Tópicos | ZEMA

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), fez um discurso nesta quarta-feira, 30, sobre o perigo de rotular grupos de pessoas conforme orientação sexual, gênero e raça no Brasil. Ao tratar do tema, disse que "homens brancos, heterossexuais e bem-sucedidos" são rotulados como "carrascos". A declaração ocorreu durante o lançamento de um programa que prestará apoio à mulheres vítimas de violência, especialmente importunação sexual, durante o Carnaval.

Zema argumentava que trabalha para tornar o Carnaval mineiro um produto diferenciado dos demais, com foco em garantir a segurança e tranquilidade dos foliões, quando comparou seu governo à empresa que presidia antes de entrar para a vida pública. Segundo o governador, o grupo Zema está entre os melhores para se trabalhar no Brasil porque os colaboradores, entre eles mulheres, negros e LGBTs, são tratados com respeito.

##RECOMENDA##

"E é muito perigoso rotular. No Brasil, a coisa mais comum que acontece é rotular: se alguém é homem, branco, heterossexual e bem-sucedido, pronto: rotulado de carrasco. Parece que não pode ser humano. Mas, pode, sim. Dá para ser humano. Qualquer rótulo é perigoso. Há político honesto e desonesto; empresário honesto e desonesto", declarou Zema. "Temos que começar a ver cada caso como um caso. Perigosíssimo essa questão de rotular".

Intitulado "Acolhe minas", em um trocadilho entre o nome do Estado e a gíria para se referir às mulheres, o programa do governo mineiro oferecerá espaços para acolhimento, atendimento psicossocial, suporte emocional, orientação jurídica e encaminhamentos durante as festividades.

O Carnaval de Belo Horizonte cresceu nos últimos anos a ponto de se tornar um dos principais eventos no calendário turístico de Minas Gerais. Tradicionalmente, o protagonismo político e a organização são da prefeitura, mas neste ano Zema tem buscado dividir as atenções com mais medidas direcionadas especificamente para o evento, o que gerou rusgas com o prefeito da capital mineira, Fuad Noman (PSD-MG).

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi nesta segunda-feira, 8, às redes sociais para justificar em vídeo sua desistência de comparecer ao ato em defesa da democracia, convocado pelo governo federal para hoje, em Brasília. Ainda que na agenda oficial estivesse prevista a participação de Zema, ele procurou dissociar-se do evento.

Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Zema afirmou que está em Brasília para diversos compromissos, e que não pretende comparecer ao evento do governo federal por ele ter se tornado "político" em vez de algo institucional.

##RECOMENDA##

Entre os assuntos que disse ter ido à Brasília para tratar, neste 8 de janeiro, o governador afirmou que o mais importante deles é referente à dívida do seu Estado, "que foi construída nas últimas décadas, e que precisa ser solucionada".

"Estava prevista a minha ida a um evento institucional no Congresso, mas infelizmente recebi informações que ele se transformou em um evento político e não irei mais", disse em vídeo publicado no Instagram.

"Sou totalmente favorável à democracia, aqueles que praticaram vandalismo precisam ser punidos e o Brasil precisa depender menos de política e mais de gestão para resolver os seus problemas", conclui o governador no vídeo. Na legenda, Zema reclamou que no País, "tudo vira disputa política".

[@#video#@]

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), estará no evento que marca um ano dos ataques antidemocráticos às sedes Três Poderes, em Brasília, nesta segunda-feira, 8. O chefe do Poder Executivo mineiro estava em dúvida, até então, com relação a participação do ato realizado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em nota, a assessoria de imprensa do governador informou que o mineiro estará às 15h no evento. "Ele participa de atos que marcam um ano de ataques às sedes dos Três Poderes, além de se reunir com o secretário do Tesouro na capital federal", diz o texto. Mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Zema faz parte dos governadores de oposição ao governo petista.

##RECOMENDA##

A participação de Zema era incerta. Até a última sexta-feira, 5, a equipe do governador afirmava que a ida dele não havia sido definida.

Ao contrário de Zema, outros governadores da oposição não comparecerão ao evento. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que chegou a ser afastado das suas funções após os ataques de 8 de janeiro pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, afirmou estar de férias. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Bolsonaro, está na Europa.

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), não confirmaram presença. Já o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), enviou um ofício a Lula agradecendo pelo convite e afirmando não poderia participar por conta de "compromissos previamente agendados".

O ato desta segunda-feira no Congresso Nacional deve contar com cerca de 500 convidados. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB) vão discursar na cerimônia.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), era esperado para o ato. No entanto, segundo assessoria do deputado, ele precisou cancelar sua participação por causa de problemas de saúde na família e deve permanecer em Alagoas.

O ex-deputado federal Marcelo Aro (PP), atual secretário da Casa Civil do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), está atrás de seguidores em seu Instagram pessoal. Para atrair mais pessoas ao ser perfil, o secretário está sorteando uma estadia em uma pousada de Tiradentes (MG).

As diárias na pousada Pequena Tiradentes estão variando entre R$ 1.046 e R$ 2.528, entre dezembro e janeiro. O secretário firma três regras para a promoção: o interessado deve segui-lo no Instagram, curtir o vídeo em questão e marcar três pessoas. Ele afirmou que o sorteio ocorrerá 3 de janeiro e o ganhador vai ter direito a um final de semana com acompanhante no estabelecimento.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Procurado pelo Estadão, Aro não respondeu. Em meio a agendas políticas, o secretário costuma fazer publicações divulgando destinos turísticos e comidas típicas do Estado.

A responsável pelas redes sociais da pousada informou ao Estadão que não estava sabendo da promoção. Ao assistir o vídeo, disse que pode ser que Aro faça a reserva após sortear o ganhador, mas que até agora a pousada não foi comunicada. Atualmente, o perfil de Aro tem 115 mil seguidores. "Quanto mais gente você marcar, mais chances tem de ganhar", avisa o secretário. O vídeo em questão acumula mais de 37 mil curtidas.

A legislação brasileira não permite que pessoas físicas realizem sorteios. As empresas interessadas na atividade precisam de autorização do Ministério da Fazenda. Professor da Faap, o especialista em direito digital Renato Blum afirma que não há crime, mas que os responsáveis estão sujeitos a sanções cíveis, principalmente multas, e também à penalidades pelo descumprimento dos termos de uso do Instagram, que limitam a prática. "Muitos usuários fazem isso. Na prática, fica difícil a aplicação", disse Blum. Procurado, o Ministério da Fazenda não respondeu até a publicação desta reportagem.

