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A Procuradoria-Geral Eleitoral defendeu junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), neste domingo, 15, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ficar inelegível novamente, agora por promover a candidatura durante a celebração oficial do Bicentenário da Independência, no ano passado. O Ministério Público apontou que Bolsonaro cometeu abuso de poder político e conduta vedada a agente público em campanha eleitoral, em três processos sobre os atos de 7 de setembro de 2022, em Brasília e no Rio.

Bolsonaro está inelegível até 2030, por decisão do TSE, desde junho. Por 5 votos a 2, os ministros da Corte Eleitoral enquadraram o ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em razão da reunião em que atacou as urnas eletrônicas diante de diplomatas.

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Nos processos sobre o 7 de setembro, Bolsonaro e o general Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa, são acusados por abusos de poder político e econômico, por usarem cerimônia oficial para fazer campanha eleitoral, e conduta vedada a agente público, por se favorecerem de verbas públicas, pessoal e material da União nos eventos.

No documento, o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco, afirma que "a prova dos autos revela uma intencional hibridação dos eventos oficiais, custeados e organizados pelo governo federal, com os atos de campanha do candidato à reeleição".

"Observa-se uma apropriação de segmentos da estrutura administrativa do Estado com desvirtuamento de atos oficiais comemorativos de data de singular relevância simbólica no calendário cívico", afirmou Gonet Branco. "A interferência desses atos sobre a lisura do pleito é inequívoca, com favorecimento da candidatura dos investigados, em detrimento dos seus concorrentes."

Segundo o vice-procurador-geral, Bolsonaro poderia, "sem dúvida", estar nas festividades. O que o ex-presidente não poderia fazer, afirmou, era transformar os atos em campanha eleitoral, "com exploração de investimentos de recursos do erário, de pessoal e de bens públicos".

Gonet Branco apontou que, na manhã de 7 de setembro do ano passado, no Palácio do Planalto, Bolsonaro concedeu uma entrevista convocando a população para o ato. Em seguida, o então presidente passou a "exaltar" a gestão, a economia do País e outros temas considerados eleitorais.

"O fato é que, tanto em Brasília como no Rio de Janeiro, houve estratégia de fusão dos eventos oficiais de desfiles militares e de ritos institucionais com os atos de campanha do primeiro investigado (Bolsonaro), realizados na vizinhança imediata e em que foram proferidos discursos de inegável conteúdo eleitoral", pontuou Gonet Branco.

A quais ações Bolsonaro responde no TSE

O ex-presidente está sendo julgado em outras ações no TSE que questionam transmissões ao vivo e entrevistas concedidas por ele no Palácio do Planalto e no Palácio da Alvorada durante a campanha de 2022. Este julgamento começou na terça-feira, 10.

Além desses processos, Bolsonaro e Braga Netto respondem a três Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) e uma Representação Especial (RepEsp) por irregularidades nas comemorações do Bicentenário da Independência. Neste domingo, Gonet Branco apresentou as alegações finais do Ministério Público - última fase antes do julgamento do processo - para uma Representação Especial e duas Aijes sobre o 7 de setembro.

O vice-procurador-geral eleitoral afirmou, no documento, que "não há prova da participação" de Braga Neto "nem da sua anuência a eles". Por isso, na avaliação do Ministério Público Eleitoral, o militar "não pode sofrer a pena da inelegibilidade pelo abuso de poder político". O julgamento desses três processos sobre o 7 de setembro ainda não tem data marcada.

Os procedimentos sobre o Bicentenário da Independência foram movidos pela coligação Brasil da Esperança, da então candidata à Presidência, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), e pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). Segundo o TSE, as ações têm diferenças, mas todas tratam do mesmo evento, em setembro do ano passado.

No processo, a defesa de Bolsonaro afirmou que "houve separação bem demarcada entre o que era evento institucional e o que era campanha do candidato". Os advogados do ex-presidente registraram ainda que o então candidato à reeleição não fez discurso nas cerimônias oficiais.

No ano passado, três dias depois da comemoração do Bicentenário, o ministro Benedito Gonçalves, do TSE, proibiu Bolsonaro de usar imagens do 7 de setembro em suas propagandas no horário eleitoral. A determinação do TSE atendeu a um pedido feito pela coligação do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que alegou que Bolsonaro se aproveitou das comemorações do 7 de Setembro, pagas principalmente com dinheiro público, para fazer campanha. O ministro considerou, na ocasião, que o uso do evento feria a isonomia que deve ser concedida aos candidatos em disputa eleitoral.

O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu uma calorosa recepção de seus apoiadores em Fortaleza, a capital do Ceará, nessa sexta-feira (29). Embora tenha sido declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral, Bolsonaro expressou sua intenção de retornar à arena política “se assim Deus permitir”, conforme relatado pelo Estadão.

Em frente a uma multidão, o ex-presidente mencionou os nomes do deputado federal André Fernandes (PL-CE), que tem a intenção de concorrer à prefeitura da capital cearense, e do deputado estadual Carmelo Neto (PL-CE).

