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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou não poder "querer dar um golpe" em São Paulo, diante dos atritos com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Em aceno ao gestor estadual, Lula afirmou que Tarcísio terá da presidência da República "tudo aquilo que for necessário" e destacou que os investimentos no Estado têm como foco a população paulista, não o governador.

"Disputamos as eleições estaduais de 2022 com Tarcísio e perdemos as eleições. Não dá para querer dar um golpe de São Paulo, invadir prédio de São Paulo. É voltar para casa, se preparar e disputar outra vez, e respeitar o direito do exercício da função de quem ganhou as eleições, senão a democracia fica capenga", declarou o presidente no final da manhã desta sexta-feira (2), em cerimônia em comemoração aos 132 anos do Porto de Santos e Anúncio de Investimentos no Túnel Submerso Santos-Guarujá. O evento ocorre em Santos, no litoral paulista.

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Lula afirmou que o ato representa mais do que anúncio de investimentos, mas a necessidade de "restaurar a normalidade". "E a normalidade é a gente respeitar o direito às diferenças."

"É a gente aprender a conviver com quem não gostamos, mas respeitamos o direito da pessoa até não gostar da gente", comentou.

O chefe do Executivo Federal contou que, em seus primeiros mandatos à frente da Presidência, tinha como governadores de São Paulo pessoas que não eram filiadas ao PT e, mesmo assim, "nunca" tratou o Estado de forma diferente.

"Quero te dizer, Tarcísio, você terá da Presidência da República tudo aquilo que for necessário, porque não estou beneficiando o governador, estou beneficiando o Estado mais importante da Federação", afirmou.

De acordo com o presidente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 1,350 bilhão para o Estado de São Paulo para o eixo Norte do Rodoanel. O presidente afirmou, ainda, que o governo federal fará 12 institutos federais e que Santos e a cidade vizinha São Vicente serão beneficiadas.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), fez um discurso nesta quarta-feira, 30, sobre o perigo de rotular grupos de pessoas conforme orientação sexual, gênero e raça no Brasil. Ao tratar do tema, disse que "homens brancos, heterossexuais e bem-sucedidos" são rotulados como "carrascos". A declaração ocorreu durante o lançamento de um programa que prestará apoio à mulheres vítimas de violência, especialmente importunação sexual, durante o Carnaval.

Zema argumentava que trabalha para tornar o Carnaval mineiro um produto diferenciado dos demais, com foco em garantir a segurança e tranquilidade dos foliões, quando comparou seu governo à empresa que presidia antes de entrar para a vida pública. Segundo o governador, o grupo Zema está entre os melhores para se trabalhar no Brasil porque os colaboradores, entre eles mulheres, negros e LGBTs, são tratados com respeito.

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"E é muito perigoso rotular. No Brasil, a coisa mais comum que acontece é rotular: se alguém é homem, branco, heterossexual e bem-sucedido, pronto: rotulado de carrasco. Parece que não pode ser humano. Mas, pode, sim. Dá para ser humano. Qualquer rótulo é perigoso. Há político honesto e desonesto; empresário honesto e desonesto", declarou Zema. "Temos que começar a ver cada caso como um caso. Perigosíssimo essa questão de rotular".

Intitulado "Acolhe minas", em um trocadilho entre o nome do Estado e a gíria para se referir às mulheres, o programa do governo mineiro oferecerá espaços para acolhimento, atendimento psicossocial, suporte emocional, orientação jurídica e encaminhamentos durante as festividades.

O Carnaval de Belo Horizonte cresceu nos últimos anos a ponto de se tornar um dos principais eventos no calendário turístico de Minas Gerais. Tradicionalmente, o protagonismo político e a organização são da prefeitura, mas neste ano Zema tem buscado dividir as atenções com mais medidas direcionadas especificamente para o evento, o que gerou rusgas com o prefeito da capital mineira, Fuad Noman (PSD-MG).

O coronel Tibério César dos Santos, que acaba de deixar o comando-geral da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), fez uma fala inteiramente voltada à defesa da classe policial, enquanto discursava na solenidade de troca de comando, realizada no Quartel de Comando-Geral (QGC) do Derby, no Recife, nesta sexta-feira (26). Centralizando os agradecimentos às suas tropas e comandantes, Tibério alfinetou o Judiciário pelas “saidinhas” de presos e relembrou que a PM é "maior que os números" obtidos em 2023. 

“Foram vocês, soldados, cabos, sargentos e subtenentes, que eu comandei no ano de 2023, e para vocês eu peço toda a assistência. Sem vocês a ordem pública do nosso estado entraria em pleno colapso. São homens e mulheres que envergam com muito orgulho essa farda. Reconheço que não tem sido fácil para vocês, nos tempos atuais, na conjuntura pela qual passa nosso país, onde a preocupação maior, infelizmente, é soltar presos. E, infelizmente, muitas vezes, prender policiais”, disse o militar. 

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LeiaJá também: ‘Governo de Pernambuco oficializa troca de comando da PMPE’ 

Assim que assumiu a tribuna para discursar, Tibério fez um afago às tropas, em virtude dos indicadores de violência do último ano, que foi também seu primeiro ano como comandante-geral. Em 2023, o número de mortes policiais aumentou em 30,42%. A polícia matou, em média, uma pessoa a cada três dias no estado. Essas mortes entram para o índice de homicídios de 2023, que cresceram em 6,2% no último ano, em comparação a 2022.  

Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), 2023 teve 3.632 Mortes Violentas Intencionais (MVI) em 365 dias. De janeiro a dezembro de 2022, foram registradas 3.418 mortes violentas. 

“Foi um ano difícil, eu sei, mas não tenho dúvidas de que seria muito pior se os senhores não estivessem à frente de suas tropas, com o empenho e a dedicação que vocês colocaram junto às unidades operacionais. Senhores e senhoras, vocês são muito mais do que números. São muito maiores e mais preciosos do que os números que vocês obtiveram em 2023”, continuou. 

