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A trégua entre Israel e Hamas foi prorrogada nesta terça-feira (28) para permitir a libertação de mais reféns israelenses e detentos palestinos, assim como a entrada de ajuda adicional na Faixa de Gaza, onde a situação humanitária é considerada "catastrófica".

Em vigor desde a madrugada de sexta-feira (24), o acordo negociado pelo Catar, com apoio do Egito e dos Estados Unidos, permitiu até o momento a libertação de 50 reféns que estavam sob poder do Hamas na Faixa de Gaza e de 150 palestinos presos em Israel.

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Além disso, outros 19 reféns, em sua maioria trabalhadores estrangeiros em Israel, foram libertados pelo Hamas à margem do acordo que, a princípio, teria duração de quatro dias, até a madrugada desta terça-feira.

Poucas horas antes do fim do prazo, Estados Unidos e Catar anunciaram a extensão da trégua por mais dois dias, até a quinta-feira às 7H00 de Gaza (2H00 de Brasília). No prazo adicional devem ser libertados quase 20 reféns e 60 presos palestinos.

"As partes palestina e israelense alcançaram um acordo para prolongar a pausa humanitária em Gaza por mais dois dias", anunciou em um comunicado o porta-voz da diplomacia do Catar, Majed al Ansari.

A imprensa israelense informou que o governo do país já recebeu a lista com os nomes dos 10 reféns que o grupo islamista pretende liberar durante o dia, mas não revelou suas identidades.

Durante a noite de segunda-feira, 11 reféns israelenses foram libertados na Faixa de Gaza, incluindo seis de famílias argentinas: uma mãe e as duas filhas adolescentes e a mulher de um argentino que permanece sequestrado e suas duas filhas gêmeas de três anos.

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina, que identificou pelo menos 21 cidadãos desaparecidos ou sequestrados no ataque de 7 de outubro do Hamas, comemorou a libertação do grupo, mas pediu "a libertação imediata e incondicional de todos os reféns".

- "Alegria indescritível" -

Pouco depois, Israel libertou 33 palestinos de suas prisões, incluindo Mohamed Abu al Humus, que abraçou a mãe ao retornar para casa em Jerusalém Oriental.

"Não posso descrever o que sinto. É uma alegria indescritível", declarou aos correspondentes da AFP.

Em Beitunia, na Cisjordânia ocupada, a recepção aos presos liberados terminou em confrontos com as forças de segurança de Israel. Um jovem palestino morreu ao ser atingido por tiros, informou o Ministério da Saúde palestino.

Antes da extensão da trégua, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aprovou a inclusão de "50 prisioneiros" na lista de pessoas que podem ser liberadas, entre elas Ahed Tamimi, uma jovem que virou símbolo da causa palestina.

Os mediadores trabalham para prolongar a trégua além das 48 horas adicionais. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, viajará no fim de semana para Israel e Cisjordânia ocupada para reuniões com Netanyahu e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.

Apesar da pressão da sociedade civil para conseguir o retorno de mais reféns, tanto o Exército como o governo de Israel reiteraram nos últimos dias que pretendem retomar os combates para "eliminar" o Hamas.

O governo de Netanyahu solicitou ao Parlamento um orçamento "de guerra" de 30,3 bilhões de shekels (8 bilhões de dólares, 39 bilhões de reais).

Israel iniciou a ofensiva contra a Faixa de Gaza após o ataque do Hamas em 7 de outubro, quando 1.200 pessoas foram assassinadas por combatentes islamistas e outras 240 foram sequestradas, segundo as autoridades israelenses. Entre os mortos estão mais de 300 militares ou integrantes das forças de segurança.

Em Gaza, alvo de bombardeios incessantes e de uma ofensiva terrestre desde 27 de outubro, a operação israelense deixou 14.854 mortos, incluindo 6.150 menores de idade, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.

- "Catastrófica" -

A extensão da trégua deve permitir a entrada de mais caminhões com ajuda para a Faixa de Gaza, cercada e devastada por sete semanas de ofensiva israelense.

"A situação humanitária em Gaza continua sendo catastrófica e o território precisa da entrada urgente de ajuda adicional de forma fluida, previsível e contínua para aliviar o sofrimento insuportável dos palestinos em Gaza", afirmou o emissário da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland.

Mais de metade das residências do território foi danificada ou destruída pela guerra, que provocou o deslocamento de 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes, segundo a ONU.

A trégua ofereceu um alívio aos moradores de Gaza, mas a situação humanitária continua "perigosa" e as necessidades "sem precedentes", afirmou a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA).

"Sofremos porque não temos comida, água, não nos trazem nenhuma ajuda", lamentou Fouad Hara, um palestino pai de cinco filhos, deslocado pelos combates na Cidade de Gaza para o sul do território.

O russo-israelense Roni Krivoi, de 25 anos, que foi libertado pelo grupo terrorista Hamas de seu cativeiro na Faixa de Gaza no domingo, 26, ficou quatro dias foragido no enclave palestino, até ser novamente capturado pelos terroristas, segundo o relato de sua tia, Elena Magid, ao canal israelense Kan.

Segundo Magid, seu sobrinho estava em um prédio na Faixa de Gaza que acabou desabando por conta de um bombardeio das Forças de Defesa de Israel e conseguiu escapar dos terroristas do Hamas. "Ele conseguiu escapar e se escondeu sozinho por vários dias. No final, os habitantes de Gaza capturaram ele e o devolveram para o Hamas", apontou a tia de Krivoi.

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Krivoi foi libertado como um aceno do grupo terrorista ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. Segundo Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, a liberação dele foi resultado de uma negociação direta entre o Hamas e o governo russo, em um acordo diferente do firmado entre o grupo terrorista e Israel, que foi mediado por Estados Unidos e Catar.

A família de Krivoi é de origem russa e todos possuem cidadania, mas Krivoi nasceu em Israel. O país do Oriente Médio possui mais de 1 milhão de habitantes de origem russa, composta principalmente por judeus que emigraram após o fim da União Soviética.

O jovem trabalhava como técnico de som na rave brasileira Supernova, no dia 7 de outubro, quando os terroristas do Hamas atacaram a festa e mataram 260 pessoas, incluindo três brasileiros. Krivoi foi o primeiro homem com cidadania israelense a ser libertado pelo Hamas.

Krivoi foi liberado junto com outros 13 reféns israelenses e três sequestrados tailandeses, que foram libertados por conta de um acordo entre o governo da Tailândia e o Hamas.

Israel libertou neste domingo, 26, mais 39 prisioneiros palestinos em cumprimento ao acordo com o Hamas. Pouco antes, o grupo terrorista islâmico libertou 17 reféns, sendo 14 israelitas e três tailandeses. Foi o terceiro dia consecutivo de troca de reféns por prisioneiros em paralelo a um cessar-fogo temporário.

