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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como uma "injustiça" a possibilidade de ficar inelegível por oito anos por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e disse não se arrepender do encontro com embaixadores que motivou a ação do PDT em análise pela Corte eleitoral. "É um absurdo o que estão fazendo. Estão procurando pelo em ovo", disse. "É uma injustiça comigo, meu Deus do céu."

As declarações foram dadas no Aeroporto de Brasília, antes de o ex-presidente embarcar para o Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (29) - dia em que o julgamento sobre a ação é retomado no TSE.

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Bolsonaro também negou ter se encontrado com o ministro do TSE Kassio Nunes Marques, nome indicado por ele ao Supremo Tribunal Federal (STF), e voltou a repetir críticas feitas por políticos de esquerda às urnas eletrônicas.

Segundo o ex-presidente, o que o TSE fará nesta quinta é um "julgamento político" para prejudicar a direita na próxima eleição presidencial. "A esquerda quer uma eleição em 2026 sem concorrente, um WO", afirmou. "Está dispensada a eleição de 2026, sem um concorrente à altura. Seria eleger o Lula por aclamação."

Até grupos da esquerda, na visão de Bolsonaro, estariam se posicionando contra o absurdo. "Até a esquerda, através do Rui Costa (Pimenta), (presidente) do PCO, está dizendo que o julgamento é um absurdo", afirmou. Ele se refere a uma declaração do líder do partido de extrema-esquerda em um podcast, que afirma que a esquerda não deveria apoiar uma "condenação política, por um crime de opinião", com o risco de os políticos desse espectro também serem punidos futuramente.

Bolsonaro disse não se arrepender da reunião com os embaixadores, realizada no período pré-eleitoral no ano passado, e que tudo aquilo foi uma resposta ao ministro do STF Edson Fachin, que se reuniu com diplomatas meses antes para defender o sistema eletrônico de votação das urnas. "Não tem nada demais minha a reunião minha com embaixadores. É uma política privativa minha", disse o ex-presidente.

Julgamento no TSE

Nesta quinta ocorre o terceiro dia do julgamento do TSE que definirá o futuro de Bolsonaro. A Corte julga se o ex-presidente usou a reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em 18 de julho de 2022, para promover a candidatura à reeleição.

No encontro, colocou sob suspeita o sistema de votação brasileiro e as urnas eletrônicas, sem apresentar provas - retórica que deu o tom da campanha bolsonarista em 2022.

O ministro Benedito Gonçalves, relator do caso, votou pela inelegibilidade de oito anos do ex-presidente, absolvendo o vice-presidente da chapa, Walter Braga Netto, na sessão de terça-feira (27).

A expectativa é que a sessão termine nesta quinta, se não houver pedido de vista (mais tempo para análise). Nesse caso, se algum ministro interromper a votação, a conclusão do julgamento fica para o próximo semestre.

O prazo para devolução da vista é de 60 dias, após o recesso do Judiciário, em julho. Na sessão desta quinta, o primeiro ministro a votar é Raul Araújo.

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Raul Araújo, contrariou as expectativas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao não fazer pedido de vista e iniciar a leitura do seu voto na ação que pode deixá-lo inelegível por 8 anos.

Por outro lado, o ministro fez um aceno a Bolsonaro e defendeu o argumento da defesa dele de não incluir a chamada "minuta do golpe" nos autos do processo. O documento foi encontrado em janeiro na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres. A minuta previa intervenção na sede do TSE para mudar o resultado das eleições.

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Para o ministro, a minuta não tem qualquer relação com a reunião com embaixadores de julho de 2022, objeto da acusação inicial, e por isso não pode ser usada.

Ele lembrou que a decisão do relator, Benedito Gonçalves, que anexou a minuta à investigação, foi referendada por unanimidade pelo plenário da Corte em 14 de fevereiro. Mas ele ressaltou que a Corte confirmou apenas a possibilidade de incluir o documento como prova e que a análise da pertinência ou não dos eventos deve ser analisada no julgamento.

O voto de Araújo é aguardado devido à possibilidade, esperada por Bolsonaro e seu entorno, de que ele se posicione a favor do ex-presidente. O ministro proferiu votos e tomou decisões alinhadas ao campo conservador nas eleições de 2022. Ele ficou conhecido por atender a um pedido do PL e proibir falas políticas no Lollapalooza. Após críticas, a decisão foi revogada.

O ministro Raul Araújo começou na manhã desta quinta-feira, 29, a votar no julgamento que define se o ex-presidente Jair Bolsonaro ficará inelegível por oito anos. O julgamento já conta com um voto a favor da inelegibilidade - do relator, Benedito Gonçalves. A Corte tem sete ministros.

Bolsonaro é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação na reunião com embaixadores realizada no Palácio do Alvorada em julho de 2022. No encontro, transmitido pela TV Brasil e pelas redes sociais do então presidente, Bolsonaro levantou suspeitas sobre o sistema eleitoral e a parcialidade de magistrados.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça afirmou, no XI Fórum Jurídico de Lisboa, nessa quarta-feira (28), que espera que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja "justo" e não tenha uma "perseguição para um lado". O ex-chefe do Executivo é julgado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação públicos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e pode ficar inelegível por oito anos.

Nesta terça-feira (27), o relator da ação, ministro Benedito Gonçalves, votou favoravelmente para a inelegibilidade do presidente, que pode ficar impedido de concorrer nas próximas eleições. A audiência será retomada na manhã desta quinta-feira (29), quando os outros seis ministros vão se posicionar sobre o caso.

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"Eu não acompanhei o julgamento, vi rapidamente na imprensa um voto em uma direção prejudicial ao ex-presidente. O que eu espero é um julgamento justo, assim como nós não queremos uma perseguição para um lado, assim como se critica perseguição a certos atores políticos", afirmou o ministro em coletiva de imprensa em Lisboa. Ele não integra o TSE.

