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Em evento de grupos israelitas neste domingo (29), para lembrar as seis milhões de mortes causadas no Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial contra o povo judeu, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), condenaram os ataques terroristas do Hamas contra judeus no ano passado.

Nunes, que disputará a reeleição neste ano, afirmou que todas as lideranças políticas brasileiras devem se posicionar sobre o Hamas. "A grande missão de toda comunidade judaica é o 'nunca mais'. No dia 7 de outubro, tivemos esse ato gravíssimo. Aquelas pessoas que são lideranças políticas em nosso País precisam deixar claro quem apoia o Hamas e quem combate o Hamas. O Hamas é grupo terrorista", afirmou Nunes.

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"Quero reforçar e reiterar as falas ditas aqui. E deixar o respeito à comunidade judaica, nosso posicionamento claro e firme em favor de Israel. E que vocês podem contar comigo, com a nossa cidade, e possamos dizer nunca mais", disse o prefeito sobre o Holocausto e o momento atual, no evento promovido pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e pela Congregação Israelita Paulista (CIP).

Hoje, 136 pessoas estão ainda sob o domínio dos terroristas do Hamas. Os políticos pediram, ao lado de lideranças judaicas, a libertação dos reféns.

Durante o evento, um jovem da comunidade judaica de São Paulo afirmou que, atualmente, muitos deixaram de usar roupas e acessórios judaicos com receio de ataques. O governador Tarcísio afirmou que o Estado oferecerá segurança para comunidade judaica.

"Não podemos oferecer outra coisa a não ser o não. Não ao terror, não ao Hamas, não ao Hezbollah, não ao antissemitismo. Ninguém vai ter que esconder camiseta, ninguém vai precisar esconder que é judeu. Não vamos permitir. Vamos garantir a segurança da comunidade judaica em São Paulo", afirmou.

O governo de Israel deseja que a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) interrompa as atividades em Gaza ao final da guerra, afirmou neste sábado o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz.

Katz fez a declaração depois que alguns funcionários da agência foram acusados de envolvimento no ataque de 7 de outubro do Hamas em território israelense.

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O governo pretende garantir que "a UNRWA não será parte" da solução no território palestino após a guerra entre Israel e o movimento islamista palestino, afirmou o ministro em um comunicado, no qual expressa o desejo de "interromper" todas as atividades da agência.

O grupo islamista palestino Hamas denunciou as "ameaças" israelenses contra a UNRWA e fez um apelo para que a ONU e outras organizações internacionais que "não cedam às ameaças e à chantagem".

A UNRWA anunciou na sexta-feira que demitiu "vários" funcionários acusados por Israel de participação no violento ataque do Hamas de 7 de outubro.

O governo dos Estados Unidos suspendeu "temporariamente o financiamento adicional" à agência, medida que foi adotada por outros países neste sábado. Doze funcionários "poderiam estar envolvidos" no ataque do Hamas, afirmou o Departamento de Estado americano.

O diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, se comprometeu a responsabilizar, "inclusive por meio de ações legais", qualquer funcionário da UNRWA que tenha envolvimento com "atos de terrorismo"

A guerra começou quando os combatentes do Hamas atacaram o sul de Israel em 7 de outubro, mataram quase 1.140 pessoas, a maioria civis, e sequestraram outras 250, segundo um balanço da AFP elaborado com base em dados oficiais israelenses.

Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva aérea e terrestre que deixou pelo menos 26.257 mortos em Gaza, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa o pequeno território palestino.

Parentes de reféns mantidos pelo Hamas em Gaza se juntaram ontem a um grupo de manifestantes na passagem de Kerem Shalom para impedir a entrada de ajuda humanitária em território palestino, exigindo que o envio de suprimentos seja cortado até que os sequestrados sejam libertados.

Não se sabe exatamente o impacto do protesto sobre a movimentação de ajuda na fronteira. Na quarta-feira, os manifestantes conseguiram impedir a passagem de mais de 100 caminhões, alguns dos quais acabaram sendo desviados para um ponto de entrada alternativo no Egito - na passagem de Rafah, a ajuda humanitária continua entrando na Faixa de Gaza.

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No dia 7 de outubro, terroristas do Hamas mataram 1,2 mil pessoas em Israel, além de terem levado 240 como reféns para Gaza. Desde então, mais de 100 foram libertados. Segundo o governo israelense, cerca de 130 continuam no enclave - entre os quais acredita-se que pelo menos 20 tenham morrido nos bombardeios.

Os parentes dos reféns estão cada vez mais ativos em protestos contra o primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu. Nesta semana, eles invadiram uma sessão do Parlamento e protestaram em frente à casa do premiê, em Jerusalém. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Durante visita a Israel, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), publicou em seu perfil no X (antigo Twitter) uma mensagem contra o grupo extremista Hamas. "Homens, mulheres, bebês, pessoas idosas, ainda sequestradas pelo Hamas", diz a foto de capa que o ministro atualizou na rede.

Mendonça também mudou sua foto de perfil para uma imagem do seu rosto em preto e branco.

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O ministro é pouco ativo nas redes sociais e sua última publicação no X havia sido feita em abril de 2021, antes dele tomar posse no Supremo. Seu perfil tem 479 mil seguidores.

O ministro foi um dos convidados pela Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a StandWithUs Brasil, que organizaram uma visita de magistrados a Israel.

O objetivo foi mostrar a situação do país, que vive um conflito com Hamas desde outubro do ano passado. A viagem é custeada integralmente pelas duas entidades.

Mendonça foi o único ministro do STF a viajar para Israel e está lá desde a segunda-feira (22).

Parentes dos reféns israelenses invadiram uma sessão do Parlamento de Israel nesta segunda-feira, 22, para exigir que o governo faça mais para assegurar a libertação dos sequestrados mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza. Os seguranças do Parlamento de Israel não conseguiram impedir a entrada dos manifestantes, que exibiram fotos de seus parentes. "Vocês não vão ficar sentados aqui enquanto nossas crianças estão morrendo", disseram.

A manifestação é mais um ato de pressão sobre o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. No domingo, 21, ele rejeitou os termos de um acordo oferecido pelos Hamas para libertar os reféns, que exigiam a retirada das tropas do território. "Só a vitória total garantirá a eliminação do Hamas e o regresso de todos os nossos reféns", disse o premiê.

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Os parentes afirmam que todos os dias descobrem que reféns foram mortos em Gaza. O parlamentar Moshe Gafni, que presidia a sessão no Parlamento, integra a coalizão de extrema direita de Netanyahu e disse que o governo está fazendo "de tudo" para libertar os reféns.

Os 240 reféns foram levados no dia 7 de outubro pelo grupo Hamas durante o ataque terrorista ao sul de Israel que deixou mais de 1,2 mil mortos. Desde a invasão, as forças israelenses conduzem uma ofensiva militar em Gaza com bombardeios aéreos e incursão terrestre que deixaram mais de 25 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas.

Em novembro, Hamas e Israel chegaram a um acordo para a libertação de reféns em troca da soltura de prisioneiros palestinos, com a mediação de Catar, Egito e EUA. O acordo envolveu uma trégua de sete dias e a libertação de mais de 100 reféns. Tel-Aviv diz acreditar que o Hamas ainda mantém mais de 130 sequestrados. As Forças de Defesa de Israel confirmaram a morte de 28 israelenses cujos corpos ainda estão sob poder do Hamas.