"Todos os prisioneiros foram libertados da prisão de Ofer e do centro de detenção de Jerusalém, exceto um prisioneiro de Gaza que foi libertado na passagem de Kerem Shalom", afirmou o serviço penitenciário israelense em comunicado.

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O Ministério das Relações Exteriores do Catar, que acompanha o processo, detalhou que os 39 palestinos libertados por Israel são menores de idade. "Todos os libertos das prisões israelenses são menores de idade", disse o porta-voz da pasta, Majed Al Ansari, na rede social X (ex-Twitter).

O Hamas anunciou a morte do responsável pelo norte de Gaza e membro do seu principal conselho militar, Ahmed al-Ghandour. Ele é o comandante de escalão mais alto conhecido por ter sido morto nos combates.

Al-Ghandour, que se acredita ter cerca de 56 anos, sobreviveu a pelo menos três atentados israelenses contra sua vida e esteve envolvido em um ataque transfronteiriço em 2006, no qual militantes palestinos capturaram um soldado israelense, de acordo com o Projeto Contra-Extremismo, grupo com sede em Washington.

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O Hamas disse que ele foi morto junto com três outros integrantes importantes do grupo, incluindo Ayman Siam, que Israel diz estar encarregado da unidade de lançamento de foguetes do Hamas. Os militares israelenses mencionaram ambos os homens em uma declaração de 16 de Novembro, dizendo que tinham como alvo um complexo subterrâneo onde os líderes do Hamas estavam escondidos.

Eles também afirmam ter matado milhares de militantes do Hamas, sem fornecer provas, incluindo vários comandantes de patente média identificados pelo nome.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que entre os reféns libertados neste domingo, 26, pelo grupo Hamas está a menina norte-americana Abigail Edan, de quatro anos, cujo os pais morreram no ataque do dia 7 de outubro, quando o conflito teve início. "Ela está livre e em Israel", disse.

Ao todo, nove crianças com 17 anos ou menos estavam na lista, segundo o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Os reféns tinham idades entre 4 e 84 anos.

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Uma nova libertação de reféns sequestrados pelo Hamas em troca de prisioneiros palestinos está prevista para este domingo (26), no terceiro dia de uma trégua temporária entre Israel e o movimento islamista palestino, que permite fornecer mais ajuda humanitária aos habitantes da Faixa de Gaza.

As libertações de sábado foram adiadas por várias horas depois de o Hamas ter acusado Israel de não respeitar os termos do acordo alcançado na quarta-feira graças à mediação de Catar, Estados Unidos e Egito, um sinal que mostra a fragilidade da trégua.

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Enquanto isso, centenas de caminhões com ajuda humanitária continuam entrando na Faixa de Gaza, sitiada durante sete semanas de guerra desencadeada pelo ataque sangrento do Hamas em Israel, em 7 de outubro.

No total, o movimento islamista entregou 41 reféns israelenses e estrangeiros ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na sexta e no sábado, e Israel libertou 78 prisioneiros palestinos.

O acordo prevê quatro dias de trégua que deverá permitir a libertação de 50 reféns e 150 prisioneiros palestinos.

O governo israelense disse ter uma lista de reféns que serão libertados neste domingo, mas não revelou suas identidades, quantidade ou hora.

- "Guerra psicológica" -

O porta-voz do Exército israelense, Doron Spielman, declarou que o Hamas emprega uma "tática protelatória" na "guerra psicológica" após a libertação atrasada de 17 reféns no sábado.

Um vídeo divulgado pelas brigadas Ezzedine al-Qassam, o braço armado do movimento islamista, mostra 13 reféns israelenses e quatro tailandeses embarcando em veículos do CICV pouco antes da meia-noite. Todos chegaram pouco depois a Israel através do Egito.

Entre os reféns libertados está Maya Regev, de 21 anos, sequestrada junto com seu irmão, de 18, enquanto tentava fugir do festival de música Tribe of Nova, onde o Hamas matou 364 pessoas em seu ataque na madrugada de 7 de outubro.

"Estou muito feliz que Maya esteja prestes a se juntar a nós. No entanto, estou com o coração partido porque meu filho Itay ainda é prisioneiro do Hamas em Gaza", disse sua mãe, Mirit, segundo o Fórum de Famílias de Reféns.

Em Tel Aviv, dezenas de milhares de manifestantes reuniram-se no sábado à tarde para pedir a libertação total dos reféns.

Em 7 de outubro, milicianos do Hamas mataram 1.200 pessoas e sequestraram cerca de 240, segundo as autoridades israelenses, no pior ataque em solo israelense na história do país.

Em resposta, Israel bombardeou incansavelmente o pequeno território. O grupo islamista, que governa Gaza desde 2007, afirma que 14.854 pessoas morreram até agora pela ofensiva israelense, incluindo 6.150 crianças.

- "Palestina está ferida" -

Na noite de sábado, Israel anunciou a libertação de um segundo grupo de 39 prisioneiros palestinos, todos mulheres e menores de 19 anos.

Na Cisjordânia ocupada, comboios de veículos com bandeiras de movimentos palestinos liderados pelo Hamas desfilaram pelas ruas enquanto escoltavam um ônibus do CICV que transportava prisioneiros libertados.

Em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel, as celebrações foram mais discretas. Membros das forças de segurança israelenses, armados e com capacetes, cercaram em grande número a casa de Israa Jaabis, de 39 anos, a prisioneira mais conhecida da lista.

Jaabis foi condenada a 11 anos de prisão por detonar um recipiente de gás que carregava no porta-malas de seu veículo durante uma 'blitz' em 2015, e feriu um policial.

A sua foto com dedos atrofiados e rosto parcialmente queimado em um tribunal israelense é frequentemente usada para mostrar o sofrimento dos prisioneiros palestinos.

"Tenho vergonha de falar de alegria quando toda a Palestina está ferida", disse Jaabis aos repórteres ao lado de seu filho Moatassem, de 13 anos. "Devem libertar todos eles", afirmou.

O chefe do Estado-Maior do Exército israelense, general Herzi Halevi, alertou que a guerra não acabou. "Começaremos a atacar Gaza novamente assim que a trégua terminar", prometeu.

O braço armado do Hamas confirmou a morte do comandante da sua brigada do norte de Gaza, Ahmed al-Ghandour, e de três outros altos funcionários, incluindo Ayman Siyyam, apresentado como chefe das unidades de lançamento de foguetes, na ofensiva israelense.

- Ajuda humanitária -

O acordo inclui também a entrada de ajuda humanitária e combustível em Gaza, sitiada por Israel desde 9 de outubro.

Um total de 248 caminhões carregados com ajuda humanitária entraram no sábado na Faixa de Gaza, 61 deles transportavam água, alimentos e material médico para o norte do território, segundo a ONU.