Mendonça também reforçou que o julgamento da Corte eleitoral não pode aplicar em Bolsonaro em uma sentença política devido ao seu perfil ideológico. "Não podemos, por conveniência, ou por circunstância, compactuarmos com atitudes que não garantam os mesmos direitos de defesa e a mesma justiça para quem não pensa ideologicamente como nós", disse.

Indicado por Bolsonaro

André Mendonça foi indicado ao STF pelo ex-presidente Bolsonaro em 2021, anunciado como um jurista "terrivelmente evangélico". Em setembro do ano passado, quando Bolsonaro ainda estava na Presidência, o ministro foi o responsável por impedir a investigação da família do ex-chefe do Executivo pela compra de imóveis por dinheiro vivo.

Outro ministro do STF indicado por Bolsonaro é Kassio Nunes Marques, que integra o TSE e é um dos seis magistrados que ainda vão analisar o destino político do ex-presidente no TSE. Aliados de Bolsonaro esperam que Nunes Marques peça vista do processo para adiar o julgamento por até 90 dias.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta quinta-feira (29) o julgamento que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos.

Bolsonaro é processado por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação estatais por causa de uma reunião com dezenas de embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho de 2022, quando ele atacou o sistema eleitoral brasileiro.

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Nesta quinta-feira, devem votar seis dos sete ministros do TSE, começando por Raul Araújo, magistrado tido como próximo ao ex-presidente. Bolsonaro e seus aliados têm esperanças de que Araújo peça vistas hoje, o que adiaria o veredito por até 90 dias.

Na sequência votarão os ministros Floriano Marques, André Ramos Tavares, Carmen Lúcia, Kassio Nunes Marques e o presidente do TSE, Alexandre de Moraes.

Na terça-feira, o relator do caso, Benedito Gonçalves, votou pela condenação de Bolsonaro, acusando-o de "incitar à paranoia coletiva com informações falsas ou distorcidas, nocivas para o ambiente democrático".

Por sua vez, o ex-presidente afirma que nunca teve a intenção de "atacar" a democracia e que a reunião com embaixadores faz parte de seu direito à liberdade de expressão.

Da Ansa

O ministro Benedito Gonçalves, relator da ação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), votou nesta terça-feira, 27, pela condenação do ex-mandatário por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Gonçalves decidiu pela inelegibilidade de Bolsonaro por oito anos. A decisão do ministro, no entanto, não acarreta na perda ou na suspensão dos direitos políticos, como direito ao voto e de participação na organização partidária, do ex-presidente.

A inelegibilidade e a suspensão dos direitos políticos são punições eleitorais diferentes. Enquanto a primeira proíbe o condenado de ser candidato a qualquer cargo político pelo período de oito anos, a outra cassa o direito ao voto, à filiação e participação partidária e, consequentemente, a elegibilidade do alvo do processo.

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Caso os outros seis ministros que analisam o caso de Bolsonaro acompanhem o relator, o ex-presidente ficará inelegível, mas manterá os direitos políticos, como explica o advogado Alberto Rollo, especialista em Direito Eleitoral.

"A inelegibilidade é uma sanção que está prevista na Lei da Ficha Limpa, usada como um dos argumentos jurídicos no voto do ministro Gonçalves. A punição acarreta na perda da capacidade eleitoral passiva, isto é, somente ser votado. Não pode ser candidato. É menos abrangente que a suspensão e a perda dos direitos políticos", explicou Rollo.

Segundo o advogado, em casos de suspensão ou perda dos direitos políticos, a possibilidade de se candidatar é apenas um dos direitos cassados em casos de condenações com base no artigo 15 da Constituição.

A Constituição prevê a perda ou suspensão dos direitos políticos em casos de cancelamento da naturalização, incapacidade civil absoluta (em casos de menores de 16 anos ou portadores de doenças mentais graves, por exemplo), condenação criminal transitada em julgado, recusa de cumprimento de obrigação a todos imposta (como o serviço militar obrigatório) e condenações por improbidade administrativa.

Na prática, a perda definitiva dos direitos políticos só é possível em duas hipóteses: com o cancelamento da naturalização e a perda da nacionalidade brasileira.

"A suspensão de direitos políticos é mais abrangente. Prevê a perda da capacidade eleitoral ativa e passiva. Ou seja, a suspensão é temporária e fica vigente no período em que as condenações estiverem em vigor. Já a perda é definitiva. Um exemplo são as pessoas que se naturalizaram brasileiros e depois perderam a naturalização por irregularidades no processo", afirmou Alberto Rollo.

Especialista em Direito Eleitoral, o advogado Fernando Neisser explica que um brasileiro nato, que nasceu no País, não pode perder os direitos políticos definitivamente.

"A diferença fundamental entre a suspensão dos direitos políticos e a inelegibilidade é que a suspensão é mais e a inelegibilidade é menos. O conjunto de direitos políticos inclui votar e ser votado, ajuizar ação popular, assinar apoiamento para criação de novos partidos, se filiar a partido político, assinar apoiamento de projeto de lei popular, ser mesário. A inelegibilidade, de todos esses direitos, só limita o de ser eleito", disse.

Cabo eleitoral

De acordo com Acácio Miranda, doutor em Direito Constitucional pelo Instituto Brasileiro de Ensino, o ex-presidente ainda terá o direito de votar nas eleições de 2024 e 2026. Segundo Miranda, Bolsonaro ainda poderá ser utilizado como um cabo eleitoral de outras formas.

"Hoje, no Brasil, o cabo eleitoral, ele faz de forma gratuita, a rigor, e parte de uma liberdade de expressão. Uma vez que, eu estou externando a minha opinião política", explicou.

Defesa rejeita inelegibilidade

Na quinta-feira passada, dia 22, o advogado Tarcísio Vieira, ex-ministro do TSE que atua na defesa do ex-presidente Bolsonaro, tentou convencer os magistrados que os ataques golpistas em Brasília, no dia 8 de janeiro, nada têm a ver com o processo em curso na Corte nem foram incitados por Bolsonaro. "A defesa entende que só pode ser apreciado o que constou no processo até o despacho saneador em 8 de dezembro", afirmou o advogado do ex-presidente.