O Wall Street Journal apontou que EUA, Catar e Egito estão pressionando Israel e Hamas a concordarem com um pacto no qual todos os reféns seriam libertados antes de uma eventual retirada total das forças de Israel.

Na semana passada, um acordo envolvendo a entrega de medicamentos vitais a reféns israelenses foi feito com a mediação do Catar e da França.

Netanyahu se encontrou com alguns parentes ontem e disse que uma "proposta real" de negociação estaria em discussão, sem dar detalhes.

Impopular

A pressão das famílias dos reféns sobre o governo Netanyahu tem aumentado com possíveis impactos políticos. Além dos protestos durante uma sessão do Parlamento, as famílias realizam manifestações na frente da casa do primeiro-ministro e bloquearam o trânsito de uma importante avenida em Tel-Aviv, no domingo.

À frente de Israel por mais tempo do que qualquer outro primeiro-ministro, Bibi é visto internamente como o responsável pela política de segurança que vigorava no país no momento do ataque e, portanto, o principal culpado por suas falhas.

A última pesquisa de opinião realizada pelo Canal 13, divulgada no fim de semana, mostrou que o primeiro-ministro perderia uma possível eleição hoje, e seu partido, o Likud, veria suas cadeiras no Parlamento serem reduzidas à metade.

Se as eleições fossem hoje, o ministro da Defesa Benny Gantz, do partido de centro-direita Unidade Nacional, venceria a disputa com 37 assentos, bem acima dos atuais 12, enquanto o Likud ficaria com 16, metade dos 32 atuais.

Segundo a pesquisa, a atual coligação de governo, liderada por Netanyahu com seus parceiros de extrema direita e ultraortodoxos, não somaria mais de 46 assentos, muito abaixo dos atuais 64 e insuficientes para governar em um Parlamento de 120 deputados. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, insistiu nesta segunda-feira (22) em uma solução baseada em dois Estados para o conflito israelense-palestino, e garantiu que Israel não conseguirá alcançar a paz em Gaza apenas com meios militares.

"Queremos construir uma solução de dois Estados. Então, vamos conversar sobre isso", disse Borrell ao chegar a uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE em Bruxelas.

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Borrell fez estas declarações antes de os ministros europeus realizarem reuniões separadas em Bruxelas com o chanceler israelense, Israel Katz, e seu homólogo palestino, Riyad al Maliki.

Segundo Borrell, "a paz e a estabilidade não podem ser construídas apenas por meios militares. (...) Qual outra solução vocês consideram? Fazer todos os palestinos partirem? Matá-los?".

O chanceler espanhol, José Manuel Albares, afirmou que Madri defende a convocação de uma conferência da paz para "implementar a solução de dois Estados".

"Um Estado palestino realista e viável envolve Gaza e a Cisjordânia sob a mesma Autoridade Nacional palestina, conectadas por um corredor para que haja continuidade territorial, com acesso ao mar através de um porto em Gaza, e com a sua capital em Jerusalém Oriental", disse o ministro.

- Contatos de alto nível -

Os ministros da UE também convidaram seus homólogos saudita, Faisal Bin Farhan Al Saud, jordaniano, Ayman Safadi, e egípcio, Sameh Shoukry. Também está previsto um diálogo com o secretário-geral da Liga Árabe, o egípcio Ahmed Abul Gheit. Nenhum encontro presencial entre Katz e Riyad al Maliki está programado.

De todos estes interlocutores árabes, os ministros da UE querem conhecer seus pontos de vista, já que Bruxelas considera que todos eles poderão desempenhar um papel importante após o fim do conflito.

Uma fonte diplomática da UE admitiu que não se espera nenhuma decisão concreta dessas negociações, mas acrescentou que a presença de Katz e de Al Maliki em Bruxelas no mesmo dia deve ser vista como um "símbolo forte".

"Acho que não devemos ter expectativas muito altas (...). A ideia é ter uma discussão aprofundada (...), tentar perceber qual é a posição de cada um", disse a mesma fonte.

A UE já manifestou a sua preocupação com o alto número de vítimas nos bombardeios lançados por Israel contra Gaza após o ataque do Hamas em 7 de outubro, que deixou cerca de 1.140 mortos em solo israelense.

De acordo com o movimento islamista palestino, mais de 25 mil pessoas morreram em Gaza até o momento pelos ataques de Israel.

No entanto, o bloco não conseguiu até agora alcançar uma posição unificada sobre a necessidade de um cessar-fogo.

- Tensão no Mar Vermelho -

Na sexta-feira, em um discurso na Universidade de Valladolid, na Espanha, Borrell lamentou a recusa de Israel em criar um Estado palestino.

No mesmo discurso, Borrell observou que Israel "criou" e "financiou" o Hamas como forma de enfraquecer a influência da Fatah, o movimento secular do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, com sede na Cisjordânia.

Na reunião desta segunda-feira, os ministros europeus também planejam discutir uma possível missão da UE no Mar Vermelho, onde os rebeldes huthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, atacaram vários navios mercantes.

A ideia é implantar três navios de combate no Mar Vermelho. Por enquanto, Itália, França, Países Baixos, Alemanha e Bélgica manifestaram vontade de participar, enquanto Espanha se distanciou da iniciativa.

Segundo a ideia original, a missão naval da UE teria a missão de derrubar mísseis ou drones lançados pelos huthis contra navios mercantes, mas não de realizar ataques a alvos terrestres no Iêmen.

Estados Unidos e Reino Unido, países da Otan, já realizaram vários ataques aéreos contra alvos huthis no Iêmen.

No entanto, a decisão sobre essa missão é esperada apenas no próximo mês, uma vez que ainda há detalhes por definir.

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Um ataque israelense em Damasco matou, neste sábado (20), cinco pessoas em um prédio onde estavam reunidos "líderes pró-iranianos", informou uma ONG síria.

"Um ataque israelense com míssil atingiu um edifício de quatro andares e matou cinco pessoas", reportou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), ressaltando que o bombardeio "destruiu o prédio inteiro, onde estavam reunidos líderes pró-iranianos".

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O OSDH é uma ONG com sede no Reino Unido e ampla rede de informantes na Síria.

Segundo a organização, o bairro em questão é conhecido por abrigar facções palestinas pró-iranianas e comandos dos Guardiões da Revolução iranianos, exército ideológico de Teerã.

"É certo que visavam altos comandos" destes grupos, disse o presidente do Observatório, Rami Abdel Rahman.

O ataque, executado pela manhã, também foi reportado pela imprensa oficial síria.

"Um ataque realizado por Israel atingiu um prédio residencial no bairro de Mazzeh, em Damasco", noticiou a agência estatal Sana, sem detalhar se houve vítimas.

Um jornalista da AFP pôde ver que o edifício desabou por completo. Perto dali, havia ambulâncias, bombeiros e socorristas em busca de pessoas debaixo dos escombros.

O bairro de Mazzeh também abriga escritórios das Nações Unidas, embaixadas e restaurantes.

"O barulho foi similar ao da explosão de um míssil e, minutos depois, ouvi as ambulâncias", disse à AFP um morador da região.