Marcelo Aro é um dos políticos mais influentes de Minas Gerais. Ele tem secretários indicados na Prefeitura de Belo Horizonte e uma bancada informal, conhecida como "Família Aro", com cerca de 10 dos 41 vereadores da Câmara Municipal da capital mineira. Além disso, é vice-presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF), entidade comandada por seu irmão, Adriano Aro. O pai, Zé Guilherme (PP-MG), é deputado estadual.

Aro se tornou aliado de Zema nos últimos anos. Inicialmente, foi líder do governo mineiro no Congresso Nacional. Em seguida, disputou a eleição para o Senado no ano passado com o apoio do governador, mas ficou em terceiro lugar, atrás do hoje ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), e do eleito Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG). No primeiro semestre deste ano, Zema conseguiu aprovar uma reforma administrativa que, entre outros pontos, criou a Secretaria de Casa Civil, pasta para qual Marcelo Aro foi imediatamente nomeado.

O governo de Minas Gerais, comandado pelo governador Romeu Zema (Novo), abriu um processo de licitação para contratar cinco agências de publicidade por um ano pelo valor de R$ 147 milhões.

O edital foi publicado nesta sexta-feira, 22, e prevê a criação de peças publicitárias para o gabinete do governador e para secretarias estaduais. Entre outros objetivos, está previsto o de "fortalecer a imagem institucional do Governo".

##RECOMENDA##

Segundo o edital, as empresas concorrentes devem enviar um plano de comunicação publicitária elaborada a partir de briefing proposto pelo governo, com o tema focado na redução da pobreza e da extrema pobreza. Foram apresentados exemplos e citados mais de 120 programas do governo para mitigar o problema social.

O governo foi procurado pelo Estadão para comentar a licitação, mas não se pronunciou até a publicação deste texto.

No início do mês, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo federal pedirá uma extensão do prazo para pagamento da dívida do Estado de Minas Gerais até 31 de março de 2024. A dívida é de R$ 165 bilhões e tem causado trocas de farpas entre o governador mineiro e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tem encabeçado discussões sobre o assunto junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O chefe do governo de Minas Gerais também esteve recentemente no noticiário nacional por conta do seu próprio salário. Ele sancionou aumento de quase 300% na própria remuneração, de forma escalonada, até 2025.

A Advocacia-Geral da União (AGU) considerou o aumento inconstitucional em manifestação em ação impetrada pela Confederação das Carreiras Típicas de Estado. No último dia 18, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria e rejeitou a ação que questionava o aumento.

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta segunda-feira, 18, para rejeitar uma ação que questionava o aumento de 300% no salário do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do vice-governador, Mateus Simões (Novo-MG) e dos secretários estaduais.

A ação foi impetrada pela Confederação das Carreiras Típicas de Estado (Conacate). A entidade alegou que o governo mineiro não apresentou o estudo de impacto financeiro e orçamentário da medida.

##RECOMENDA##

Relator da ação, o ministro Cristiano Zanin considerou em seu voto que a Conacate não pode questionar a constitucionalidade da lei porque o tema não está diretamente relacionado à atuação da entidade. Ele foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia. Com isso, já há votos suficientes para rejeitar o pedido sem julgar o mérito da ação, se a lei é ou não inconstitucional. O julgamento no plenário virtual está previsto para terminar nesta segunda.

A Advocacia-Geral da União (AGU) considerou o aumento inconstitucional em manifestação na ação em novembro. Chefe do órgão, Jorge Messias argumentou que todo projeto de lei que cria despesas obrigatórias precisa ser acompanhado de estimativa de impacto orçamentário, o que não foi cumprido pelo governo Zema ou pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Messias, no entanto, disse que o pedido deveria ser rejeitado porque também considerou que a Conacate não tinha legitimidade para propor uma ação direta de inconstitucionalidade sobre a lei aprovada em Minas Gerais.

No primeiro semestre, Zema sancionou aumento de quase 300% no próprio salário escalonado até 2025. O valor recebido pelo governador passou de R$ 10,5 mil para R$ 37,5 mil em abril, chegará a R$ 39,7 mil em fevereiro de 2024 e a R$ 41,3 mil em fevereiro de 2025. Os salários do vice-governador e dos secretários eram de R$ 10,2 mil e R$ 10 mil antes da lei e passarão para R$ 37,6 mil e R$ 34,7 mil após o fim do escalonamento.

Durante a gestão de Aécio Neves (2003-2010), os salários do alto-escalão do governo mineiro foram reduzidos e perderam a proporcionalidade em relação aos dos deputados estaduais e desembargadores. Segundo o governo Zema, era preciso corrigir a inconstitucionalidade de outros servidores do Executivo ganharem mais do que o próprio governador.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), respondeu às críticas do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), sobre a crise financeira que atinge o Estado há quase uma década. Sem citar o integrante do primeiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Zema disse que "se fosse fácil teria resolvido há muito tempo" os problemas da dívida com a União, que hoje estão em torno de R$ 160 bilhões.

Mais cedo, Silveira classificou a gestão atual em Minas como "fracassada". Zema está em Brasília onde se reuniu com ministro da Casa Civil, Rui Costa, para debater soluções para solucionar a dívida mineira. De acordo com o atual chefe do Poder Executivo de Minas, uma nova reunião será agendada com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda nesta semana.

##RECOMENDA##

"Essa dívida não é só de Minas. Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Goiás também enfrentam problema semelhante. E se fosse fácil, ela já teria sido resolvida há muito tempo. No meu governo, não fizemos um centavo de endividamento. Só temos pagado juros da dívida. Se a dívida, hoje, está grande, é porque ela foi feita lá atrás", afirmou o governador Zema.

Único governador do partido Novo, Zema está em seu segundo mandato. Ele afirmou ainda que, desde que assumiu em 2019, tem trabalhado para "administrar a dívida".