A jornalistas, Vieira disse ainda que não havia motivo para pressa para a conclusão do julgamento. "Não tem eleição neste ano. Tem no final do ano que vem. O presidente não tem mandato. Ele vai ficar inelegível em relação ao quê? A uma eleição que ocorra no ano que vem, daqui a três anos? Não há necessidade de aceleração desse julgamento", afirmou.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recuperou um vídeo do ministro da Previdência e presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, para criticar o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode torná-lo inelegível por oito anos. Na publicação, divulgada nesta quarta-feira (28), o ex-chefe do Executivo exibe a declaração de Lupi defendendo o voto impresso para recontagem de votos.

O PDT é o autor da ação que alega que Bolsonaro usou o cargo e a estrutura do governo para espalhar informações falsas sobre o processo eleitoral e para fazer campanha em reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2022, enquanto ainda era presidente.

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Nesta terça-feira (27), o ministro Benedito Gonçalves, relator do caso no TSE, votou pela inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Em três horas de leitura dos argumentos, afirmou que o então chefe do Executivo difundiu "pensamentos intrusivos a respeito de fraudes eleitorais imaginárias" e que existiu um "flerte perigoso com o golpismo".

"No dia de ontem, 27 de junho, o senhor ministro Benedito Gonçalves, relator, deu seu voto para minha inelegibilidade por oito anos, sob a acusação de abuso de poder político em uma reunião com embaixadores. Agora, o autor da ação é o senhor Carlos Lupi, presidente do PDT, e atual ministro da Previdência Social do Lula. Veja o que ele disse há poucos meses sobre esse mesmo assunto", escreveu, em texto que acompanha um vídeo publicado nesta quarta nas redes sociais.

O vídeo ao qual Bolsonaro se refere foi publicado por Lupi em fevereiro de 2022 nas redes sociais. Nele, o ministro de Lula diz que defende a recontagem de votos para evitar fraudes eleitorais. "Desde o surgimento da urna eletrônica a 25 anos atrás, nosso líder, nossa referência no partido, Leonel de Moura Brizola, já defendia uma coisa simples de se fazer, a impressão do voto. (...) Sem a impressão do voto não há possibilidade de recontagem. Sem recontagem, a fraude impera", disse, na ocasião.

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Ao votar pela inelegibilidade por oito anos de Jair Bolsonaro (PL), o ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sugere a ampliação do cerco sobre as condutas do ex-presidente. O relator determinou o envio imediato ao Tribunal de Contas da União (TCU), à Procuradoria-Geral da República (PGR) e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) do voto lido na noite desta terça-feira (27).

Bolsonaro é acusado de abuso de poder político ao buscar vantagem eleitoral em uma reunião com diplomatas estrangeiros, realizada no dia 18 de julho de 2022. A iniciativa de Gonçalves, mesmo que não seja seguida pelos demais integrantes da Corte - ao todo, são sete magistrados no TSE -, abre caminho para uma eventual cobrança de multa pelo TCU, uma nova investigação em esfera criminal sobre o encontro e a ampliação do escopo de inquéritos em andamento no Supremo.

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O julgamento será retomado na manhã desta quinta-feira (29), quando os ministros vão dizer se acompanham ou não o voto de Gonçalves e suas recomendações. Nesse primeiro processo de Bolsonaro em análise no TSE, o ex-presidente é acusado, além de abuso de poder político, de uso indevido dos meios de comunicação pelo fato de a TV Brasil ter transmitido a reunião com os embaixadores no Palácio do Planalto. Na ocasião, ele atacou, sem provas, o sistema de votação brasileiro e a Justiça Eleitoral.

No voto, Gonçalves solicitou, por exemplo, que o TCU abra um processo e avalie se Bolsonaro deve ressarcir os cofres públicos e sofrer outras punições administrativas. A medida se justifica, segundo ele, em razão do "comprovado emprego de bens e recursos públicos na preparação de evento em que se consumou o desvio de finalidade eleitoreira". A reunião com os diplomatas estrangeiros foi realizada na residência oficial da Presidência da República.

Além disso, Gonçalves sugere que a PGR analise se as ações de Bolsonaro naquele encontro, assim como seu contexto e suas consequências, devem motivar um processo. O ministro recomenda a "análise de eventuais providências na esfera penal". Na prática, o gesto impõe que a PGR faça uma nova análise do papel do ex-presidente no encontro com os embaixadores, uma vez que a subprocuradora-geral Lindôra Araújo já havia solicitado ao STF que fosse arquivada uma investigação criminal sobre o evento.

Essa ação no Supremo foi ajuizada por partidos de oposição no dia seguinte à reunião. Em 19 de julho do ano passado, as legendas pediram a abertura de uma investigação contra Bolsonaro por crime contra o estado democrático de direito. O caso, para o qual Lindôra defendeu o arquivamento, está sob a relatoria do ministro Luiz Fux. Gonçalves determina o envio de seu posicionamento ao magistrado do STF.

Além disso, entre as últimas providências do voto do ministro do TSE está uma outra medida que pode impactar a situação do ex-presidente no Supremo. Gonçalves determina o envio do voto a Alexandre de Moraes, que presidente a Corte eleitoral e integra o STF. No Supremo, Moraes, que já foi alvo de ataques do ex-presidente, conduz dois inquéritos para apurar as investidas antidemocráticas de 7 de setembro de 2021, além dos referentes aos ataques de 8 de janeiro deste ano.

'Mentiras atrozes'

Gonçalves, por ser o relator do caso, foi o primeiro ministro a votar no julgamento do TSE, que avalia se houve abuso de poder político e vantagem eleitoral ilegal nos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral perante diplomatas estrangeiros. O caso começou analisado na quinta-feira passada, 22, com as sustentações de advogados e do Ministério Público Eleitoral, além da leitura do relatório.