Ainda em menção indireta ao Judiciário, criticou a saída de cerca de 2,500 presos do Complexo do Curado, no Grande Recife, em 2023. “Eu nunca presenciei, nos meus quase 31 anos [na PM], a quantidade de mandados de prisão expedidos contra policiais militares. O que intriga é saber que estão prendendo servidores públicos que possuem domicílios fixos e não possuem passagens, na maioria das vezes, pelo sistema prisional. Enquanto isso, mais de 2,500 presos do Complexo do Curado foram postos em liberdade ao longo de 2023. Dentre os 2,500, principalmente aqui na região metropolitana, estão homicidas, estupradores e traficantes", concluiu.

 

A Argentina está comprometida com o Mercosul e espera que surjam boas notícias em 2024 nas negociações de um tratado comercial do bloco com a União Europeia. A afirmação foi feita nesta quarta-feira, 17, em uma conversa entre ministros argentinos e jornalistas estrangeiros, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

Participaram da conversa o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, o chefe de gabinete da presidência, Nicolas Posse, e a chanceler, Diana Mondino. O evento seguiu as regras da Chatham House (centro de estudos britânico), ou seja, os jornalistas não poderiam atribuir diretamente as declarações aos autores.

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O governo argentino acredita que o Mercosul precisa ser renovado para enfrentar o novo cenário global. No entanto, não cogita deixá-lo, contrariando o que o presidente Javier Milei disse durante a campanha.

Os ministros descartaram a possibilidade de um distanciamento comercial com Brasil e China, o que, segundo eles, seria um movimento "absurdo" dada a importância desses dois países no comércio bilateral. Eles salientaram que questões de comércio exterior devem ser gerenciadas pelo setor privado, e não pelo governo.

No lado financeiro, eles afastaram uma dolarização no curto prazo, embora isso continue nos planos. Antes disso, esperam estabilizar a economia por meio de cortes radicais de gastos públicos, desregulamentação de setores sob intervenção do Estado e recuperação da confiança dos investidores.

A inflação deve continuar alta nos primeiros meses deste ano, mas a expectativa é que, com as reformas, no fim de 2024 ela esteja "na faixa de um dígito". Sobre a dificuldades de aprovação das reformas, eles ressaltaram que 55% das mudanças não necessitam da aprovação do Congresso. Além disso, apostam no crescimento da popularidade de Milei como fator de convencimento. As manifestações contra as reformas, segundo eles, foram pequenas e movidas "por aqueles que temem perder seus privilégios".

A presença de Milei em Davos gerou curiosidade entre os participantes, mas esteve distante do interesse despertado por outros chefes de Estado. A palestra dele ontem foi recebida de maneira morna pelos participantes, que não chegaram a lotar o local. Milei encerrou sua fala com sua frase preferida: "Viva la libertad, carajo", arrancando algumas risadas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu nesta quinta-feira, 8, que todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023 sejam "exemplarmente punidos". "Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra o seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade. E a impunidade, como salvo conduto para novos atos terroristas", disse Lula em evento pró-democracia que marca um ano da invasão e depredação da sede dos três Poderes.

E afirmou: "Se a tentativa de golpe fosse bem-sucedida, a vontade soberana do povo brasileiro teria sido roubada. E a democracia, destruída. A esta altura, o Brasil estaria mergulhado no caos econômico e social. O combate à fome e às desigualdades teria voltado à estaca zero."

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Lula disse que a democracia foi "salva", mas "nunca está pronta" e precisa ser "construída e cuidada todos os dias".

"A democracia é imperfeita, porque somos humanos, e, portanto, imperfeitos. Mas temos, todas e todos, o dever de unir esforços para aperfeiçoá-la", afirmou o presidente, acrescentando em seguida que é preciso reconhecer que "democracia para poucos não é democracia" e que "não há democracia plena enquanto persistirem as desigualdades".

E destacou: "Se formos capazes de deixar divergência de lado para defendermos democracia, somos capazes de nos unirmos para construir país mais justo."

Histórico político para descrever processo democrático e defender urnas eletrônicas

O presidente disse ainda que sua história e a de seu partido, o PT, devem ser usadas em defesa das urnas eletrônicas e do processo eleitoral brasileira. Lula citou que foi derrotado diversas vezes desde a redemocratização. Em 1989, quando foi candidato a presidente da República pela primeira vez, ele perdeu para Fernando Collor de Melo.

"Quando alguém colocar dúvidas sobre a democracia no Brasil, seria bom se vocês não tivessem receio de usar minha história e do meu partido. Desde 1989, eu disputo eleições. Não tem ninguém que disputou tanto como eu e que perdeu tanto como eu e que ganhou tantas como eu. Essa é a grande arma de participar", disse o presidente.

E acrescentou: "Se houvesse possibilidade de falsificar as urnas eleitorais, será que eu teria sido eleito tantas vezes presidente da República? Será que teríamos conseguido eleger a Dilma Rousseff naquela campanha de 2014 num clima de guerra que foi estabelecido nesse país."

Lula ainda criticou, sem mencionar, o ex-presidente Jair Bolsonaro pelos questionamentos às urnas eletrônicas.

"As pessoas que duvidam da legalidade das urnas brasileiras porque perderam as eleições, porque não pedem para seu partido renunciar todos os deputados e senadores que foram eleitos? Os três filhos deles que foram eleitos, porque não renunciam em protesto à urna fraudulenta?", questionou, ironicamente, o presidente da República, em referência aos três filhos de Bolsonaro que foram eleitos para cargos públicos (Flávio, Eduardo e Carlos).

Alternância de poder

Lula defendeu o sistema democrático, que, segundo ele, é o único que possibilita que "um país do tamanho do Brasil tenha, pela primeira vez na sua história, uma alternância de poder que permite que um metalúrgico chegue à Presidência da República".

O presidente participou do evento Democracia Inabalada, no Congresso Nacional, em alusão aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Assim como as outras autoridades presentes, criticou os criminosos que invadiram as sedes dos Três Poderes no ano passado e enalteceu o sistema democrático brasileiro.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, defendeu nesta segunda-feira, 8, durante ato no Congresso que marca um ano dos ataques golpistas de 8 de janeiro, a regulamentação das redes sociais para evitar manipulações políticas que culminaram nos atos ocorridos há um ano. De acordo com o magistrado, o "maléfico e novo populismo digital extremista" evoluiu nos métodos utilizados por nazismo e fascismo.