"Desde o primeiro dia da minha primeira gestão, essa questão tem sido prioridade. E quem é de Minas sabe que já melhorou. Hoje, o funcionário público recebe em dia, os prefeitos recebem em dia seus repasses, os pagamentos do Estado são feitos em dia. Isso demonstra um avanço, mas ainda temos esse peso de uma dívida de R$ 160 bilhões que precisa ser equacionado. Tenho certeza que Minas vai encontrar saída para esse que é o maior problema do Estado hoje", disse Zema em vídeo após reunião com Rui Costa.

Em entrevista ao programa Café com Política, da FM O Tempo, Silveira disse que "o governador Romeu Zema é o único governador da história de Minas Gerais que não pagou um centavo da dívida pública com a União. A dívida pública no governo (Fernando) Pimentel era de R$ 110 bilhões. O governador (Pimentel), em consequência dos pagamentos à União, teve um governo muito difícil. No final do governo Pimentel ele conseguiu uma liminar para que as parcelas fossem suspensas. Veio o governador Zema e, para minha surpresa, aliado ao governo Bolsonaro, não procurou amortizar a dívida. Ele não procurou negociar a dívida", disse.

O Estadão mostrou no último dia 13 que Silveira reuniu-se com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de quem é aliado de longa data, para costurar uma solução alternativa para a dívida de Minas, em uma articulação para minar o governador e buscar protagonismo regional para que ambos possam se cacifar para disputar o comando do Estado em 2026. Zema não poderá mais ser candidato, porque chegará ao final de seu segundo mandato frente ao governo.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tem dez dias para explicar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a lei que aumentou o próprio salário em 300%.

O ministro Cristiano Zanin, relator do processo, pediu informações antes de se posicionar na ação que defende a anulação da lei. A Assembleia Legislativa de Minas também foi notificada para apresentar suas justificativas.

##RECOMENDA##

A lei, promulgada em maio, estabelece um regime para o aumento progressivo nas remunerações do governador, do vice e dos secretários estaduais titulares e adjuntos.

O salário do governador, por exemplo, que era de R$ 10,5 mil, passou imediatamente para R$ 37,5 mil e, com o escalonamento, deve chegar a R$ 41,8 mil em 2025.

A Confederação das Carreiras Típicas de Estado (Conacate) deu entrada na ação de inconstitucionalidade no STF. A entidade afirma que a legislação foi aprovada sem um estudo sobre o impacto nos cofres públicos.

"É preciso agir com rapidez, para impedir que se consume tamanha afronta à Constituição, que prejudicará não só os próprios servidores, como permitirá prejuízo financeiro aos cofres públicos irrepetíveis", defende a associação.

Com a repercussão da lei, o governador afirmou que o reajuste, após quase 16 anos de vencimentos congelados, tem como objetivo 'atrair e manter' quadros técnicos 'competentes' em Minas.

A remuneração atual dos membros do primeiro escalão do governo de Minas Gerais é inferior comparada a outros Estados. O salário do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por exemplo, é de R$ 34,5 mil.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) publicou nas suas redes sociais neste sábado (7) uma foto ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está cumprindo agendas em Belo Horizonte neste final de semana. A postagem de Zema ocorre uma semana depois dele demonstrar um distanciamento, ao criticar a postura do ex-presidente durante a pandemia de Covid-19.

Na legenda da imagem, o governador indicou que a relação dos dois está apaziguada: "Com um cafezin e pão de queijo, todo mundo se entende!".

##RECOMENDA##

No último dia 25, durante o evento "almoço-debate", promovido pelo Grupo Lide, cujo fundador, o ex-governador de São Paulo, João Doria, também estava presente, Zema disse que teve uma posição totalmente diferente da adotada por Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19. A fala aconteceu após o governador ser questionado pelo Estadão sobre as propostas em que discorda do ex-presidente.

"Sou de um partido diferente dele. Durante a pandemia, tive uma posição totalmente diferente da dele. Tanto é que Minas Gerais foi o Estado, excluindo Norte e Nordeste, com a menor taxa de mortalidade no Brasil. Está aí um exemplo claríssimo", disse.

Zema também afirmou que uma diferença entre ele e Bolsonaro seria a presença de parentes na administração pública, e que o seu apoio ao ex-presidente teria representado uma oposição ao PT, e não uma concordância de ideias.

"Em Minas Gerais, apesar de nós termos 320 mil funcionários públicos, eu não tenho nenhum parente. Então, também temos aí uma diferença. Família para lá, negócios e carreiras para cá. São algumas diferenças. Mas eu tenho muito mais proximidade com ele do que com quem governou Minas antes", concluiu o governador. Antes dele, Minas Gerais foi governada por Fernando Pimentel (PT).

Relação de Bolsonaro e Zema é marcada por ‘vai e vem’

A relação entre Bolsonaro e Zema é marcada por aproximações e distanciamentos. Em 2018, Zema chegou a pedir votos para Bolsonaro durante o debate eleitoral em Minas, mesmo com João Amoêdo sendo o candidato à Presidência pelo Partido Novo. Em 2022, apoiou Felipe D’Avila no primeiro turno, mas declarou apoio ao ex-presidente no segundo turno contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em entrevista ao Estadão em agosto, o governador mineiro deu nota 8 ao governo Bolsonaro, mas disse que a gestão do ex-presidente pecou na comunicação, que recebeu nota 5. "Ele fez um governo bom", resumiu.

O momento de maior distanciamento entre os dois ocorreu durante a pandemia. Ao contrário de Bolsonaro, Zema tomou quatro doses da vacina contra a Covid-19 e incentivou a população do Estado a se vacinar.

No fim de agosto, Zema condecorou Bolsonaro com o título de cidadão honorário de Minas Gerais. Na solenidade, realizada na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG), apoiadores do ex-presidente fizeram um coro pedindo para que o governador mineiro deixasse o Novo e se filiasse ao PL. O governador não reagiu à situação e continuou o seu discurso.

Desde o início do ano, o mineiro entrou no radar do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que está de olho nas eleições municipais do ano que vem. Em junho, por meio da sua assessoria, o governador negou que estaria negociando com a sigla de Bolsonaro e descartou uma saída do Novo, que tem o governador mineiro como o único chefe de Executivo estadual. Zema também é cotado para assumir o posto de representante da direita nas eleições de 2026, já que o ex-presidente está inelegível por 8 anos, após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos) reagiram às recentes declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que demonstram uma tentativa de distanciamento da imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O mineiro pontuou diferenças entre ele e Bolsonaro, em evento na segunda-feira, 25, como a atuação na pandemia de covid-19 e a presença de familiares da política. Também defendeu a "união da direita" em congresso no fim de semana.