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“Agradeço a todos vocês pela oportunidade. Agradeço a Deus por me dar uma segunda chance e pela missão de liderar o Executivo por quatro anos. Se Deus quiser e isso estiver de acordo com a vontade Dele, no futuro, estaremos de volta”, declarou Bolsonaro em seu discurso.

 

Um grupo de cidadãos anticorrupção apresentou, nesta quarta-feira (6), uma ação em Colorado para impedir que Donald Trump participe das eleições presidenciais de 2024, alegando que suas ações durante as eleições de 2020 o tornariam inelegível.

Este recurso marca o mais recente episódio de um debate jurídico desencadeado pela histórica acusação do ex-presidente republicano em 1º de agosto por seus supostos esforços ilegais para anular os resultados da votação, que seu oponente democrata Joe Biden venceu.

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Para apoiar sua ação, o grupo Cidadãos pela Responsabilidade e Ética (Crew, sigla em inglês) invoca a 14ª emenda à Constituição, adotada em 1868, que exclui da responsabilidade pública qualquer pessoa que, tendo jurado defender a Constituição, participe de atos de "rebelião".

Este texto foi usado pelo menos oito vezes na história, segundo o Crew, mas apenas uma vez em mais de um século, em 2022.

Os peticionários argumentam que os esforços de Trump para reverter os resultados de 2020 "culminaram em 6 de janeiro de 2021" com sua participação em "uma rebelião violenta no Capitólio" e constituem uma violação de seu juramento quando assumiu o cargo quatro anos antes de "defender a Constituição".

Portanto, eles pedem às autoridades eleitorais do Colorado que retirem as cédulas com o nome de Donald Trump das primárias republicanas, nas quais ele é atualmente o grande favorito, bem como de qualquer eleição subsequente no estado.

Em outros estados, procedimentos semelhantes foram iniciados.

Trump, que enfrenta quatro acusações criminais, duas delas por suas ações durante as eleições de 2020 - uma a nível federal e outra no estado da Geórgia -, recentemente protestou em sua rede social Truth contra esses argumentos. "Eles não têm base legal", disse ele.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicou na terça-feira (1°) o acórdão da decisão que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro à inelegibilidade pelo período de oito anos. A decisão foi proferida em sessão no dia 30 de junho.

O documento tem 433 páginas e reúne a íntegra do julgamento, incluindo os votos dos ministros e as fundamentações que levaram ao resultado do julgamento.

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Recursos

Com a publicação do acórdão, a defesa de Bolsonaro poderá entrar com recursos para tentar questionar trechos da decisão.

Os advogados podem recorrer ao próprio TSE e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Três dos sete ministros do TSE também fazem parte do STF e podem participar do julgamento de eventual recurso.

Pelas regras internas da Corte, os ministros que atuam no tribunal eleitoral não ficam impedidos automaticamente de julgar questões constitucionais em processos oriundos do TSE.

 

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em discurso, nesta sexta-feira (21), que o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível por oito anos ocorreu "de forma bastante nebulosa". Bolsonaro foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, por ter transmitido pela TV Brasil uma reunião com embaixadores na qual divulgou informações falsas sobre o sistema eleitoral.

O ex-presidente discursou após receber a medalha de comendador da cidade de Anápolis, em Goiás. Ele foi ovacionado pela plateia, que o recebeu aos gritos de "mito". À primeira menção ao Supremo Tribunal Federal (STF) no discurso, o público vaiou. Depois de citar o STF, Bolsonaro criticou o julgamento do TSE.

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"Se eu nada representasse para nossa pátria, depois daqueles números do TSE, não estariam me perseguindo até hoje", disse. "Não teriam, de forma bastante nebulosa, me tornado inelegível. Qual o crime? Corrupção não foi. Abuso de poder econômico não foi. O sistema não quer uma pessoa honesta na Presidência da República".

No julgamento que tornou o ex-presidente inelegível, o TSE considerou, segundo o voto do relator, que Bolsonaro usou o poder do cargo para espalhar informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação, na tentativa de ter ganhos eleitorais, atacar o Tribunal Superior Eleitoral e fazer "ameaças veladas". Para o TSE, a conduta do ex-chefe do Executivo impactou diretamente o pleito. O presidente da Corte, Alexandre de Moraes, declarou ainda que houve desvio de finalidade, já que a reunião do ex-presidente com os embaixadores teria servido para sua autopromoção como candidato e para atacar o sistema eleitoral.

Bolsonaro fez várias críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem se referia como o "outro cara". Ele disse que "aconteceu algo inacreditável em outubro do ano passado", em referência à eleição do petista. Em outro trecho da fala, Bolsonaro afirmou que "deixou" Lula assumir a Presidência. Antes da posse, o ex-presidente viajou para os Estados Unidos, de onde voltou apenas em março.

"Entreguei o Brasil... ou melhor, deixei outro cara assumir. Porque jamais passaria a faixa para uma pessoa com passado. Jamais passaria faixa para uma pessoa que tinha e tem um passado como esse cara que assumiu em 1º de janeiro", discursou.

