natureza

A Wolbachia está presente em 70% dos insetos na natureza, como a mosca da fruta e o pernilongo. Sem manipulação genética, os pesquisadores infectam o ovo do Aedes aegypti com microinjeções. A liberação, no Brasil, foi feita de duas formas: em Tubiacanga, na zona norte do Rio, os pesquisadores soltaram mosquitos nascidos em laboratório; em Jurujuba, Niterói, no Grande Rio, foram colocados dispositivos com ovos do mosquito, que nasceram ali mesmo. Em ambos os casos, a população com Wolbachia cresceu.

Os moradores dos bairros são orientados a manter os hábitos de sempre: usar repelentes, inseticidas, matar os mosquitos com raquetes elétricas, abrir as janelas caso o fumacê passe na rua. Os técnicos da Fiocruz colocam armadilhas em algumas casas e semanalmente visitam os endereços, recolhem os mosquitos e fazem uma triagem - separam os Aedes de outros insetos. Os mosquitos da dengue e da zika são enviados para o Instituto René Rachou, ligado à Fiocruz, em Belo Horizonte, e cada um deles passa por análise de DNA para identificar se tem a bactéria. Nas primeiras semanas depois da soltura dos insetos, 10% dos analisados tinham a Wolbachia. Ao fim de 20 semanas, eram 65%. Agora, o índice alcançou 80%.

"Mostra que o mosquito se adaptou ao ambiente, se reproduziu ali e a fêmea está passando a bactéria para os seus filhotes. É uma estratégia autossustentável. Na Austrália, os primeiros insetos foram soltos em 2011 e os pesquisadores não voltaram para novas solturas. Mas o monitoramento mostra que 95% da população continua com Wolbachia. E é uma estratégia bastante compatível com outros métodos: mesmo se usarem inseticida, ou se aparecer vacina no mercado. Qualquer outro tipo de método de controle é bem compatível com o que a gente faz", afirmou Moreira.

Boatos

Outro ponto positivo para a estratégia é o fato de a Wolbachia já estar presente na natureza. "É um método seguro. A bactéria nunca foi encontrada em vertebrados", explica o pesquisador, que se preocupa com boatos espalhados nas redes sociais. "Houve vários boatos. A resposta é informação na hora certa para as pessoas, para não haver mal-entendido."

Outros dois bairros do Rio podem ser os próximos a receber mosquitos com Wolbachia: Urca, na zona sul, e Vila Valqueire, na zona norte. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) vão investir R$ 10 milhões a fundo perdido para apoiar empresas que tenham projetos de combate à zika e ao mosquito Aedes aegypti. Cada projeto de pesquisa aprovado receberá até R$ 1,5 milhão para desenvolver serviços e produtos inovadores em até dois anos. Cada instituição financiará 50% do valor total.

De acordo com Walter Colli, coordenador adjunto de Ciências da Vida da Fapesp, as propostas devem ser feitas por pesquisadores vinculados a micro, pequenas e médias empresas brasileiras, com sede no Estado de São Paulo.

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Segundo ele, serão aceitos projetos em todos os campos do conhecimento, desde que sejam inovadores. "É provável que cheguem projetos de novos métodos de combate ao mosquito, de testes diagnósticos mais precisos e softwares que ajudem a mapear novas epidemias, por exemplo." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

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