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O embate entre a gestão Raquel Lyra (PSDB-PE) e o Legislativo de Pernambuco ganhou um novo capítulo nos últimos dias. A líder tucana entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Abin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), por discordar de alguns trechos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano. O texto, protocolado na última quinta-feira (25) e distribuído para o ministro André Mendonça no dia seguinte, pegou de surpresa os deputados estaduais, inclusive Álvaro Porto, que é o atual presidente da Alepe e liderança do mesmo partido da governadora.

Através das articulações de Porto e de seus aliados, a LDO de Pernambuco recebeu emendas na Casa Legislativa, porém, em seguida, Raquel Lyra fez questão de vetar as normas, alegando que elas não estavam de acordo com o interesse público. Em novo episódio, os deputados estaduais derrubaram os vetos da líder tucana, que por último recorreu ao STF.

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No texto protocolado no Supremo, Raquel pediu que os ministros suspendessem, de forma imediata, as emendas que ela considera inconstitucionais. A governadora chegou a afirmar que o estado terá que destinar R$ 384 milhões a mais aos demais poderes, caso as normas não sejam derrubadas pelo STF.

Em defesa as últimas movimentações da governadora, a Alepe alegou na última terça-feira (30), através de nota, que a medida afetaria não só a Casa legislativa, como também o Tribunal de Contas, o Tribunal de justiça e o Judiciário Estadual. Além disso, defendeu os trechos da LDO ao afirmar que a Lei “previu que, em caso da ocorrência de excesso de arrecadação, o valor arrecadado de forma excedente ao previsto na LOA para o exercício de 2023 seja distribuído proporcionalmente entre os Poderes e Órgãos autônomos durante o exercício de 2024”.

“É importante destacar que, diante dos acontecimentos e em respeito a harmonia e a boa convivência entre os Poderes, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Álvaro Porto, entrou em contato com o presidente de cada órgão para informar sobre a possibilidade de danos da privação dessa receita em virtude da ADIN de autoria do Governo do Estado”, diz trecho da nota.

 

Receio de impeachment

Nos bastidores políticos já circulam informações de que essa crise, entre os poderes Executivo e Legislativo de Pernambuco, vem impulsionando o receio da governadora em responder um processo de impeachment. No entanto, o desentendimento em torno da LDO não é o único embate que é comentado quando o assunto é a possibilidade do início de um processo político-jurídico contra Raquel. Na última sexta-feira, a gestora abandonou uma coletiva de imprensa ao ser questionada por uma jornalista sobre a eventualidade de uma destituição do comando do Palácio das Princesas. Na ocasião, a líder tucana também optou em não responder sobre as críticas vindas de outros políticos em relação a troca nas polícias do estado.

 

Durante a Conferência Eleitoral do PT, neste sábado (9), a atual presidente da sigla e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), disse que queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode trazer o mesmo destino da ex-mandatária Dilma Rousseff, que deixou o Palácio do Planalto após sofrer um impeachment em 2016. 

Segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta semana, 40% dos brasileiros nunca confiam no que o líder petista diz, enquanto 24% sempre confiam em suas palavras. Já no início do mês, o levantamento do Ipec indicou que 38% dos entrevistados classificam o terceiro mandato do presidente como ótimo ou bom, e os que avaliam como ruim ou péssimo somam 30%. 

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“Se a gente baixar a popularidade do presidente, esse Congresso engole a gente. Nós não temos força ali. Então o que nós temos que fazer é isso, é melhorar a vida do povo para que a gente possa ter essa base e possa fazer a disputa política”, afirmou Gleisi. 

No evento, a presidente do PT ressaltou a necessidade de pautas sociais na atual gestão e a discussão em torno de projetos fiscais. De acordo com ela, a política monetária não está nas mãos de aliados. As palavras foram usadas quando ela se referiu ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. 

“A gente não tem a política monetária que está com o Banco Central, que foi nomeado por Bolsonaro e Paulo Guedes. O presidente que tá lá é um neoliberal e que atenta contra o Brasil e contra os interesses do Brasil”, enfatizou. 

Gleisi tem defendido que os petistas assumam lugares normalmente ocupados por lideranças do bolsonarismo. Ela destaca que as eleições municipais do próximo ano “serão fundamentais” para o partido fazer um embate político contra a extrema direita e “as forças do atraso”, e para preparar as bases para a disputa presidencial de 2026. 

 

Um grupo de 46 deputados federais de oposição ao governo, liderados por Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), apresenta nesta quinta-feira, 16, um pedido de impeachment do ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. O motivo é o fato da pasta ter pago passagens e diárias para Luciane Barbosa Farias, a "dama do tráfico" amazonense, para um evento sobre prevenção e combate à tortura nos dias 6 e7 de novembro deste ano.

O caso foi revelado pelo Estadão. Luciane esteve reunida ao menos duas vezes com assessores do Ministério da Justiça e Segurança Pública de Flávio Dino, como representante da ONG Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), presidida por ela. Ela é casada há onze anos com Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, líder do Comando Vermelho no Estado. Desde que ele foi preso, para cumprir uma condenação de 31 anos, a esposa teria assumido o lugar dele na chefia dos negócios.

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A própria Luciane também foi condenada pela Justiça e está recorrendo em liberdade. Além do Ministério da Justiça, ela esteve no Congresso Nacional e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pasta de Silvio Almeida confirmou que pagou passagens e diárias para Luciane e para todos os demais integrantes do Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura. Segundo o Ministério, os Comitês têm autonomia para gerir os seus recursos e indicar os participantes do evento, sem que isso dependa de autorização do ministro.

O pedido de impeachment de Almeida acusa o ministro de "por o aparato estatal à disposição de indivíduo umbilicalmente ligado ao tráfico de ilícito drogas, aviltando a República" e o Ministério de "utilizar os recursos do Estado em prol para facilitar a penetração de associados criminosas no âmago do aparato público".

Em outro trecho do documento, os deputados falam que há uma "cumplicidade no mínimo escandalosa das altas esferas da Administração federal com o crime organizado". Eles pedem ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para dar início a um processo de impeachment que investigue Silvio Almeida por crime de responsabilidade.