O Exército considera o terço norte da Faixa de Gaza, onde está localizada a cidade de Gaza, uma zona de combate que abriga o centro de infraestruturas do Hamas, e ordenou que a população deixasse aquela área e a impede de retornar.

Apesar do aviso, milhares de deslocados em Gaza aproveitaram a pausa nos combates para tentar voltar às suas casas no norte.

"Não temos armas. Somos civis', disse Mahmud Masood entre os escombros de Jabaliya, no norte do território. "Por que eles destruíram nossas casas?", questiona.

Segundo a ONU, metade das casas de Gaza foi danificada ou destruída e 1,7 milhão de pessoas – entre 2,4 milhões de habitantes – foram deslocadas.

Na Cisjordânia ocupada, oito palestinos morreram nas últimas 24 horas em vários incidentes com o Exército israelense, segundo o Ministério da Saúde palestino.

Após um primeiro dia bem-sucedido no cessar-fogo e troca de prisioneiros entre Israel e o grupo terrorista Hamas, na sexta-feira, o atraso na libertação do segundo grupo ontem expôs a fragilidade da trégua alcançada entre eles na guerra que já dura mais de sete semanas. Ontem, depois de sete horas de atraso, o Hamas entregou o segundo grupo de reféns composto por 13 israelenses - 8 crianças e 5 mulheres - e 4 tailandeses. Em troca, Israel libertou 39 prisioneiros palestinos, conforme o negociado.

No início do dia, o atraso na libertação levantou temores de que a trégua pudesse entrar em colapso total. O Hamas disse inicialmente que iria adiar o acordo, culpando Israel por não ter cumprido partes importantes da negociação envolvendo entrega de ajuda humanitária. Os militares israelenses negaram veementemente a acusação e ameaçaram retomar os bombardeios se os reféns não fossem soltos. Os termos do acordo entre os dois não foram detalhados, o que dificulta a verificação das afirmações do grupo terrorista.

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Já à noite, o Catar, que ajudou a mediar o acordo ao lado do Egito, informou que os lados tinham conseguido superar obstáculos não especificados que dificultavam sua implementação. O presidente americano, Joe Biden, chegou a conversar diretamente com o emir e com o primeiro-ministro do Catar sobre possíveis atrasos e mecanismos para resolvê-los, disse Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.

Assim como no primeiro dia, o novo grupo de reféns foi entregue à organização humanitária Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Gaza, que o levou em seus veículos para o Egito. De lá, os recém-libertados foram levados para Israel e encaminhados para hospitais. Pelo combinado, deverá haver nova troca de prisioneiros hoje e amanhã.

Ao longo do dia tenso, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, reuniu-se com os altos responsáveis pela segurança do país. O porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, disse que os esforços para libertar os reféns avançavam, mas "nada era definitivo até que realmente acontecesse".

50 DIAS

A breve trégua - que entrou em vigor na manhã de sexta-feira - já é a pausa mais longa em um conflito de 50 dias que começou em 7 de outubro, quando um ataque do Hamas ao sul de Israel matou 1,2 mil pessoas - outras 240 foram sequestradas.

Como parte do acordo, o Hamas concordou em libertar durante quatro dias pelo menos 50 mulheres e crianças israelenses mantidas reféns em Gaza, enquanto Israel libertaria 150 mulheres e menores palestinos nas suas prisões, disseram autoridades de ambos os lados. Na sexta-feira, o Hamas libertou 13 reféns israelenses, enquanto Israel soltou 39 prisioneiros palestinos. Dez cidadãos tailandeses e um filipino - que trabalhavam nas fazendas do sul de Israel quando foram sequestrados - também foram soltos pelo grupo terrorista.

Ao anunciar o atraso de ontem, autoridades do Hamas acusaram Israel de não permitir que caminhões com ajuda suficiente chegassem ao norte de Gaza, onde estão concentrados os combates. Afirmaram ainda que Israel e não libertou prisioneiros palestinos segundo os termos do acordo.

Israel negou qualquer violação e deu a entender que o cessar-fogo de quatro dias terminaria mais cedo se o Hamas não libertasse o segundo grupo de reféns ainda ontem.

Apesar de não detalhado, o acordo entre ambos envolve também a entrega de mais ajuda a Gaza, onde a guerra causou grave escassez de combustível e alimentos para a população do enclave.

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PRCS) informou no fim do dia, ontem, ter recebido 187 caminhões do Crescente Vermelho egípcio, que foram despachados para a Cidade de Gaza e para o norte do território, no maior comboio de ajuda já recebido na região desde 7 de outubro.

RETORNO

Os primeiros 13 reféns israelenses libertados na sexta-feira começaram a reunir-se com as suas famílias, pondo fim a quase sete semanas de incerteza e medo sobre o seu destino em Gaza.

Ontem, em um vídeo divulgado pelo hospital infantil Schneider, Yoni Asher pode ser visto abraçando sua mulher, Doron, e suas duas filhas em uma cama de hospital. As três foram soltas na sexta-feira.

"Você estava com saudades de mim? Você pensou no papai?", perguntou Asher a suas filhas - Raz, de 4 anos, e Aviv, de 2. "O tempo todo", respondeu Doron. "Sonhei que íamos para casa", disse Raz. "Iremos para nossa casa em breve", respondeu o pai.

Em outro vídeo divulgado pelo hospital, Ohad Munder Zichri, de 9 anos, corre pelo corredor do hospital e cai nos braços do pai. Sua família também compartilhou imagens de Ohad - sequestrado junto com sua mãe, Keren, e com a avó Ruti - brincando no hospital.

O professor Gilat Livni, que supervisiona o tratamento das crianças reféns tratadas no Schneider, disse que as quatro crianças israelenses que retornaram na sexta-feira estavam "em geral, em boas condições", apesar do que passaram.

Para muitas famílias - mesmo para aquelas cujos parentes foram libertados -, a alegria se misturou com a tristeza pelos mais de 200 reféns que se acredita permanecem ainda em Gaza. Algumas famílias foram divididas, com mulheres e crianças libertadas, enquanto parentes do sexo masculino ficaram para trás - incluindo o avô de Ohad, Avraham.

"Estamos felizes, mas não estamos comemorando. Ainda há outros reféns em cativeiro", disse Roy Zichri, irmão de Ohad, em um comunicado. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vários reféns que haviam sido sequestrados em solo israelense por milicianos do Hamas e depois levados à Faixa de Gaza foram liberados nesta sexta-feira (24), após o acordo negociado com a mediação do Catar e poucas horas depois da entrada em vigor de uma trégua entre Israel e o movimento islamista palestino.

"Os 13 reféns israelenses estão agora com os serviços de segurança israelenses", disse à AFP uma fonte de segurança israelense, depois que duas fontes próximas ao Hamas indicaram que os presos foram entregues na Faixa de Gaza ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

Por sua vez, a Tailândia anunciou que o Hamas liberou 12 de seus cidadãos reféns, que se somam aos israelenses liberados, em um "gesto" consentido pelo movimento islamista.