"Hoje também é o momento de olharmos para o futuro e reafirmamos a urgente necessidade de neutralização de um dos grandes perigos modernos da democracia: a instrumentalização das redes sociais pelo novo populismo digital extremista", disse Moraes, durante o seu discurso.

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O ministro afirmou que as recentes inovações de tecnologia de informação e o acesso universal às redes sociais, com crescimento das chamadas big techs e ampliação do uso da inteligência artificial, potencializaram a desinformação fraudulenta e intensificaram os discursos de ódio.

"A ausência de regulamentação e inexistente responsabilização das plataformas somadas à falta de transparência na utilização da inteligência artificial e dos algoritmos tornaram os usuários suscetíveis a demagogia e manipulação política, possibilitando o novo populismo digital extremista e de seus aspirantes a ditadores", disse Moraes.

O magistrado ressaltou que a preocupação com a "captura furtiva" da vontade do eleitorado em meio ao avanço das redes sociais é um problema discutido em todas as democracias.

Ele avaliou que não há razoabilidade em manter a internet como "terra de ninguém". "O que vale para o mundo real deve valer para o mundo virtual", defendeu.

Inércia das instituições democráticas e monetização as redes

O presidente do TSE e ministro do STF afirmou ainda que as redes sociais, em busca do lucro, nada fizeram para impedir o avanço dos "novos populistas digitais extremistas", classificados pelo magistrado como inimigos da democracia e do Estado de direito.

Moraes afirmou que, pelo contrário, as redes sociais criaram mecanismos para monetizar o avanço do populismo digital extremista. "E, para atingir seus objetivos, (as redes sociais) aproveitaram-se da total inércia das instituições democráticas e organizaram sua máquina de desinformação, com a criação de suas milícias digitais, que vem atuando sem restrições nas redes sociais, por ausência de regulamentação", completou.

O ministro reforçou que as democracias não podem mais ignorar o poder político das redes sociais como meio de desinformação massiva utilizados por grupos extremistas.

"Essa nova realidade exige a imediata regulamentação e controle da desinformação, não só em defesa da democracia, mas também em proteção à dignidade da pessoa humana", insistiu o magistrado.

Moraes ressaltou ainda ter certeza absoluta de que, na defesa incansável da democracia, o País aprenderá as lições do passado para evitar novas tentativas de golpe no futuro.

Com agradecimentos ao governo pela inclusão de mulheres na fileira dos que comemoram nesta quarta-feira, 20, a promulgação da reforma tributária, a ministra do Orçamento, Simone Tebet, classificou o texto como "a única reforma que faltava para fazer o Brasil realmente crescer, pela primeira vez em trinta anos, acima da média medíocre de 1% a.a". A reforma, continuou, manda um recado "muito claro" para todos, o de que é possível unir o Brasil quando é para o interesse do povo.

"É a reforma que vai dar dignidade ao povo brasileiro, e mais do que isso, ela é a reforma dos mais pobres", afirmou a ministra, salientando que o texto beneficia principalmente as mulheres. "Agora entendemos porque ela é a mãe de todas as reformas, ela é a reforma das mulheres brasileiras", disse.

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E pontuou: "Porque lamentavelmente a cara mais pobre do povo brasileiro é a de uma mulher negra do norte ou nordeste."

Em discurso no Congresso durante a cerimônia de promulgação da reforma tributária, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez nesta quarta-feira, 20, um apelo ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e afirmou que conta com a Suprema Corte para que a Emenda Constitucional que altera as regras tributárias no Brasil sejam acolhidas "com generosidade" para que a reforma seja consolidada ao longo dos anos.

"Essa emenda constitucional tem um guardião e o guardião é o Supremo Tribunal Federal. Contamos com o Supremo Tribunal Federal para que, na pessoa do ministro e presidente Barroso, essa emenda seja recebida com a generosidade que ela merece para que possamos consolidar essa reforma ao longo dos anos. Para que a litigiosidade dê espaço a concórdia, entendimento, transparência e justiça tributária , disse o ministro da Fazenda.

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No início do seu discurso, Haddad agradeceu a oportunidade de se manifestar, afirmando que é "incomum" que um ministro participe de um dia histórico.

Ainda, fez um aceno ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Segundo ele, sem as liderança de ambos não seria possível chegar ao resultado alcançado.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou, durante declaração feita na sessão de promulgação da reforma tributária, que é importante que todos guardem o dia de hoje na memória. Com agradecimentos a Arthur Lira (PP-AL), Rodrigo Pacheco (PSD-MG), aliados e ministros, o presidente celebrou um ano positivo na economia, mesmo com incertezas, e destacou que, com a aprovação da reforma, o Congresso demonstrou "compromisso com o povo brasileiro".

"Não precisa gostar do governo, gostar do Lula, mas guardem essa foto, e se lembrem: Contra ou a favor vocês contribuíram para que esse País, na primeira vez no regime democrático, aprovou uma reforma tributária", disse o presidente, em meio a aplausos e vaias.

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O presidente se disse muito feliz com a imagem do momento.

Lula repetiu que a reforma não vai resolver todos os problemas do País, mas que sua aprovação foi uma demonstração do compromisso do legislativo com o povo brasileiro. "É esse Congresso, com direita e esquerda, centro ou qualquer outra coisas, mulheres e homens, negros e brancos, esse Congresso, quer goste ou não o presidente, é a cara da população brasileira", disse.

Lula finalizou agradecendo Lira e Pacheco. "Eu não conhecia o Arthur, conhecia de fama", disse o presidente. "E sempre disse a eles que nunca exigi que um deputado ou senador concordasse com as propostas que eu mandasse pra cá."

Segundo ele, o trabalho dos representantes do legislativo é fazer "com que povo brasileiro viva melhor" e que mesmo com um Congresso "adverso quanto esse", a reforma fosse aprovada.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira, 20, que a reforma tributária vai acelerar a economia e classificou a promulgação da proposta como "histórica" para o País e "memorável" para o Congresso.