A reportagem procurou o ministro, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

Na quarta-feira, 15, a pasta divulgou uma nota afirmando que "nem o ministro, nem a secretária, nem qualquer pessoa do gabinete do ministro teve contato com a indicada (Luciane Barbosa Farias) ou mesmo interferiu na organização do evento que, insistimos, contou com mais de 70 pessoas do Brasil todo e que franqueou aos comitês estaduais a livre indicação de seus representantes".

Veja quem são os deputados que assinam o pedido de impeachment do ministro Silvio Almeida:

 

1 - Rodrigo Valadares

2 - Júlia Zanatta

3 - Luiz Lima

4 - Sargento Gonçalves

5 - Professor Paulo Fernando

6 - Carla Zambelli

7 - Amalia Barros

8 - Carlos Jordy

9 - Cherini

10 - Sanderson

11 - Bibo Nunes

12 - Evair de Mello

13 - Messias Donato

14 - Paulo Bilynskyj

15 - Daniela Reinehr

16 - Coronel Assis

17 - Roberta Roma

18 - Sargento Fahur

19 - Marcel van Hatten

20 - Adriana Ventura

21 - Rosângela Moro

22- Coronel Zucco

23 - Coronel Telhada

24 - Zé Trovão

25 - Junio Amaral

26 - Bia Kicis

27 - Vermelho Maria

28 - Marcon

29 - José Medeiros

30 - Helio Lopes

31 - Cabo Gilberto Silva

32 - Gustavo Gayer

33 - Chris Tonietto

34 - Dr. Frederico

35 - Alfredo Gaspar

36 - Abilio

37 - Rodolfo Nogueira

38 - Zacharias Calil

39 - Coronel Fernanda

40 - Marcelo Álvaro Antônio

41 - Pastor Marco Feliciano

42 - Jefferson Campos

43 - Gilson Marques

44 - Marcelo Moraes

45 - Filipe Martins

46 - Alberto Fraga

Deputados da oposição protocolaram um pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por conta de declarações recentes onde o chefe do Executivo disse que a cassação do mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) teria sido um "golpe de Estado". O pedido de afastamento de Lula já foi assinado por 40 parlamentares até a noite desta quarta-feira (30).

Dos 40 signatários, 31 são deputados do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Três são do PP e do Republicanos, partidos que devem receber ministérios de Lula na nova reforma ministerial. A lista também tem cinco assinaturas de parlamentares do MDB, PSD e União Brasil, siglas que fazem parte da base do governo federal.

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O pedido trata sobre falas de Lula em uma entrevista à imprensa em Luanda, na Angola, no último sábado, 26. Ao comentar sobre o arquivamento da ação de improbidade pelas "pedaladas fiscais" no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), o presidente afirmou ser necessário "reparar" a ex-presidente por ter o seu mandato cassado em 2016.

"Depois que eu deixei o governo houve um golpe no Brasil, que muita gente acha que não foi golpe", disse Lula. "Mas o fato de a presidenta Dilma ter sido absolvida pelo Tribunal Federal de Brasília demonstra que o Brasil deve desculpas à presidenta Dilma", completou o presidente.

O autor do pedido de impeachment é o deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS). Ele afirma que Dilma foi cassada por ter cometido crimes de responsabilidade e que Lula atacaria "de forma raivosa, abjeta e contrária à verdade a democracia brasileira", o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), que tiveram papéis importantes durante processo de impeachment de 2016.

"Lula está mentindo. A decisão do TRF-1 não inocentou Dilma Rousseff. Ao contrário, apenas declarou que, no caso concreto, não se tratava de improbidade administrativa, mas sim de responsabilidade, reafirmando a competência do Congresso Nacional para julgar os crimes de responsabilidade", afirma Sanderson.

O deputado do PL reconheceu que "é difícil" que o projeto de impeachment contra Lula avance, mas reforçou que a medida seria essencial para mostrar a reação da oposição ante as declarações do petista. "É preciso marcar posição política e mostrar que Lula mente ao dizer que Dilma foi absolvida no caso das pedaladas. Não podemos admitir", disse.

Lula tem outros dois pedidos de impeachment pelo mesmo motivo

Esta não é a primeira vez em que Lula recebe pedidos de impeachment por falar que a cassação do mandato de Dilma Rousseff foi um golpe. No final de janeiro, dois pedidos de cassação foram protocolados pelos deputados Evair Vieira de Melo (PP-ES) e o próprio Sanderson, após o petista dizer que a sua correligionária foi afastada de forma inconstitucional em uma viagem ao Uruguai.

Os dois pedidos foram arquivados pela Câmara dos Deputados por terem sido protocolados antes do dia 1º de fevereiro. Nesta data, as legislaturas do Congresso são renovadas e todos os pedidos de impeachment não apreciados perdem o seu valor automaticamente.

PT quer anulação do impeachment de Dilma

Após a decisão do TRF-1, o Partido dos Trabalhadores solicitou a anulação do impeachment da ex-presidente Dilma no Congresso e, consequentemente, a devolução simbólica do seu mandato. Em um projeto apresentado nesta segunda-feira, 28, a bancada do PT defende a ilegalidade do processo de impeachment e chama o processo de cassação de "um dos maiores equívocos jurídico-políticos perpetrados contra uma mulher séria, honesta e dedicada à causa pública".

Segundo os petistas, o arquivamento da ação de improbidade pelas "pedaladas fiscais" no TRF-1 enfatiza a "inexistência de crime de responsabilidade" da ex-presidente.

A tentativa de parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) de anular os atos da Câmara e do Senado que levaram ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) tem efeitos mais simbólicos do que práticos. Como o retorno da petista à cadeira da Presidência é juridicamente impossível, a proposta, como o próprio texto do projeto diz, é promover uma "reparação histórica".

A anulação das etapas do processo de impeachment equivaleria a uma admissão, por parte do Congresso, de que houve um erro. Hoje, Dilma comanda o banco dos países do Brics, em Xangai, centro financeiro da China.