A empresários, nesta segunda, o governador justificou a campanha que fez a favor de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 e de 2022, dizendo que o apoio se deu por causa do seu antipetismo, e não pela concordância com as ideias do ex-presidente.

##RECOMENDA##

"Em Minas Gerais, apesar de nós termos 320 mil funcionários públicos, eu não tenho nenhum parente. Então, também temos aí uma diferença. Família para lá, negócios e carreiras para cá. São algumas diferenças. Mas eu tenho muito mais proximidade com ele (Bolsonaro) do que com quem governou Minas antes", acrescentou o governador. A gestão anterior à dele foi do PT.

A declaração foi alvo de críticas dos filhos do ex-presidente. Eles argumentaram que a ascensão política deles ocorreu pela influência do pai, mas que foram eleitos. "'Vamos unir a direita', 'Família para lá, negócios para cá'. A propósito, eu e meus irmãos fomos eleitos (e bem eleitos graças ao Jair Bolsonaro)", escreveu Eduardo, o filho "03", no X (antigo Twitter) nesta terça-feira, 26.

"Atacar a família acontece bastante quando não parecem gostar muitos dos seus e acabam usando essa baixeza digna de um malandro com cara de pastel", disse Carlos, o "02", também na rede social, nesta quarta, 27.

Carlos ainda chamou o governador de Minas de "insosso e malandro" e afirmou que ele "traz consigo uma colocação ardilosa digna de João Doria, aquele que pede desculpas a Lula depois de sempre ter usado Bolsonaro". Ele se referiu ao pedido de desculpas do ex-governador de São Paulo por falas sobre a prisão do petista.

No evento na segunda, Zema também lembrou das posturas que adotou durante a pandemia, antagônicas às de Bolsonaro. Zema tomou quatro doses de imunizante contra a covid-19 e incentivou a população de Minas a se vacinar. "Sou de um partido diferente dele (Bolsonaro). Durante a pandemia, tive uma posição totalmente diferente da dele."

Eduardo Bolsonaro também rebateu a declaração, com o compartilhamento de uma notícia do Portal R7, de março de 2021, que dizia que lojas da família de Zema ficaram abertas e funcionaram normalmente durante o período do isolamento social.

'União da direita'

No último sábado, 23, durante um congresso conservador em Belo Horizonte, Zema defendeu a união da direita e foi interrompido por uma pessoa da plateia com discurso antivacina. Fábio Wajngarten, assessor pessoal do ex-presidente, rebateu as declarações do governador nas redes sociais.

"Bolsonaro vem sendo perseguido desde janeiro de 2023. Não tem nenhuma ligação no meu celular, que está à disposição, 24/7 ligado, de ninguém pregando a união, nem oferecendo solidariedade, nem sugestão, nem nada. É tudo jogo de oportunismo político. Não passarão!", escreveu nas redes sociais.

No dia seguinte, no mesmo evento, Bolsonaro citou que "a direita sempre esteve unida". "O que nos falta é cada vez mais acertarmos o nosso norte", afirmou o ex-presidente, sem citar Zema.

No final de agosto, o governador mineiro condecorou o ex-presidente, entregando-lhe o título de cidadão honorário de Minas. Os dois dividem o mesmo segmento político, mas nos últimos dias Zema tem protagonizado declarações que sinalizam intenção de se descolar da imagem do ex-presidente. Bolsonaro é investigado em diversas frentes, como nos casos das joias desviadas do acervo da Presidência da República e da falsificação de comprovantes de vacinação, além da trama para se dar um golpe de Estado no Brasil.

Apoio ou distanciamento

Desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível, a direita tem discutido quem pode ser o seu sucessor nas próximas eleições. Apesar de estar fora da disputa, o ex-presidente tem atuado ao lado de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, na costura das candidaturas de 2024.

Eles se encontraram diversas vezes com o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que rivaliza as primeiras pesquisas de intenção de voto com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). O PL aposta em uma aliança na candidatura de Nunes enquanto cultiva outros nomes, como o do senador e ex-ministro Marcos Pontes.

No feriado da Independência, data cara ao bolsonarismo, Nunes disse durante um almoço que não é íntimo de Bolsonaro e que aguarda apoio à sua candidatura em 2024 "no tempo" do ex-presidente, afirmando-se como um político de centro. Questionado por um dos presentes, o prefeito disse "Eu, do lado do Bolsonaro?", frase que gerou mal-estar entre o clã bolsonarista.

Fidelidade em risco

Zema e Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, são dois nomes que disputam o espólio do bolsonarismo para as eleições de 2026. A fidelidade com o ex-presidente tem sido colocada em risco porque, além da inelegibilidade, cravada pela Justiça Eleitoral, Bolsonaro está no centro de investigações que têm fechado o cerco em torno dos seus apoiadores.

Entre elas, está o caso das joias sauditas. A Polícia Federal suspeita que ele seja o líder de um esquema internacional de venda de bens de alto valor recebidos em agendas oficiais. O ex-ajudante de ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid, estava preso desde o começo de maio e foi solto no dia 9 de setembro depois de fechar um acordo de colaboração premiada.

Os termos do acordo estão sob sigilo, mas trechos já revelados mostram que Cid falou às autoridades sobre uma reunião que Bolsonaro fez com as Forças Armadas sobre a possibilidade de um golpe de Estado. O ex-presidente tentou acessar o conteúdo da delação, sem sucesso.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi interrompido por um discurso antivacina enquanto pregava a união da direita em um evento em Belo Horizonte, neste sábado, 23.

O episódio ocorreu em uma palestra na CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora, na sigla em inglês), evento que reúne conservadores e políticos da direita, na maioria apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

##RECOMENDA##

"No ano que vem, eleição municipal, temos de eleger bons vereadores e bons prefeitos aqui em Minas e em todo Brasil e a direita precisa trabalhar unida, nós temos de estar juntos, não podemos...", disse o governador, sendo interrompido em seguida.

Zema estava encaminhando sua fala para o final quando uma mulher da plateia disse que foi demitida da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) por não ter tomado a vacina contra a covid-19. O governador não respondeu ao protesto e encerrou sua fala agradecendo.