No voto desta terça, Gonçalves defendeu a inelegibilidade de Bolsonaro porque considerou que houve ganho eleitoral indevido no fato de ele ter convocado a reunião, como presidente da República, para alegar que não seriam confiáveis os resultados da eleição, em caso de sua derrota. O ministro destacou ainda que o encontro com os diplomatas foi parte de uma escalada de ataques à democracia e à Justiça Eleitoral.

"Os ilícitos perpetrados pessoalmente pelo primeiro investigado, na condição de presidente da República, chefe de Estado e candidato à reeleição em 2022, esgarçaram a normalidade democrática e a isonomia", afirmou o ministro, em seu voto. O relator também ainda que Bolsonaro espalhou "mentiras atrozes" sobre o TSE, fez "ameaças veladas" e instrumentalizou as Forças Armadas para investir contra a Corte: "Flerte nada discreto com o golpismo".

Defesa rejeita inelegibilidade

Na quinta passada, o advogado Tarcísio Vieira, ex-ministro do TSE, tentou convencer os magistrados que os ataques golpistas em Brasília, no dia 8 de janeiro, nada têm a ver com o processo em curso na Corte nem foram incitados por Bolsonaro. "A defesa entende que só pode ser apreciado o que constou no processo até o despacho saneador em 8 de dezembro", afirmou o advogado do ex-presidente.

A jornalistas, Vieira disse ainda que não havia motivo para pressa para a conclusão do julgamento. "Não tem eleição neste ano. Tem no final do ano que vem. O presidente não tem mandato. Ele vai ficar inelegível em relação ao quê? A uma eleição que ocorra no ano que vem, daqui a três anos? Não há necessidade de aceleração desse julgamento", afirmou.

O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, votou para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível pelos próximos oito anos, a contar de 2022. O ministro é relator na Corte da ação que pode cassar os direitos políticos de Bolsonaro.

Gonçalves, no entanto, pediu a absolvição do general Walter Braga Netto, candidato a vice do ex-presidente nas últimas eleições. Após o voto do relator, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, suspendeu a sessão. O julgamento será retomado na próxima quinta-feira, às 9h, com o voto do ministro Raul Araújo.

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Ao defender a condenação do ex-presidente, Gonçalves disse que há evidências de que Bolsonaro cometeu crime de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O motivo é a reunião com embaixadores realizada no Palácio do Alvorada em julho de 2022, quando o então presidente levantou, sem provas, suspeitas sobre o sistema eleitoral e a parcialidade de magistrados.

Violação à normalidade democrática

Segundo Gonçalves, a conduta do ex-presidente viola a normalidade democrática ao questionar o processo de votação e levantar questionamentos sobre a integridade de autoridades do Judiciário. "(Palavras de Bolsonaro) esgarçam a normalidade democrática e isonomia ao propor cruzada contra inexistente conspiração para fraudar eleições. A recusa de valor ao conhecimento técnico a respeito das urnas e recusa a autoridade do TSE foram usadas como ferramenta de engajamento (de eleitores), afirmou o ministro em seu voto.

Desvio de finalidade

O ministro pontuou que o ex-presidente cometeu "desvio de finalidade" ao usar a TV Brasil para transmitir a reunião para "reverberar falsa denúncia de fraude". Ele lembrou que, àquela altura, o deputado estadual pelo Paraná, Fernando Franceschini, teve mandato cassado pelo TSE por difundir informações falsas sobre o sistema eleitoral nas eleições de 2018.

"Não foi realizada apenas uma live, houve transmissão de evento de caráter oficial, marcado por desvio de finalidade. (A transmissão) ocorreu somente nas redes do investigado, mas em emissora pública, reverberou falsa denúncia de fraude que a essa altura já havia levado à cassação de deputado federal. O fato ocorreu a menos de 3 meses da eleição e serviu para alinhavar prática nefasta que foi levada adiante durante campanha", destacou o magistrado.

O desvio de finalidade, de acordo com o relator, não se limitou ao uso de bens e serviços públicos na reunião com embaixadores. "O que torna o evento no Palácio do Alvorada um evento aberrante foi o poder simbólico de presidente da Republica e da posição de chefe de Estado para degradar ambiente eleitoral", reforçou.

Banalização do golpismo

Ainda segundo o relator, os ataques de Bolsonaro levam à "banalização do golpismo" e fizeram um "apelo rude para que comunidade internacional não desse ouvidos ao TSE".

Gonçalves finalizou o voto com uma defesa enfática da Justiça Eleitoral. "O TSE se manterá firme em seu dever de transmitir informações verídicas e atuar para conter o alastramento de desinformação", afirmou. "Agressões violentas à Justiça Eleitoral confirmam a importância da instituição para salvaguarda da democracia", prosseguiu.

Já antecipando o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode deixar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos, querem tentar anistiá-lo. O deputado Sanderson (PL-RS) irá apresentar um projeto de lei para todos os políticos que cometeram crimes eleitorais em 2022.

Neste cenário, todos os políticos que cometeram tais delitos, com exceção daqueles que não podem ser anistiados - terrorismo, tortura, racismo e crimes hediondos - teriam a punição anulada.

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Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que teve o mandato de deputado federal cassado pelo TSE, seria também beneficiado pelo projeto, caso ele avance.

Sanderson é presidente da Comissão de Segurança Pública da Casa. Ele sustenta que essa deve ser uma decisão soberana do Congresso. Se prosperar, a própria Casa poderia ter força para derrubar o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se a proposta for à sanção.

"Crimes eleitorais não se enquadram nas vedações da anistia", diz o deputado. Ou seja, Bolsonaro é alvo de ação na esfera eleitoral e, portanto, pode ser beneficiado.

Para ele, o julgamento do TSE se trata de uma perseguição ao ex-presidente e a políticos de direita. "Não fosse Jair Bolsonaro a figurar como réu, daria no máximo uma multa. Mas como é ele, querem decepá-lo politicamente. É uma pena capital: ele tem 70 anos, se eliminarem ele por oito anos, está fora da política. Se for condenado, é uma heresia jurídica", disse Sanderson.