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Nesta terça (29), o projeto havia sido assinado por 24 parlamentares - dentre eles, o único que não é filiado ao PT é o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). Desde que ele deixou a Rede, em maio deste ano, há rumores de que ele poderia se filiar à sigla do governo.

A movimentação dos parlamentares atende a uma demanda externalizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a visita que fez a Angola. No último sábado, 26, o presidente disse que é necessário "reparar" Dilma. "É preciso ver como é que se repara uma coisa que foi julgada por uma coisa que não aconteceu", disse o petista durante uma entrevista coletiva em Luanda, capital do país.

A declaração foi dada após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) decidir, no último dia 22, pelo arquivamento da ação de improbidade contra Dilma sobre o caso das "pedaladas fiscais", prática revelada pelo Estadão que embasou o impeachment da petista.

O que o PT quer?

O texto da proposta de resolução é enxuto, contém apenas dois artigos e algumas páginas de justificativa. O objetivo é anular quatro atos:

- A sessão plenária da Câmara dos Deputados que admitiu o processo de impeachment no dia 17 de abril de 2016;

- Duas sessões plenárias do Senado, uma que admitiu o processo, no dia 11 de maio, e outra que condenou Dilma pelo crime de responsabilidade das "pedaladas fiscais", em 31 de agosto;

- A resolução n° 35/2016 do Senado, que formaliza o impeachment e destitui Dilma do cargo de presidente da República.

Na época, o presidente do Senado era Renan Calheiros (MDB-AL), aliado do presidente Lula. Ele tenta retomar o protagonismo no Congresso.

Quais são as consequências da aprovação do projeto?

A proposta legislativa ainda não começou a tramitar. Caso venha a ser aprovada, terá poucos efeitos práticos. O próprio texto do projeto reconhece que a restituição do mandato de Dilma é inviável.

O objetivo é fazer com que as duas Casas do Congresso voltem atrás em cada uma das decisões que levaram ao impeachment da ex-presidente, anulando-as uma por uma. É o equivalente a admitir um erro.

Se aprovada, a proposta pode inocentar Dilma na Justiça?

O pedido dos parlamentares petistas não tem influência no que o Judiciário decidiu sobre o caso das "pedaladas fiscais". O Tribunal Regional Federal da 1ª Região manteve por unanimidade o arquivamento do processo de improbidade administrativa de que Dilma foi ré. O Ministério Público Federal (MPF) ainda pode recorrer, mas as possibilidades são mais restritas.

O MPF propôs uma ação de improbidade administrativa contra a ex-presidente por causa das "pedaladas fiscais". É um tipo de processo que investiga ilícitos administrativos praticados pelo gestor público.

O processo de impeachment, por sua vez, investiga crimes de responsabilidade - que, apesar do nome, não são "crimes" como os do Código Penal, mas infrações administrativas elencadas em uma lei de 1950, as quais tornam a permanência do gestor no cargo inviável.

O entendimento do TRF-1 para arquivar o caso de Dilma é de que ela não poderia ser punida duas vezes pelo mesmo ilícito. Os desembargadores decidiram que, como ela já perdeu o cargo de presidente da República, foi penalizada pela lei de crime de responsabilidade e, por isso, não pode ser novamente condenada em uma ação de improbidade administrativa.

Como funciona a votação do projeto?

A proposta dos parlamentares do PT se inspira em outro projeto de resolução, apresentado em 2013, para desfazer a declaração de vacância da cadeira da Presidência da República no dia 2 de abril de 1964. O ato do presidente do Senado na época formalizou a destituição de João Goulart e permitiu a entrada dos militares na gestão do País.

O projeto de resolução é um tipo de proposta que está previsto no regimento interno do Congresso Nacional. Ele é apreciado em uma sessão conjunta das duas Casas do Legislativo Federal.

Há chance de ser aprovado?

Na segunda-feira (28), o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) anunciou o protocolo do projeto de resolução nas redes sociais. O grupo signatário busca o apoio de outros parlamentares além dos 24 (incluindo o próprio deputado) que já estão na lista.

Além de estar em busca de outros membros do PT, os parlamentares da sigla também tentam o endosso de membros de outros partidos, o que vai medir a possibilidade de aprovação da proposta.

Nos primeiros seis meses de governo, Lula enfrentou alguns reveses principalmente na Câmara dos Deputados - o governo foi derrotado no marco do saneamento, na votação do PL do marco temporal de demarcação de terras indígenas e precisou fazer negociações para a aprovar a MP dos Ministérios, que passou na véspera de caducar, e a reforma tributária.

Como mostrou o Estadão, o presidente é recordista em emendas parlamentares. Até o final de julho, Lula liberou R$ 11,8 bilhões para Estados e municípios indicados por deputados e senadores.

O Partido dos Trabalhadores (PT) quer a anulação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no Congresso Nacional e, consequentemente, a devolução simbólica do mandato dela. O pedido ocorre após o arquivamento da ação de improbidade pelas "pedaladas fiscais" no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). No fim de semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma "reparação" para a correligionária.

No projeto apresentado nesta segunda-feira (28), a bancada do PT defende a ilegalidade do processo de impeachment e chama o caso de "um dos maiores equívocos jurídico-políticos perpetrados contra uma mulher séria, honesta e dedicada à causa pública". A justificativa do texto afirma que o arquivamento da ação de improbidade pelas "pedaladas fiscais" no TRF-1 enfatiza a "inexistência de crime de responsabilidade" da ex-presidente.

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"A presente resolução tem como objetivo principal reparar o seu passado recente, ao corrigir um dos maiores equívocos jurídico-políticos perpetrados contra uma mulher séria, honesta e dedicada à causa pública, Dilma Vana Rousseff, quando injustamente lhe foi imputada a sanção de perda do cargo de Presidente da República, decorrente de um hipotético crime de responsabilidade que, sob as perspectivas fática e jurídica, nunca aconteceu", diz o documento.