A trégua entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza entrou em vigor na manhã desta sexta-feira e inicialmente havia sido anunciada a liberação de 13 reféns, no que significa o primeiro sinal de distensão após semanas de guerra.

O Catar, principal mediador do conflito ao lado dos EUA e Egito, conseguiu na quarta-feira um acordo para uma trégua - que pode ser prolongada - de quatro dias, acompanhada de uma troca de 50 reféns mantidos em Gaza por 150 presos palestinos detidos em Israel.

A entrada em vigor do pacto estava prevista inicialmente para quinta-feira, mas foi adiada para sexta-feira às 07h locais (05h GMT, 02h no horário de Brasília), anunciou o Catar.

Ao amanhecer milhares de pessoas que fugiram das regiões próximas à fronteira com o Egito se preparavam para voltar para suas casas, reunindo seus pertences em bolsas de plástico e caixas de papelão.

Entre eles, Omar Jibrin, um jovem de 16 anos, que minutos depois do início da trégua saiu de um hospital do sul do território onde havia se refugiado com oito parentes.

"Vou para casa", disse à AFP.

No céu, aviões israelenses haviam cessado os bombardeios, mas lançaram panfletos de advertência: "A guerra não acabou (…) Retornar ao norte é proibido e é muito perigoso".

No sul de Israel, quinze minutos após o início da trégua, as sirenes de alerta antiaéreo foram ativadas em várias localidades próximas à fronteira com Gaza, disse o Exército sem dar mais detalhes.

- "Incrivelmente difícil" -

O Hamas anunciou "uma paralisação total das atividades militares" por quatro dias, durante a qual 50 reféns serão liberados. Para cada um deles, "três presos palestinos" serão soltos, indicou.

Na manhã desta sexta, uma fonte de segurança egípcia disse à AFP que uma delegação de segurança de seu país estará em Jerusalém e Ramallah para garantir o "respeito à lista" de presos palestinos liberados.

Uma fonte dentro do Hamas disse à AFP que a entrega destes reféns será feita "secretamente, longe da imprensa".

Maayan Zin soube na quinta-feira que suas duas filhas não faziam parte dos reféns que seriam liberados nesta sexta.

"É incrivelmente difícil para mim", disse na rede social X, antigo Twitter, apesar de ter se mostrado "aliviada pelas outras famílias".

Israel divulgou uma lista de 300 palestinos (33 mulheres e 267 menores de 19 anos) que podem ser soltos. Entre eles, há 49 membros do Hamas.

- Voltar à guerra? -

A comunidade internacional celebrou o acordo e confia no que seja um primeiro passo para um cessar-fogo duradouro.

Mas o governo e o Exército israelense disseram que "continuariam" os combates para "eliminar" o Hamas uma vez que termine a trégua.

"Não paramos a guerra. Continuaremos até a vitória", afirmou o chefe do Estado Maior de Israel, o general Herzi Halevi.

"Tomar o controle do norte da Faixa de Gaza é a primeira etapa de uma longa guerra e nos preparamos para as fases seguintes", disse o porta-voz do Exército, Daniel Hagari.

O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, declarou que a trégua "não pode ser apenas uma pausa" e pediu para usar esse respiro para impedir a retomada dos combates em Gaza.

A guerra estourou com o ataque dos milicianos do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, de uma magnitude e violência inéditas desde a criação do Estado israelense.

Segundo as autoridades do país, 1.200 pessoas, em sua maioria civis, foram assassinadas e cerca de 240 foram tomadas como reféns e levadas à Faixa de Gaza.

Israel lançou uma ofensiva contra Gaza, com bombardeios constantes e uma operação terrestre desde 27 de outubro, que causaram a morte de 14.854 pessoas, entre elas 6.150 crianças, segundo o governo controlado pelo Hamas.

- Bombardeios antes da trégua -

As hostilidades persistiram até o último momento. Duas horas antes do início da trégua, um responsável do governo do Hamas disse à AFP que soldados israelenses "realizaram uma invasão ao Hospital Indonésio" em Gaza, onde há cerca de 200 pacientes.

Os bombardeios devastaram o território palestinos e deslocaram 1,7 dos seus 2,4 milhões de habitantes, segundo a ONU, que denuncia uma grave crise humanitária.

A população encontra-se submetida desde 9 de outubro a um "cerco total" por parte de Israel, que cortou os fornecimentos de comida, água, eletricidade e medicamentos.

A trégua deve permitir a entrada de "um maior número de comboios humanitários e de ajuda, incluindo combustível", segundo o Catar.

Mas um grupo de ONGs internacionais asseguraram que será "insuficiente" para levar a ajuda necessária e pediram um verdadeiro cessar-fogo.

A guerra também chega à fronteira norte de Israel, onde, nas últimas semanas, foram registradas trocas de tiros quase que diárias entre o Exército israelense e o movimento libanês Hezbollah, aliado do Hamas.

Um cessar-fogo de quatro dias na guerra entre Israel e Hamas começou na madrugada desta sexta-feira, 24, em Gaza, como parte de um acordo que o Catar ajudou a intermediar. O acordo também inclui a libertação de dezenas de reféns mantidos por terroristas do Hamas e palestinos presos por Israel, o que deve ocorrer ainda nesta sexta-feira.

A interrupção dos combates promete um certo alívio para os 2,3 milhões de habitantes de Gaza, que enfrentaram semanas de bombardeios israelenses, bem como para as famílias em Israel, que temem pelo destino de seus entes levados em cativeiro durante o ataque do Hamas em 7 de outubro, que desencadeou a guerra.

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O cessar-fogo iniciou às 7h da manhã, horário local, e deve durar pelo menos quatro dias. Durante esse período, o grupo terrorista Hamas, que governa Gaza, prometeu libertar pelo menos 50 dos cerca de 240 reféns que ele e outros militantes fizeram em 7 de outubro. O Hamas disse que Israel libertaria 150 prisioneiros palestinos.

Ambos os lados libertarão mulheres e crianças primeiro. Israel disse que a trégua seria estendida por mais um dia para cada 10 reféns adicionais libertados.

A trégua em troca de reféns foi alcançada em semanas de intensas negociações indiretas, com o Catar, os Estados Unidos e o Egito atuando como mediadores. Se for mantido, marcará a primeira pausa significativa nos combates desde que Israel declarou guerra ao Hamas, há sete semanas.

O acordo aumentou as esperanças de que a guerra, que arrasou vastas áreas de Gaza, alimentou uma onda de violência na Cisjordânia ocupada e despertou o temor de uma conflagração mais ampla no Oriente Médio, acabe.

Israel se opôs a essas especulações, dizendo que estava determinado a retomar sua ofensiva maciça assim que a trégua terminasse. O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse aos soldados na quinta-feira (23) que o descanso seria curto e a guerra seria retomada com intensidade por pelo menos mais dois meses.