A Comissão de Segurança da Câmara é dominada por bolsonaristas. Alguns integrantes da comissão já admitiam a derrota no julgamento do TSE. "Fica nossa torcida para que haja justiça. Se houver a inelegibilidade, vão criar mais ainda um mártir. Em 2026 vamos reverter essa situação", afirmou Gilvan da Federal (PL-ES).

O TSE retoma às 19h desta terça-feira, 27, o julgamento que pode deixar Bolsonaro inelegível. O ministro Benedito Gonçalves é o relator da ação e será o primeiro a ler o voto, que tem centenas de páginas.

O pano de fundo do julgamento é a reunião convocada por Bolsonaro, então presidente, com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em 18 de julho de 2022, para atacar o sistema de votação brasileiro e as urnas eletrônicas. As falas do presidente foram transmitidas pela TV Brasil.

O julgamento começou na quinta-feira, passada, 22. A Corte ainda reservou a sessão de quinta-feira, 29, para a conclusão do julgamento.

Na véspera da retomada do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de ação que pode torná-lo inelegível, Jair Bolsonaro se reuniu, nessa segunda-feira (26), com parlamentares federais e estaduais do PL na Assembleia Legislativa de São Paulo. Como mostrou o Estadão, o encontro integra um roteiro de viagens que o ex-presidente tem feito pelo País para se defender e difundir o discurso de que é "perseguido".

Depois do encontro com os correligionários, Bolsonaro declarou que não é "insubstituível", mas indicou que ainda é o principal nome do Partido Liberal. "Não existe ninguém insubstituível. Tem muita gente no momento muito mais competente do que eu, mas que não tem o conhecimento nacional que eu tenho. Além de eu ter 28 anos de Parlamento, 15 de Exército brasileiro, eu tive quatro de presidente da República. E eu consegui, graças a Deus, o carinho de uma parte considerável da população."

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O TSE retoma hoje o julgamento da ação que pode cassar por oito anos os direitos políticos de Bolsonaro. Ele é acusado de abuso de poder político, conduta vedada, desordem informacional e uso indevido dos meios de comunicação em razão de reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado. Na ocasião, o então presidente disse, sem apresentar provas, que as eleições no Brasil não seriam confiáveis.

"É justo cassar os direitos políticos de alguém que se reuniu com embaixadores? Não é justo falar: ‘Atacou a democracia’. Aperfeiçoamento, buscar, colocar camadas de proteção, isso é bom para a democracia", disse Bolsonaro, ontem.

APERFEIÇOAMENTO

Ainda de acordo com o ex-presidente, não houve "ataque à democracia" no evento no Alvorada. "Eu já fui multado, no meu CPF, em R$ 20 mil, por causa daquela reunião com embaixadores. O que não podemos aceitar passivamente no Brasil é que possíveis críticas ou sugestões de aperfeiçoamento no sistema eleitoral sejam tidas como um ataque à democracia", disse ele.

Ontem, em São Paulo, o ex-presidente foi recebido pelo presidente da Assembleia paulista, André do Prado (PL), e pelo deputado estadual Gil Diniz (Republicanos). O ex-secretário de Comunicação Social (Secom) Fábio Wajngarten acompanhou a reunião na Casa. No domingo, Bolsonaro almoçou com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Nessa série de viagens - Bolsonaro esteve em Porto Alegre na semana passada -, o ex-chefe do Executivo busca ajudar Valdemar a aumentar o número de filiados do PL para disputar prefeituras em 2024. Em São Paulo, o maior dilema do bolsonarismo está na capital. O ex-ministro do Meio Ambiente e hoje deputado Ricardo Salles, que se colocou como candidato à Prefeitura, tem tido atritos com Valdemar.

NUNES

Dentro da legenda, uma frente defende um caminho mais "moderado", em oposição a uma ala mais radical da sigla ligada ao ex-presidente. Discute-se até mesmo uma filiação do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Também há possibilidade de o MDB ficar com a capital e abrir mão de outras disputas em favor do PL.

Durante a reunião na Assembleia, parte dos parlamentares manteve a resistência ao apoio do PL a Nunes. Bolsonaro evitou falar sobre a disputa na capital paulista. "Não quero entrar em detalhes. Tive uma conversa com ele (Nunes) e um empresário falou: ‘Anuncie apoio ao Ricardo Nunes’. E o que eu falei naquele momento? Vamos ter que tomar muitas tubaínas juntos ainda."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse na manhã desta sexta-feira, 23, que acredita na possibilidade de o ministro Raul Araújo Filho, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedir vista no processo que pode torná-lo inelegível por oito anos. Bolsonaro afirmou que o magistrado é conhecido por ter "apego à lei". Por outro lado, o ex-mandatário voltou a colocar sob suspeição a atuação dos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, atual presidente da Corte eleitoral. O julgamento começou nesta quinta-feira, 22, e continuará na terça, 27.

"O primeiro ministro a votar depois do relator, o ministro Benedito, é o ministro Raul. Ele é conhecido por ser um jurista com bastante apego à lei. Apesar de estar em um tribunal político eleitoral, há uma possibilidade de ele pedir vista. Isso é bom porque ajuda a gente a ir clareando os fatos", afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha.

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Araújo Filho será o segundo ministro a votar no julgamento de Bolsonaro no TSE. O ministro Benedito Gonçalves, relator da ação, será o primeiro, seguido por Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares e os membros do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes.

Na entrevista, Bolsonaro voltou a afirmar que não atacou o sistema eleitoral em reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado. No encontro, o então presidente repetiu aos diplomatas sua tese nunca comprovada de que o sistema eleitoral brasileiro é passível de fraudes.

"Estão me acusando de uma reunião com embaixadores. Eu só fiz a reunião com os embaixadores, em julho do ano passado, depois que, dois meses antes, o ministro Fachin, que é do TSE também, fez uma reunião com os embaixadores e falou sobre o sistema eleitoral. Eu convidei os embaixadores a ir na minha casa, apesar de ser uma casa pública, uma obra pública, é a minha casa. Conversei sobre o sistema eleitoral. Não ataquei. Eu mostrei a verdade sobre o sistema eleitoral", afirmou.