Lira elegeu a reforma tributária como a principal conquista de seus mandatos à frente da Presidência da Câmara. A emenda constitucional que muda a tributação sobre o consumo no País foi aprovada de vez na última sexta-feira, 15, após mais de 30 anos de debate.

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"É um dia memorável para a Câmara dos Deputados, para o Congresso Nacional, para o País e nosso povo", declarou Lira, durante a cerimônia de promulgação da emenda constitucional.

"Foi nesse plenário, em 7 de julho, que a Câmara dos Deputados aprovou a reforma tributária que vai acelerar a economia, fortalecer o empreendedorismo, gerar milhares de empregos e mudar para melhor a vida de milhões de brasileiros", emendou, em referência à primeira votação na Câmara.

Em seu discurso, Lira ressaltou que a Câmara impediu que a reforma tributária virasse um "joguete político" e lembrou que essa é a primeira mudança ampla no sistema tributário do País em período democrático.

"A reforma tributária promulgada hoje não nasceu de um ato autoritário de um Poder ou da vontade de um Governo. E sim de uma intensa negociação política, de um diálogo permanente entre nós, parlamentares, com diversos setores da sociedade brasileira", afirmou o presidente da Câmara.

Lira disse que o Congresso resistiu a "pressões externas" para aprovar a reforma, "algumas legítimas e outras nem tanto". "Não ficamos presos ao passado e a querelas políticas", declarou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara um pronunciamento em rede nacional de televisão para ser transmitido próximo ao Natal pregando união entre os brasileiros. A mensagem segue o conteúdo que começou a ser veiculado também em peças publicitárias oficiais.

O vídeo da campanha de vacinação, por exemplo, mostra a chegada na festa de Natal de um irmão que teria se desentendido com o dono da casa. Um dos irmãos avisa que já se vacinou e todos confraternizam. Um dos trechos da música de fundo do vídeo diz: "o Brasil é um só povo".

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Apesar do discurso de unificação, em reunião do diretório nacional do PT Lula, depois de pregar que o partido deve aprender a falar com evangélicos e produtores rurais, disse que, na eleição, se os adversários latirem, os petistas devem latir de volta.

O discurso de Lula também vai destacar programas do governo como o novo Bolsa Família e o Desenrola. Os conselheiros do presidente na área de comunicação discutem o conteúdo da fala, que ainda não foi gravada. Falta definir a data da transmissão. Até o momento, o mais provável é que seja na noite de 23 de dezembro.

Lula aproveitará o gancho do Natal para mencionar o slogan do governo, "União e Reconstrução". O petista vem dando declarações nesse sentido.

A última fala com esse teor foi em 15 de dezembro, em discurso no Espírito Santo. "Tem família que não conversa mais. Tem pai que não conversa com filho, tem filho que não conversa com mãe, tem irmão que não conversa com irmão por causa de um facínora que pregou o ódio durante quatro anos nesse País", disse Lula, criticando Jair Bolsonaro sem citá-lo.

Publicamente, o presidente demonstra preocupação com a fratura causada na sociedade pelos anos de polarização política - apesar de defender, ao mesmo tempo, que alguma polarização é saudável nas disputas eleitorais. Lula já manifestou que espera uma nova divisão entre lulismo e bolsonarismo nas eleições municipais de 2024.

O presidente também reivindicará para seu governo os resultados econômicos de 2023, que estão superando as expectativas que o mercado tinha no começo do ano. A reforma tributária, aprovada pelo Congresso, é outro tema que deverá estar no pronunciamento.

A gravação da mensagem, em seus aspectos técnicos, deve ser comandada pelo fotógrafo Ricardo Stuckert, secretário de Produção e Divulgação de Conteúdo Audiovisual do Planalto. O conteúdo é discutido principalmente pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu em seu discurso na posse de Paulo Gonet como procurador-geral da República que o Ministério Público não ache que todo político é corrupto. O petista voltou a pregar contra a negação da política, e citou os ataques de 8 de janeiro como consequência da deslegitimação da atividade.

"Não existe a possibilidade de o Ministério Público achar que todo político é corrupto", disse o presidente da República nesta segunda-feira, 18. Ele também declarou que acusações levianas não fortalecem a democracia e disse que não se deve permitir vazamentos de investigações antes de a veracidade das informações ser confirmada.

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A fala de Lula na posse da PGR tem simbolismo porque o petista foi o principal alvo da Operação Lava Jato. O presidente ficou preso 580 dias por causa da operação, e depois teve os casos anulados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A reação à Lava Jato é uma tônica de seu governo, apesar de Lula não ter mencionado a operação no discurso.

O presidente da República pediu a Gonet para que ele não faça o Ministério Público "se diminuir" diante da expectativa da população. Afirmou que o novo PGR deve ser o mais sincero, honesto e duro possível - mas também o mais justo possível.

Lula também disse que nunca pedirá um favor pessoal ao novo procurador-geral, e que o MP precisa "jogar o jogo de verdade".

Paulo Gonet foi escolhido para o comando da Procuradoria-Geral da República sem ter sido incluído pelos procuradores na lista tríplice elaborada pela categoria. Lula vinha dizendo desde a campanha de 2022 que não necessariamente iria se ater aos nomes escolhidos pelos procuradores - em seu primeiro governo, o petista havia respeitado a lista tríplice.

Um dos motivos de a lista tríplice ter sido abandonada é o ressentimento do PT com Rodrigo Janot, que foi o procurador-geral da República durante o auge da Lava Jato. Mais votado da lista tríplice quando de sua escolha, por Dilma Rousseff, Janot não só deixou a força-tarefa de Curitiba agir sem obstáculos como teve protagonismo em algumas investigações da operação.

Ficou famosa frase do então procurador-geral em 2017. No fim de sua passagem pela chefia do MPF, Janot foi questionado se manteria o ritmo das investigações até o fim de seu mandato. Respondeu o seguinte: "Enquanto houver bambu, vai ter flecha".