Um primeiro grupo de 13 mulheres e crianças detidas pelo Hamas será libertado na tarde de sexta-feira (11h da manhã em Brasília), de acordo com Majed al-Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar. Três prisioneiros palestinos, também mulheres e menores de idade, serão libertos para cada refém libertado.

O Ministério da Justiça de Israel publicou uma lista de 300 prisioneiros que podem ser libertados, principalmente adolescentes detidos no ano passado por atirar pedras e outros delitos menores.

O retorno dos reféns pode aliviar a crise em Israel, onde a situação dos cativos tem dominado o debate público sobre o conflito no país. As famílias dos reféns realizaram manifestações em massa para pressionar o governo a trazê-los de volta. O gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que notificou as famílias dos reféns listados para libertação na sexta-feira.

Ajuda humanitária

A ajuda humanitária aos palestinos começará a entrar em Gaza "o mais rápido possível", disse al-Ansari na quinta-feira. A esperança é que o "impulso" desse acordo leve ao "fim da violência", disse ele aos repórteres.

O Hamas disse que 200 caminhões por dia entrarão em Gaza levando ajuda. O Catar disse que a ajuda incluirá combustível, mas não deu detalhes sobre as quantidades.

Israel cortou todas as importações para Gaza no início da guerra, com exceção de uma pequena quantidade de alimentos, água e suprimentos médicos permitidos pelo Egito. A falta de combustível causou um apagão em todo o território, deixando as casas e os hospitais dependentes de geradores que estão falhando.

A guerra eclodiu quando terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel, matando pelo menos 1.200 pessoas, a maioria civis, e fazendo dezenas de reféns, incluindo bebês, mulheres e idosos, além de soldados. Espera-se que o Hamas exija um grande número de prisioneiros de alto escalão em troca dos soldados.

Os bombardeios israelenses, que entraram na sétima semana, mataram mais de 13.300 palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, que retomou a contagem detalhada de vítimas da guerra em Gaza. O ministério havia parado de publicar a contagem de vítimas desde 11 de novembro, dizendo que havia perdido a capacidade de fazê-lo devido ao colapso do sistema de saúde no norte do país.

Os novos números não foram detalhados, mas as mulheres e os menores de idade sempre representaram cerca de dois terços dos mortos, porque são maioria na região. Os números não incluem os dados atualizados dos hospitais do norte. O ministério diz que cerca de 6 mil pessoas foram dadas como desaparecidas, temendo-se que estejam sob os escombros.

O ministério não faz distinção entre civis e militantes em seu número de mortos. Israel afirma ter matado milhares de combatentes do Hamas.

Declarando sua preferência por "algo leve e confortável" para defender seus filhos, Riki Tal, uma mãe israelense de quatro filhos, olha pistolas em uma loja de armas em Jerusalém. "Toda vez que meus filhos brincam no parque, me pergunto o que faria se alguém nos atacasse", explica à AFP essa mulher de 31 anos.

"Quero algo que possa manejar bem", afirma a professora, com o dedo no gatilho.

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Os pedidos de permissão para portar armas aumentaram consideravelmente em Israel desde 7 de outubro, quando milicianos do Hamas conseguiram entrar no país e matar cerca de 1.200 pessoas, o maior massacre da história do país, segundo as autoridades.

Desde então, a sensação de segurança dos israelenses viu-se gravemente afetada e, acompanhando a febre das lojas de armas, o governo, um dos mais direitistas desde a criação do Estado de Israel, flexibilizou a regulamentação.

Uma loja localizada em um porão proíbe as fotos e rejeita os pedidos de entrevista, mas a multidão no balcão atesta uma verdadeira febre.

Uma mãe e sua filha contam o dinheiro com o objetivo de comprar uma pistola Glock, enquanto um homem usando um quipá experimenta um revólver Smith & Wesson.

A estante atrás da vendedora está cheia de artefatos militares como balas de festim, uma granada e molduras com as fotos dos já falecidos Osama Bin Laden, Saddam Hussein e Muammar Kadhafi, considerados inimigos do Estado de Israel.

Riki Tal diz que ali falta o retrato do líder do Hamas, Ismael Hanyieh.

- Poucas restrições -

Mais de 236.000 israelenses apresentaram pedidos de permissão de porte de armas desde o ataque de 7 de outubro, o mesmo número dos últimos 20 anos somados, segundo o ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir.

De fato, essa personalidade da extrema direita ampliou a lista de pessoas que podem solicitar a permissão e acelera os trâmites para obtê-la. Os solicitantes devem se submeter a uma entrevista por telefone, ao invés de responder pessoalmente às perguntas das autoridades.

Apesar dos ataques com faca ou os tiroteios bastante comuns na região há décadas, um advogado de Modi'in (centro) afirma nunca ter pensado nisso. Mas "depois de 7 de outubro", ele e sua esposa disseram que "precisam de uma arma em casa".

Seu vizinho não comprou apenas a arma, mas também construiu um abrigo antibombas cuja entrada está escondida atrás de uma estante, "como nos filmes", relata.

Nas cidades israelenses, as armas são levadas sem maiores problemas em bandoleiras ou no cinto, no café ou nas lojas ou até empurrando um carrinho.

São sobretudo reservistas, mas também civis que fazem parte de esquadrões de segurança voluntários, armados pelo governo desde o começo das hostilidades.

Grupos de ativistas contra o armamento como o Gun Free Kitchen Tables (GFKT) afirmam que a proliferação de armas de fogo poderia levar Israel para o mesmo caminho dos Estados Unidos, enfrentando um surto de violência armada e de ataques a tiros.

"Devemos pressionar o Estado para que garanta a segurança ao invés de delegá-la aos cidadãos", diz à AFP um membro da GFKT, acrescentando que as normas flexibilizadas não eliminam as pessoas com antecedentes de violência doméstica ou com vício em drogas.

"As armas não aumentam a nossa segurança", destaca, pedindo que seu nome não seja revelado para evitar perseguição virtual.

A trégua entre Israel e Hamas vai começar na manhã de sexta-feira e um primeiro grupo de 13 reféns nas mãos do grupo islamista palestino será libertado à tarde, anunciou, nesta quinta (23), um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar.

"A pausa humanitária começará às 7h de sexta-feira [02h00 no horário de Brasília] (...) e o primeiro grupo de reféns civis será entregue aproximadamente às 16h do mesmo dia", informou Majed al Ansari, especificando que treze mulheres e crianças serão libertadas.

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O braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedin al Qassam, confirmou a "interrupção de todas as operações militares" durante quatro dias a partir de sexta-feira e a troca de um total de 50 reféns, incluindo mulheres e crianças, pela libertação de três presos palestinos por cada pessoa sequestrada.

Israel confirmou que recebeu uma "primeira lista de nomes" de reféns e que está "em contato com todas as famílias".