A decisão do TRF-1 foi divulgada após o colegiado da 10ª Turma se reunir para julgar uma apelação do Ministério Público Federal (MPF). Como mostrou o Estadão, o Tribunal decidiu que Dilma não poderia responder nos termos Lei de Improbidade Administrativa porque já havia sido responsabilizada por meio da norma que define os crimes de responsabilidade. Em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que o Presidente da República não deveria estar à mercê do sistema de dupla responsabilização.

Especialistas ouvidos pelo Estadão afirmam que o arquivamento da decisão não inocenta Dilma, visto que o mérito da ação não foi analisado. A apreciação teve caráter formal e processual em resposta à decisão do STF em 2018. Eles ainda afirmam que não existe correlação entre a decisão de arquivar a ação no TRF-1 e o processo que levou ao afastamento da ex-presidente, já que cada um dos acontecimento se refere a leis diferentes: a ação no Tribunal enquadra Dilma na Lei de Improbidade Administrativa; enquanto, no passado, ela já havia sido responsabilizada pela Lei do Impeachment.

A narrativa de que Dilma teria sido inocentada pelo TRF-1 foi fomentada pelo presidente Lula durante discurso no Fórum Econômico Brasil-Angola, na capital de Luanda, no sábado, 26. O petista defendeu era necessário discutir como "reparar" a ex-presidente.

O processo

Dilma deixou o governo em 2016 após sofrer um impeachment. O processo ocorreu baseado na acusação de que a petista infringiu a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ao editar decretos para abertura de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional e atrasar, de maneira proposital, o repasse de dinheiro da União para bancos com o objetivo de melhorar artificialmente as contas. A manobra, batizada de "pedaladas fiscais", foi revelada pelo Estadão.

O projeto de resolução apresentado nesta segunda-feira contém a assinatura do vice-líder do governo no Congresso, deputado Lindbergh Farias, da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, do líder do PT na Câmara, deputado Zeca Dirceu, do líder do governo Lula no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, e de mais 20 deputados federais.

Alexandre de Moraes é o ministro do Supremo Tribunal Federal alvo de mais pedidos de impeachment nos últimos anos. De 2019 a 2023, foram apresentados 77 requerimentos de abertura de investigação por crime de responsabilidade contra ministros da Corte no Senado. Mais da metade, 40 solicitações, é contra Moraes. As acusações são, principalmente, de condução tendenciosa de inquéritos e de declarações com teor supostamente político-partidário.

Os pedidos têm em comum o fato de terem sido protocolados, em sua maioria, por correligionários e apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente, inclusive, é autor de um dos requerimentos de impeachment do magistrado, apresentado em agosto de 2021. Na época, Moraes passou a ser o relator de duas investigações que atingem o ex-chefe do Executivo: o inquérito das "milícias digitais" e o de vazamento de dados sigilosos de investigações da Corte.

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Integrantes mais recentes do Supremo, os ministros André Mendonça e Nunes Marques, indicados por Bolsonaro, são os únicos sem pedidos de impeachment. Cristiano Zanin não foi contabilizado no levantamento feito pelo Estadão, porque a posse dele será no dia 3 de agosto, quando assumirá a cadeira que está vaga no STF. Nos últimos anos, Moraes passou a ter mais evidência por presidir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O ex-presidente da República Michel Temer (MDB) voltou a afirmar, dessa vez em entrevista ao site chileno BioBioChile publicada neste sábado, 22, que o impeachment de Dilma Rousseff (PT) foi, na sua visão, um "golpe de sorte". Temer foi perguntado sobre comentário feito em 2016 no Twitter pelo então deputado Gabriel Boric, atual presidente do Chile, sobre o processo de impeachment. Na ocasião, Boric disse que a destituição de Dilma foi um golpe, mesmo que disfarçado de "institucional".

"Tirando o que o Boric e o Lula falaram, com o perdão do trocadilho, acho que foi um golpe de sorte", disse Temer. O ex-presidente já havia usado o termo "golpe de sorte" ao Estadão em outubro do ano passado, quando Lula, então candidato à Presidência, o chamou de golpista durante debate na Rede Globo.

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"O que aconteceu com a ex-presidente Dilma é que ela perdeu apoio político. Além disso, havia as pedaladas fiscais, que são uma questão técnica e estão sob pena de demissão. Afastado o presidente, quem deve assumir a presidência da República é o vice-presidente. Isso está escrito na Constituição brasileira", afirmou, na entrevista ao site chileno. "Então sinto muito por aqueles que me chamam de golpista, sinto muito pelo presidente Boric que se manifestou dessa forma no passado. Não sei se atualmente, com os problemas que tem em seu governo, ele diria o mesmo", acrescentou. Como mostrado pelo Estadão, derrotas legislativas e impopularidade marcaram o primeiro ano de Boric na presidência.

Ao site chileno, Temer elogiou a política externa de Lula, que, segundo ele, tem feito um esforço saudável e positivo para o País, e criticou a do ex-presidente Jair Bolsonaro. "Não podemos aplaudir porque Bolsonaro não multilateralizou sua política externa. Bilateralizado ou trilateralizado, mas não era uma coisa útil. Não serviu para ele, nem para o governo, nem para o País", pontuou.

Temer também disse que conceitos de direita e esquerda são, para ele, totalmente irrelevantes. "O que tenho observado é que a população quer resultado e nada mais que isso. Não importa se o resultado vem de um presidente que se considera de direita ou de esquerda. Desde que seja positivo, aplauda. Se não for, é obsoleto. Muitas vezes eu tenho dito o seguinte: pergunte a uma pessoa que está com fome, que não tem um prato de comida em casa, se ela é de direita ou de esquerda. Ela diz 'eu quero um pão'".

A declaração sobre a 'derrota' do bolsonarismo é o ponto central do pedido de impeachment do ministro Luís Roberto Barroso - protocolado nesta quarta-feira, 18 -, mas o documento foi abastecido por outras falas do magistrado que incomodam os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os 12 senadores e 70 deputados que subscreveram o texto turbinaram a solicitação demonstrando incômodo com sobre outras duas frases do magistrado: "Nós é que somos os poderes do bem" e "Perdeu, mané".