Ao final do discurso, Bolsonaro garantiu que voltaria à Presidência. "Foi uma missão do todo poderoso esses meus quatro anos de presidente. Se assim for vontade dele, tenho certeza que nós voltaremos. Enquanto não voltamos, estaremos colaborando e contribuindo para com a boa política brasileira", concluiu.

O ex-presidente recebeu a comenda Gomes de Souza Ramos, em cerimônia que celebrou os 116 anos de Anápolis. Outras 34 pessoas foram homenageadas.

Antes de Jair Bolsonaro ser condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelos ataques às urnas eletrônicas em reunião com embaixadores, aliados do ex-presidente lançaram uma estratégia uníssona na Corte na esperança de livrar o ex-chefe do Executivo da inelegibilidade. Militares e políticos ligados diretamente a Bolsonaro tentaram, em depoimentos no TSE, minimizar a conduta do ex-presidente, sustentando, por exemplo, que suas declarações contra as urnas eram "hipóteses", não "afirmações".

Eles ainda tentaram ligar as falas de Bolsonaro a sua "simplicidade de linguagem". Disseram que a transmissão do evento com diplomatas pela TV Brasil visava à "transparência". Alegaram que os efeitos da reunião foram "superestimados". E evocaram "falta de intenção" do ex-presidente. Mas nada disso convenceu a Corte.

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As alegações constam nos termos de oitiva tornados públicos pelo TSE após o julgamento que alijou Bolsonaro das eleições até 2030. Foram divulgados depoimentos do ex-ministro da Justiça e delegado da Polícia Federal Anderson Torres, do ex-chefe da Casa Civil e senador Ciro Nogueira (PP-PI) e do deputado Filipe Barros (PL-PR). Os relatos do almirante Flávio Augusto Viana Rocha, ex-secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, e do ex-deputado major Vitor Hugo (PL-GO) também foram detalhados.

Todos prestaram depoimento na Ação de Investigação Judicial Eleitoral conduzida pelo corregedor-geral do TSE, ministro Benedito Gonçalves. O ex-presidente foi declarado inelegível no último dia 30, para decepção de Bolsonaro e seus seguidores. Leia abaixo trechos dos depoimentos, que, agora, podem ser usados em outras investigações que envolvem o ex-presidente:

FELIPE BARROS

As perguntas dirigidas a Filipe Barros ficaram centradas na live em que o presidente usou inquérito da PF para alegar suposta fraude nas urnas eletrônicas. Tanto Filipe Barros como Bolsonaro foram investigados pela divulgação do caso, que acabou arquivado. Sobre o sigilo do inquérito, Barros sustentou que norma da Câmara diz que todos os documentos recebidos pelo Parlamento têm de ser tornados públicos, a não ser que tenha pedido para colocação de sigilo.

O deputado ainda sustentou que "jamais disse que teria havido fraude nas urnas". Ele citou a "simplicidade de linguagem típica’ de Bolsonaro" e disse que o ex-chefe "aventa uma hipótese" sobre fraude as urnas, mas "não afirma que houve uma fraude". "Todas as falas... Eu, depois, me atentei, para ler a transcrição da live inteira e, em nenhum momento, nem eu nem o presidente Bolsonaro afirmamos categoricamente que havia fraude."

Na live, Barros disse: "O hacker teve acesso a todo o código-fonte da urna, com a possibilidade até de alterar. O quê? Qual a consequência disso? Alterar o código-fonte, você faz programações. Por exemplo, bota 1, aparece o 13; bota 17, cai o voto nulo". Ao TSE, ele disse que tratava de "mera possibilidade".

MAJOR VITOR HUGO

Outro participante da live em que Bolsonaro usou o inquérito da PF para atacar as urnas, o ex-deputado major Vitor Hugo disse que, em nenhum momento, "percebeu na fala do então presidente um ataque às instituições democráticas". "Eu sempre percebia no presidente, e ele, lógico como políticos que chegam nos cargos mais relevantes, tem uma maneira própria e peculiar de se referir, de falar, de conquistar o apoio da população ou da parte da população que lhe apoia, de manter esse apoio, mas em nenhum momento eu vi, eu senti no presidente a intenção de atacar as instituições."

CIRO NOGUEIRA

Indagado se houve alguma dúvida de embaixadores estrangeiros sobre o funcionamento das urnas ou sobre a Justiça Eleitoral, o ex-ministro Ciro Nogueira respondeu: "Não". Nogueira disse que o encontro "foi uma reunião bem tranquila" e seus efeitos, "superestimados". "As pessoas que foram convidadas não eram eleitoras em nosso País, então, não teriam influência na questão eleitoral no Brasil." Para ele, Bolsonaro só manifestou dúvidas sobre o sistema eleitoral, sem "promoção pessoal" ou "ganho eleitoral". Mas avaliou que a reunião "poderia ter sido evitada".

FLÁVIO ROCHA. O almirante Flávio Rocha foi questionado sobre a organização da reunião com diplomatas. Disse não ter sido consultado sobre o teor do discurso do ex-chefe e que a transmissão pela TV Brasil ocorreu para "dar transparência" ao evento.