Desde que começou a guerra civil da Síria, em 2011, Israel lançou centenas de ataques aéreos contra seu território, dirigidos especialmente a forças alinhadas com o Irã, seu rival regional, mas também a posições do exército de Damasco.

Este tipo de ataques se intensificaram desde que teve início a guerra entre Israel e Hamas, em 7 de outubro, a partir do ataque surpresa do movimento islamista palestino em solo israelense.

Em dezembro, um alto comando dos Guardiões da Revolução iranianos, o general de brigada Razi Musavi, morreu em um ataque aéreo israelense na Síria, segundo Teerã.

No vizinho Líbano, o número dois do Hamas, Saleh al Aruri, morreu no começo do mês em um ataque israelense no sul de Beirute, reduto do Hezbollah, outro movimento pró-iraniano da região.

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, acusou nesta sexta-feira (19) Israel de ter criado e financiado o movimento palestino Hamas, que enfrenta na Faixa de Gaza.

Durante evento na Universidade de Valladolid, Espanha, o político espanhol defendeu a criação de dois Estados como solução para o conflito israelense-palestino, que ganhou força com o ataque realizado pelo Hamas em outubro passado.

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Essa opção, também defendida pelos Estados Unidos, é rejeitada pelo premier de Israel, Benjamin Netanyahu, acusado por Borrell de tê-la boicotado nos últimos 30 anos. "Acreditamos que uma solução de dois Estados deve ser imposta do exterior para trazer a paz. Embora, insisto, Israel reafirme sua rejeição", assinalou o representante diplomático da UE.

“Para impedi-la, chegaram eles mesmos a criar o Hamas, que foi financiado pelo governo de Israel para tentar enfraquecer a Autoridade Palestina do Fatah. Mas, se não interviermos fortemente, a espiral de ódio e violência continuará, geração após geração, de funeral em funeral, quando florescerem as sementes do ódio que estão sendo plantadas em Gaza hoje", acrescentou Borrell.

Em junho de 2007, o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza, após uma quase guerra civil contra o Fatah, de Mahmud Abbas, sucessor de Arafat e presidente da Autoridade Palestina, que administra parcialmente a Cisjordânia ocupada.

Nos últimos anos, o Catar enviou milhões de dólares em ajuda a Gaza, apesar do bloqueio israelense àquele território, o que gerou críticas a Netanyahu, acusado de ter favorecido o financiamento do movimento Hamas, que controla a Faixa. O primeiro-ministro nega essas acusações.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) confirmou nesta terça-feira, 16, que um brasileiro está entre os feridos no atentado terrorista ocorrido na segunda-feira, 15, em Ra'anana, em Israel. O cidadão brasileiro está em condição estável de saúde e está recebendo assistência da Embaixada do Brasil em Tel-Aviv, segundo o Itamaraty. A identidade da vítima não foi divulgada.

Segundo a polícia israelense, dois homens palestinos roubaram carros e atropelaram israelenses na cidade de Ra'anana, nos arredores de Tel-Aviv, Israel, na segunda-feira. Uma pessoa foi morta e outras 17 ficaram feridas, de acordo com autoridades de emergência.

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Ambos os agressores, residentes da área de Hebron na Cisjordânia ocupada por Israel, foram presos, afirmou a polícia em comunicado. Suas motivações ainda estavam sendo investigadas, mas o incidente estava sendo tratado como um ataque terrorista, segundo Dean Elsdunne, porta-voz da polícia.

Magen David Adom, um serviço médico de emergência israelense, afirmou que uma mulher na casa dos 70 anos foi morta. Dos 17 feridos, dois estavam em estado grave, segundo o serviço. O Ministério das Relações Exteriores da França disse que dois dos feridos eram jovens franceses, mas não forneceu nomes ou idades.

O incidente ocorreu em meio a tensões crescentes em Israel, com a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza entrando em seu quarto mês e as forças de segurança israelenses reforçando as restrições aos palestinos na Cisjordânia.

Em comunicado, o Hamas elogiou o que descreveu como "o ataque 'Ra'anana", referindo-se aos agressores como "heróis" e chamando suas ações de "uma resposta natural às massacres e agressões da ocupação contra o povo palestino". O grupo não assumiu a responsabilidade pelo incidente.

Em comunicado divulgado na segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro repudiou a violência e prestou solidariedade ao povo e ao governo de Israel. Com agências de notícias.

O Hamas reportou, nesta segunda-feira (15), mais de 24 mil mortes na Faixa de Gaza desde o início da guerra com Israel desencadeada após o ataque de 7 de outubro do movimento islamista palestino, um conflito que provocou uma onda de choque em toda a região.

A violência aumentou na Cisjordânia ocupada e na fronteira Israel-Líbano.

Os bombardeios dos Estados Unidos contra os rebeldes huthis, aliados do Irã, no Iêmen, devido aos seus ataques no Mar Vermelho, também aumentaram os receios de uma escalada do conflito para além da Faixa de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas eclodiu após o ataque sem precedentes do grupo islamista em solo israelense, onde morreram cerca de 1.140 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Cerca de 250 pessoas foram sequestradas e 132 permanecem cativas em Gaza, segundo as autoridades israelenses.

Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, no poder no enclave, e desde então tem bombardeado o território sem cessar, sob um cerco apertado. Cerca de 24.100 pessoas, a maioria mulheres e menores de idade, morreram, segundo informou o Ministério da Saúde do movimento nesta segunda-feira.

- Viver "em um inferno" -

"Mais de 60 mártires e dezenas de feridos nos novos massacres cometidos esta noite e nas primeiras horas da manhã pelas forças de ocupação", afirmou a assessoria de imprensa do governo do Hamas, mencionando os bombardeios "intensos" na Faixa.

Dois hospitais, uma escola e "dezenas" de casas foram atingidos, acrescentou.

O Exército israelense afirmou que suas forças atacaram "dois terroristas que portavam armas em um veículo" em Khan Yunis, a principal cidade do sul de Gaza, e "um centro de comando do Hamas".

Segundo um comunicado do Hamas, os bombardeios ocorreram em Khan Yunis e Rafah, no extremo sul do território, onde o Exército israelense concentra agora a sua ofensiva.

Depois de mais de três meses de conflito, o pequeno território vive em condições extremas, com escassez de alimentos, medicamentos e combustível. Segundo a ONU, 1,9 milhões dos 2,4 milhões de habitantes tiveram que abandonar as suas casas.

"Não há comida, nem água, nem calefação. Estamos morrendo de frio", diz Mohammad Kahil, um deslocado do norte do enclave agora estabelecido em Rafah.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou que a população de Gaza vive "no inferno".

A Unicef, o Programa Mundial de Alimentos e a OMS alertaram em uma declaração conjunta sobre o "risco de fome" e "epidemias de doenças mortais" na Faixa de Gaza, e apelaram a "mudanças fundamentais" na prestação de ajuda humanitária, incluindo a abertura de novos pontos de entrada "mais seguros e rápidos".

- Míssil derrubado no Mar Vermelho -

O conflito teve repercussões na região, como resultado das ações de grupos armados que apoiam o Hamas.

No norte de Israel, na fronteira com o Líbano, há trocas de disparos diárias com o movimento xiita Hezbollah, apoiado pelo Irã.