Na sequência, o mediador da conferência subiu ao palco e elogiou o político como um gestor "respeitado" e com "trabalho reconhecido pelo público". "Eu tenho dito que a direita tem de arrumar o bom candidato e todos vamos apoiar o bom candidato", afirmou o governador, em sua resposta derradeira.

As imagens foram transmitidas nas redes oficiais do evento. Na pandemia de covid-19, Zema defendeu a vacinação e tomou quatro doses do imunizante, fazendo questão de mostrar seu ato publicamente, contrariando a postura do ex-presidente Bolsonaro na crise sanitária.

Em entrevista ao Estadão, no início de agosto, o governador havia defendido uma união da direita contra a esquerda nas eleições de 2026. Além disso, anunciou uma frente de Estados do Sul e do Sudeste para buscar protagonismo e evitar perdas contra Norte e Nordeste, provocando críticas de governadores e políticos dessas regiões.

Ele próprio é um dos pré-candidatos apontados para a disputa à Presidência,assim como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). "Tudo vai passar por um processo da direita tentar se unir e encontrar um nome que tenha apoio. Mas se for para lançar dois, três nomes, aí é para dar de mão beijada a reeleição ao adversário", disse Zema.

O deputado estadual Leleco Pimentel (PT) limpou, nessa terça-feira (29), o microfone utilizado por Jair Bolsonaro (PL) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no dia anterior. O ex-presidente participou de cerimônia em que recebeu o título de cidadão honorário do Estado. A oposição reagiu e afirmou que caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tivesse utilizado o microfone, tal feito não seria necessário, já que o petista tem "bafo de cachaça", o que bastaria para a higienização.

"Gostaria de promover uma higienização desse microfone tão importante cujas palavras são de vida, mas que ontem (segunda-feira) foram infectados pela boca imunda e suja daquele que promoveu morte no Brasil", disse Leleco durante sessão ordinária da Assembleia.

##RECOMENDA##

A atitude foi respondida pelo deputado Adriano Alvarenga (PP), que pediu uma "questão de ordem" para comentar o "teatrinho", como ele classificou a atitude de Leleco. "É engraçado que o deputado traz o álcool aqui para limpar o microfone. Ainda bem que não foi o Lula que falou ontem, porque se fosse nem ia precisar. Só com bafo de cachaça já esterilizada o microfone", disse.

Na segunda-feira (28), Bolsonaro foi condecorado com o título de cidadão honorário de Minas Gerais pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). A honraria foi concedida ao ex-presidente em 2019, por meio de um requerimento do deputado estadual Coronel Sandro (PL), mas a cerimônia da solenidade não havia sido marcada até a última semana.

O homenageado da sessão foi Bolsonaro, mas quem roubou a cena durante a solenidade foi governador. Durante a cerimônia na Assembleia, apoiadores do ex-presidente pediram para que Zema deixasse o Novo e se filiasse ao PL, partido do ex-chefe do Executivo.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) condecorou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o título de cidadão honorário de Minas Gerais, na tarde desta segunda-feira, 28. A cerimônia aconteceu a partir das 17 horas, na sede da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG). Durante a cerimônia, apoiadores do ex-presidente pediram para que o governador mineiro deixasse o Novo e se filiasse ao PL, partido do ex-chefe do Executivo.

A cerimônia contou com a presença dos deputados federais Eros Biondini (PL-MG), Junio Amaral (PL-MG), Lincoln Portela (PL-MG), Mauricio do Vôlei (PL-MG), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Rosângela Reis (PL-MG). Parlamentares de oposição ao governo Zema não compareceram à cerimônia.

##RECOMENDA##

O homenageado da sessão foi Bolsonaro, mas quem roubou a cena durante a solenidade foi Romeu Zema. Enquanto era elogiado pelo deputado estadual Coronel Sandro (PL-MG), autor do projeto de lei que concedeu a cidadania mineira ao ex-presidente, a plateia da ALMG paralisou o seu discurso no coro "Vem pro PL, Zema".

Desde o início do ano, Zema entrou no radar do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, com vistas às eleições municipais do ano que vem. Em junho, por meio da sua assessoria, o governador negou que estaria negociando com a sigla de Bolsonaro e descartou uma saída do Novo, que tem o governador mineiro como o único chefe de Executivo estadual.

Bolsonaro 'enfrenta injustiças'

O projeto de lei de Coronel Sandro foi aprovado em 2019 e ficou engavetado na ALMG por quatro anos. Ao justificar a sua proposta, o parlamentar disse que Bolsonaro "renasceu" em Juiz de Fora em 2018, após sofrer um atentado a faca em Juiz de Fora, durante a campanha eleitoral daquele ano. Em seu discurso, o parlamentar afirmou que ex-presidente tem enfrentado "dificuldades" e "injustiças" nos últimos tempos, sem listar quais seriam. No dia 11 de agosto, foi deflagrada uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga um esquema de venda de joias recebidas em viagens oficiais da Presidência da República durante a sua gestão.

"Sei das dificuldades que tens enfrentado junto com a tua família nos últimos tempos. Enfrentado diariamente a injustiça, mas não esmoreça, pois quem anda com a verdade nada tem a temer, e milhões de brasileiros sabem da verdade e confiam em ti. Eles querem te destruir e destruir as nossas ideias", disse Coronel Sandro.

Ao longo do seu discurso, Bolsonaro afirmou que espera que o povo não sinta as "dores do comunismo" e ressaltou que deseja "colaborar com o futuro do País". No fim de junho, o ex-presidente foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após ser condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em razão de reunião em que atacou as urnas eletrônicas diante de diplomatas, em julho do ano passado.

"Eu todo dia, antes de sair de casa, dobro o meu joelho, rezo um Pai Nosso e peço a Deus que o nosso povo não sinta as dores do comunismo. Quero apenas uma coisa, se Deus me der força, enquanto ela estiver, que eu possa colaborar com o futuro do meu país", disse o ex-presidente.

Essa é a segunda vez em dez dias em que Bolsonaro recebe um título de cidadão honorário em um Estado brasileiro. No último dia 18, Bolsonaro recebeu a condecoração pela Assembleia Legislativa de Goiás. Assim como em Minas, a proposta de lei foi aprovada em 2019, mas só a solenidade realizada recentemente.