Bolsonaro lançou dúvidas sobre a postura de Fachin em uma reunião do ministro com embaixadores em maio. Na encontro, Fachin teria pedido para que os chefes de Estado reconhecessem o resultado rapidamente, uma prática comum da diplomacia mundial. Com uma série de perguntas retóricas, o ex-chefe do Executivo disse que os presidentes estrangeiros não deveriam agir rápido.

"Ora, pra quê isso? Será que ele agiu corretamente? Por que reconhecer imediatamente? Será que ele sabia algum resultado? Estou botando uma dúvida aqui. A Justiça eleitoral, pelo que estou vendo, porque quem presidente o TSE é o senhor Alexandre de Moraes, tenta me culpar pelo que aconteceu no 8 de janeiro. É muito ruim quando se aparelha o Judiciário para atingir fins políticos", afirmou.

Ministro proibiu manifestação política no Lollapalooza à pedido do PL

Ministro efetivo do TSE desde setembro passado, Raul Araújo integra a classe de juízes vindos do segundo Tribunal mais importante do país, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde está desde 2010. Foi indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então no segundo mandato.

No início do ano passado, Araújo acolheu um pedido do PL, partido de Bolsonaro, e proibiu manifestações políticas no festival de música Lollapalooza. Decisão considerada por especialistas em direito eleitoral ouvidos à época pelo Estadão como contrária à jurisprudência da Corte.

A decisão do ministro gerou uma série de críticas de artistas, políticos e juristas. Após a decisão se tornar pública, a banda Fresno exibiu um telão com a frase "Fora Bolsonaro" no palco principal do festival. Durante participação no show, cantando Toda Forma de Amor, Lulu Santos subiu ao palco e afirmou: "Censura nunca mais!".

No dia seguinte à decisão de proibir manifestações políticas no Lollapalooza, o TSE condecorou o ministro Raul Araújo com o "Grau Grande Oficial".

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou, em um vídeo publicado nas redes sociais, que o objetivo do partido é "reeleger" Jair Bolsonaro (PL) e que não acredita que o ex-presidente "fique inelegível pelo que ele falou". As declarações do dirigente foram feitas após a o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciar o julgamento que pode cassar os direitos políticos do ex-presidente por oito anos - a sessão será retomada na terça-feira (27).

"Não vamos admitir injustiças contra o nosso capitão. Não acredito que um presidente da República fique inelegível pelo que ele falou. Isso não existe em nenhum lugar do mundo. Bolsonaro vai seguir firme e tenho convicção que será o nosso candidato", disse Valdemar nesta quinta-feira (22). O próprio ex-presidente, no entanto, ao avaliar a possibilidade de condenação pela Corte disse que "os indicativos não são bons" e que é "quase unanimidade" que ele vai perder a ação.

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No vídeo, Valdemar afirmou que, para o partido ganhar a eleição presidencial de 2026, é preciso fortalecer a legenda. Segundo ele, o objetivo da bancada é "reeleger" Bolsonaro.

"Nós elegemos 99 deputados federais e, por mais que cada um seja único na sua história, todos nós temos um objetivo em comum, que é reeleger Bolsonaro e fazer valer os valores da direita, pois são esses os objetivos que nos unem. E para que a gente possa ganhar as eleições em 2026, nós precisamos internamente fortalecer o partido", disse.

A ação a qual Bolsonaro é alvo foi movida pelo PDT e tem como base uma reunião convocada pelo então presidente com embaixadores, em julho do ano passado. Na ocasião, o presidente, sem apresentar provas, colocou em dúvida a lisura sistema eleitoral e atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE.

O ex-presidente é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, e, se for condenado, ficará impedido de participar das eleições de 2024, 2026 e 2028, podendo voltar em 2030 - a pena acabaria quatro dias antes da disputa.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insinuou, nesta quinta-feira (22), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem ligação com uma facção criminosa, sem apresentar provas, para rebater as acusações das quais é alvo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte começou a julgar a ação que pode torná-lo inelegível por oito anos por abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação. O ministro da Justiça, Flávio Dino, reagiu.

"Não estou aqui atacando o TSE, longe disso. Mas a fundamentação é uma coisa inacreditável: reuniu-se com embaixadores. O outro cara, no ano passado, se reuniu com a nata do PCC (Primeiro Comando da Capital) no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. E vai se reunir, agora, com a nata do Foro de São Paulo também. Não há comparação entre nós", disse o ex-presidente, em Porto Alegre, sem citar o nome de Lula.

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Bolsonaro já se referiu ao petista em outras ocasiões como "o cara". Em outubro de 2022, durante culto evangélico na Igreja Mundial do Poder de Deus, em São Paulo, na campanha eleitoral, ele citou o adversário como "aquele cara de 9 dedos".

Nesta quinta, o ex-presidente questionava a ação em julgamento na Corte Eleitoral, que trata da reunião que ele fez com cerca de 70 embaixadores, em junho de 2022. O então chefe do Executivo apresentou uma tese nunca comprovada de que o sistema eleitoral brasileiro é falho. O tribunal analisa se houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação no encontro.

Em outubro do ano passado, durante a campanha eleitoral, Lula visitou influenciadores e representantes de movimentos sociais do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Um boné que Lula utilizou no evento com as siglas "CPX" - que significa "complexo" - se transformou em "cupinxa" nas retóricas divulgadas pelos bolsonaristas. O termo não está ligado ao tráfico.

Dino contesta declaração

Em uma coletiva realizada no Ministério da Justiça, Dino confrontou as acusações de Bolsonaro, afirmando que o ex-mandatário tenta relacionar o governo do presidente Lula com organizações criminosas como estratégia de escapar de punições jurídicas.