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A primeira declaração ocorreu em abril de 2022, quando Barroso palestrou na Brazil Conference, organizada pela universidade de Harvard.

Na ocasião, Barroso afirmou: "eu preciso ter uma compreensão crítica de que coisas ruins estão acontecendo, mas é preciso não supervalorizar o inimigo. Nós somos muito poderosos, nós somos a democracia. Nós é que somos os poderes do bem, nós é que ajudamos a empurrar a história na direção certa".

A fala se deu após comentários de outros participantes sobre uma eventual vitória de Bolsonaro nas eleições de 2022. Para os parlamentares aliados do ex-presidente, a declaração se deu em um contexto de 'repetição de chavões da histeria antibolsonarista'.

Eles sustentam uma 'visão moralista da política, com veios messiânicos, que identifica o "eu" com o bem, e o "outro" com o mal'.

Ao mencionarem a fala de Barroso na Brazil Conference, os aliados de Bolsonaro dizem que, no caso, não é possível usar a 'desculpa de que as afirmações se deram como retorsão a provocações', como no episódio do 'Perdeu, Mané'. Barroso disse tal frase após ser hostilizado em Nova York, em novembro de 2022.

No pedido protocolado nesta quarta, 19, os deputados atribuem a Barroso suposta incidência em dois crimes de responsabilidade: 'exercer atividade político-partidária' e 'proceder de modo incompatível com a honra, dignidade e decoro de suas funções'.

"Isento das paixões político-partidárias, exige-se do Poder Judiciário que funcione como o corpo técnico do estado que aplica o Direito, pacificando as relações sociais acima das divergências ideológicas", alegam.

'Nós derrotamos o bolsonarismo'

Apesar de o pedido de impeachment de Barroso fazer menção a outras declarações de Barroso, o ponto central do documento de 32 páginas é a afirmação "nós derrotamos o bolsonarismo". Para os parlamentares, a fala, dita na quarta-feira, 12, 'fere de morte a democracia'.

Barroso proferiu a frase durante congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), após um grupo chamá-lo de 'inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016'. Em resposta, o ministro afirmou: "Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas".

Em nota, o Supremo afirmou que a afirmação de Barroso se referia ao 'voto popular e não à atuação de qualquer instituição'. Depois, o próprio ministro divulgou nota indicando que usou a expressão 'derrotamos o bolsonarismo' quando 'na verdade me referia ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro e que corresponde a uma minoria'.

"Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-Presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima. Tenho o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas", frisou.

Como mostrou o Estadão, nos últimos cinco anos, Barroso já foi alvo de 17 pedidos de impeachment no Senado. Apesar de a Constituição prever a possibilidade de alijamento de um magistrado da Corte máxima em cinco hipóteses específicas, desde que o STF foi criado, há 132 anos, nenhum ministro perdeu a cadeira por impeachment.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso fez críticas ao bolsonarismo em um discurso no congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), na noite desta quarta-feira (12), em Brasília. Com a repercussão das declarações, parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmaram que vão entrar com pedido de impeachment contra o magistrado.

As falas de Barroso foram uma reação a um grupo de estudantes que protestava contra a presença do ministro, chamado de "inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016?, em referência aos votos do magistrado sobre o piso salarial da categoria e o rito do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Barroso foi vaiado.

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"Estar aqui é reencontrar o meu próprio passado de enfrentamento do autoritarismo, da intolerância e de gente que grita em vez de ouvir, de gente que xinga em vez de botar argumentos na mesa. Isso é o bolsonarismo! Quem tem argumentos, quem tem razão, quem tem a história do seu lado coloca argumentos na mesa. Não xinga, não grita. Esse é o passado recente no qual nós estamos tentando nos livrar", afirmou Barroso, que citou a luta contra a ditadura militar e a defesa da democracia.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que a oposição entrará com pedido de impeachment sob a justificativa de o magistrado "exercer atividade político-partidária". "Se, por um milagre, houver justiça nesse país, a perda do cargo é inegável", disse.

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A deputada Bia Kicis (PL-DF) classificou a declaração de Barroso como uma "atuação contra uma força política". "Gravíssimo! Nós, da oposição, entraremos com pedido de impeachment."

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Carlos Jordy (PL-RJ), também defendeu o pedido de abertura de impeachment do ministro. "Isso é normal? Escrachou de vez? Imagine um ministro do STF dizendo numa palestra que eles 'derrotaram o lulo-petismo'."

Em novembro do ano passado, após as eleições presidenciais, Barroso foi hostilizado em Nova York, nos Estados Unidos, por manifestante apoiador de Bolsonaro que protestava contra o resultado das urnas e pregava intervenção militar. Irritado, Barroso respondeu: "Perdeu, mané. Não amola".

Impeachment de ministro do STF

O Senado é a Casa responsável por dar início no processo de impedimento de ministros do STF. Em tese, o pedido pode ser iniciado a partir da denúncia de qualquer cidadão comum. Como mostrou o Estadão, só o ministro Alexandre de Moraes, principal alvo do bolsonarismo, é alvo de 60 pedidos de impeachment.

Um ministro do STF pode sofrer um processo de afastamento por cinco tipos diferentes de crimes de responsabilidade. Exercer atividade político-partidária é um deles. Para isso, porém, é preciso que eles estejam juridicamente bem fundamentados. Caso contrário, o destino deles costuma ser a gaveta, e o pedido fica parado.

Os deputados bolsonaristas que pediram impeachment de Lula  Justificativa do pedido é o encontro do presidente Lula com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e por declarar que a 'democracia é um conceito relativo'  Por: Guilherme Gusmão  Tags: Lula, Nicolás Maduro, Impeachment, democracia, bolsonarismo 

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) protocolou, com outros 27 parlamentares bolsonaristas, um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A justificativa, segundo os políticos, é o fato do líder petista ter "relativizado a democracia", após encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que veio ao Brasil em 29 de maio. 