O novo chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, disse, na manhã desta segunda-feira (18), em seu discurso de posse, que sua atuação será técnica sem buscar "palco ou holofote". "Devemos ser inabaláveis diante dos ataques dos interesses contrariados e constantes diante da efervescência das opiniões ligeiras. Devemos, sobretudo, ter a audácia de sermos bons e justos e corretos", afirmou.

Em seu discurso de cerca de dez minutos, Gonet falou que o dever em combater a corrupção e organizações criminosas é "indeclinável", mas ressaltou que o MPF deve mostrar o compromisso com os direitos de todos, "mesmo do mais censurável malfeitor". Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o indicou, Gonet também destacou que o Ministério Público Federal (MPF) deve se conter "às estritas competências de que somos titulares" e obedecer aos limites éticos da atuação.

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O PGR disse, ainda, que o equilíbrio deve ser a principal característica do Ministério Público, que a instituição é corresponsável pela preservação da democracia e que deve estar atenta "aos que sofrem" e "aos que não acham espaço de proteção na política".

Ao discursar para chefes de Estado e de governo na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (1º) que o mundo pode estar diante do maior desafio já enfrentado pela humanidade e criticou conflitos como os registrados no Oriente Médio. “Em vez de unir forças, o mundo trava guerras, alimenta divisões e aprofunda a pobreza e as desigualdades”.

Lula lembrou que o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é categórico sobre o perigo do aumento na temperatura global superar 1,5 grau Celsius (°C) e destacou que a meta fixada pelo Acordo de Paris é manter esse aumento entre 1,5°C e 2 °C. “Já é insuficiente para conter o aquecimento global em nível seguro.” 

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“Temos um problema coletivo de inação e outro de falta de ambição. As NDCs [Contribuições Nacionalmente Determinadas, metas anunciadas por cada país para redução dos efeitos das mudanças climáticas] atuais não estão sendo implementadas no ritmo esperado. E mesmo que estivessem, não conseguiriam manter a temperatura abaixo do limite de 1,5°C. O Brasil ajustou sua NDC e se comprometeu a reduzir 48% das emissões até 2025.”

Segundo Lula, a NDC brasileira é mais ambiciosa que a de vários países “que poluem a atmosfera desde a Revolução Industrial”, no século 19. “Mantemos o firme compromisso de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. Já conseguimos reduzi-lo em quase 50% nos dez primeiros meses deste ano, o que evitou a emissão de 250 milhões de toneladas de carbono na atmosfera”.  

“Mas muitos países do sul global não terão condições de implementar suas NDCs nem de assumir metas mais ambiciosas. Os mais vulneráveis não podem ter que escolher entre combater as mudanças do clima e combater a pobreza. Terão que fazer ambos. O princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, é inegociável. Ameaçado, vai na contramão de qualquer noção básica de justiça climática.”

O presidente classificou como inaceitável que a promessa de US$ 100 bilhões ao ano para conter os efeitos das mudanças climáticas, assumida por países desenvolvidos, não tenha saído do papel, enquanto, apenas em 2021, os gastos militares chegaram a US$ 2,2 trilhões. Lula destacou ainda que, no Brasil, a emergência climática já é uma realidade, citando a seca inédita registrada na Amazônia.  

“O nível dos rios é o mais baixo em mais de 120 anos. Nunca imaginei que veria isso no lugar onde estão os maiores reservatórios de água do mundo. O futuro da Amazônia não depende só dos amazônidas. O desmatamento em todo o mundo só responde por 10% das emissões globais. Mesmo que não derrubemos mais nenhuma árvore, a Amazônia poderá atingir seu ponto de não retorno se outros países não fizerem sua parte. Um aumento da temperatura global poderá desencadear um processo irreversível de savanização da Amazônia”.

“Os setores de energia indústria e transporte emitem muito gás de efeito estufa. Temos que lidar com todas essas fontes. É por isso que o Brasil está propondo a missão 1.5. Uma missão coletiva, que vai nos manter na trilha de 1,5°C. Nos dois anos até a COP30, será necessário redobrar os esforços para implementar as NDCs que assumimos. E, em Belém, precisamos anunciar NDCs mais ousadas e garantir os meios de implementação necessários para concretizá-las”, disse. “Se não deixarmos nossas diferenças de lado, em nome de um bem maior, a vida no planeta estará em perigo e será tarde demais para chorar,” explicou.

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, confirmou nesta segunda-feira (20) seus planos de privatizar a petrolífera YPF, a TV pública, a Rádio Nacional, a agência de notícias Télam e de acabar com o Banco Central. Ele alertou, no entanto, que a inflação deve demorar dois anos para ceder. "Vamos começar primeiro pela reforma do Estado e pela resolução do problema dos 'Leliqs' (títulos emitidos pelo BC)", disse.

"Tudo o que puder estar nas mãos do setor privado, estará nas mãos do setor privado", disse Milei, em entrevista a rádios locais. Ele não definiu um prazo para as privatizações, eixo de uma campanha centrada em reduzir o tamanho do Estado argentino, que consome 42% de seu PIB, segundo estimativa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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Um dos desafios de Milei para implementar sua agenda ultraliberal é que tanto as privatizações quanto o fim do Banco Central dependem de apoio legislativo, e seu partido La Libertad Avanza (LLA) não tem maioria - o presidente eleito terá 38 dos 257 deputados e 7 dos 72 senadores.

A aliança feita no segundo turno com Patricia Bullrich e Mauricio Macri pode render mais 93 deputados e 24 senadores, mas ainda é incerto se essa coalizão de centro-direita é capaz de atuar em bloco, já que uma facção, ligada a Horacio Rodríguez Larreta, governador de Buenos Aires, é refratária a Milei.

Uma alternativa seria tentar vender 51% das ações de estatais com base em um Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), mas que, segundo especialistas, também precisaria da chancela posterior do Congresso, o que acarretaria um risco para os compradores.

Preparação

Um dos pontos mais sensíveis é a YPF, que emprega cerca de 100 mil argentinos. A estatal foi privatizada nos anos 90 e nacionalizada em 2012, durante o governo de Cristina Kirchner, quando Axel Kicillof era ministro da Economia. Por conta da expropriação, em setembro, um tribunal dos EUA determinou que a Argentina deve pagar US$ 16 bilhões em indenizações aos acionistas minoritários.