O Hezbollah informou no domingo que realizou seis ataques em solo israelense, um dos quais matou dois civis, segundo as autoridades locais.

A tensão também aumentou no Mar Vermelho, por onde passa 12% do comércio mundial. Os rebeldes huthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, atacam navios vinculados a Israel em solidariedade com os palestinos de Gaza. Os Estados Unidos e o Reino Unido bombardearam posições dos insurgentes na semana passada.

O Exército dos Estados Unidos afirmou, no domingo, que derrubou um míssil de cruzeiro direcionado a um de seus navios de guerra na costa do Iêmen, lançado de áreas controladas pelos huthis.

Na Turquia, clara defensora da causa palestina, dois jogadores de futebol israelenses que jogam em clubes da primeira divisão estão no centro de uma polêmica por terem mostrado mensagens de apoio aos reféns em Gaza.

Sagiv Jehezkel, de 28 anos, jogador do Antalya, foi libertado nesta segunda-feira enquanto aguardava julgamento, depois de ter sido detido na véspera sob a acusação de "incitamento ao ódio", após ter mostrado uma pulseira no punho que dizia "100 dias. 07/10" ao lado de uma estrela de Davi.

Outro jogador israelense no campeonato turco, Eden Karzev, de 23 anos, foi punido por seu clube, o Basaksehir, por publicar no Instagram uma imagem que dizia em inglês: "100 – Devolva-os para casa AGORA", em referência aos reféns.

Milhares de pessoas protestaram neste sábado, 13, em grandes cidades do globo, como Paris, Londres, Roma, Milão e Dublin, contra a guerra no Oriente Médio entre Israel o grupo Hamas, que tem grande impacto na Faixa de Gaza. Os manifestantes agitaram bandeiras palestinas, seguraram cartazes criticando os governos irlandês, norte-americano e israelense e gritavam por uma "Palestina livre".

Em post no X (antigo Twitter), o presidente da França, Emmanuel Macron, falou sobre os 100 dias do conflito e instigou pelo retorno às negociações para a liberação de reféns feitos pelo grupo extremista Hamas.

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Centenas de manifestantes reuniram-se na Praça da República, em Paris, para iniciar uma marcha apelando ao cessar-fogo imediato, ao fim da guerra, ao levantamento do bloqueio a Gaza e à imposição de sanções a Israel.

Os manifestantes em marcha agitavam a bandeira palestina e erguiam cartazes e faixas.

Em Roma, centenas de manifestantes desceram numa avenida perto do Coliseu, alguns carregando cartazes que pediu a interrupção do genocídio em Gaza.

Um manifestante agitou a bandeira da África do Sul. A nação fez uma acusação contra Israel, o que levou o Tribunal Internacional de Justiça de Haia a assumir o caso.

*Com informações da Associated Press

O Hamas informou, neste sábado (13), dezenas de mortes na Faixa de Gaza, bombardeada por Israel e isolada do mundo, sem telefone ou Internet, às vésperas do 100º dia de guerra.

O temor de que o conflito se espalhe pela região se acentuou depois que Estados Unidos e Reino Unido bombardearam posições dos rebeldes huthis do Iêmen, aliados do movimento islamista palestino Hamas, em resposta aos seus ataques a navios no Mar Vermelho.

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Neste sábado, um novo ataque aéreo americano foi reportado no Iêmen, visando, segundo Washington, a "restaurar a estabilidade no Mar Vermelho", local de trânsito de 12% do comércio mundial.

Em Gaza, testemunhas e jornalistas relataram bombardeios israelenses à noite e na madrugada de sábado no sul da Faixa.

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa Gaza, os novos bombardeios deixaram mais de 60 mortos, a maioria mulheres e crianças, e dezenas de feridos. No dia anterior, a rede de telefonia e de Internet voltou a ficar fora de serviço.

Há mais de três meses, Israel bombardeia o enclave palestino em sua guerra contra o Hamas.

O Crescente Vermelho Palestino afirmou que a interrupção das telecomunicações está dificultando seus esforços para ajudar os feridos.

Os incessantes bombardeios israelenses em Gaza deixaram pelo menos 23.843 mortos, a maioria mulheres e menores, de acordo com os últimos números do Ministério da Saúde do Hamas.

O conflito eclodiu em 7 de outubro, com a incursão em Israel de milicianos do Hamas que mataram cerca de 1.140 pessoas, segundo um balanço estabelecido pela AFP com base em dados israelenses.

O Hamas também sequestrou em torno de 250 pessoas, das quais cerca de uma centena foram trocadas por prisioneiros palestinos durante uma trégua de uma semana no final de novembro.

A ONU lamentou as dificuldades cada vez maiores nas operações de ajuda no norte da Faixa e acusou o Exército israelense de limitar o fornecimento de combustível, usado principalmente em hospitais.

No centro de Gaza, a falta de combustível forçou o desligamento do gerador principal do Hospital dos Mártires de Al Aqsa, em Deir el Balah, informou o Ministério da Saúde.

"Ninguém se importa com a gente? Por que está todo o mundo calado?", perguntou um cidadão de Gaza que chorava no hospital pela perda de um familiar.

Na Cisjordânia ocupada, os israelenses mataram três combatentes que "se infiltraram" em um assentamento judaico, segundo o Exército. A agência palestina Wafa informou, por sua vez, que os soldados mataram um jovem de 19 anos e dois adolescentes de 16.

Desde que a guerra eclodiu em Gaza, a violência na Cisjordânia, um território ocupado por Israel desde 1967, disparou, com pelo menos 337 pessoas mortas por soldados ou colonos israelenses, segundo o Ministério da Saúde em Ramallah.

burs-mca/cwl/meb/es/tt

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) iniciou nesta quinta-feira, 11, o julgamento de Israel, acusado pela África do Sul de cometer genocídio em Gaza. O caso usa declarações de membros radicais do governo israelense que defenderam o extermínio de palestinos. Israel nega as acusações e seus advogados serão ouvidos hoje. Eles alegam que os discursos foram tirados de contexto e as operações no enclave respeitam o direito internacional.

É a primeira vez que Israel encara uma acusação de genocídio na CIJ. Embora uma decisão final possa levar anos, a África do Sul solicitou ao Tribunal de Haia algumas medidas cautelares, que variam desde a exigência de um cessar-fogo até a entrada de mais ajuda humanitária.

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A CIJ também pode decidir que há plausibilidade nas alegações da África do Sul, antes de julgar o caso. O nível de exigência para admitir a possibilidade de genocídio é muito mais baixo do que determinar que ele de fato ocorreu. Para Israel, a mera dúvida representa um risco para sua imagem e poderia dificultar o apoio dos EUA a um país que, segundo o Tribunal de Haia, poderia estar cometendo genocídio.

Argumentos

O caso montado pela África do Sul alega que Israel cometeu genocídio, incitação ao genocídio, tentativa de genocídio e falha em punir a incitação ao genocídio. O processo cita que 70% dos mortos em Gaza são mulheres e crianças e detalha os bombardeios israelenses com bombas não guiadas, além de restrições ao acesso a água, comida, luz e remédios.