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 "O fato de o presidente de uma República pautada na dignidade da pessoa humana e na prevalência dos direitos humanos afirmar que a Venezuela é uma democracia não é condizente com dignidade, a honra e o decoro do cargo ocupado, praticando, portanto, crime de responsabilidade", diz o texto que solicita a cassação e perda dos direitos políticos do mandatário por oito anos. 

 A declaração de Lula foi feita em entrevista à Rádio Gaúcha, no dia 29 de junho. O presidente afirmou que o conceito de democracia é relativo e que a Venezuela realiza mais eleições que o Brasil. 

"A Venezuela tem mais eleições do que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim. Eu gosto de democracia, porque a democracia que me fez chegar à Presidência da República pela terceira vez. Por isso que eu gosto da democracia e a exerço na sua plenitude. Aqui, eu acho que o mundo inteiro sabe que a governança do PT é exemplo de exercício da democracia", disse. 

Para os parlamentares, essa fala "levanta preocupações em relação à sua adesão aos princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito, que busca preservar as liberdades individuais, proteger os direitos humanos e garantir a participação cidadã em um ambiente plural e democrático".

Veja a lista dos deputados bolsonaristas que pedem o impeachment de Lula: 

-Nikolas Ferreira (PL-MG);

-Bia Kicis (PL-DF);

-Mário Frias (PL-SP);

-Carla Zambelli (PL-SP);

-Delegado Caveira (PL-PA);

-Fábio Costa (PP-AL);

-Coronel Chrisóstomo (PL-RO);

-Junio Amaral (PL-MG);

-Paulo Bilynskyj (PL-SP);

-Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS);

-Zé Trovão (PL-SC);

-José Medeiros (PL-MT);

-Sargento Gonçalves (PL-RN);

-Coronel Meira (PL-PE);

-Daniel Freitas (PL-SC);

-Delegado Eder Mauro (PL-PA);

-Maurício Marcon (Podemos-RS);

-Capitão Alden (PL-BA);

-Sanderson (PL-RS);

-Luiz Philippe de O. Bragança (PL-SP);

-Gilvan da Federal (PL-ES);

-Sóstenes Cavalcante (PL-RJ);

-Dr. Frederico (Patriota-MG);

-Messias Donato (Republicanos-ES);

-Daniela Reinehr (PL-SC);

-Abílio (PL-MT);

-Silvia Waiãpi (PL-AP);

-Marcos Pollon (PL-MS).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030, publicou em uma rede social o trecho de uma matéria da Folha de São Paulo que fala sobre uma reunião da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016, no Palácio do Planalto, junto a embaixadores estrangeiros que teriam vindo ao Brasil para abordar o impeachment. Apesar de não ter feito outros comentários, se entende que a publicação do conservador volta a argumentar injustiça na decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela sua inelegibilidade.

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Bolsonaro foi condenado pelo TSE por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação no último dia 30 de junho. A decisão da Corte, apesar de poder ser alvo de recursos, já está válida pelos próximos oito anos. Na ação vencedora contra o ex-presidente, um dos principais questionamentos se fez a partir de uma reunião de Jair com embaixadores, no Palácio da Alvorada, em julho de 2022. Na ocasião, ele utilizou suspeitas falsas e já verificadas por órgãos oficiais, de que o TSE possui um sistema facilmente corruptível e que as urnas eletrônicas não são seguras.

A reunião de Dilma, em 2016, convidou cerca de 150 embaixadores para o "Encontro com Juristas  pela Legalidade da Democracia"; aproximadamente 70 convidados compareceram. Entre eles, embaixadores ou encarregados de negócios da Itália, Reino Unido, Bolívia, Equador, Cuba e Rússia. Israel, que à época vivia um impasse diplomático com o Brasil, compareceu através de um encarregado.

Na legislação eleitoral brasileira, não há contrariedade à reunião ou ao tema abordado nela - o impeachment de Dilma. O intuito era emular algo como a Campanha da Legalidade, no pré-ditadura militar, e alcançar apoios diplomáticos para Dilma, que estava prestes a ser exonerada do cargo presidencial.

O discurso de Bolsonaro aos embaixadores

A fala do ex-presidente que motivou a ação foi feita em 18 de julho de 2022, em reunião com embaixadores de países estrangeiros residentes no Brasil. No encontro, o chefe do Executivo disse que o TSE atenta contra as eleições e a democracia. “Atentar contra as eleições e a democracia, quem faz isso é o próprio TSE ao tentar esconder o inquérito de 2018”, disse o presidente, em referência suposto inquérito da Polícia Federal sobre uma invasão hacker à rede do TSE em 2018. Bolsonaro não apresentou provas.

Em seu discurso, Bolsonaro também relacionou os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Roberto Barroso ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e insinuou que houve favoritismo e parcialidade diante dos processos do petista.

 

Um grupo de 33 deputados liderados por Luiz Philipe Orleans Bragança (PL-SP) apresentou, nessa quarta-feira (29), um pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os parlamentares citam como "pontos preocupantes" a declaração de Lula segundo a qual ele pensava, na prisão, em "f***r" o ex-juiz e hoje senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e "ataques às instituições de combate à corrupção". O grupo elenca como exemplo desses "ataques" o fato de o presidente ter afirmado que uma operação da Polícia Federal contra o PCC teria sido uma "armação" do ex-juiz da extinta Operação Lava Jato.

"No contexto de reiteradas falas sobre desejo de vingança aos integrantes da Lava Jato, o presidente da República flagrantemente faltou com a verdade e produziu uma 'fake news' de efeitos extremamente danosos às instituições afirmando que o atentado contra Moro e seus familiares seria uma armação do próprio Moro. Em seguida, o presidente debochou da ameaça séria à vida de famílias inocentes", afirmam os deputados.

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O documento entregue à presidência da Câmara dos Deputados acusa o petista de suposto crime de responsabilidade e aponta ingovernabilidade por incapacidade do petista de "aglutinar coesão em torno de um plano nacional no Congresso".