"Nós achamos que o ex-presidente da República deve manter a serenidade, deve manter a decência possível e prestar contas à polícia e ao Poder Judiciário. Mas não tente, mais uma vez, recorrer a esse ardil baixo e vil de vincular o governo do presidente Lula ao PCC, ao Comando Vermelho e a qualquer outra quadrilha", disse Dino.

O ministro Flávio Dino também foi alvo de desinformações semelhantes por parte dos apoiadores do ex-presidente. Em março deste ano, quando o ministro estava no Complexo da Maré, também no Rio, para participar do lançamento de um boletim sobre dados de segurança, o titular da Justiça foi relacionado a teorias da conspiração de bolsonaristas que tentam relacioná-lo com o crime organizado.

Na época, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) questionou, em suas redes sociais, que Dino conseguia entrar na comunidade "com apenas dois carros e sem trocar tiros". Na postagem, o parlamentar sugeriu o envolvimento de Dino e Lula "com o crime organizado carioca".

Último a falar antes de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspender o julgamento que pode deixar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível, o vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gustavo Gonet, reiterou o pedido de condenação por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A sessão será retomada na próxima terça-feira, 27, com os votos dos ministros.

O discurso foi duro e atribuiu ao ex-presidente uma tentativa de "degradar ardilosamente" a democracia.

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"Relançar aos cidadãos proposições que abalam a legitimidade do pelito eleitoral às vésperas da sua realização, que já haviam sido desmentidas, sem a exposição de novas bases que as fundamente, não é contribuir para o progresso das estruturas da democracia, mas é degradá-la ardilosamente", criticou.

Bolsonaro está sendo julgado por uma reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em 18 de julho de 2022. No encontro, sem apresentar provas, o então presidente atacou o sistema de votação brasileiro, as urnas eletrônicas e levantou suspeitas sobre o processo eleitoral. As falas foram transmitidas pela TV Brasil.

A leitura do Ministério Público Eleitoral é a de que o evento foi usado para promover a narrativa falsa, explorada na campanha bolsonarista, de fraude nas urnas. Gonet afirmou que a reunião foi "deformada" em uma "manobra eleitoreira" e ganhou repercussão nas redes sociais.

"A reunião aconteceu exclusivamente para que fossem ouvidas palavras de desconfiança e descrédito com relação ao sistema eleitoral com sugestões desmerecedoras a integrantes da Corte", defendeu.

O vice-procurador-geral Eleitoral deixou claro que, em sua avaliação, o discurso do ex-presidente ultrapassou a liberdade de expressão e tentou "manipular" eleitores.

Gonet também associou as declarações de Bolsonaro que colocaram em dúvida a segurança do processo eleitoral bloqueios em rodovias, acampamentos em frente aos QGs do Exército e aos atos do dia 8 de janeiro.

"O chamado à desconfiança das eleições não rendeu a maioria dos votos mas provocou reações de desconfiança de parcela da população sobre a legitimidade das urnas, como jamais se viu desde constituição de 1988?, disparou.

O advogado Tarcísio Vieira de Carvalho teve 30 minutos para falar em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro no julgamento histórico que pode deixá-lo inelegível. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu o julgamento de ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anos. A sessão será retomada na próxima terça-feira, dia 27, às 19h, quando os votos começarão a ser proferidos.

Diante dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na manhã desta quarta-feira, 22, Carvalho tentou "despolitizar" o julgamento. "Não está em julgamento, como quer se fazer crer, o bolsonarismo. Não se está a arbitrar uma disputa sangrenta entre a civilização e a barbárie", iniciou.

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O advogado acusou o PDT, autor do pedido para suspender os direitos políticos do ex-presidente, de tentar instrumentalizar a Justiça Eleitoral. Ele chamou a ação de "impostora" e defendeu que o processo não pode ser usado para "varrer do mapa político um projeto de direita para o Brasil".

"É totalmente inverossímil essa narrativa de golpe de estado. O que houve foi sim um debate, lá na reunião de julho, legítimo, salutar, em torno da necessidade de aprimoramentos constantes do sistema eletrônico de votação. Talvez com verve imprópria, sim, mas substancialmente é isso que ocorreu", afirmou.

O pano de fundo da ação é a reunião convocada por Bolsonaro, então presidente, com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em 18 de julho de 2022. No encontro, sem apresentar provas, o então presidente atacou o sistema de votação brasileiro, as urnas eletrônicas e levantou suspeitas sobre o processo eleitoral. As falas foram transmitidas pela TV Brasil.

O advogado defendeu que Bolsonaro pode ter usado um "tom inadequado, ácido, excesivamente contundente" no discurso, mas que o debate sobre o sistema de votação é "legítimo".

"A questão do voto impresso não pode ser tabu, foi objeto de uma proposta de emenda, que alcançou maioria simples", argumentou. "O discurso de Bolsonaro vai de encontro com o que pensam milhões de brasileiros que, certos ou errados, não tem nada de golpistas. E mesmo entre os que não gostam do discurso, há brasileiros leais que dizem que o discurso pode evoluir."

A defesa também tenta salvar o vice, general Walter Braga Netto, ao defender que uma eventual punição no caso só pode ser "personalíssima" e não poderia passar de multa.

Em manifestação escrita enviada ao TSE antes do julgamento, a defesa de Bolsonaro já havia afirmado que a reunião não teve cunho eleitoral, porque foi organizada na condição de chefe do Poder Executivo federal e se inseriu no contexto de "diálogo institucional". Os advogados argumentam ainda que as declarações fizeram parte de um "debate de ideias" para aprimorar o sistema de votação e foram pautadas pela "convicção pessoal" do ex-presidente.

O argumento foi retomado na tribuna. Tarcísio Vieira de Carvalho alegou que o encontro teve "caráter diplomático" e não passou de uma reunião "franciscana".

"Numa nova narrativa, muito inventiva, falaciosa, a simples reunião passou a ser tida como o acender de um rastilho de pólvora que lamentou na explosão lamentável dos atos do 8 de janeiro", rebateu.

O advogado Tarcísio Vieira Carvalho, que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro em ação contra no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que a acusação contra o general Braga Netto é uma "injustiça ainda maior". Braga Netto foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.

"A acusação não se preocupou em produzir uma linha (contra Braga Netto)", afirmou Carvalho. Ele sustentou que "não faz nenhum sentido" declarar a inelegibilidade do candidato a vice quando a acusação é "personalíssima" em relação a Bolsonaro.

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A absolvição de Braga Netto já foi defendida quando o procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, lia seu parecer pouco depois das 12h desta quinta-feira (22).

A defesa de Bolsonaro afirmou também que o ex-presidente adotou "silêncio sepulcral e prolongado" após as eleições de 2022, que deram vitória ao agora presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma "prova cabal da aceitação do resultado eleitoral". Na avaliação do advogado, isso mostra a desvinculação de Bolsonaro com os atos golpistas de 8 de janeiro.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu o julgamento de ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anos. A sessão será retomada na próxima terça-feira (27), às 19h, quando os votos começarão a ser proferidos.

A maior parte da sessão desta quinta-feira foi ocupada pela leitura do relatório do corregedor-geral eleitoral, Benedito Gonçalves. Ele será o primeiro a votar quando a sessão for retomada.

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A sessão também teve as sustentações orais das partes e leitura do parecer do vice-procurador geral eleitoral, Paulo Gonet, que reforçou a defesa da inelegibilidade de Bolsonaro e da absolvição de Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.

Os brasileiros estão divididos sobre o resultado do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), iniciado nesta quinta-feira (22), que poderá tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos. Segundo levantamento da Genial/Quaest, de junho, 47% dos brasileiros defendem a condenação do ex-chefe do Executivo, enquanto 43% desaprovam.

A pesquisa ainda questionou quem Bolsonaro deveria apoiar nas urnas, caso seja impedido de disputar as eleições. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece no topo da lista com 21% dos votos; seguido da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), com 15% e do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), com 11%.

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho e articulador político do ex-presidente, aparece na quarta posição, com 4%. Uma parcela de 27% diz que nenhum deles deve ter o apoio de Bolsonaro. Outros 21% não souberam responder e 1% defendeu que o ex-chefe do Executivo deveria apoiar outros nomes.

A pesquisa da Genial/Quaest entrevistou 2.029 pessoas com idade de 16 anos ou mais, de forma presencial, entre os dias 15 e 18 de junho, em 120 municípios. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais, para mais ou para menos.

O advogado Tarcísio Vieira Carvalho, que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro em ação contra ele no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que a reunião com embaixadores em que o ex-mandatário desferiu ataques ao sistema eletrônico de votação foi "franciscana" e não tinha objetivo eleitoral ou golpista.

Carvalho buscou dissociar o evento de julho de 2022 com os atos golpistas de 8 de janeiro. "A reunião, nem de longe, ostenta caráter eleitoral, ostenta caráter diplomático", sustentou.

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"O ato foi eminentemente de Estado, foi realizado não na presença de eleitores, não na presença de candidatos, não na presença de atores eleitorais no plano geral das eleições de 2022. Foi publicizado, foram encaminhados convites ao TSE, ao Supremo, ao TSE, ao TCU. O ministro Fachin chegou à época a responder, dizendo que não iria", afirmou Carvalho.

O advogado admitiu que Bolsonaro usou "tom inadequado" na reunião com embaixadores, mas defendeu a mera aplicação de multa ao invés da imposição de inelegibilidade. "Se o presidente queimou largada em matéria de propaganda, aplique multa", defendeu.

Carvalho chamou a ação ajuizada pelo PDT de "fantasiosa", "impostora" e "eivada de falsidade ideológica" e acusou o partido de entrar no TSE para "catapultar candidatura cambaleante". Ele ressaltou, ainda, que o que está em julgamento não é o bolsonarismo. "Não se está a arbitrar disputa sangrenta entre civilização e barbárie", afirmou, em resposta à sustentação oral do PDT. "O TSE é um tribunal, não é um parlamento, é um colégio eleitoral".

O TSE julga uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) proposta pelo PDT que pode tornar Bolsonaro inelegível devido a uma reunião com embaixadores realizada no Palácio do Alvorada em julho de 2022, em que ele levantou, sem provas, suspeitas sobre o sistema eleitoral. O evento foi transmitido pela TV Brasil e pelas redes sociais da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), onde alcançou quase 600 mil visualizações.

O Partido Liberal (PL) divulgou um vídeo de Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira (22), em que o ex-presidente tira fotos com apoiadores dentro de um avião rumo a Porto Alegre. O ex-chefe do Executivo realiza a viagem no mesmo momento em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inicia o julgamento que pode torná-lo inelegível por oito anos.

O vídeo divulgado pelas redes sociais do PL com o intuito de mostrar um Bolsonaro sorridente e tranquilo, sem sinais de preocupação com o julgamento. O ex-presidente, no entanto, afirmou no último sábado (17), que "os indicativos não são bons", ao comentar o resultado da análise do TSE.

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Como mostrou o Estadão, o partido traçou a estratégia de "vitimização" do ex-presidente, que passará a fazer uma espécie de "road show" pelo País para dizer que está sendo "perseguido". A tática definida pelo ex-presidente, de agora em diante, será partir para o "tudo ou nada".

Na sua rede social, Bolsonaro também apareceu na manhã desta quinta-feira. Ele publicou uma foto com um recado escrito à mão atribuído a funcionários do avião, apoiando-o. Na legenda, o ex-presidente informou sobre a sua viagem e o horário de chegada previsto no aeroporto.

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A agenda de Bolsonaro na capital gaúcha começa na sexta-feira (23), quando deve comparecer a um ato de filiações ao PL, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, e, logo depois, será o homenageado de um almoço promovido por correligionários em uma churrascaria. Enquanto isso, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) estará em Rondônia. No sábado (24), ela vai participar de um ato do PL Mulher, no qual vai convocar a população a se manifestar em defesa do marido. Os maiores índices de rejeição de Bolsonaro, até hoje, estão concentrados no público feminino.

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