O Catar, que atua como mediador no conflito, havia anunciado na quarta uma trégua de quatro dias, acompanhada de uma troca de reféns mantidos em Gaza por presos palestinos detidos em Israel.

O acordo prevê uma "troca de 10 reféns por 30 prisioneiros" no primeiro dia da trégua, e um total de 50 reféns civis libertados em quatro dias por 150 palestinos.

Israel divulgou uma lista de 300 prisioneiros palestinos que podem ser libertados: 33 mulheres e 267 jovens com menos de 19 anos.

A comunidade internacional recebeu a notícia do acordo com otimismo, por considerá-lo um primeiro passo para um cessar-fogo duradouro.

A ONU considerou o acordo um "passo importante", mas observou que "ainda há muito a ser feito".

- Bombardeios em Khan Yunis -

O acordo foi anunciado após quase sete semanas de uma guerra desencadeada por um ataque, em 7 de outubro, do Hamas em território israelense que deixou 1.200 mortos, a maioria civis.

Além disso, 240 pessoas foram sequestradas no dia da agressão do movimento islamista palestino e levadas para a Faixa de Gaza.

Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva contra Gaza que, segundo o Hamas, deixou quase 15.000 mortos no território palestino, incluindo mais de 5.000 crianças.

Os combates prosseguiram durante toda a noite no pequeno território de 360 quilômetros quadrados, sobre o qual Israel impõe desde 9 de outubro um "cerco total", cortando o fornecimento de água, comida, energia elétrica e combustível.

Durante a madrugada de quinta-feira, a agência palestina Wafa relatou bombardeios israelenses que deixaram "dezenas" de mortos em diferentes setores de Gaza.

A Jihad Islâmica Palestina, que participa nos combates, citou confrontos no coração da Cidade de Gaza, no norte da Faixa. No sul, os ataques atingiram a localidade de Khan Yunis.

"Calculo que há cerca de 20 pessoas embaixo dos escombros", contou à AFP um palestino que buscava sobreviventes em um prédio destruído nesta cidade.

O diretor do Hospital Al Shifa, o maior de Gaza, foi detido ao lado de outros dirigentes, segundo um funcionário do hospital.

O médico Mohamed Abu Salmiya foi "levado para ser interrogado", o que foi confirmado nesta quinta-feira pelo Exército israelense, que controla o hospital, onde inspeciona a infraestrutura militar subterrânea utilizada, segundo ele, pelo Hamas.

- "Uma decisão difícil" -

O governo israelense aceitou o acordo de trégua, apesar da oposição interna.

"Cidadãos de Israel, muitas vezes tenho que optar entre uma decisão difícil e outra ainda mais difícil, e este é particularmente o caso dos reféns", disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

O presidente do Irã, Ebrahim Raissi, que apoia o Hamas e cujo país não reconhece Israel, afirmou que "o cessar-fogo temporário é uma grande vitória para o movimento islamista".

"Isto me dá esperança de que minhas filhas voltem", declarou Maayan Zin, mãe de duas meninas sequestradas em Gaza.

- Trégua insuficiente -

O acordo, mediado por Catar, Estados Unidos e Egito, deve proporcionar um alívio para a população e facilitar a entrada de ajuda humanitária, que tem chegado de forma limitada em caminhões procedentes do Egito.

Entre 200 e 300 caminhões entrarão em Gaza, oito deles com combustível e gás, segundo Taher al Nunu, funcionário do Hamas.

Várias ONGs internacionais afirmaram que o cessar-fogo não será suficiente para que a ajuda necessária chegue, além de "não ser suficiente em termos de direitos humanos".

Apesar do acordo, Israel afirmou que continuará a guerra para "eliminar o Hamas e garantir que não haja ameaça ao Estado de Israel vinda de Gaza".

"Confirmamos que nossos dedos permanecerão no gatilho", alertou, por sua vez, o movimento islamista, classificado como organização terrorista por Estados Unidos e União Europeia.

"Falam de trégua, mas... que trégua? Uma trégua com feridos, mortos e casas destruídas? Não queremos trégua se não pudermos voltar para nossas casas, não queremos trégua por um pouco de comida", afirmou Maysara al Sabbagh, refugiado em Khan Yunis.

A guerra também provoca o temor de um conflito regional, em particular entre Israel e o grupo libanês Hezbollah.

A Uefa definiu, em sorteio realizado nesta quinta-feira, os confrontos da repescagem para a Eurocopa, com a possibilidade de confronto entre Israel e Ucrânia, protagonistas dos noticiários em razão das guerras em seus territórios. Serão duas fases eliminatórias. A primeira tem seis confrontos e a segunda terá três, que definirão o trio que se juntará aos demais classificados para a principal competição europeia de seleções.

Todos os jogos da primeira fase, chamada pela Uefa de semifinais, serão disputados em 21 de março, enquanto as partidas decisivas estão marcadas para cinco dias depois, dia 26. Israel enfrentará a Islândia e, caso vença o duelo, irá enfrentar o vencedor do embate entre Ucrânia e Bósnia-Herzegovina. O chaveamento também definiu que a Polônia de Robert Lewandowski terá a Estônia como adversária e enfrentará a seleção que sobreviver ao duelo entre País de Gales e Finlândia. Os ouros confrontos são Geórgia x Luxemburgo e Grécia x Casaquistão.

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Por causa das guerras, israelenses e ucranianos têm jogado longe de suas nações, mas, no caso da primeira fase da repescagem, apenas Israel terá de se preocupar com definir um local de jogo, pois será o mandante da partida contra a Islândia, diferentemente da Ucrânia, que jogará como visitante contra a Bósina-Hezergovina. Locais neutros para os playoffs não precisam ser confirmados até algumas semanas antes dos jogos. A Ucrânia disputou recentemente jogos na Alemanha e Israel escolheu a Hungria para mandar suas partidas.

As 12 equipes entraram nos playoffs com base em seus resultados e classificações nos grupos da Liga das Nações disputados no ano passado. As posições nos grupos das Eliminatórias para o Euro 2024 deste ano não afetou a classificação para o sorteio de quinta-feira.

Israel, que se tornou membro da UEFA em 1994, busca se classificar para a Eurocopa pela primeira vez em sua história. Já Ucrânia, vista como uma das mais fortes entre as 12 seleções da repescagem, está de volta aos playoffs de um grande torneio de futebol depois de perder para o País de Gales por 1 a 0 no ano passado, na disputa por uma vaga na Copa do Mundo do Catar, em partida que teve de ser adiada depois que a Rússia invadiu a Ucrânia.

Confira o chaveamento da repescagem para a Eurocopa.