A ingovernabilidade se caracteriza quando o risco político supostamente causados por um presidente resulta em maior instabilidade do que um pedido de impeachment causaria. Os parlamentares defendem que a ingovernabilidade se apresenta nas áreas econômica, financeira e social. Eles citam como exemplo os ataques do petista contra a autonomia do Banco Central e dizem que, em menos de 100 dias, Em menos de 100 dias de governo, "há pelo menos quatro ministros acusados de cometerem improbidade e violação de regras constitucionais".

Entre os signatários do documento estão os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e Bia Kicis (PL-DF). A aprovação depende do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).

Este é o sétimo pedido de impeachment contra Lula. A maioria foi motivada por declarações públicas do petista. Na mesma época em 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha dois pedidos protocolados solicitando a sua retirada do cargo. Segundo dados da Câmara dos Deputados, os pedidos alegavam crime de responsabilidade e omissão.

A Câmara dos Deputados possui seis pedidos de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de o petista completar cem dias no governo. Como comparação, na mesma época em 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha dois pedidos protocolados solicitando a sua retirada do cargo.

Metade dos pedidos contra Lula foi motivada por declarações públicas do petista. O último deles, protocolado na quarta-feira, 22, pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS) cita a afirmação de Lula de que, quando estava preso, queria "foder" o ex-juiz e agora senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). A declaração foi dada na terça-feira, 21, pelo presidente durante entrevista ao site 247.

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Outros dois pedidos - protocolados pelos deputados Ubiratan Sanderson (PL-RS) e Evair Vieira de Melo (PP-ES) - citam declaração polêmica de Lula na Argentina. Na sua primeira viagem internacional, o petista voltou a dizer que o impeachment de Dilma Rousseff foi um "golpe de Estado", desprezando o processo legal que ocorreu em 2016.

Esses dois pedidos, entretanto, foram arquivados seguindo os termos do art. 105 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados (RICD), porque foram apresentadas no final de janeiro de 2023, sendo que a atual legislatura se iniciou no dia 2 de fevereiro.

Os outros três pedidos protocolados dispõem de um suposto processo de licitação para compra de móveis de luxo, da responsabilização de Lula pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro e da tentativa do petista em impedir a instalação de CPI e CPMI para investigar os ataques antidemocráticos em Brasília.

Bolsonaro

Na mesma época em 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha dois pedidos protocolados solicitando a sua retirada do cargo. Segundo dados da Câmara dos Deputados, os pedidos alegavam crime de responsabilidade e omissão. Um deles citava como motivação uma publicação do ex-chefe do Executivo "com forte conteúdo pornográfico, a pretexto de crítica ao Carnaval brasileiro", segundo ementa.

A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou uma moção de solidariedade ao pedido de impeachment do presidente Lula (PT). Apesar do resultado da sessão plenária dessa segunda-feira (27), o petista teve mais votos que Jair Bolsonaro na capital gaúcha. 

Por 14 votos contra 12, a moção presta solidariedade ao pedido de impeachment feito pelo deputado federal Ubiratan Sanderson (PL). Protocolada pelo parlamentar em janeiro, a solicitação foi o primeiro movimento oficial pela destituição do presidente. Ele apontou que Lula cometeu crime de responsabilidade por definir a saída de Dilma Roussef da Presidência como “golpe”.   

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A proposição assinada por vereadores da direita não se mostrou alinhada a escolha dos próprios eleitores da cidade. Porto Alegre foi a única capital do Sul em que Lula bateu Bolsonaro nas urnas. O atual presidente obteve 437.798 votos no município, equivalente a 53,50% dos votos válidos, enquanto o candidato conservador ficou com 380.499 votos, o que representa 46,50%. 

O MDB prepara uma série de ações para combater a narrativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT segundo a qual a ex-presidente da República Dilma Rousseff foi vítima de um golpe. A legenda de Michel Temer - que assumiu o Palácio do Planalto após o impeachment da petista - deu início a uma estratégia para defender o que considera seu legado, rebater ataques de "fogo amigo" e posicionar a ministra do Planejamento, Simone Tebet, como presidenciável em 2026.

Além de não deixar sem resposta nas redes sociais nenhuma crítica à gestão Temer, o MDB articula a produção de um documentário sobre os 60 anos da legenda - a efeméride é em 2026 - que pretende defender a administração do emedebista. Interlocutores do ex-presidente queriam que o filme fosse centrado na sua gestão, mas a Fundação Ulysses Guimarães prefere ampliar o roteiro e incluir o governo José Sarney e a Constituinte.

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Em outra frente, a fundação prepara um documento elaborado por economistas sobre as "conquistas" do governo Temer, como a reforma trabalhista e o teto de gastos, e outro com advogados que farão a defesa jurídica do impeachment.

"Temos uma história de serviços prestados o povo e aprovados nas urnas pelo voto direto. Por isso, temos de reforçar e lembrar nossa história sempre, principalmente quando todos são alvo de fake news", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o deputado Baleia Rossi (SP), presidente nacional do partido.

Sondagem

O MDB encomendou, ainda, pesquisas quantitativas e qualitativas para medir o recall eleitoral de Tebet e medir o quanto o eleitorado vincula nome da ministra à legenda. Apesar estar na base de Lula, o partido quer dar visibilidade a Tebet, que ficou em terceiro lugar na disputa presidencial do ano passado. A estratégia passa por manter distância regulamentar dos embates entre Lula e PT e o Banco Central.

Com três ministérios importantes no governo Lula (Planejamento, Transportes e Cidades) e dono de uma bancada de 42 deputados e dez senadores, o MDB se tornou um aliado central para o Planalto. A relação com o governo, no entanto, enfrenta desgaste. Em janeiro, durante visita oficial ao Uruguai, Lula chamou Temer de "golpista".

Em resposta, Temer disse que o petista tenta de "reescrever a história por meio de narrativas ideológicas". "Foi aplicada a pena prevista para quem infringe a Constituição", afirmou o ex-presidente.

A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), que deverá comandar o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), do Brics, ressaltou ter dito “nós voltaremos” ao Palácio do Planalto no dia em que sofreu o impeachment, em 2016. A petista lembrou do momento durante fala no aniversário de 43 anos do PT, em Brasília, na segunda-feira (13). 