Ontem, as ações da estatal subiram mais de 40% em Wall Street, após as declarações do presidente eleito. Segundo Milei, é preciso primeiro reorganizar a YPF, antes de privatizá-la.

"Desde que Kicillof decidiu nacionalizá-la, promoveram uma deterioração da empresa, em termos de resultados, para que ela valha menos do que quando foi expropriada. Obviamente a primeira coisa a fazer é reconstruí-la", afirmou. "Temos de agregar valor para que ela possa ser vendida de uma forma muito benéfica para os argentinos."

Viagens

Milei também anunciou suas primeiras viagens antes da posse, em 10 de dezembro. À rádio Mitre, ele disse que visitará Miami e Nova York, nos EUA, e Tel-Aviv, em Israel - o Brasil, destino tradicional da primeira viagem dos eleitos, ficou de fora. Milei também deve desembarcar em breve no Uruguai, a convite do presidente conservador, Luis Lacalle Pou. O libertário disse que resolveria qualquer assunto com o vizinho em um churrasco, devido a afinidade entre eles.

Transição

O clima ontem chegou a ficar pesado entre Milei e o governo, principalmente após rumores de que Sergio Massa, candidato derrota, fosse renunciar ao cargo de ministro da Economia, o que poderia prejudicar a transição. O presidente eleito chamou o peronista de "irresponsável".

Um dos problemas da equipe de Milei é que o tempo é curto - faltam apenas duas semanas para a posse. O presidente, Alberto Fernández, permanece em silêncio e ainda não há uma data marcada para um encontro com o futuro inquilino da Casa Rosada. A vice, Cristina Kirchner, decidiu viajar para a Itália, para dar uma palestra em Nápoles, reforçando a impressão de que a Argentina está desgovernada.

Massa, no entanto, confirmou ontem que permanecerá no cargo até a posse e montou uma equipe de transição para trabalhar com Milei. A decisão foi confirmada pelo número dois do Ministério da Economia, Gabriel Rubinstein.

Gabinete

Entre os primeiros nomes do futuro governo estão o advogado Mariano Cúneo Libarona, que será ministro da Justiça, e Carolina Píparo, nova chefe da Anses, entidade que cuida da assistência social e esteve sob o guarda-chuva do La Cámpora, grupo de jovens de esquerda do kirchnerismo.

Outros nomes são aguardados nos próximos dias, principalmente o do próximo ministro da Economia. No domingo, Milei se reuniu com Macri e Bullrich, provavelmente para costurar nomes do futuro gabinete. Durante a campanha, o libertário prometeu reduzir o número de ministérios de 18 para 8.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O recém-eleito presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou em discurso da vitória realizado na noite desse domingo (19), que começará a realizar o processo de reconstrução da Argentina.

"Hoje começa o fim da decadência da Argentina. Hoje viramos a página da nossa história, acabamos com o modelo do Estado provedor, que só beneficia alguns. Termina a visão de que os agressores são as vítimas e as vítimas são os agressores", afirmou Milei.

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O novo mandatário agradeceu ao ex-presidente Mauricio Macri e à candidata de Macri, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, Patricia Bullrich, pelo apoio concedido no segundo turno contra o peronista Sergio Massa. Milei agradeceu também aos eleitores que realizaram a fiscalização dos votos impressos, em meio aos questionamentos que, até então, ele mesmo fez quanto à possibilidade de fraudes.

"Vamos mais uma vez abraçar a ideia da liberdade. As mudanças que o nosso país precisa são drásticas, não temos lugar para fraqueza. Se não avançarmos com as mudanças que a Argentina precisa, nos dirigiremos à maior crise da história", afirmou o presidente eleito. "Queremos fazer as coisas que, na história, se mostraram as corretas para a prosperidade do país", afirmou.

Javier Milei também afirmou, no discurso, que terá compromisso com a democracia, com o livre mercado e com a paz.

O novo representante do poder Executivo disse que todos que em algum momento foram contra as ideias da sua candidatura serão bem-vindos para contribuir com o novo governo, mas ressaltou que não irá tolerar ações violentas.

"Sabemos que haverá resistência e as pessoas vão querer manter esse sistema de privilégios. Mas na nova Argentina não há lugar para violência, seremos implacáveis contra quem utilizar a força. Quero dizer que o nosso compromisso é com a democracia, o livre mercado e a paz", afirmou o presidente eleito.

Milei acrescentou ainda que a situação política e econômica da Argentina é sombria, mas o novo mandatário vislumbra um futuro para o país, e que ele é liberal. Segundo Milei, o modelo do estado indutor da economia só beneficiava a alguns, e o país mais uma vez vai abraçar a ideia da liberdade.

Contas fiscais

Milei afirmou que terá a determinação para acertar as contas fiscais. Segundo o novo mandatário, a tarefa de ajuste do orçamento e dos gastos públicos não é uma tarefa para fracos, covardes e corruptos.

"Além da euforia e da tarefa gigantesca que temos pela frente, lembrem-se que o nosso modelo se baseia no respeito irrestrito ao próximo baseado na não agressão, no direito à vida, à liberdade e à propriedade", afirmou Milei.

O novo presidente acrescentou que os países que adotam o modelo de livre mercado são mais ricos, e que a Argentina voltará a ser uma grande potência, como o foi no século 19. "Os países que abraçam a ideia de liberdade são oito vezes mais ricos, as pessoas vivem 20% a mais", disse Milei. "Temos a determinação de colocar a Argentina de pé mais uma vez."

Ao final do discurso da vitória, Milei impulsionou o coro: "Viva a liberdade! Viva a liberdade!"

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, prometeu "esmagar e destruir" o Hamas em um inflamado discurso televisionado na noite da quarta-feira (11), o primeiro desde a formação de um governo de unidade com o político da oposição Benny Gantz no início do dia.

"Todo membro do Hamas é um homem morto", acrescentou o primeiro-ministro.