Caminho A

Polônia x Estônia

País de Gales x Finlândia

Caminho B

Bósnia x Ucrânia

Israel x Islândia

Caminho C

Geórgia x Luxemburgo

Grécia x Casaquistão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saudou o acordo feito entre o governo de Israel e o grupo terrorista Hamas por trégua temporária em Gaza, após mais de 40 dias de conflito. De acordo com Lula, a expectativa é que a resolução possa avançar em uma saída política e duradoura do conflito.

As declarações ocorreram durante participação do brasileiro na Cúpula Virtual do G20 nesta quarta-feira, 22. A cerimônia representou o encerramento da presidência da Índia à frente do bloco. As falas foram feitas nesta manhã e a íntegra do discurso foi divulgada pelo Palácio do Planalto.

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Lula iniciou o discurso comentando sobre a situação política mundial, com foco especial no conflito no Oriente Médio. Segundo o petista, desde seu último encontro presencial com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, "o mundo está ainda mais complexo". "Rivalidades geopolíticas persistem, a economia global desacelera e as consequências das mudanças climáticas se sucedem", contextualizou.

O brasileiro disse que o recrudescimento do conflito entre Israel e Hamas somaram-se às "múltiplas crises" que o mundo já enfrentava. Ao saudar a resolução anunciada pela trégua humanitária, Lula comentou: "Espero que esse acordo possa pavimentar o caminho para uma saída política e duradoura para este conflito e para a retomada do processo de paz entre Israel e Palestina."

"Esse conjunto de desafios vai exigir vontade política e determinação por parte de governantes e dirigentes de todos os países e organismos internacionais. Por meio do diálogo, temos de recolocar o mundo no caminho da paz e da prosperidade", declarou.

A negociação acordada deve permitir a liberação de cerca de 50 dos 240 sequestrados pelo grupo durante o brutal ataque terrorista de 7 de outubro em troca de quatro dias de cessar-fogo - o primeiro desde o início do conflito. Além disso, espera-se que mulheres e crianças palestinas sejam libertadas das prisões em Israel.

Presidência brasileira do G20

No discurso, Lula detalhou as diretrizes da presidência do Brasil no G20, que tem início em 1º de dezembro de 2023 e se estende até novembro de 2024. Segundo o chefe do Executivo, há três linhas de ação para estruturar os trabalhos do grupo: inclusão social e combate à fome e à pobreza; transição energética e desenvolvimento sustentável; e reforma da governança global. O petista afirmou que o "eixo condutor" da presidência será a redução das desigualdades.

"O lema da presidência brasileira - 'Construindo um mundo justo e um planeta sustentável' - reflete essas prioridades. Estamos criando duas forças-tarefa, uma contra a fome e a desigualdade e outra contra a mudança do clima", disse. "Também lançaremos uma iniciativa para a bioeconomia."

Lula afirmou que o G20 ajudará a alavancar iniciativas multilaterais em curso e disse ser preciso recuperar a dimensão do desenvolvimento sustentável e acelerar o ritmo de implementação da agenda 2030.

"Queremos trabalhar no G20 para chegar lá com uma agenda climática ambiciosa que assegure a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas. Isso só será possível abordando seriamente o endividamento, o acesso a financiamento e mecanismos progressivos de tributação", acrescentou. Lula disse que também vai fortalecer a governança global para lidar com "antigas e novas questões".

O governo de Israel aprovou nesta quarta-feira, 22 (noite de terça-feira, 21, pelo horário de Brasília), o acordo mediado pelo Catar para uma trégua temporária em Gaza, após 45 dias de guerra com o grupo terrorista Hamas, que domina o enclave. Cinquenta mulheres e crianças israelenses detidas em Gaza serão libertadas em troca de um cessar-fogo temporário de quatro dias.

Além disso, espera-se que cerca de 150 mulheres e crianças palestinas sejam libertadas das prisões no Israel. Por outro lado, os estrangeiros mantidos como reféns não estão inclusos no acordo principal, mas ainda podem fazer parte de acordos separados que garantissem sua liberação durante o período de trégua.

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Como parte do acordo, ao menos 300 caminhões de ajuda humanitária, incluindo combustível, serão autorizados a entrar na Faixa de Gaza.

Israel concordou em não pilotar drones durante seis horas por dia. Mas o governo assegurou que a guerra contra o Hamas deve continuar posteriormente, e Israel se recusará a permitir que os palestinos retornem às suas casas no norte de Gaza.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, pediu na noite desta terça-feira, 21, em pronunciamento de rádio e TV o apoio de seu gabinete para aprovar o acordo.

O pedido público do primeiro-ministro serviu como pressão política, sobretudo sobre a ala mais radical do gabinete, ligada a partidos religiosos e de colonos judaicos na Cisjordânia, que hesitam em dar o sinal verde para a aprovação.

"Estamos diante de uma decisão difícil, mas é a decisão correta", disse Netanyahu em pronunciamento na TV. "Os órgãos de inteligência (Mossad e Shin Bet) aprovam o acordo. A guerra tem seus estágios e a libertação de reféns é um deles. Apesar disso, não descansaremos até alcançar a vitória total e trazer todos de volta."

Além disso, também foram registrados em Tel-Aviv protestos de israelenses para pressionar o governo a aprovar a troca. O gabinete de crise de Netanyahu também se reuniu nos últimos dias com parentes dos reféns, que pediram esforços para a libertação.

Inicialmente, a posição pública do Israel era de linha dura, recusando qualquer proposta de cessar-fogo até a libertação de todos os reféns. Após 46 dias de guerra, com morte de reféns no período, Israel mudou sua posição. (Com agências internacionais).

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comemorou o acordo firmado entre Israel e o grupo extremista palestino Hamas que prevê a libertação de 50 reféns e um cessar fogo de quatro dias. "Saúdo o acordo para garantir a libertação dos reféns tomados pelo grupo terrorista Hamas durante o seu ataque brutal contra Israel em 7 de outubro", afirmou Biden, em comunicado emitido ainda durante a madrugada desta quarta-feira, 22.

O democrata aproveitou para agradeceu o empenho dos líderes de Qatar e Egito, que ajudaram a intermediar as negociações. Biden também citou o "compromisso" do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em apoiar a pausa temporária nos combates para a execução do acordo, além da prestação de assistência humanitária para civis em Gaza.

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Nesta segunda-feira, 20, um grupo de 28 bebês prematuros de Gaza foi levado de um dos hospitais que se encontram na zona de conflito para o Egito, onde devem receber tratamento.

"Os bebês chegaram até mim do Hospital al-Shifa. Eles estavam em uma condição catastrófica quando chegaram aqui", disse o Dr. Mohammad Salama, chefe da unidade neonatal do Hospital Maternidade Al-Helal Al-Emirati em Rafah, no sul de Gaza.

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A equipe médica no lado egípcio da passagem de fronteira de Rafah foi vista na segunda-feira pegando cuidadosamente os bebês de dentro das ambulâncias e colocando-os em incubadoras móveis, que foram então levadas por um estacionamento em direção a outras ambulâncias.