“Ao sair do Palácio do Planalto e do Palácio do Alvorada, eu disse: nós voltaremos. Nós sabemos que há alguns momentos na vida em que é preciso ter coragem, e nós tivemos coragem”, salientou Dilma.

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“Cada um de nós aqui presente em vários momentos foi ameaçado, se sentiu oprimido e resistiu. E lutou. E teimou. Saúdo, obviamente, o nosso grande líder, aquele líder que caminhou de cabeça erguida. Não fugiu. Não correu. Não se esquivou. Não saiu do Brasil. Ficou aqui e enfrentou os 580 dias de prisão”, afirmou a ex-presidenta, em referência ao presidente Lula e a saída do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) do Brasil para não passar a faixa presidencial ao petista. 

O ex-presidente Michel Temer defendeu, nesta sexta-feira (3), medidas que, segundo ele, afastariam a instabilidade política do Brasil e declarou que, nos últimos anos, "impedimento virou moda" no Pais. O emedebista afirmou que o sistema político brasileiro é de uma "instabilidade extraordinária" e relembrou o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), que o levou a chefiar o Planalto em 2016. "Cheguei constitucionalmente ao poder (…) Mas (impeachment) é um trauma institucional, nós precisamos acabar com os traumas institucionais", afirmou.

O ex-presidente defendeu a adoção do semipresidencialismo no Brasil. A migração para esse sistema político é recorrente em seus discursos e tem adeptos também no Supremo Tribunal Federal. A ideia é reduzir o número de partidos políticos no Congresso e se aproximar do parlamentarismo de alguns países europeus.

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Segundo o ex-presidente, o semipresidencialismo é garantia de "tranquilidade absoluta" para os países que o adotam. Fazendo um paralelo com a Revolução dos Cravos, de Portugal, o emedebista afirmou que no Brasil se distribuem "espinhos" e que é necessária uma "Revolução das Rosas": "Precisamos olhar para a frente e distribuir flores".

Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Temer promoveu um "golpe" ao assumir o lugar de Dilma no Planalto. Em resposta pública, o ex-presidente afirmou que Lula mantém os pés no palanque. Nesta sexta, a jornalistas, o emedebista afirmou que hesitava em responder à narrativa petista de "golpe", mas que o fez porque, desta vez, Lula o chamou de golpista na Argentina, onde Temer é conhecido.

Temer participa do Brazil Conference Lisboa, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais. Os ministros do STF Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski também estão presentes, além do ministro-chefe do TCU, Bruno Dantas. O ministro Alexandre de Moraes também participaria do encontro, mas cancelou na última quinta-feira alegando problemas de agenda.

Os ataques do 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes, em Brasília, têm sido repudiados ao longo de todas as palestras. A sustentabilidade da democracia e a força das instituições foi destaque na fala dos ministros do STF.

Em tom duro, Gilmar Mendes afirmou que as instituições de tornaram alvo do fanatismo político, alimentado pela desinformação.

A Advocacia Geral da União (AGU), que irá abrigar uma procuradoria especial destinada a combater notícias falsas nas redes sociais, silenciou sobre a recente manifestação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de chamar de "golpe" o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. O Estadão pede uma manifestação desde quarta-feira (25), sobre se esse seria um caso classificado como fake news pelo governo petista, mas não houve resposta.

A página oficial do Palácio do Planalto tratou como "golpe" o impeachment de Dilma Rousseff (PT), que seguiu os trâmites constitucionais, em publicação no dia 18. O PSDB foi à Justiça para questionar o governo. "Afirmar que o impeachment de Dilma se constituiu em 'golpe' é ato desprovido de verdade. Golpe, no sentido político, é aquele em que os representantes eleitos são destituídos de seu cargo fora das regras previstas na Constituição", destacou o partido.

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Dias depois, o próprio Lula chamou o ex-presidente Michel Temer de "golpista" em discurso durante visita oficial ao Uruguai. Temer, que assumiu o mandato após o impeachment de Dilma, ironizou e disse que sua chegada ao poder foi um "golpe de sorte".

A nova gestão da AGU, agora sob a alçada do ministro-chefe Jorge Messias, foi procurada pelo Estadão na última quarta-feira pedindo uma manifestação da Pasta. Não houve resposta e o pedido foi reiterado. Ontem, o ministro Messias pediu que fosse procurada sua assessoria.

Em nota, limitou-se a afirmar que a Procuradoria de Defesa da Democracia ainda não está ativa. "(A procuradoria) encontra-se, nesse momento, em fase de montagem do grupo de trabalho que discutirá sua regulamentação", disse. O órgão será responsável por futuras ações contra quem divulgar informações falsas nas redes sociais que estimulem o rompimento da ordem democrática.

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) enviou, nesta quinta, 26, uma representação ao ministro Jorge Messias pedindo abertura de um procedimento judicial contra o presidente Lula por causa das declarações de que houve um golpe de Estado em 2016. "O presidente da República está deliberadamente propagando desinformações a respeito de um fato histórico", alegou o deputado.

Na última quinta-feira, o ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou edição de Medida Provisória para determinar às redes sociais que retirem do ar postagens que atentem contra a democracia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) protocolou, nessa quinta-feira (26), uma representação na Advocacia-Geral da União (AGU) sob a alegação de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dissemina "desinformação" ao afirmar repetidamente que Dilma Rousseff sofreu "golpe de Estado". A petista foi alvo, em 2016, de impeachment.

No documento, Kim pede que a declaração de Lula seja analisada pela recém-criada Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia, que, de acordo com o governo, elaborará ações contra desinformação. Como mostrou o Estadão, especialistas veem riscos na atuação do órgão e alertam que não há no ordenamento jurídico o conceito de desinformação.

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"Quando o presidente da República passa a dizer, publicamente, que o impeachment - procedimento constitucionalmente previsto e parte indissociável do sistema de freios e contrapesos - é um 'golpe', a população fica desorientada a respeito do funcionamento das instituições democráticas e do arcabouço constitucional", diz texto. Procurada, a AGU não comentou a postagem.

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