Outro fator crucial no documento de 84 páginas apresentado pelo advogado sul-africano Tembeka Ngcukaitobi são as declarações extremistas de membros do governo de Israel. Em outubro, ao anunciar a segunda fase da guerra, o premiê, Binyamin Netanyahu, citou a Bíblia. "Lembre-se do que Amaleque fez com você", afirmou, em referência à ordem de Deus a Saul para destruir os amalequitas. "Matem homens e mulheres, crianças e bebês, gado e ovelhas, camelos e burros", diz o Livro de Samuel, no Velho Testamento.

Dois dias após o início da guerra, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, se referiu aos palestinos como "animais humanos". "O cerco é total. Não haverá eletricidade, comida, água, combustível. Israel está lutando contra animais humanos. Eliminaremos tudo."

Ngcukaitobi também citou o ministro do Patrimônio, Amihai Eliyahu, que sugeriu lançar uma bomba atômica em Gaza, além do ministro da Segurança, Itamar Ben-Gvir: "Quando dizemos que o Hamas deve ser destruído, significa que aqueles que comemoram, apoiam e distribuem doces, todos são terroristas e devem ser destruídos", afirmou Ben-Gvir.

Os advogados de Israel, liderados pelo britânico Malcom Shaw, apresentarão hoje a defesa. Ontem, o governo israelense acusou a África do Sul de atuar como "braço jurídico" do Hamas e se referiu aos advogados sul-africanos como "representantes" do grupo terrorista no Tribunal de Haia.

Risco

Os israelenses afirmam que as declarações de membros do governo foram tiradas de contexto - no mesmo discurso, por exemplo, Netanyahu deu garantias de que o Exército respeitaria o direito internacional. A defesa também citará os milhões de folhetos, ligações telefônicas e mensagens de texto pedindo aos civis que deixassem as áreas que seriam bombardeadas.

O caso será decidido por 15 juízes, alguns de democracias ocidentais, como França, Alemanha, Austrália, Japão e Brasil. Mas muitos magistrados vêm de autocracias, como Rússia, China, Marrocos, Somália e Uganda, o que pode complicar a situação de Israel. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Aviões israelenses bombardearam intensamente o sul da Faixa de Gaza nesta quinta-feira (11), em meio à viagem regional do secretário de Estado americano, Antony Blinken, para evitar uma conflagração do conflito.

Hoje, o diplomata americano deve se reunir no Cairo com o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, cujo país desempenhou um papel fundamental no acordo sobre uma trégua de uma semana no final de novembro.

A guerra também chega, nesta quinta-feira, à Corte Internacional de Justiça (CIJ), onde Israel enfrentará uma ação da África do Sul por suposto "genocídio" em sua ofensiva contra Gaza, acusações que o presidente israelense, Isaac Herzog, chamou de "absurdas".

No pequeno território palestino, a aviação israelense multiplicou seus bombardeios contra o setor de Khan Yunis, a principal cidade do sul de Gaza e epicentro dos combates nas últimas semanas, segundo várias testemunhas.

O Hamas disse que os ataques israelenses na noite passada deixaram 62 mortos em toda a Faixa.

"Os combates se desenvolvem no subsolo, na superfície, em um território muito, muito complexo, ante um inimigo que preparou sua defesa durante um período muito longo e de uma forma muito organizada", declarou o chefe do Estado-Maior israelense, Herzi Halevi.

- Obstáculos "quase intransponíveis" -

As organizações internacionais alertam para uma catástrofe sanitária em Gaza, onde 85% da população foi deslocada e a ajuda humanitária chega muito devagar.

A distribuição de ajuda enfrenta obstáculos "quase intransponíveis", disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Em Rafah, cidade no extremo-sul da Faixa de Gaza onde centenas de milhares de palestinos se refugiaram, um médico aposentado transformou sua loja em uma sala de primeiros socorros para atender os feridos.

"À noite, às vezes ficamos até as onze, ou depois da meia-noite, quando tudo está fechado e é impossível entrar no carro, ou ir ao hospital. Cuidamos dos feridos e depois eles podem ir para o hospital", disse Zaki Shaheen à AFP.

A guerra eclodiu em 7 de outubro com o ataque sem precedentes do Hamas em solo israelense que deixou cerca de 1.140 mortos, a maioria civis, segundo balanço da AFP baseada nos números das autoridades israelenses.

Israel prometeu aniquilar o movimento palestino, considerado um grupo terrorista por Israel, UE e Estados Unidos, e lançou uma operação militar contra Gaza que deixou pelo menos 23.357 mortos, a maioria mulheres e menores, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

- Ataques no Mar Vermelho -

Apesar dos inúmeros esforços diplomáticos para pôr fim às hostilidades, a guerra entrou em seu quarto mês, entre temores de uma conflagração em uma região onde o Hamas conta com vários no Líbano, na Síria, no Iraque e no Iêmen.

No norte de Israel, as trocas de disparos com o movimento libanês Hezbollah têm sido quase diárias desde o início da guerra e se intensificaram depois de um ataque atribuído a Israel ter matado o número dois do Hamas em Beirute, em 2 de janeiro.

As hostilidades também aumentam no Mar Vermelho, onde forças britânicas e americanas abateram, na terça-feira, 18 drones e três mísseis lançados pelos rebeldes huthis do Iêmen, aliados do Irã e do Hamas.

Os inúmeros ataques dos huthis nessa importante rota comercial marítima fizeram o tráfego de navios porta-contêineres cair 70%, disse à AFP Ami Daniel, fundador e líder do Windward, um grupo de assessoria sobre transporte marítimo.

Nesse contexto, Blinken faz uma viagem por diferentes países da região que o levou a se reunir com líderes israelenses e com o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmud Abbas. A AP perdeu o controle da Faixa de Gaza para o Hamas em 2007 e agora exerce apenas um poder limitado na Cisjordânia ocupada.

Os Estados Unidos querem ver reformas nessa entidade para que ela possa assumir um papel de liderança no futuro de Gaza após a guerra.

Na reunião de quarta-feira (10), Abbas e Blinken discutiram "a importância da reforma da Autoridade Palestina (…) para que esta possa assumir, de forma eficaz, a responsabilidade de Gaza", disse o diplomata americano, que reiterou seu apoio à criação de um Estado palestino.

Depois de quase uma semana no Oriente Médio, Blinken disse que seus interlocutores transmitiram-lhe a necessidade de se "evitar" a propagação da guerra e de se "desenvolver uma melhor maneira de avançar para a região e, em particular, para israelenses e palestinos".

O governo Luiz Inácio Lula da Silva decidiu nesta quarta-feira, dia 10, subscrever a denúncia por genocídio contra o Estado de Israel, na Corte Internacional de Justiça, em Haia. Mais cedo, o presidente recebeu no Palácio do Planalto a visita do embaixador palestino em Brasília, Ibrahim Alzeben, que pediu o apoio brasileiro na corte internacional. A decisão é mais um gesto diplomático duro de repúdio do governo Lula a Israel e foi criticada pela comunidade judaica brasileira. O caso começará a ser julgado nesta quinta-feira, 11.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou o apoio brasileiro ao que chamou de ação "cínica e perversa, que visa impedir Israel de se defender dos seus inimigos genocidas". A nota afirma que a decisão "diverge da posição de equilíbrio e moderação da política externa brasileira". O texto segue dizendo que a África do Sul "inverte a realidade" e lembra que o conflitou foi desencadeado pelo ataque do Hamas.