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Mais tarde, em seu discurso, Netanyahu adotou um tom otimista, elogiando a unidade do povo israelense e citando o "apoio internacional sem precedentes", particularmente seu contato contínuo com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

"O Hamas é o Estado Islâmico e vamos esmagá-los e destruí-los, assim como o mundo destruiu o EI", declarou Netanyahu em seu primeiro discurso ao lado dos membros do gabinete de guerra formado nesta quarta-feira com membros da oposição.

"Vimos (...) mulheres jovens que foram estupradas e massacradas, combatentes decapitados", alegou Netanyahu, sem fornecer provas.

Após uma reunião com o ex-ministro da Defesa centrista Benny Gantz, Netanyahu anunciou em um comunicado a formação de um "governo de emergência" e um "gabinete de guerra" até o final do conflito.

O anúncio ocorre cinco dias após o ataque terrorista lançado contra Israel pelo Hamas a partir da Faixa de Gaza, governada desde 2007 pelo movimento terrorista palestino.

O ataque por terra, mar e ar deixou mais de 1.200 mortos do lado israelense, incluindo 169 soldados, segundo o exército, além de centenas de civis massacrados pelos terroristas em cooperativas agrícolas e em um festival musical.

Israel respondeu bombardeando a Faixa de Gaza, mas também mobilizou 300 mil reservistas e colocou dezenas de milhares de soldados ao redor do enclave e na fronteira norte com o Líbano, onde nesta quarta-feira houve novamente troca de tiros com o movimento pró-iraniano Hezbollah, aliado do Hamas.

Em Gaza, pelo menos 1.200 pessoas morreram e 5.600 ficaram feridas nos bombardeios israelenses até o momento, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.

A ONU revelou que 338.934 pessoas foram deslocadas na Faixa de Gaza em meio aos bombardeios israelenses.Dezenas de pessoas também estão desaparecidas ou mantidas como reféns pelo Hamas.

O grupo terrorista afirmou em comunicado ter libertado "uma mulher israelense e seus dois filhos" e divulgou em sua rede de televisão Al Aqsa imagens de uma mulher de camisa azul com dois filhos e três homens armados se afastando de uma área com arame farpado.

No entanto, a televisão pública israelense afirmou que as imagens mostravam pessoas que "nunca haviam sido levadas para Gaza".

A imprensa local informou que se tratava de Avital Aladjem, do kibutz Holit, que havia sido levada à força no sábado por homens do Hamas junto com os dois filhos de um vizinho até a zona de fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza após o ataque de sábado.

Gabinete de Guerra

Qualquer membro do Hamas será um "homem morto", enfatizou Netanyahu, cujo governo de coalizão, o mais à direita da história de Israel, controla 64 dos 120 assentos do Parlamento. Com a inclusão do Partido de Unidade Nacional de Gantz, chegará a 76 assentos.

O principal líder da oposição, Yair Lapid, não faz parte da aliança, embora o comunicado tenha especificado que ele tem um lugar "reservado" no gabinete de guerra.

Israel bombardeia a Faixa de Gaza desde sábado e mantém o cerco à região, cortando o fornecimento de água, eletricidade e comida. Mais de 2,3 milhões de palestinos vivem em condições precárias neste território de 360 km².

De acordo com o Exército israelense, vários objetivos do movimento islamista foram atingidos nos bombardeios.

O Hamas, por outro lado, afirmou que os ataques atingiram casas, fábricas, mesquitas e lojas.

"Estamos presos, não sabemos para onde ir e não podemos ficar porque nosso chão está coberto de vidros quebrados e estilhaços", disse à AFP Mohammed Mazen, um morador de Gaza de 38 anos, pai de três filhos.

Do lado de Gaza, os ministros das Relações Exteriores da Liga Árabe condenaram o cerco israelense e pediram o envio "imediato" de ajuda para os habitantes.

Pelo lado dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que conversou com Netanyahu e o instou a seguir as "regras da guerra" em sua resposta ao Hamas.

No entanto, a ministra da Inteligência israelense, Gila Gamliel, declarou em entrevista à AFP que o governo estava determinado a "erradicar" o Hamas, para que "ninguém no mundo sequer pense em usar o que aconteceu [em Israel] como um modelo" para planejar futuros ataques.

O grupo terrorista Hamas ameaçou executar os reféns caso os bombardeios a Gaza continuem sem aviso prévio.

Entre os capturados, estão jovens sequestrados durante um festival musical no sábado de manhã, onde cerca de 250 pessoas foram massacradas, segundo uma ONG israelense.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, está negociando com o Hamas a libertação dos reféns, informou uma fonte oficial turca à AFP.

Os braços armados do Hamas e a Jihad Islâmica afirmaram nesta quarta-feira que lançaram ataques com foguetes contra o sul e o centro de Israel.

Onze trabalhadores da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) morreram desde sábado na Faixa de Gaza, informou Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU.

A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho indicaram, por sua vez, que cinco de seus membros morreram nos últimos cinco dias, tanto em Israel quanto no enclave palestino.

Israel anunciou na terça-feira que recuperou o controle de sua fronteira com a Faixa de Gaza, após dias de combates com os islamitas. Cerca de 1.500 cadáveres de combatentes do Hamas foram encontrados na região, disse.

Temores de escalada regional

O ataque terrorista do Hamas gerou múltiplas condenações internacionais e a preocupação de que uma escalada possa se estender pela região.

Ao menos quatro palestinos morreram, também na quarta-feira, quando um grupo de colonos israelenses atacou uma cidade no sul de Nablus, na Cisjordânia ocupada, informou o Ministério da Saúde palestino.

O exército matou, ainda, dois outros palestinos, elevando para 29 o número de palestinos mortos na Cisjordânia ocupada desde a ofensiva lançada pelo Hamas.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, anunciou, na quarta, que um segundo porta-aviões estará disponível para apoiar Israel em caso de necessidade.

O presidente russo, Vladimir Putin, instou a abertura de negociações entre Israel e os palestinos, e alertou contra uma "propagação" do conflito.