Os bebês, de um total de 31 que foram transferidos no domingo do Hospital al-Shifa, da Cidade de Gaza, para a maternidade em Rafah como um primeiro passo para a transferência, usavam apenas fraldas e pequenos chapéus verdes.

"Os 28 bebês já chegaram em segurança ao Egito. Três bebês ainda permanecem no Hospital dos Emirados e continuam recebendo tratamento", disse um porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS) a agências de notícias.

De acordo com o porta-voz, "todos os bebês estão lutando contra infecções graves e continuam precisando de cuidados médicos."

Um projétil atingiu o segundo andar de um hospital no norte da Faixa de Gaza, matando pelo menos 12 pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde liderado pelo Hamas. Não havia evidências de fontes independentes que confirmassem a origem dos disparos.

Houve intensos combates ao redor do Hospital Indonésio, que abrigou milhares de pacientes e pessoas deslocadas por semanas.

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Os confrontos aconteceram um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) evacuar 31 bebês prematuros do Hospital Shifa, na cidade de Gaza, o maior do território, onde estavam mais de 250 pacientes gravemente doentes ou feridos, presos lá dias após as forças israelenses entrarem no complexo.

Israel afirma que o Hamas usa civis e hospitais como escudos, enquanto críticos dizem que o cerco de Israel e os bombardeios aéreos incessantes equivalem a um castigo coletivo dos 2,3 milhões de palestinos do território após o ataque do Hamas em 7 de outubro ao sul de Israel.

Mais de 11.500 palestinos - dois terços deles mulheres e menores de idade - foram mortos desde o início da guerra, de acordo com as autoridades de saúde palestinas, que não diferenciam entre mortes de civis e militantes.

Cerca de 2.700 pessoas estão desaparecidas. Cerca de 1.200 pessoas foram mortas em Israel, principalmente durante o ataque de 7 de outubro, e cerca de 240 foram feitas reféns por militantes.

Na madrugada deste sábado, 18, soldados israelenses que realizam operações militares pelo quarto dia consecutivo na Faixa de Gaza ordenaram a desocupação do hospital Al-Shifa no prazo de "uma hora". Centenas de pessoas passaram a se retirar do local, mas autoridades médicas afirmaram que 120 feridos e um grupo de bebês prematuros não puderam deixar as instalações. Vários médicos ficaram para atender os pacientes.

De acordo com a ONU, cerca de 2.300 pacientes, equipes médicas e refugiados estavam nas instalações, o que despertou a preocupação internacional sobre o destino deles. Israel, por sua vez, alega que o grupo terrorista Hamas, que controla Gaza, está usando o hospital como base militar.

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A mensagem de desocupação do hospital foi dada nas primeiras horas da madrugada.

O exército israelense também ligou para o diretor do hospital, Mohamed Abu Salmiya, para lhe solicitar que "retirasse os pacientes, os feridos, os deslocados e a equipe médica, e que todos fossem a pé" para a avenida costeira que margeia o hospital na Cidade de Gaza dentro de uma hora.

Há dias, soldados israelenses têm entrado nos serviços do Al-Shifa para interrogar as pessoas que estão lá dentro, e têm vasculhado "prédio por prédio", de acordo com o exército israelense. O complexo médico é o maior da Faixa de Gaza.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, irá conversar, nesta quinta-feira, 16, com o presidente de Israel, Isaac Herzog, para agradecer os esforços pela repatriação de brasileiros da Faixa de Gaza, apurou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. O telefonema, que ocorrerá no período da tarde, será o segundo entre ambos desde o começo do conflito com o Hamas, em 7 de outubro.

O grupo de 32 pessoas, entre brasileiros e palestinos, chegou ao Brasil na noite de segunda-feira, 13. Lula recepcionou os repatriados na Base Aérea da capital federal e, após ouvir os relatos, acusou Israel de "terrorismo".

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"Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo, o Estado de Israel está cometendo mais um ato de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, que as mulheres não estão em guerra", disse Lula.

Até então, o presidente havia evitado opinar sobre as ações de Israel e se limitava a repudiar as ações contra mulheres e crianças. Em outubro, Lula se restringiu a falar que o ataque do grupo Hamas contra Israel, ação o qual classificou como "terrorista", não justificava o Estado "matar milhões de inocentes".

De acordo com a apuração, a elevação do tom contra Israel se deu por um maior agravamento da crise humanitária. Segundo fontes que acompanham as negociações do presidente em relação à guerra, o chefe do Executivo subiu o tom dos discursos seguindo a gravidade do conflito.

Auxiliares reafirmam a posição do presidente brasileiro de equilíbrio na tentativa de alcançar a paz no Oriente Médio e relembram que Lula condenou, em diversas ocasiões, o ataque do Hamas contra Israel. Assim, da mesma forma que o petista repudiou o ataque, está fazendo o mesmo com os atos de Israel.

Após as falas de Lula na segunda-feira, entidades judaicas se posicionaram. Na terça-feira, 14, o presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, defendeu mais equilíbrio nas declarações do petista e pediu um encontro com ele. Em nota, a confederação também considerou o discurso do petista sobre o conflito, que equipara Hamas e Israel, "equivocado e perigoso".

O Instituto Brasil-Israel também lamentou as declarações do presidente. "É uma pena que o governo do Brasil, frente à tragédia da guerra, perca o equilíbrio e a ponderação, reduzindo a possibilidade de contribuir de maneira decisiva e propositiva com negociações entre as várias partes no conflito", disse a entidade.

Os clubes israelenses Maccabi Haifa e Maccabi Tel-Aviv vão mandar seus jogos por competições europeias na Sérvia, informou a Uefa nesta quinta-feira. As duas equipes vão disputar partidas como mandante pela Liga Europa e pela Liga Conferência, respectivamente, nas próximas semanas.

Os times terão que jogar longe de casa por decisão da própria Uefa, que alega faltar segurança em Israel para a realização das partidas, em razão do conflito atual do país com o Hamas na Palestina. A guerra já causou dezenas de milhares de mortos desde o início de outubro.

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Com a decisão, o Maccabi Haifa vai usar o estádio do Estrela Vermelha, em Belgrado, para enfrentar o Rennes, no dia 30 deste mês, pela fase de grupos da Liga Europa. Já o Maccabi Tel-Aviv disputará duas partidas como mandante no estádio do TSC, na cidade sérvia de Backa Topola. No dia 25, o adversário será o ucraniano Zorya Luhansk. E, em 14 de dezembro, enfrentará o belga Gent, ambos pela Liga Conferência.

As seleções masculina e feminina de Israel já vêm jogando fora de casa nas últimas semanas, como mandantes. As partidas foram disputadas em Felcsút, na Hungria. E o Maccabi Haifa já jogou no Chipre, em Larnaca, em confronto válido pela Liga Europa.

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