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Já a nota divulgada pelo Itamaraty afirma que "à luz das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, o presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio".

Lula já tinha dado diversas declarações controversas a respeito da resposta militar de Israel, o que provocou desgaste diplomático. O presidente já vinha usando a palavra "genocídio" para descrever a guerra em Gaza e chegou a comparar os ataques do Hamas às incursões e bombardeios promovidos pelas Forças de Defesa de Israel. Ao receber o primeiro grupo de brasileiros repatriados de Gaza, Lula acusou Israel de também praticar "terrorismo".

As declarações de Lula estremeceram a relação do governo com a comunidade judaica. Entidades como a Conib, o Instituto Brasil Israel e a ONG StandWithUs Brasil criticaram no ano passado as posições do petista sobre o conflito.

Após o encontro, o embaixador relatou o pedido a Lula, mas disse que o presidente não manifestara uma decisão durante a audiência. A denúncia sul-africana, protocolada em dezembro, já recebeu apoio de países como a Bolívia. Também participaram o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor especial Celso Amorim.

Segundo o embaixador, que se disse "muito satisfeito", os palestinos pediram também ajuda humanitária imediata a Gaza e Cisjordânia, e ainda solicitaram a defesa de um cessar-fogo.

"Solicitamos sim o apoio do Brasil a esta iniciativa da África do Sul que tem como objetivo por fim ao genocídio contra o povo Palestino e libertar tanto Israel deste episódio quanto a população palestina. Eles estão estudando. O Brasil está representando com o juiz Nemer Caldeira (Leonardo Nemer Caldeira Brant), que está lá (na Corte). A posição do Brasil está clara: condenar qualquer tipo de genocídio contra qualquer ser humano. A pior gestão é a que não se faz. Nós fazemos e apoiamos essa iniciativa. Nós somos quem paga o maior preço. O genocídio tem que parar de qualquer maneira, com apoio internacional. Chega. Já são 95 dias de genocídio, de bombardeio. A Faixa de Gaza ficou praticamente invivível", disse Alzeben.

Segundo o Palácio do Planalto, o presidente disse ao embaixador que o Brasil condenou os ataques terroristas do Hamas, em 7 de outubro do ano passado. "Reiterou, contudo, que tais atos não justificam o uso indiscriminado, recorrente e desproporcional de força por Israel contra civis", afirmou o governo.

Em nota, citando os números divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas e não podem ser verificados de maneira independente, o governo brasileiro diz que a guerra deixou mais de 23 mil mortos - 70% deles mulheres e crianças - e que há 7 mil pessoas desaparecidas. "Mais de 80% da população foi objeto de transferência forçada e os sistemas de saúde, de fornecimento de água, energia e alimentos estão colapsados, o que caracteriza punição coletiva", disse o Ministério das Relações Exteriores.

O Itamaraty voltou a dizer que o Brasil apoia a solução de dois Estados "com um Estado Palestino economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital".

Entenda a Corte Internacional de Justiça

A Corte foi criada junto com a ONU, em 1945, e é tida como corpo judicial das Nações Unidas. Trata-se de uma instituição independente, que interpreta o direito internacional e arbitra os contenciosos entre países. Por ser sediada em Haia, na Holanda, é confundida com frequência com o Tribunal Penal Internacional (TPI), conhecido também como Tribunal de Haia. Esse último, no entanto, tem atribuição de processar pessoas e não Estados.

As audiências marcadas para quinta e sexta-feira vão discutir, no primeiro momento, o pedido por uma ordem emergencial para que Tel-Aviv interrompa os ataques que, segundo as alegações de Pretória, violam a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, de 1948.

Não há prazo para o veredito, mas a expectativa é que uma decisão temporária seja anunciada em breve. Só depois, os 15 juízes que compõem o tribunal vão analisar o mérito da acusação de genocídio, julgamento que costumar durar, em média, de cinco a dez anos.

Na ação de 84 páginas, a África do Sul - que tem uma posição de defesa dos palestinos - destaca o elevado número vítimas civis, em especial crianças, e o deslocamento forçado de palestinos na Faixa de Gaza. Segundo a alegação, a "intenção genocida" seria reforçada por declarações de integrantes do alto escalão do governo, inclusive o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.

Israel nega categoricamente. "Não há nada mais atroz e absurdo do que esta afirmação", contestou o presidente Isaac Herzog. "Na verdade, os nossos inimigos, o Hamas, na sua carta, apelam à destruição e aniquilação do Estado de Israel, o único Estado-nação do povo judeu", completou.

Wissam al-Tawil, uma das mais importantes autoridades militares do Hezbollah, morreu nesta segunda-feira (8) em um ataque de Israel no sul do Líbano. Tawil estava dentro de um SUV Honda, durante um bombardeio que matou outras seis pessoas na aldeia de Kherbet Selm, a cinco quilômetros da fronteira.

O líder militar desempenhava um papel importante na direção das operações militares no sul do Líbano e era comandante das Forças Radwan, de elite do Hezbollah. Os militares israelenses não comentaram o ataque, que ocorre em meio a alertas dos EUA e da Europa sobre o risco de a guerra em Gaza se espalhar para outros países do Oriente Médio.

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O risco aumentou ainda mais depois da morte do número dois do Hamas, Saleh al Arouri, durante um ataque com drone de Israel no subúrbio de Beirute, na semana passada. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, prometeu vingança e disse que o norte de Israel seria a primeira região a sentir o impacto da morte de Arouri.

No domingo, o Exército de Israel atingiu posições do Hezbollah no Líbano e estava pronto para atacar mais alvos do grupo xiita. Segundo o contra-almirante Daniel Hagari, os militares israelenses estão focados em destruir as Forças Radwan, que pretendem se infiltrar em Israel pela fronteira norte.

Realidade

O chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, o general Herzl Halevi, disse que manterá a pressão sobre o Hezbollah. Se esses esforços fracassassem, segundo ele, Israel está pronto para travar "outra guerra". "Vamos criar uma realidade completamente diferente, ou teremos uma outra guerra", afirmou Halevi.

Israel e Hezbollah parecem ter entrado em uma espiral de violência. Os ataques de domingo foram uma retaliação aos disparos do Hezbollah que danificaram uma base militar israelense no sábado. O grupo xiita libanês, apoiado pelo Irã, é um aliado do Hamas e vem realizando ataques de pequena escala na fronteira norte de Israel desde o início da guerra em Gaza, há três meses.

Nos últimos dias, o grupo intensificou os ataques a Israel em virtude da morte de Arouri em Beirute. O lançamento de foguetes contra a base israelense, a Unidade de Controle Aéreo do Norte, no Monte Meron, causou estragos significativos, segundo relatos da mídia israelense, mas ela ainda está operando "e foi reforçada com sistemas adicionais", segundo Hagari.

O risco é que a guerra em Gaza atraia para o conflito grupos aliados do Irã, como o Hezbollah, a milícia houthi, no Iêmen, e as facções xiitas que operam no Iraque, além do governo alauita da Síria, também aliado de Teerã.

Há algumas semanas, os houthis iniciaram uma campanha contra navios no Mar Vermelho e lançaram mísseis contra Israel. Os EUA atingiram alvos no Iraque, enquanto Israel vem realizando assassinatos direcionados na Síria e no Líbano.

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está no Oriente Médio para reduzir o risco de uma guerra expandida. Nos últimos dias, ele se reuniu com líderes de Turquia, Jordânia e Catar - e deve se encontrar ainda com diplomatas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes.

Queda de braço

Ontem, Blinken disse que os palestinos "não deveriam ser pressionados a deixar Gaza". "Os civis devem voltar para casa assim que as condições permitirem", disse o secretário de Estado, no Catar. "Eles não podem e não devem ser pressionados a deixar Gaza."

A declaração é uma resposta a alguns ministros israelenses que recentemente se manifestaram em favor de "incentivar" os palestinos a saírem da Faixa de Gaza para que Israel possa restabelecer os assentamentos no enclave, embora essa não seja a política oficial do governo do premiê, Binyamin Netanyahu. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram neste domingo (7) que concluiu as operações no norte da Faixa de Gaza ao desmantelar a infraestrutura militar do grupo terrorista Hamas. Segundo o porta-voz das FDI, Daniel Hagari, o foco da operação militar será "construir sobre o que foi alcançado" na região e se concentrar nas áreas central e sul do enclave. Uma guerra contra o Hezbollah, na fronteira com o Líbano, também está no radar israelense.

O fim das operações no norte de Gaza foi anunciado nas vésperas da visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a Israel. Blinken e outras autoridades do governo Joe Biden pressionam o país a reduzir a campanha aérea e terrestre na Faixa de Gaza e optar por ataques mais direcionados aos líderes do Hamas, com o objetivo de reduzir danos aos civis palestinos.

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O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, ressaltou ontem que o fim das operações no norte não significa que a guerra está terminada. Ele diz que o Hamas ainda não foi destruído e nem todos os reféns, resgatados. Há semanas, Israel concentra as operações no sul de Gaza, onde a maioria dos 2,3 milhões de palestinos se encontram.

Mortes no sul

Na cidade de Rafah, no sul, dois jornalistas foram mortos ontem em um ataque aéreo. Dentre as vítimas, está Hamza Dahdouh, filho mais velho de Wael Dahdouh, principal correspondente da emissora Al Jazeera em Gaza, segundo informou o canal e os médicos locais.

Dahdouh já havia perdido outros quatro parentes - sua esposa, dois filhos e um neto - em um ataque em 26 de outubro, e ele próprio foi ferido em outro ataque israelense no mês passado, que matou um colega. "O mundo está cego para o que está acontecendo na Faixa de Gaza", disse.

Em Khan Younis, pelo menos sete pessoas que estavam abrigadas em uma casa morreram após o local ser bombardeado. Autoridades do hospital Nasser, na cidade, também receberam os corpos de 18 pessoas, incluindo 12 crianças, mortos em outro ataque.

Hezbollah

Enquanto os ataques continuam no sul de Gaza, as preocupações na fronteira de Israel e do Líbano continuam devido aos combates entre os militares israelenses e os militantes do Hezbollah. Em conversa com autoridades americanas que estão na região para evitar uma escalada no conflito, as autoridades de Israel deixaram claro que podem lançar uma grande operação militar no país vizinho. "Preferimos o caminho de um acordo diplomático, mas estamos nos aproximando do ponto em que a ampulheta vai virar", disse o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, no dia 5.

Os americanos estão preocupados de que uma ofensiva no Líbano seja usada por Netanyahu para se manter no poder, em meio às críticas internas sobre o fracasso do governo em impedir o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro. Caso o conflito com o Hezbollah aumente, uma avaliação da espionagem americana indica que seria difícil para as FDI serem bem-sucedidas devido a ativos e recursos militares empregados na Faixa de Gaza.

Segundo as autoridades americanas, o Hezbollah não têm interesse em uma guerra na região. Em um discurso no dia 5, o líder do grupo, Hasan Nasrallah, prometeu uma resposta à ação de Israel que matou um líder do Hamas em Beirute, capital libanesa, mas deu a entender que estaria aberto a negociações.

Os EUA afirmam que uma escalada no Líbano poderia atrair o Irã, que apoia tanto o Hezbollah quanto o Hamas, e forçar os Estados Unidos a responder militarmente em nome de Israel. As autoridades temem que um conflito desse tipo supere o derramamento de sangue da guerra entre Israel e Líbano em 2006, que afetou mais de 500 mil pessoas, devido ao arsenal maior de armas de precisão e de longo alcance do Hezbollah. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Saúde do Hamas anunciou neste domingo (7) que dois jornalistas palestinos morreram em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza.

Mustafa Thuria, cinegrafista independente que trabalhava para a AFP, e Hamza Wael Dahdouh, repórter da rede de TV Al-Jazeera, morreram quando viajavam em um veículo, informou o ministério, que condenou o "crime hediondo cometido pelo exército de ocupação israelense".

Em comunicado, a rede Al-Jazeera também condenou "energicamente o ataque realizado nesta manhã pelas forças de ocupação israelenses contra o veículo de jornalistas palestinos", após filmar o bombardeio a uma casa localizada em Rafah, sul de Gaza.

A AFP solicitou uma reação do Exército israelense e os militares responderam pedindo as "coordenadas" geográficas do local do ataque.

O pai de Hamza, Wael al Dahdouh, editor-chefe do escritório da Al Jazeera na Faixa de Gaza, havia perdido sua esposa e outros dois filhos em um ataque israelense nas primeiras semanas da guerra.

"Espero que o sangue do meu filho Hamza seja o último derramado pelos jornalistas e pelo povo da Faixa de Gaza", acrescentou Dahdouh, que foi visto em prantos enquanto abraçava o corpo de seu filho no hospital.

Thuria, de cerca de 30 anos, trabalhava como freelancer para a AFP desde 2019 e também colaborava com outros veículos de comunicação, incluindo AP, Reuters, Al-Jazeera e CNN, segundo colegas da AFP.

Phil Chetwynd, diretor de Informação da AFP, declarou que a agência estava "comovida" com a morte de Mustafa. "Condenamos energicamente todos os ataques contra jornalistas exercendo seu trabalho, e é essencial que tenhamos uma explicação clara sobre o que aconteceu."

"Aparentemente, um ataque israelense atingiu seu veículo. Definitivamente é um massacre sem fim", condenou o diretor-geral da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF), Christophe Deloire.

A guerra entre Israel e o Hamas eclodiu em 7 de outubro, após um ataque de combatentes do movimento islamista palestino em território israelense que deixou cerca de 1.140 mortos, segundo um registro da AFP baseado em números das autoridades israelenses.

A ofensiva que Israel lançou em Gaza em retaliação deixou até agora pelo menos 22.835 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

Entre 7 de outubro e 31 de dezembro, pelo menos 77 jornalistas e trabalhadores da imprensa morreram - 70 palestinos, quatro israelenses e três libaneses -, de acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, sediado em Nova York.

A guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas entrou no seu quarto mês neste domingo (7) sem mostrar quaisquer sinais de trégua, com novos bombardeios israelenses em Gaza e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em viagem ao Oriente Médio para tentar evitar uma conflagração regional.

Israel prometeu destruir o Hamas após o ataque de 7 de outubro, que deixou cerca de 1.140 mortos em território israelense, segundo uma contagem da AFP baseada em números israelenses.

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Além disso, cerca de 132 reféns dos 250 sequestrados pelo Hamas, grupo classificado pela União Europeia e pelos Estados Unidos como "terrorista", permanecem cativos no território palestino.

A ofensiva que Israel lançou em Gaza em retaliação deixou até agora pelo menos 22.835 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, no poder no enclave palestino.

Os bombardeios israelenses deixaram bairros inteiros de Gaza em ruínas, forçaram 85% dos habitantes de Gaza a abandonar as suas casas e causaram uma grave crise humanitária, segundo a ONU.

O Exército israelense realizou ataques aéreos durante toda a noite de sábado, incluindo pelo menos seis na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, segundo um correspondente da AFP. Pelo menos 64 pessoas morreram nestes ataques, segundo o Ministro da Saúde do Hamas.

Na manhã deste domingo, testemunhas relataram bombardeios em Khan Yunis, também no sul do território e novo epicentro dos combates.

O Ministério da Saúde do Hamas afirmou ainda que dois jornalistas palestinos, Mustafa Thuria, um cinegrafista freelancer que trabalhava para a agência AFP, e Hamza Wael Dahdouh, um repórter do canal Al Jazeera, morreram em um bombardeio israelense enquanto viajavam em um veículo.

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou neste domingo que evacuou o seu pessoal de um hospital no centro de Gaza.

"A situação tornou-se tão perigosa que alguns membros da nossa equipe que vivem no bairro já não conseguiam sequer sair de casa devido às constantes ameaças de drones e francoatiradores", disse Carolina Lopez, membro da ONG.

Na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967, seis palestinos morreram em Jenin em um ataque de tropas israelenses. Dois israelenses também foram mortos – um policial e um civil.

- Manifestação contra Netanyahu -

Na véspera, o Exército israelense anunciou que "concluiu o desmantelamento da estrutura militar do Hamas no norte" de Gaza e que a partir de agora se concentrará "no centro e no sul" do enclave.

O Hamas assumiu o poder em Gaza em 2007, dois anos após a retirada unilateral de Israel deste território. Posteriormente, Israel colocou o estreito território sob bloqueio durante 16 anos, antes de impor um cerco total desde 9 de outubro.

Apesar da pressão internacional e dos apelos a um cessar-fogo, Israel permanece inflexível.

"A guerra não terminará até que tenhamos alcançado (os nossos objetivos, ndr)", que são "a eliminação do Hamas", o retorno dos reféns e que "Gaza não seja mais uma ameaça para Israel", declarou no sábado o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Mas em Israel nem todos apoiam esta linha. À noite, manifestantes saíram às ruas de Tel Aviv para exigir a renúncia do governo e eleições antecipadas. "Estamos fartos!", disse Shachaf Netzer, 54 anos, à AFP.

"Precisamos de novas eleições. Precisamos de um novo governo. Precisamos de um novo líder", afirmou.

- Blinken no Oriente Médio -

Neste contexto, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, cujo país é o principal aliado de Israel, realiza uma nova viagem pela região.

Neste domingo, encontrou-se com o rei Abdullah II da Jordânia, que, segundo um comunicado do Palácio, apelou aos Estados Unidos que pressionem Israel para um "cessar-fogo imediato" em Gaza, alertando para "repercussões catastróficas" se as hostilidades continuarem.

Blinken afirmou que era "imperativo maximizar a ajuda humanitária a Gaza". Ele também pediu para evitar uma conflagração regional e trabalhar para uma paz "duradoura" e "avançar para a criação de um Estado palestino".

Há receios de contágio regional devido aos disparos quase diários entre o Hezbollah libanês, um aliado do Hamas, e as forças israelenses na fronteira israelense-libanesa.

Além disso, na Síria e no Iraque, os ataques a bases militares dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, dispararam nas últimas semanas. Enquanto estavam no Iêmen, os rebeldes houthis apoiados pelo Irã multiplicaram os seus ataques a navios no mar Vermelho em "apoio" aos palestinos em Gaza.

Depois da Jordânia, Blinken viajará para o Catar, que mediou a trégua do final de novembro. Ele terminará o dia em Abu Dhabi, antes de seguir na segunda-feira para a Arábia Saudita e Israel, onde antecipou negociações que "não (serão) fáceis".

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota, na noite dessa sexta-feira (5), em que critica as recentes declarações de autoridades de Israel defendendo a emigração dos palestinos da Faixa de Gaza. O Itamaraty considerou que essa posição viola o direito internacional e prejudica a possibilidade de paz. Isso porque dois ministros de Israel defenderam, nos últimos dias, o deslocamento da população de Gaza para outros países.

“O governo brasileiro tomou conhecimento, com preocupação, de recentes declarações de autoridades do governo de Israel que desejam promover a emigração da população palestina da Faixa de Gaza para outros países, assim como o restabelecimento de assentamentos israelenses naquele território”, informou o Itamaraty.

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Ainda segundo o governo brasileiro, “ao proporem medidas que constituem violações do Direito Internacional, declarações dessa gravidade aprofundam tensões e prejudicam as perspectivas de alcançar a paz na região”. O direito internacional proíbe o deslocamento forçado de populações e a aquisição de territórios por meio da guerra.

No dia 31 de dezembro, em entrevista a uma rádio de Israel, o ministro das Finanças do país, Bezalel Smotrich, defendeu a emigração dos palestinos de Gaza. Segundo ele, “se houver 100 mil ou 200 mil árabes em Gaza e não 2 milhões de árabes, toda a discussão no dia seguinte será totalmente diferente”.

O ministro israelense completou que, somente assim, Israel poderia “fazer o deserto florescer, isso não acontece às custas de ninguém”, segundo noticiou a agência Reuters. Essa mesma posição foi defendida pelo ministro da Segurança de Israel, Itamar Bem-Gvir.

Além do Brasil, a União Europeia, países árabes, a Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos (EUA) criticaram as declarações do ministro israelense. Segundo o Departamento de Estado norte-americano, a fala seria “inflamatória e irresponsável”.

“Temos sido claros, consistentes e inequívocos ao afirmar que Gaza é terra palestiniana e continuará a ser terra palestiniana, com o Hamas já não a controlar o seu futuro e sem grupos terroristas capazes de ameaçar Israel”, afirma o governo dos EUA.

De acordo com o Escritório de Direitos Humanos da ONU (Ocha), continuam os pesados bombardeios em Gaza, tanto no sul, quanto no norte e no centro do enclave palestino. Estima-se que 1,9 milhão de pessoas, ou seja, 85% da população de Gaza, tenham abandonado suas casas devido à guerra.

Além disso, mais de 1,1 milhão de crianças palestinas correm o risco de morrer por doenças evitáveis e falta de água e alimentos em Gaza, segundo denunciou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), nessa sexta-feira (5).

Desde o dia 7 de outubro, quando começaram as atuais hostilidades no Oriente Médio, 22,6 mil palestinos foram assassinados, sendo 70% de mulheres e crianças. Outros 57,9 mil palestinos estão feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Do lado israelense, morreram 1,2 mil pessoas no ataque do Hamas do dia 7 de outubro. Outros 173 soldados de Israel teriam morrido nos conflitos contra o Hamas em Gaza, além de 1.020 soldados feridos, segundo o Exército israelense.

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