O deputado federal Marx Beltrão (PP-AL) afirmou, nesta terça-feira (19), que defende o direito ao casamento homoafetivo, durante o debate na Comissão de Previdência e Família, sobre a proibição do casamento civil homoafetivo. Em sua fala, o parlamentar declarou que defende “direito igual para todos”. 

“Sou de direita, tenho família, casado, pai de três filhos e católico atuante. Defendo direito igual para todos; e vejo aqui leões que entre quatro paredes fazem sussurros de gatinho”, exclamou o deputado na sessão. 

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É como eu disse, não estamos aqui discutindo se a religião A ou B deve prevalecer ou não. Estamos discutindo direitos adquiridos, como o que já foi aqui discutido, inclusão ao plano de saúde, herança, divisão de bens, separação, direito sucessório, e o imposto, que todos pagam é igual ao de todos, ninguém paga imposto, aqui, maior do que ninguém, todos temos o mesmo direito, e é isso que a gente tem que debater aqui, o direito das pessoas”, continuou. 

A votação, proposta pelo deputado federal Pastor Eurico (PL-PE), se tornou acalorado, e foi suspensa. O debate sobre o tema ficou remarcado para a próxima terça-feira (26), e a votação deverá acontecer na quarta-feira (27). 

A proposta da proibição do casamento civil homoafetivo é alvo de polêmicas e críticas. Segundo o autor do projeto, o embasamento da proibição vendo do Código Civil, que não equipara a união homoafetiva com o casamento heteronormativo. No entanto, o texto é considerado inconstitucional perante juristas, diante da existência de uma lei que tem como base jurídica uma decisão dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2011. 

 

O senador Paulo Paim (PT-RS) elogiou, em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (19), o discurso do presidente Lula na abertura da 78ª  Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA). Segundo ele, Lula destacou a necessidade da vontade política por parte dos líderes mundiais para combater a desigualdade e observou que os bilionários detêm mais riqueza do que os 40% mais pobres de todo o Planeta.

O senador destacou também que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mencionou a importância de proteger o meio ambiente, citando as recentes enchentes no Rio Grande do Sul (RS) como exemplo do impacto das mudanças climáticas. 

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— A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e implementação do que já foi acordado. O presidente [Lula] foi enfático quando disse que a mais ampla e ambiciosa ação coletiva da ONU voltada para o desenvolvimento, a Agenda 2030, pode e deve se transformar num sucesso, e não num fracasso, como se indica hoje. Estamos na metade do período de implementação e ainda muito distantes das metas definidas. O Brasil está comprometido em implementar todos os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável de maneira integrada e indivisível — relatou Paim.  

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) também destacou em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (19) o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da ONU. Segundo o parlamentar, Lula foi muito aplaudido ao dizer que o Brasil “está de volta à cena internacional porque a democracia venceu”. 

Kajuru ressaltou que o presidente manifestou solidariedade às vítimas do terremoto no Marrocos e das enchentes na Líbia e no Rio Grande do Sul, chamando atenção para as mudanças climáticas, que hoje causam destruição em larga escala.

— Lula acentuou que os países ricos cresceram baseados em um modelo com alta taxa de emissão de gases danosos ao clima e que isso precisa ser revisto — um ponto de vista que o Brasil tem credibilidade para defender. Ele assinalou que o Brasil tem 87% de sua energia elétrica decorrentes de fontes limpas e renováveis, amplia a geração de energia solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel e tem enorme potencial de hidrogênio verde.

Segundo Kajuru, o presidente informou que o desmatamento na Amazônia brasileira já foi reduzido em 48% em oito meses de governo e lembrou que a promessa de os países ricos destinarem US$ 100 bilhões de dólares por ano aos países em desenvolvimento segue sem se realizar. O parlamentar também destacou que Lula defendeu mudanças no Conselho de Segurança da ONU.

— Ao fim do discurso histórico, Luiz Inácio Lula da Silva acentuou que, para reduzir a desigualdade, o mundo precisa de mais indignação com a fome, com a pobreza, com a guerra e com o desrespeito ao ser humano. De acordo com o presidente brasileiro, a ONU precisa cumprir seu papel de construtora de um mundo mais justo, solidário e fraterno. Mas isso só vai acontecer se os seus membros tiverem a coragem de proclamar sua indignação com a desigualdade e trabalhar incansavelmente para superá-la.

*Da Agência Senado

No histórico retorno ao púlpito da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (19), após 14 anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi ovacionado cerca de sete vezes, durante um discurso focado em pautas de urgência global. O mandatário falou na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. 

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Este foi o oitavo discurso de Lula na ONU. Espontaneamente, foi aplaudido cinco vezes, ao citar questões como a fome, crescente desigualdade social no mundo, conflitos entre Rússia e Ucrânia, a pobreza e a nova ascensão da extrema-direita. Por tradição, o representante do Brasil é o primeiro a se manifestar no encontro de líderes dos países que integram a ONU. 

O presidente brasileiro falou por 21 minutos para uma plateia composta por presidentes, primeiros-ministros, ministros de Estado, diplomatas, parlamentares e outros integrantes das delegações dos países. 

“O Brasil está se reencontrando consigo mesmo, com nossa região, com o mundo e com o multilateralismo", disse o petista. Nas redes sociais, a recepção ao discurso foi comparada à feita a Jair Bolsonaro (PL), que teve um mandato marcado por pouco protagonismo internacional. 

"Nossa missão é unir o Brasil e reconstruir um país soberano, justo, sustentável, solidário, generoso e alegre. Como não me canso de repetir, o Brasil está de volta. [...] Reduzir as desigualdades dentro dos países requer incluir os pobres nos orçamentos nacionais e fazer os ricos pagarem impostos proporcionais ao seu patrimônio. No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, de maneira integrada e indivisível. Queremos alcançar a igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um décimo oitavo objetivo que adotaremos voluntariamente", continuou Lula. 

Sem citar nomes, o presidente falou sobre "aventureiros de extrema-direita", sobre neoliberalismo e atacou o conservadorismo. O líder também incluiu em seu discurso menções ao desmatamento na Amazônia, liberdade de imprensa, embargo a Cuba e igualdade de gênero. 

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