Bolsonaro é homenageado enquanto a PF investiga esquema de joias

As homenagens ao ex-presidente ocorrem no momento em que ele e seus aliados são investigados pela PF por orquestrar um esquema de venda de joias ilegais. Segundo as primeiras descobertas da corporação, pessoas próximas ao ex-presidente teriam vendido objetos de valor recebidos em viagens oficiais da Presidência da República e Bolsonaro teria atuado para comercializar as peças e recebeu valores em dinheiro vivo.

Na próxima quinta-feira, 31 o ex-presidente, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e outras cinco pessoas investigadas no caso das joias irão prestar um depoimento simultâneo na PF. No mesmo dia, é esperado que Bolsonaro seja ouvido sobre a recente descoberta de "ordens" para que empresários bolsonaristas disparassem mensagens de teor golpista nas redes sociais.

Segundo a legislação brasileira, os itens recebidos por Bolsonaro deveriam ser incorporados ao acervo da Presidência, mas foram omitidos e revendidos no exterior. De acordo com a PF, os montantes obtidos das vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal do ex-presidente, por meio de laranjas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.

Pela manhã, pessoas desconhecidas colocaram uma placa acima do viaduto Senegal, a cerca de três quilômetros do prédio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. No letreiro, estavam os dizeres: "Cuidado! Contrabandista e ladrão de joias na cidade!".

Ao 'Estadão', Bolsonaro negou envolvimento no esquema

No dia em que Bolsonaro recebeu o título de cidadão goiano, ele concedeu uma entrevista exclusiva ao Estadão onde negou ter recebido dinheiro por meio de esquema. O ex-presidente também afirmou que o seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, teria tido "autonomia" para vender nos Estados Unidos um relógio Rolex presenteado pelo governo da Arábia Saudita.

As declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ao Estadão, sobre buscar o "protagonismo" dos Estados das regiões Sul e Sudeste repercutiu entre parlamentares, com potencial para trazer impactos para votações importantes no Congresso, como a reforma tributária. Prestes a ser discutida pelo Senado, a PEC 45/2019, no entanto, é blindada por senadores. Lideranças ouvidas pelo Estadão elencam a proposta como prioridade e minimizam o peso do que foi dito pelo governador. O objetivo é que o texto, aprovado na Câmara, não volte à estaca zero.

Na entrevista publicada no sábado (5), Zema tocou em dois pontos da reforma tributária: a divisão do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR), que a PEC cria, mas não diz como será repartido; e a representatividade dos Estados no Conselho Federativo, responsável por gerir o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que unifica os atuais ISS e ICMS.

##RECOMENDA##

O senador Efraim Filho (União Brasil-PB), líder do Bloco Parlamentar Democracia, o maior da Casa, com 31 dos 81 parlamentares, avalia que as declarações do governador mineiro podem instigar os senadores do Norte e do Nordeste a se protegerem ao longo da discussão sobre a reforma tributária. "A fala de Romeu Zema vai gerar nas bancadas do Norte e Nordeste um sentimento de autoproteção muito forte. Vamos ficar muito atentos com lacunas e arestas", disse.

Outras lideranças seguem linha diferente e tentam esfriar os ânimos. Líder do PDT no Senado, Cid Gomes (CE) não acredita que as declarações do governador possam inflamar o debate. "Não reconheço nele (Zema) autoridade para isso. No Senado, não há diferença entre Roraima e São Paulo. Todos os Estados têm três senadores, porque somos uma federação e uma federação tem que ser entendida assim."

O senador defende que o fundo para reduzir as desigualdades regionais seja dividido de forma "proporcional à população, e inversamente proporcional à renda", mas crê que a fixação desses critérios seja feita por meio de lei complementar, "como a boa técnica legislativa diz" e nos termos já previstos pela Câmara. "(As declarações de Zema) significam muito pouca coisa para nós mudarmos a abordagem e a análise de uma matéria tão importante", disse Cid, classificando os posicionamentos como "infelizes".

"O Senado Federal não vai se contaminar por esse populismo irresponsável", disse o senador Fabiano Contarato (PT-ES), líder petista na Casa. "A aprovação da própria reforma tributária na Câmara representa a vitória do diálogo entre os Poderes. O Senado vai cumprir o seu papel revisor e analisar a proposta com olhar atento, enquanto Casa da Federação."

A senadora Teresa Leitão (PE), vice-líder do PT, avalia que o clima em torno da discussão da reforma tributária é "muito favorável" e diz que o roteiro inicial da tramitação já está "bem redondo". Na avaliação da petista, as declarações de Zema têm pouco impacto no Senado e beneficiam os Estados do Nordeste, por causa da má repercussão que tiveram. "Não estamos fazendo uma queda de braço. Zema deu um tiro no pé. Foi muito desproposital e ofensiva a declaração dele", disse.

"Com todo o respeito, o governador Zema não tem nenhuma relevância dentro do Plenário do Senado. O clima é positivo", acrescentou Alessandro Vieira (MDB-SE).

Na entrevista concedida ao Estadão, o governador mineiro defendeu que os Estados do Sul e do Sudeste lutem por mais espaço tanto na divisão das verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional e que tenham mais espaço no Conselho Federativo. Os governadores Eduardo Leite (PSDB-RS), Ratinho Jr. (PSD-PR) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) também se aglutinaram em torno dessa última proposta.

"Está sendo criado um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade... Tem, sim. Nós também precisamos de ações sociais. Então, Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década", disse Zema na entrevista.

O governador de Minas defende que a divisão desse dinheiro deveria ser proporcional à contribuição dos Estados. "É preciso tratar a todos da mesma forma. As decisões têm que escutar ambos os lados e o Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste) vai fazer esse papel, porque ninguém pode ignorar o peso de expressivo de 256 deputados na Câmara", disse o governador, destacando o número de parlamentares do Sul e do Sudeste na Casa.

"Não tenha dúvidas de que vamos debater sobre isso", afirmou a senadora Zenaide Maia (PSD-RN) sobre a divisão das verbas do fundo entre os Estados. "Zema está propondo um apartheid entre a região Sul-Sudeste. É uma proposta condenável e até indecente. O Nordeste contribui sim, e muito, com a economia."

O líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF) também ressalta que o fundo deverá ser analisado no Senado, "assim como toda a proposta", mas defende Zema, dizendo que "estão criando uma polêmica" em torno do que o governador disse na entrevista. "Ele (Zema) defendeu a criação de um grupo para discutir as questões do Sul e do Sudeste. Nada mais normal."

Marcelo Castro (PI), vice-líder do MDB, avalia, em relação à quantidade de votos que cada Estado poderá ter no Conselho Federativo, que o colegiado deve "espelhar o pacto federativo", e não priorizar um ente sobre o outro. "Não é porque há Estados maiores que eles devem ter mais representantes do que outros."

Se o texto for aprovado com mudanças pelo Senado, precisará voltar para a Câmara e ser votado outra vez antes de ir para sanção presidencial. Procurado pela reportagem, o relator, Eduardo Braga (MDB-AM), não comentou o tema.

Caminhos para a divisão do fundo

"O pano de fundo (da declaração do Zema) é: quais são os critérios para distribuir a verba desse fundo de desenvolvimento?", disse Rodrigo Frota da Silveira, pesquisador do Núcleo de Estudos Fiscais da FGV-SP. A proposta aprovada na Câmara cria o fundo, mas não detalha como ele pode ser dividido entre os Estados.

"Há algumas formas de se resolver isso. O Senado, ao avaliar o texto, o mantém e o aprova como está, e depois o Congresso edita uma lei complementar que estabelece um critério de como esse dinheiro vai ser distribuído. Ou o Senado fixa o critério, altera o projeto e, depois, ele volta para a Câmara", explicou Silveira. "São critérios de distribuição de receita, que uma hora terão que ser decididos."

Protagonismo político

Para além dos interesses econômicos para Sul e Sudeste, as declarações feitas por Zema têm um teor estratégico, na visão do cientista político e professor da Mackenzie Rodrigo Prando. Para ele, elas ocorrem em momento desfavorável para a imagem do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

"Penso que Zema pode ter usado uma estratégia objetivando ganhar espaço na mídia e testar suas ideias ou sua força política. No limite, Zema, assim como Tarcísio, são potenciais candidatos à Presidência e que disputarão o espólio político de Bolsonaro", avaliou.

Na última semana, o governador de São Paulo enfrentou duas crises: a operação policial que deixou 16 mortos no Guarujá e a retirada dos livros didáticos impressos das escolas públicas. Os dois episódios repercutiram mal para Tarcísio. Tanto ele quanto Romeu Zema são possíveis substitutos para o nome de Jair Bolsonaro (PL), inelegível por ordem do TSE, nas próximas eleições - apesar de o governador de São Paulo negar que participará do pleito em 2026.

A estratégia, no entanto, pode ter tido um resultado do diferente do esperado, principalmente pelo fato de o governador de Minas estar planejando ampliar presença no País.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que criar distinções entre brasileiros é proibido na Constituição Federal e que aquele que optar por esse caminho é "traidor da Pátria", usando como referência uma citação do ex-deputado e um dos maiores opositores da ditadura militar, Ulysses Guimarães. A declaração do ministro, nesse domingo (6), fez referência ao anúncio pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em entrevista ao Estadão, de criar uma frente para "protagonismo" das regiões Sul e Sudeste, colocando de lado os gestores estaduais das outras regiões do País.

Dino também classificou a ideia como "absurda" e chamou os interessados no assunto de "extrema-direita". "É absurdo que a extrema-direita esteja fomentando divisões regionais. Precisamos do Brasil unido e forte. Está na Constituição, no art. 19, que é proibido 'criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si'. Traidor da Constituição é traidor da Pátria, disse Ulysses Guimarães", publicou Dino no Twitter.

##RECOMENDA##

Ao Estadão neste sábado (5), Zema afirmou que os governadores do Sul e do Sudeste querem mais "protagonismo" na política e na economia e pretendem agir em bloco para evitar perdas econômicas contra as outras regiões. O grupo também pensa, segundo o governador de Minas, em um possível lançamento de um candidato de direita à Presidência nas eleições de 2026.

"Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso. Eles queriam colocar um conselho federativo com um voto por Estado. Nós falamos, não senhor. Nós queremos proporcional à população. Por que sete Estados em 27, iríamos aprovar o quê? Nada. O Norte e Nordeste é que mandariam. Aí, nós falamos que não. Pode ter o conselho, mas proporcional. Se temos 56% da população, nós queremos ter peso equivalente", afirmou o governador de Minas Gerais.

A declaração de Zema resultou em críticas. Para o governador da Paraíba e presidente do Consórcio Nordeste, João Azevêdo (PSB), o governador mineiro cometeu equívocos e foi "infeliz" nas declarações. Além disso, para Azevêdo, a declaração de Zema estimula uma divisão entre as regiões no País e não deve ter o apoio dos demais gestores estaduais na mobilização.

"É um grande equívoco quando se estimula uma divisão no País, que já foi dividido pelo processo eleitoral. Estamos em um processo de reconstrução e aí vem alguém e faz uma declaração dessa", afirmou Azevêdo ao Estadão.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), saiu em defesa da ideia anunciada por Zema. De acordo com Leite, o que o grupo quer é agir por mais equilíbrio na reforma tributária, e não "discriminar" nenhuma região. "Nunca achamos que os Estados do Norte e Nordeste haviam se unido contra os demais Estados. Ao contrário: a união deles em torno de pautas de seus interesses serviu de inspiração para que, finalmente, possamos fazer o mesmo, nos unirmos em torno do que é pauta comum e importante aos Estados do Sul e Sudeste", disse o governador gaúcho.

Como mostrou o Estadão, governadores e outros líderes políticos avaliam que a fala de Zema tem uma explicação clara no curto prazo: as disputas em torno da reforma tributária. O tema dividiu os Estados em dois blocos: de um lado, governadores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com maioria no Senado, que se sentiram prejudicados com o texto aprovado pelos deputados federais; de outro, Sul e Sudeste, com maioria na Câmara.

O governador do Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), declarou, em uma entrevista ao Estadão, publicada neste sábado (5), que os estados do Sul e do Sudeste devem se unir em uma frente contra o Nordeste em busca de protagonismo político. O gestor afirmou que, sendo detentor de 56% da população e 70% da economia brasileira, as duas regiões deveriam ter mais poder de escolha e de preferência para investimentos do governo federal.