ANDERSON TORRES

O ex-ministro Anderson Torres estava preso quando prestou depoimento ao TSE. Torres tentou desvincular Bolsonaro da "minuta de golpe" apreendida em sua casa. Disse que não levou o documento, nem comentou sobre o teor dele com o ex-presidente. E sustentou que "nem lembrava" da minuta, achada sob um porta-retrato com uma foto sua ao lado da mulher.

Segundo Torres, após a derrota nas urnas, Bolsonaro "entrou em um processo introspectivo". "Ele ficou bastante isolado, fazendo esse tratamento. Acho que passando por um processo ali até de, eu diria, de aceitação do processo, de recuperação dessa doença."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ficar inelegível até depois de 2030, a depender das decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação é dos jornalistas Matheus Teixeira e José Marques.

Segundo a reportagem, a condenação decidida na última sexta-feira (30), pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pode começar a valer só depois da finalização do processo, que ainda deve passar pelo TCU para apurar possíveis danos aos cofres públicos, como determina a Lei da Ficha Limpa. A inelegibilidade de Bolsonaro deve começar a valer apenas após o trânsito em julgado. O entendimento que circula pelos bastidores é o de que é muito provável que o TCU condene o ex-presidente, tornando difícil ele ter uma pena menor.

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Ministro Benedito Gonçalves, relator do processo contra Bolsonaro no TSE. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O TCU ainda deve aguardar o desfecho dos processos contra Jair no STF, encaminhados pelo ministro Alexandre de Moraes, que já alcançam a esfera criminal. Moraes chegou a mencionar, durante sua votação no TSE, uma possível relação de Bolsonaro com milícias digitais, podendo ainda colocar o ex-presidente sob responsabilidade intelectual dos atos golpistas no dia 8 de janeiro em Brasília.

Bolsonaro também deve responder por outros processos no Supremo referentes aos atos antidemocráticos realizados no dia 7 de setembro de 2021, além de acusações de difamação e injúria.

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Inelegibilidade

Jair Bolsonaro se tornou inelegível por oito anos após decisão do TSE. O julgamento, finalizado na última sexta-feira (30), aconteceu devido à denúncia realizada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) em razão de uma reunião convocada por Bolsonaro, no dia 18 de julho de 2022, com dezenas de embaixadores, onde ele preferiu ataques às instituições brasileiras e atacou o sistema eleitoral brasileiro, colocando em dúvida os resultados que seriam apurados após o pleito presidencial daquele ano.

Uma internauta viralizou neste final de semana nas redes sociais após ter feito um vídeo em que zomba da atual situação política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi condenado à inelegibilidade por 8 anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última sexta-feira (30). A professora Raissa Siqueira grava um vídeo com uma amiga, e ao rir de Bolsonaro, aponta a câmera para Renan Bolsonaro, o filho “04”, que estava a poucos metros de distância delas.

No diálogo com a amiga, Raissa pergunta “você sabe quem está inelegível?”, e a amiga responde “aquele que se diz imbrochável”. Raissa então, aponta para Renan e diz “o pai dele, o pai dele está inelegível”. Em resposta, Renan faz um gesto obsceno.

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Foto: Reprodução/redes sociais

Resposta às críticas

Em resposta à circulação do vídeo, Raissa Siqueira comentou nesta segunda-feira (03), respondendo a algumas críticas que recebeu nos últimos dias. “A galera que tá falando ‘pede respeito, mas não respeita’, ‘ah porque ele só o filho do Bolsonaro’, ‘tem que ter empatia’. Então, eu gastei empatia, to com pouca agora porque durante a pandemia eu gastei com 700 mil mortos, eu gastei com os meus alunos, eu gastei com os indígenas, e para a família Bolsonaro não sobrou”, ironizou a professora.

Confira o vídeo:

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030, publicou em uma rede social o trecho de uma matéria da Folha de São Paulo que fala sobre uma reunião da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016, no Palácio do Planalto, junto a embaixadores estrangeiros que teriam vindo ao Brasil para abordar o impeachment. Apesar de não ter feito outros comentários, se entende que a publicação do conservador volta a argumentar injustiça na decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela sua inelegibilidade.

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Bolsonaro foi condenado pelo TSE por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação no último dia 30 de junho. A decisão da Corte, apesar de poder ser alvo de recursos, já está válida pelos próximos oito anos. Na ação vencedora contra o ex-presidente, um dos principais questionamentos se fez a partir de uma reunião de Jair com embaixadores, no Palácio da Alvorada, em julho de 2022. Na ocasião, ele utilizou suspeitas falsas e já verificadas por órgãos oficiais, de que o TSE possui um sistema facilmente corruptível e que as urnas eletrônicas não são seguras.

A reunião de Dilma, em 2016, convidou cerca de 150 embaixadores para o "Encontro com Juristas  pela Legalidade da Democracia"; aproximadamente 70 convidados compareceram. Entre eles, embaixadores ou encarregados de negócios da Itália, Reino Unido, Bolívia, Equador, Cuba e Rússia. Israel, que à época vivia um impasse diplomático com o Brasil, compareceu através de um encarregado.

Na legislação eleitoral brasileira, não há contrariedade à reunião ou ao tema abordado nela - o impeachment de Dilma. O intuito era emular algo como a Campanha da Legalidade, no pré-ditadura militar, e alcançar apoios diplomáticos para Dilma, que estava prestes a ser exonerada do cargo presidencial.

O discurso de Bolsonaro aos embaixadores

A fala do ex-presidente que motivou a ação foi feita em 18 de julho de 2022, em reunião com embaixadores de países estrangeiros residentes no Brasil. No encontro, o chefe do Executivo disse que o TSE atenta contra as eleições e a democracia. “Atentar contra as eleições e a democracia, quem faz isso é o próprio TSE ao tentar esconder o inquérito de 2018”, disse o presidente, em referência suposto inquérito da Polícia Federal sobre uma invasão hacker à rede do TSE em 2018. Bolsonaro não apresentou provas.

Em seu discurso, Bolsonaro também relacionou os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Roberto Barroso ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e insinuou que houve favoritismo e parcialidade diante dos processos do petista.

 

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) reforçou uma crítica ao senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) por seu silêncio sobre o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que determinou a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por oito anos. A votação da Corte eleitoral ocorreu na sexta-feira, 30 de junho, e até domingo, 2, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro não se manifestou.

No sábado, 1º, uma usuária do Twitter postou uma foto de Moro conversando com o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, e questionou: "Alguma manifestação do Moro em relação a inelegibilidade de Bolsonaro?". Carlos, filho "02" do ex-presidente, respondeu à postagem com uma crítica de baixo calão. "A terceira via tá chamuscando a beirola!", publicou.

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Moro era tido como um possível candidato da chamada "terceira via" nas eleições de 2022, mas abandonou sua candidatura depois de trocar de partido, saindo do Podemos e entrando no União Brasil, pelo qual se elegeu senador pelo Paraná.

O ex-juiz, responsável por conduzir a ação penal que levou à condenação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela Lava Jato, em 2018, teve um relacionamento conturbado com Bolsonaro. Com a posse do ex-presidente, eleito depois da inelegibilidade de Lula em 2018, Moro foi convidado para assumir o Ministério da Justiça do novo governo. Cargo que ocupou até pedir demissão em abril de 2020, acusando Bolsonaro de interferir na Polícia Federal.

No final de 2021, enquanto tentava se consolidar como candidato à Presidência, Moro destilou críticas contra os dois principais adversários da vez: Lula e Bolsonaro. Disse, inclusive, ter dúvidas se eles aceitariam debater com ele durante a campanha eleitoral do ano seguinte. Depois de desistir de sua candidatura, no entanto, Moro voltou a se aproximar de Bolsonaro, declarou seu apoio e chegou a aparecer com ele em debates.

A sentença de inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) levou apoiadores e manifestantes contrários ao Aeroporto de Brasília para recepcionar o ex-presidente, na noite dessa sexta (30). O tumulto entre os dois grupos foi registrado no momento em que apenas um bolsonarista fazia sinal de "roubo" com as mãos e tentava rebater aos gritos de "inelegível" da maioria. 

LeiaJá também: O futuro de Bolsonaro inelegível com a decisão do sucessor

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Mais cedo, o colegiado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu os direitos políticos do ex-presidente por oito anos. O julgamento por 5x2 o sentenciou pelos crimes de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação no evento em que convidou embaixadores estrangeiros, às vésperas da eleição de 2022, para mentir sobre a legitimidade do sistema eleitoral brasileiro. 

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou ontem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível até 2030. Com os incisivos votos do presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, e da ministra Cármen Lúcia, a Corte formou um placar de 5 a 2 para enquadrar o ex-chefe do Executivo federal por abuso de poder político e uso indevido dos meios oficiais de comunicação para atacar, sem provas, as urnas eletrônicas em reunião com diplomatas estrangeiros às vésperas da campanha de 2022.

A saída compulsória de Bolsonaro das próximas disputas eleitorais - incluindo a presidencial de 2026 - tira do páreo o principal personagem da extrema direita brasileira e obriga um novo arranjo no cenário político nacional.

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Embora o discurso oficial do PL seja o de que o ex-presidente assume agora o papel de forte cabo eleitoral, ungindo qualquer candidato que apoiar, há variáveis no horizonte. Nas eleições para prefeito, no ano que vem, fatores locais tendem a pesar muito mais do que os ideológicos. Na próxima disputa presidencial, o quadro pode ser muito diferente, dependendo, em grande parte, do resultado da economia no governo Lula.

HERDEIROS

Bolsonaro queria desafiar novamente o PT, mas, fora do jogo, abre caminho para um "herdeiro" em 2026. Na direita despontam nomes como os dos governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ratinho Junior (Paraná). Em publicação ontem no Twitter, o governador paulista deu pronto apoio ao padrinho político e disse que a liderança do ex-presidente é "inquestionável e perdura". "Dezenas de milhões de brasileiros contam com a sua voz. Seguimos juntos, presidente."

Nem Tarcísio nem os outros nomes cogitados, porém, podem ser considerados "bolsonaristas raiz". Ala do PL cita Michelle Bolsonaro, apesar de a ex-primeira-dama ser mais cotada para concorrer ao Senado, e a base do agronegócio se apressa em "lançar" a senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura. Todos, porém, estão à espera da reacomodação de forças no pós-Bolsonaro.

Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estiver bem avaliado pela população e conseguir aglutinar o centro, pode ser candidato a novo mandato ou transferir votos para quem indicar como candidato à sua sucessão. Até agora, o favorito na lista é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Nesse xadrez em que poucos arriscam prever os próximos passos, uma coisa, contudo, é certa: o Centrão, comandado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não vai jogar água no moinho de quem não tiver caneta nem expectativa de poder.

Nos últimos anos, Bolsonaro simbolizou o avanço eleitoral da direita, ao mesmo tempo que inspirou a consolidação de uma extrema direita no País. Apesar da derrota quando tentou um novo mandato no Planalto, ele conquistou votação maior em 2022 (58,2 milhões de votos no segundo turno) do que em 2018 (57,8 milhões de votos no segundo turno).

REJEIÇÃO

No entanto, a passagem de Bolsonaro pela Presidência da República forjou no eleitorado um sentimento de antibolsonarismo, o que deverá ser calculado por eventuais herdeiros. "O sucessor de Bolsonaro deve ponderar o quão positivo é estar ao lado de Bolsonaro para angariar todos os votos e o quão positivo é estar distante do Bolsonaro para também não atrair uma rejeição", observou o cientista político Thiago Valenciano, da Universidade Federal do Paraná.

Declarado inelegível pelo TSE, Bolsonaro fica impedido de participar das eleições de 2024, 2026 e 2028, mas ainda terá chance de concorrer no pleito de 2030 - conforme especialistas em Direito Eleitoral -, quando terá 75 anos de idade. A inelegibilidade vai criar uma situação inédita para o ex-capitão do Exército, que exerceu mandatos por mais de 30 anos sem interrupção - desde 1989, foram dois anos como vereador, 28 anos como deputado federal e quatro como presidente.

Ontem, em Belo Horizonte, Bolsonaro afirmou que vai continuar na política como um "cabo eleitoral de luxo". O ex-presidente, porém, não quis especular sobre a possibilidade de Tarcísio (Republicanos) ou Zema (Novo) assumirem como atores do seu campo político em 2026. "Por enquanto ainda é o Johnny Bravo", disse, em referência a si mesmo.

Sua defesa informou que vai aguardar a publicação do acórdão do TSE para estudar o melhor recurso, inclusive possível apelação ao Supremo Tribunal Federal. Entre políticos e representantes do Judiciário, a derrota no TSE já era dada como certa. A dúvida era o placar. Ao final, o ex-presidente conquistou os votos já esperados: dos ministros Raul Araújo e Kassio Nunes Marques.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma série de jornais internacionais repercute a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de tornar o ex-presidente da República Jair Bolsonaro inelegível para concorrer a cargos públicos por oito anos, a contar a partir das eleições de 2022, devido a alegações televisionadas feitas contra o sistema eleitoral brasileiro no ano passado com o uso de verba pública. As notícias destacam as acusações do ex-líder do executivo, incluindo "abuso de poder" e "disseminação de fake news" sobre o sistema eleitoral do País.

O Washington Post chamou Bolsonaro de "o Trump dos trópicos", comparando-o ao ex-presidente americano Donald Trump,também acusado de disseminar notícias falsas e que atualmente responde a acusações criminais.

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Segundo o jornal, Bolsonaro repetiu "sem evidências" que o sistema eleitoral do Brasil estava vulnerável a fraudes. Ainda, afirmou que o ex-presidente brasileiro "destruiu as proteções para a Floresta Amazônica e seus habitantes indígenas, ampliou as divisões da guerra cultural do Brasil e presidiu um dos surtos de coronavírus mais mortais do mundo".

A falta de evidência da fala de Bolsonaro, durante reunião televisionada em julho de 2022, foi mencionada pelo jornal britânico The Telegraph, que também o comparou com o ex-presidente americano Trump, mencionando as similaridades da invasão ao Congresso no dia 8 de janeiro com a invasão ao Capitólio americano em 2020, após a eleição do atual presidente americano, Joe Biden. "Tanto a conversa infundada de Bolsonaro sobre fraude eleitoral quanto os distúrbios de 8 de janeiro geraram comparações generalizadas com seu modelo político, Donald Trump, e a tentativa deste último de se manter no poder após sua derrota nas eleições presidenciais de 2020 nos EUA."

O mesmo aspecto sobre a falta de provas nas falas de Bolsonaro foi destacado pela CNN, em reportagem sobre o resultado do processo.

Já o El País ressaltou que o caso é um dos 16 abertos contra Bolsonaro, chamado de "ultradireitista e propagador de teorias da conspiração", e que ocorre devido a um encontro ocorrido no Palácio do Planalto, onde proclamou um "discurso inflamado no qual atacou impiedosamente as autoridades eleitorais - as mesmas que agora o julgam - e contra a segurança do sistema de votação".

Os 16 casos abertos também foram mencionados pelo jornal argentino El Clarín, que destacou que Bolsonaro está sendo investigado em uma série de processos, que incluem fraude na sua carteira de vacinação contra a covid-19 e tentativa de golpe na invasão do dia 8 de janeiro.

O jornal português Diário de Notícias já começa a trilhar os próximos passos do Partido Liberal (PL) com a ilegibilidade do ex-presidente, destacando a possibilidade de a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, se tornar protagonista e sucessora de Bolsonaro. Michelle é apontada como sendo uma aposta do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, "apesar de envolvida no caso das joias sauditas desviadas pelo marido do acervo presidencial para a própria casa".

Fotos: reprodução

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, acompanhou nesta sexta-feira, 30, o voto do relator, o ministro Benedito Gonçalves, a favor da inelegibilidade do ex-presidente da República Jair Bolsonaro. Com o voto, o placar marcou 5 a 2 a favor da inelegibilidade.

Em seu voto, o magistrado afirmou que não há como se alegar desconhecimento do que seria abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação por parte do então presidente em reunião com embaixadores, no Palácio da Alvorada, no ano passado.

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Segundo ele, seu voto parece uma simples adoção de parâmetros da Justiça Eleitoral, que já havia definido de forma pública e para todos os candidatos independentemente de partidos e de ideologia durante as eleições de 2022, citando inclusive o uso de recursos públicos para a realização da reunião.

Em sua avaliação, a reunião com os embaixadores tem "claro sentido de destruir credibilidade de sistema de votação" e influenciar o eleitor de que estaria sendo vítima de uma "conspiração do Poder Judiciário para fraudar as eleições presidenciais em 2022".

Moraes destacou o repúdio da Corte ao "degradante populismo renascido a partir das chamas dos discursos de ódio, antidemocráticos e que propagam desinformação". Segundo ele, a resposta que a Justiça Eleitoral dará ao tema "confirmará nossa fé na democracia". Contudo, conforme pontuou, a Corte não inova, mas reitera o posicionamento a todos que concorreram em 2022 de que não admitiria extremismo criminoso.

"Nenhum candidato poderá alegar desconhecimento sobre o posicionamento desta Corte eleitoral", justificou o presidente do TSE, citando os alertas feitos pela Justiça Eleitoral que "notícias fraudulentas" ao sistema eleitoral consistiriam em cassação.

Segundo ele, nenhum candidato, especialmente Bolsonaro, poderá alegar desconhecimento sobre o posicionamento da Corte. Para Moraes, é muito importante a reafirmação desses parâmetros em 2022 e será importante para as eleições de 2026.

Desvio de finalidade

O presidente do TSE avaliou o desvio de finalidade do então presidente Jair Bolsonaro na reunião com embaixadores. No voto a favor da inelegibilidade do ex-presidente, afirmou que a ação de Bolsonaro na reunião começa com autopromoção e, depois, parte para a divulgação de mentiras.

Durante a apresentação de seu voto, o presidente do TSE argumentou que a reunião contou com um "monólogo eleitoreiro" e uma pauta pessoal de Bolsonaro, em um período faltando apenas dois meses para as eleições. "A pauta foi instigar seu eleitorado e eleitores indecisos contra o sistema eleitoral, justiça eleitoral e urnas eletrônicas", declarou. "Quando se coloca que o público-alvo eram embaixadores, representantes diplomáticos que não votam, ora, isso ou é hipocrisia ou ingenuidade", acrescentou, citando que "toda a produção" foi feita para que a "máquina existente de desinformação" das redes sociais "multiplicasse a desinformação".

Para ele, a reunião, de oficial, só houve o "desvio de finalidade" praticado pelo então presidente da República. "O Tribunal Superior Eleitoral não se preocupa com quem é candidato ou qual é ideologia, se preocupa com a lisura das eleições", afirmou.

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que Brasil caminha rumo a uma "ditadura" após ser declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Estamos a caminho de uma ditadura, isso não é democracia" afirmou Bolsonaro, assegurando que sempre trabalhou "dentro das quatro linhas" da democracia.

Ele afirmou ter recebido uma "facada pelas costas" e comparou o Brasil com os regimes de Cuba, Venezuela e Nicarágua.

"Vão brindar com o Ortega, da Nicarágua, que prendeu todos os opositores, que prendeu padres, expulsou freiras e persegue de forma brutal seu povo. Essas pessoas vão brindar com Díaz-Canel, afinal Cuba é uma democracia segundo eles, e também com Maduro", afirmou.

*Da Ansa

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A inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, ocorrida pouco depois das 12h desta sexta-feira (30), após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formar maioria pela condenação, repercutiu imediatamente em um evento do qual participa hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em solenidade de entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida no Rio Grande do Sul, a militância presente gritou "Inelegível, inelegível" em tom de comemoração. Lula ainda não havia discursado até a publicação desta nota.

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A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) fez uma publicação em sua conta no Twitter, comentando o julgamento no TSE que deverá decretar a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Falta um voto para o BOLSONARO INELEGÍVEL. Depois disso, só vai faltar mesmo ele ir pra cadeia por seus crimes", escreveu a parlamentar.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta sexta-feira (30), com o voto da ministra Cármen Lúcia, o julgamento que pode deixar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos. O placar está em 3 a 1 para condená-lo por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de "sabidinho" que não aceitou o resultado eleitoral e "quis dar um golpe". O petista disse que "tem gente que não quer aceitar o resultado eleitoral". A afirmação foi feita em entrevista nesta quinta-feira, 29, dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teve mais uma etapa do julgamento que pode tornar Bolsonaro inelegível - e que continuará nesta sexta-feira, 30.

"Nós não tivemos um cidadão aqui, um sabidinho, que não quis aceitar o resultado eleitoral? Nós não tivemos um cidadãozinho aqui que quis dar golpe no dia 8 de janeiro? Tem gente que não quer aceitar o resultado eleitoral", disse Lula, sem citar Bolsonaro nominalmente, em entrevista à Rádio Gaúcha.

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"Nem todo mundo é como Lula, que perdeu do Collor e aceitou o resultado, que perdeu duas vezes do Fernando Henrique Cardoso e aceitou o resultado. Vai para casa lamber suas feridas, como dizia Brizola, e se prepara para outra luta."

Lula fez as declarações após ser questionado sobre o motivo de ele e membros do governo não considerarem o regime de Nicolás Maduro na Venezuela como autoritário. "A Venezuela tem mais eleições do que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim", afirmou.

O presidente declarou que gosta de democracia e a exerce com plenitude. "O mundo inteiro sabe que a governança do PT é exemplo de exercício da democracia." "O que não está correto é a interferência de um país dentro de outro", acrescentou, para tentar se distanciar das críticas à Venezuela.

Urnas eletrônicas

Ainda sobre Bolsonaro, Lula disse que o ex-presidente critica o sistema eleitoral. A ação em julgamento no TSE trata sobre declarações do ex-chefe do Executivo a embaixadores no período pré-eleitoral no ano passado. Na reunião, ele colocou sob suspeita as urnas eletrônicas sem apresentar provas.

"Você vive em um País que o presidente da República passou, até hoje, criticando a seriedade das urnas eletrônicas. É preciso que a gente fique um pouco atento para a gente não ficar apenas fazendo um refrão sobre coisas que a gente, às vezes, não conhece profundamente", disse.

O ministro André Ramos Tavares, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), destacou no seu voto o caráter eleitoral da reunião com embaixadores em julho do ano passado e disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o encontro para propagar "invenções, distorções severas da realidade, dos fatos e dos dados empíricos" sobre a condução do processo eleitoral.

"A exposição não teve caráter diplomático, observa-se uma mera roupagem diplomática. (...) O foco do discurso são ataques comprovadamente infundados e falsos contra urna eletrônica, contra o processo e justiça eleitoral. (Há) Inequívoca falsidade perpetrada neste ato comunicacional, (...) chegando a se caracterizar, no final, uma narrativa delirante com efeitos nefastos na democracia, no processo eleitoral, na crença popular em conspirações acerca do sistema de apuração dos votos", defendeu o ministro.

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Tavares argumentou que a reunião não é um fato isolado, mas mostra uma "verdadeira concatenação estratégica ao longo do tempo com finalidades eleitoreiras". O ministro disse ainda que é "grave que estado de desordem informacional se instale na sociedade". "É ainda mais grave se (desordem vier de) discurso do presidente da República", ressaltou.

O ministro defendeu que o contexto dos ataques ao sistema eleitoral feitos por Bolsonaro na reunião não pode ser "ignorado ou desprezado" na análise do caso pela Justiça Eleitoral. "Esse contexto maior faz parte do próprio discurso. Não pode ser juridicamente descartado, é inviável a Justiça Eleitoral ignorar fatos notórios a fim de converter a realidade conhecida em uma versão da realidade."

A ministra Cármen Lúcia interrompeu o ministro Raul Araújo durante a leitura do seu voto sobre a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o questionou sobre a centralidade da minuta do golpe na ação contra Bolsonaro.

"Não me pareceu que no voto do ministro relator houvesse nenhuma referência a que este documento, nem de autoria nem de responsabilidade do primeiro investigado (Bolsonaro). Eu, no meu voto, nem uso este dado", afirmou.

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Em seguida, o presidente da Corte, Alexandre de Moraes, reforçou: "o longo voto do relator se baseia na reunião. O fato de ter juntado a minuta golpista em nada afetou", disse.

Moraes deu então a palavra ao relator, Benedito Gonçalves, para que ele esclarecesse a questão. "Não se está apurando aqui a minuta. Foi um reflexo da conclusão, dos efeitos do discurso do efeito da reunião que se apura, no tocante à inverdade das urnas eletrônicas", afirmou Gonçalves.

Araújo deu ênfase em seu voto ao fato de que Bolsonaro não tem responsabilidade sobre a minuta do golpe, encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres. "O fato de o ex-ministro da Justiça ser subordinado ao presidente da República não torna este responsável por atos praticados por aquele", disse. 

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