A declaração do governador mineiro causou rebuliço nas redes sociais. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) afirmou que Zema foi “preconceituoso e nojento” em sua fala.

##RECOMENDA##

O jornalista Reinaldo Azevedo criticou o mineiro ao afirmar que “Bolsonaro ao menos fingia alguma simpatia pelo Nordeste.”, se referindo ao ex-presidente da República, que chegou a fazer declarações polêmicas sobre a região.

[@#video#@]

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a compartilhar, neste domingo (23), uma frase polêmica em seu Instagram. Desta vez, escreveu que a "democracia é o direito das pessoas escolherem o próprio tirano". A sentença foi atribuída ao ex-presidente dos Estados Unidos James Madison (1809 a 1817).

Madison foi o quarto presidente dos EUA e é considerado o "pai da Constituição", devido aos Ensaios Federalistas que escreveu junto a Alexander Hamilton e John Jay. Ele também ficou conhecido por ser um dos presidentes que já foi dono de escravos.

##RECOMENDA##

Potencial sucessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como líder da direita, Zema tem acumulado polêmicas ao longo do atual mandato. No início deste mês, o governador publicou uma frase atribuída ao ditador italiano Benito Mussolini. "Fomos os primeiros a afirmar que, quanto mais complexa se torna a civilização, mais se deve restringir a liberdade do indivíduo", escreveu, um dia após Bolsonaro ser declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Zema já disse que os Estados do Sul e do Sudeste têm "mais gente trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial", dando a entender que o ocorre o contrário nas regiões Norte e Nordeste. Segundo ele, "boa parte da solução do País" está concentrada nos Estados sulistas e sudestinos.

A afirmação foi feita em 2 de junho. No dia seguinte, Zema alegou que foi mal interpretado e que, na verdade, disse ter convicção de que o melhor programa social é a geração de empregos.

O governo de Minas Gerais também classificou a inconfidência mineira como "um golpe". A afirmação foi feita numa rede social pelo perfil do governo estadual durante o último feriado de Tiradentes, em 21 de abril. "A data de hoje recorda a luta dos Inconfidentes mineiros pela liberdade do Brasil e dos brasileiros. Temendo as consequências do golpe à Coroa Portuguesa, os inconfidentes não confessaram seus crimes. O único a fazê-lo foi Joaquim José da Silva Xavier, que tornou-se o Mártir Tiradentes ao receber a pena mais dura, em 21 de abril de 1792", dizia a legenda.

Uma das apostas da direita para ocupar o vácuo deixado por Jair Bolsonaro, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta quarta-feira, 12, em entrevista que não está no seu "radar focar em eleições" "Eu prefiro apoiar alguém do que ser candidato", afirmou em entrevista à Globonews.

Zema e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, são cotados como nomes para disputar a Presidência em 2026 após Bolsonaro se tornar inelegível. O ex-presidente foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por causa da conduta dele no período pré-eleitoral.

##RECOMENDA##

Como mostrou a Coluna do Estadão, no entanto, Zema sofre resistência entre bolsonaristas, que buscam outros nomes para a disputa do Planalto. Em primeiro mandato à frente do governo, Tarcísio pode tentar a reeleição.

Na entrevista, Zema disse que não aposta em posições extremas, quando indagado novamente sobre ser um dos nomes que podem representar o campo na direita. Sobre Tarcísio, evitou também falar sobre eleições, mas disse apoiar o projeto da direita, ainda mais no maior Estado do País, São Paulo.

Sobre a PEC da reforma tributária, que será discutida a partir de agosto no Senado, Zema disse que não é contra reduzir impostos no País. "Se não aumentar a carga tributária, sou a favor."

Segundo ele, se fosse parlamentar, teria votado pela aprovação da matéria, com a ressalva de que os Estados não podem perder receitas. E lembrou que antes de ser governador, era empresário e, portanto, é favorável aos avanços que a reforma vai trazer.

Tarcísio passou a ser hostilizado por bolsonaristas após apoiar a reforma, contraindo o posicionamento de Bolsonaro, que defendia que deputados do PL votassem contra o texto.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), usou suas redes sociais para compartilhar uma frase do líder fascista Benito Mussolini. No último sábado (2), o político postou uma frase do ditador italiano para defender que se "deve restringir a liberdade do indivíduo".

"Fomos os primeiros a afirmar que, quanto mais complexa se torna a civilização, mais se deve restringir a liberdade do indivíduo”, diz a frase de Mussolini postada por Zema. O ditador italiano foi um dos maiores aliados da Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial.

##RECOMENDA##

Por meio de nota, o Governo de Minas Gerais disse que Zema defende as liberdades individuais e alega que a citação seria um alerta sobre os supostos riscos do "estado inchado". O posicionamento também afirma que o governador tem compromisso com a democracia e com um estado que sirva às necessidades do povo.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), vai investir R$ 41,2 milhões em obras para reformar uma estrada que leva até o sítio de sua família, conhecido como "Rancho Zema", em Rifaina (SP). A previsão é que a recuperação do asfaltamento seja feita em 107 quilômetros da MG-428 , começando no entroncamento da BR-262, em Araxá (MG), cidade natal de Zema, e se estendendo até a divisa de Minas com São Paulo, onde fica o sítio da família do mineiro.

O Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) abriu o edital para as obras no dia de 6 de junho, de acordo com o jornal O Globo.

##RECOMENDA##

O sítio da família do governador está do lado paulista da divisa, na cidade de Rifaina, distante uma hora e meia de Araxá. Zema comemorou o Ano Novo de 2020 no "Rancho Zema". Fotos mostram que o governador já esteve em outros momentos no espaço para realizar passeios de lancha e nadando com os filhos. Segundo servidores da administração mineira ouvidos pelo jornal, o governador é pressionado por melhorias na região pela população da terra natal.

O que diz Romeu Zema

Em nota, a assessoria do governador defendeu que as decisões da atual gestão se baseiam "unicamente em preceitos técnicos". O governo ainda afirmou que o segmento de 107 km da MG-428 não passa por obras de melhorias robustas há décadas e que, em 2023, uma avaliação técnica constatou que a pista possui "segmentos com alastramento de defeitos".

Segundo a reportagem, a licitação proposta pelo edital ainda não tem um vencedor. Os nomes das empresas habilitadas a concorrer foram divulgados pelo DER-MG na dia 14.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando