Tópicos | Hamas

Em evento de grupos israelitas neste domingo (29), para lembrar as seis milhões de mortes causadas no Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial contra o povo judeu, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), condenaram os ataques terroristas do Hamas contra judeus no ano passado.

Nunes, que disputará a reeleição neste ano, afirmou que todas as lideranças políticas brasileiras devem se posicionar sobre o Hamas. "A grande missão de toda comunidade judaica é o 'nunca mais'. No dia 7 de outubro, tivemos esse ato gravíssimo. Aquelas pessoas que são lideranças políticas em nosso País precisam deixar claro quem apoia o Hamas e quem combate o Hamas. O Hamas é grupo terrorista", afirmou Nunes.

##RECOMENDA##

"Quero reforçar e reiterar as falas ditas aqui. E deixar o respeito à comunidade judaica, nosso posicionamento claro e firme em favor de Israel. E que vocês podem contar comigo, com a nossa cidade, e possamos dizer nunca mais", disse o prefeito sobre o Holocausto e o momento atual, no evento promovido pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e pela Congregação Israelita Paulista (CIP).

Hoje, 136 pessoas estão ainda sob o domínio dos terroristas do Hamas. Os políticos pediram, ao lado de lideranças judaicas, a libertação dos reféns.

Durante o evento, um jovem da comunidade judaica de São Paulo afirmou que, atualmente, muitos deixaram de usar roupas e acessórios judaicos com receio de ataques. O governador Tarcísio afirmou que o Estado oferecerá segurança para comunidade judaica.

"Não podemos oferecer outra coisa a não ser o não. Não ao terror, não ao Hamas, não ao Hezbollah, não ao antissemitismo. Ninguém vai ter que esconder camiseta, ninguém vai precisar esconder que é judeu. Não vamos permitir. Vamos garantir a segurança da comunidade judaica em São Paulo", afirmou.

Parentes de reféns mantidos pelo Hamas em Gaza se juntaram ontem a um grupo de manifestantes na passagem de Kerem Shalom para impedir a entrada de ajuda humanitária em território palestino, exigindo que o envio de suprimentos seja cortado até que os sequestrados sejam libertados.

Não se sabe exatamente o impacto do protesto sobre a movimentação de ajuda na fronteira. Na quarta-feira, os manifestantes conseguiram impedir a passagem de mais de 100 caminhões, alguns dos quais acabaram sendo desviados para um ponto de entrada alternativo no Egito - na passagem de Rafah, a ajuda humanitária continua entrando na Faixa de Gaza.

##RECOMENDA##

No dia 7 de outubro, terroristas do Hamas mataram 1,2 mil pessoas em Israel, além de terem levado 240 como reféns para Gaza. Desde então, mais de 100 foram libertados. Segundo o governo israelense, cerca de 130 continuam no enclave - entre os quais acredita-se que pelo menos 20 tenham morrido nos bombardeios.

Os parentes dos reféns estão cada vez mais ativos em protestos contra o primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu. Nesta semana, eles invadiram uma sessão do Parlamento e protestaram em frente à casa do premiê, em Jerusalém. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Durante visita a Israel, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), publicou em seu perfil no X (antigo Twitter) uma mensagem contra o grupo extremista Hamas. "Homens, mulheres, bebês, pessoas idosas, ainda sequestradas pelo Hamas", diz a foto de capa que o ministro atualizou na rede.

Mendonça também mudou sua foto de perfil para uma imagem do seu rosto em preto e branco.

##RECOMENDA##

O ministro é pouco ativo nas redes sociais e sua última publicação no X havia sido feita em abril de 2021, antes dele tomar posse no Supremo. Seu perfil tem 479 mil seguidores.

O ministro foi um dos convidados pela Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a StandWithUs Brasil, que organizaram uma visita de magistrados a Israel.

O objetivo foi mostrar a situação do país, que vive um conflito com Hamas desde outubro do ano passado. A viagem é custeada integralmente pelas duas entidades.

Mendonça foi o único ministro do STF a viajar para Israel e está lá desde a segunda-feira (22).

Parentes dos reféns israelenses invadiram uma sessão do Parlamento de Israel nesta segunda-feira, 22, para exigir que o governo faça mais para assegurar a libertação dos sequestrados mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza. Os seguranças do Parlamento de Israel não conseguiram impedir a entrada dos manifestantes, que exibiram fotos de seus parentes. "Vocês não vão ficar sentados aqui enquanto nossas crianças estão morrendo", disseram.

A manifestação é mais um ato de pressão sobre o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. No domingo, 21, ele rejeitou os termos de um acordo oferecido pelos Hamas para libertar os reféns, que exigiam a retirada das tropas do território. "Só a vitória total garantirá a eliminação do Hamas e o regresso de todos os nossos reféns", disse o premiê.

##RECOMENDA##

Os parentes afirmam que todos os dias descobrem que reféns foram mortos em Gaza. O parlamentar Moshe Gafni, que presidia a sessão no Parlamento, integra a coalizão de extrema direita de Netanyahu e disse que o governo está fazendo "de tudo" para libertar os reféns.

Os 240 reféns foram levados no dia 7 de outubro pelo grupo Hamas durante o ataque terrorista ao sul de Israel que deixou mais de 1,2 mil mortos. Desde a invasão, as forças israelenses conduzem uma ofensiva militar em Gaza com bombardeios aéreos e incursão terrestre que deixaram mais de 25 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas.

Em novembro, Hamas e Israel chegaram a um acordo para a libertação de reféns em troca da soltura de prisioneiros palestinos, com a mediação de Catar, Egito e EUA. O acordo envolveu uma trégua de sete dias e a libertação de mais de 100 reféns. Tel-Aviv diz acreditar que o Hamas ainda mantém mais de 130 sequestrados. As Forças de Defesa de Israel confirmaram a morte de 28 israelenses cujos corpos ainda estão sob poder do Hamas.

O Wall Street Journal apontou que EUA, Catar e Egito estão pressionando Israel e Hamas a concordarem com um pacto no qual todos os reféns seriam libertados antes de uma eventual retirada total das forças de Israel.

Na semana passada, um acordo envolvendo a entrega de medicamentos vitais a reféns israelenses foi feito com a mediação do Catar e da França.

Netanyahu se encontrou com alguns parentes ontem e disse que uma "proposta real" de negociação estaria em discussão, sem dar detalhes.

Impopular

A pressão das famílias dos reféns sobre o governo Netanyahu tem aumentado com possíveis impactos políticos. Além dos protestos durante uma sessão do Parlamento, as famílias realizam manifestações na frente da casa do primeiro-ministro e bloquearam o trânsito de uma importante avenida em Tel-Aviv, no domingo.

À frente de Israel por mais tempo do que qualquer outro primeiro-ministro, Bibi é visto internamente como o responsável pela política de segurança que vigorava no país no momento do ataque e, portanto, o principal culpado por suas falhas.

A última pesquisa de opinião realizada pelo Canal 13, divulgada no fim de semana, mostrou que o primeiro-ministro perderia uma possível eleição hoje, e seu partido, o Likud, veria suas cadeiras no Parlamento serem reduzidas à metade.

Se as eleições fossem hoje, o ministro da Defesa Benny Gantz, do partido de centro-direita Unidade Nacional, venceria a disputa com 37 assentos, bem acima dos atuais 12, enquanto o Likud ficaria com 16, metade dos 32 atuais.

Segundo a pesquisa, a atual coligação de governo, liderada por Netanyahu com seus parceiros de extrema direita e ultraortodoxos, não somaria mais de 46 assentos, muito abaixo dos atuais 64 e insuficientes para governar em um Parlamento de 120 deputados. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, acusou nesta sexta-feira (19) Israel de ter criado e financiado o movimento palestino Hamas, que enfrenta na Faixa de Gaza.

Durante evento na Universidade de Valladolid, Espanha, o político espanhol defendeu a criação de dois Estados como solução para o conflito israelense-palestino, que ganhou força com o ataque realizado pelo Hamas em outubro passado.

##RECOMENDA##

Essa opção, também defendida pelos Estados Unidos, é rejeitada pelo premier de Israel, Benjamin Netanyahu, acusado por Borrell de tê-la boicotado nos últimos 30 anos. "Acreditamos que uma solução de dois Estados deve ser imposta do exterior para trazer a paz. Embora, insisto, Israel reafirme sua rejeição", assinalou o representante diplomático da UE.

“Para impedi-la, chegaram eles mesmos a criar o Hamas, que foi financiado pelo governo de Israel para tentar enfraquecer a Autoridade Palestina do Fatah. Mas, se não interviermos fortemente, a espiral de ódio e violência continuará, geração após geração, de funeral em funeral, quando florescerem as sementes do ódio que estão sendo plantadas em Gaza hoje", acrescentou Borrell.

Em junho de 2007, o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza, após uma quase guerra civil contra o Fatah, de Mahmud Abbas, sucessor de Arafat e presidente da Autoridade Palestina, que administra parcialmente a Cisjordânia ocupada.

Nos últimos anos, o Catar enviou milhões de dólares em ajuda a Gaza, apesar do bloqueio israelense àquele território, o que gerou críticas a Netanyahu, acusado de ter favorecido o financiamento do movimento Hamas, que controla a Faixa. O primeiro-ministro nega essas acusações.

O Hamas reportou, nesta segunda-feira (15), mais de 24 mil mortes na Faixa de Gaza desde o início da guerra com Israel desencadeada após o ataque de 7 de outubro do movimento islamista palestino, um conflito que provocou uma onda de choque em toda a região.

A violência aumentou na Cisjordânia ocupada e na fronteira Israel-Líbano.

Os bombardeios dos Estados Unidos contra os rebeldes huthis, aliados do Irã, no Iêmen, devido aos seus ataques no Mar Vermelho, também aumentaram os receios de uma escalada do conflito para além da Faixa de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas eclodiu após o ataque sem precedentes do grupo islamista em solo israelense, onde morreram cerca de 1.140 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Cerca de 250 pessoas foram sequestradas e 132 permanecem cativas em Gaza, segundo as autoridades israelenses.

Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, no poder no enclave, e desde então tem bombardeado o território sem cessar, sob um cerco apertado. Cerca de 24.100 pessoas, a maioria mulheres e menores de idade, morreram, segundo informou o Ministério da Saúde do movimento nesta segunda-feira.

- Viver "em um inferno" -

"Mais de 60 mártires e dezenas de feridos nos novos massacres cometidos esta noite e nas primeiras horas da manhã pelas forças de ocupação", afirmou a assessoria de imprensa do governo do Hamas, mencionando os bombardeios "intensos" na Faixa.

Dois hospitais, uma escola e "dezenas" de casas foram atingidos, acrescentou.

O Exército israelense afirmou que suas forças atacaram "dois terroristas que portavam armas em um veículo" em Khan Yunis, a principal cidade do sul de Gaza, e "um centro de comando do Hamas".

Segundo um comunicado do Hamas, os bombardeios ocorreram em Khan Yunis e Rafah, no extremo sul do território, onde o Exército israelense concentra agora a sua ofensiva.

Depois de mais de três meses de conflito, o pequeno território vive em condições extremas, com escassez de alimentos, medicamentos e combustível. Segundo a ONU, 1,9 milhões dos 2,4 milhões de habitantes tiveram que abandonar as suas casas.

"Não há comida, nem água, nem calefação. Estamos morrendo de frio", diz Mohammad Kahil, um deslocado do norte do enclave agora estabelecido em Rafah.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou que a população de Gaza vive "no inferno".

A Unicef, o Programa Mundial de Alimentos e a OMS alertaram em uma declaração conjunta sobre o "risco de fome" e "epidemias de doenças mortais" na Faixa de Gaza, e apelaram a "mudanças fundamentais" na prestação de ajuda humanitária, incluindo a abertura de novos pontos de entrada "mais seguros e rápidos".

- Míssil derrubado no Mar Vermelho -

O conflito teve repercussões na região, como resultado das ações de grupos armados que apoiam o Hamas.

No norte de Israel, na fronteira com o Líbano, há trocas de disparos diárias com o movimento xiita Hezbollah, apoiado pelo Irã.

O Hezbollah informou no domingo que realizou seis ataques em solo israelense, um dos quais matou dois civis, segundo as autoridades locais.

A tensão também aumentou no Mar Vermelho, por onde passa 12% do comércio mundial. Os rebeldes huthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, atacam navios vinculados a Israel em solidariedade com os palestinos de Gaza. Os Estados Unidos e o Reino Unido bombardearam posições dos insurgentes na semana passada.

O Exército dos Estados Unidos afirmou, no domingo, que derrubou um míssil de cruzeiro direcionado a um de seus navios de guerra na costa do Iêmen, lançado de áreas controladas pelos huthis.

Na Turquia, clara defensora da causa palestina, dois jogadores de futebol israelenses que jogam em clubes da primeira divisão estão no centro de uma polêmica por terem mostrado mensagens de apoio aos reféns em Gaza.

Sagiv Jehezkel, de 28 anos, jogador do Antalya, foi libertado nesta segunda-feira enquanto aguardava julgamento, depois de ter sido detido na véspera sob a acusação de "incitamento ao ódio", após ter mostrado uma pulseira no punho que dizia "100 dias. 07/10" ao lado de uma estrela de Davi.

Outro jogador israelense no campeonato turco, Eden Karzev, de 23 anos, foi punido por seu clube, o Basaksehir, por publicar no Instagram uma imagem que dizia em inglês: "100 – Devolva-os para casa AGORA", em referência aos reféns.

Milhares de pessoas protestaram neste sábado, 13, em grandes cidades do globo, como Paris, Londres, Roma, Milão e Dublin, contra a guerra no Oriente Médio entre Israel o grupo Hamas, que tem grande impacto na Faixa de Gaza. Os manifestantes agitaram bandeiras palestinas, seguraram cartazes criticando os governos irlandês, norte-americano e israelense e gritavam por uma "Palestina livre".

Em post no X (antigo Twitter), o presidente da França, Emmanuel Macron, falou sobre os 100 dias do conflito e instigou pelo retorno às negociações para a liberação de reféns feitos pelo grupo extremista Hamas.

##RECOMENDA##

Centenas de manifestantes reuniram-se na Praça da República, em Paris, para iniciar uma marcha apelando ao cessar-fogo imediato, ao fim da guerra, ao levantamento do bloqueio a Gaza e à imposição de sanções a Israel.

Os manifestantes em marcha agitavam a bandeira palestina e erguiam cartazes e faixas.

Em Roma, centenas de manifestantes desceram numa avenida perto do Coliseu, alguns carregando cartazes que pediu a interrupção do genocídio em Gaza.

Um manifestante agitou a bandeira da África do Sul. A nação fez uma acusação contra Israel, o que levou o Tribunal Internacional de Justiça de Haia a assumir o caso.

*Com informações da Associated Press

O Hamas informou, neste sábado (13), dezenas de mortes na Faixa de Gaza, bombardeada por Israel e isolada do mundo, sem telefone ou Internet, às vésperas do 100º dia de guerra.

O temor de que o conflito se espalhe pela região se acentuou depois que Estados Unidos e Reino Unido bombardearam posições dos rebeldes huthis do Iêmen, aliados do movimento islamista palestino Hamas, em resposta aos seus ataques a navios no Mar Vermelho.

##RECOMENDA##

Neste sábado, um novo ataque aéreo americano foi reportado no Iêmen, visando, segundo Washington, a "restaurar a estabilidade no Mar Vermelho", local de trânsito de 12% do comércio mundial.

Em Gaza, testemunhas e jornalistas relataram bombardeios israelenses à noite e na madrugada de sábado no sul da Faixa.

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa Gaza, os novos bombardeios deixaram mais de 60 mortos, a maioria mulheres e crianças, e dezenas de feridos. No dia anterior, a rede de telefonia e de Internet voltou a ficar fora de serviço.

Há mais de três meses, Israel bombardeia o enclave palestino em sua guerra contra o Hamas.

O Crescente Vermelho Palestino afirmou que a interrupção das telecomunicações está dificultando seus esforços para ajudar os feridos.

Os incessantes bombardeios israelenses em Gaza deixaram pelo menos 23.843 mortos, a maioria mulheres e menores, de acordo com os últimos números do Ministério da Saúde do Hamas.

O conflito eclodiu em 7 de outubro, com a incursão em Israel de milicianos do Hamas que mataram cerca de 1.140 pessoas, segundo um balanço estabelecido pela AFP com base em dados israelenses.

O Hamas também sequestrou em torno de 250 pessoas, das quais cerca de uma centena foram trocadas por prisioneiros palestinos durante uma trégua de uma semana no final de novembro.

A ONU lamentou as dificuldades cada vez maiores nas operações de ajuda no norte da Faixa e acusou o Exército israelense de limitar o fornecimento de combustível, usado principalmente em hospitais.

No centro de Gaza, a falta de combustível forçou o desligamento do gerador principal do Hospital dos Mártires de Al Aqsa, em Deir el Balah, informou o Ministério da Saúde.

"Ninguém se importa com a gente? Por que está todo o mundo calado?", perguntou um cidadão de Gaza que chorava no hospital pela perda de um familiar.

Na Cisjordânia ocupada, os israelenses mataram três combatentes que "se infiltraram" em um assentamento judaico, segundo o Exército. A agência palestina Wafa informou, por sua vez, que os soldados mataram um jovem de 19 anos e dois adolescentes de 16.

Desde que a guerra eclodiu em Gaza, a violência na Cisjordânia, um território ocupado por Israel desde 1967, disparou, com pelo menos 337 pessoas mortas por soldados ou colonos israelenses, segundo o Ministério da Saúde em Ramallah.

burs-mca/cwl/meb/es/tt

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) iniciou nesta quinta-feira, 11, o julgamento de Israel, acusado pela África do Sul de cometer genocídio em Gaza. O caso usa declarações de membros radicais do governo israelense que defenderam o extermínio de palestinos. Israel nega as acusações e seus advogados serão ouvidos hoje. Eles alegam que os discursos foram tirados de contexto e as operações no enclave respeitam o direito internacional.

É a primeira vez que Israel encara uma acusação de genocídio na CIJ. Embora uma decisão final possa levar anos, a África do Sul solicitou ao Tribunal de Haia algumas medidas cautelares, que variam desde a exigência de um cessar-fogo até a entrada de mais ajuda humanitária.

##RECOMENDA##

A CIJ também pode decidir que há plausibilidade nas alegações da África do Sul, antes de julgar o caso. O nível de exigência para admitir a possibilidade de genocídio é muito mais baixo do que determinar que ele de fato ocorreu. Para Israel, a mera dúvida representa um risco para sua imagem e poderia dificultar o apoio dos EUA a um país que, segundo o Tribunal de Haia, poderia estar cometendo genocídio.

Argumentos

O caso montado pela África do Sul alega que Israel cometeu genocídio, incitação ao genocídio, tentativa de genocídio e falha em punir a incitação ao genocídio. O processo cita que 70% dos mortos em Gaza são mulheres e crianças e detalha os bombardeios israelenses com bombas não guiadas, além de restrições ao acesso a água, comida, luz e remédios.

Outro fator crucial no documento de 84 páginas apresentado pelo advogado sul-africano Tembeka Ngcukaitobi são as declarações extremistas de membros do governo de Israel. Em outubro, ao anunciar a segunda fase da guerra, o premiê, Binyamin Netanyahu, citou a Bíblia. "Lembre-se do que Amaleque fez com você", afirmou, em referência à ordem de Deus a Saul para destruir os amalequitas. "Matem homens e mulheres, crianças e bebês, gado e ovelhas, camelos e burros", diz o Livro de Samuel, no Velho Testamento.

Dois dias após o início da guerra, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, se referiu aos palestinos como "animais humanos". "O cerco é total. Não haverá eletricidade, comida, água, combustível. Israel está lutando contra animais humanos. Eliminaremos tudo."

Ngcukaitobi também citou o ministro do Patrimônio, Amihai Eliyahu, que sugeriu lançar uma bomba atômica em Gaza, além do ministro da Segurança, Itamar Ben-Gvir: "Quando dizemos que o Hamas deve ser destruído, significa que aqueles que comemoram, apoiam e distribuem doces, todos são terroristas e devem ser destruídos", afirmou Ben-Gvir.

Os advogados de Israel, liderados pelo britânico Malcom Shaw, apresentarão hoje a defesa. Ontem, o governo israelense acusou a África do Sul de atuar como "braço jurídico" do Hamas e se referiu aos advogados sul-africanos como "representantes" do grupo terrorista no Tribunal de Haia.

Risco

Os israelenses afirmam que as declarações de membros do governo foram tiradas de contexto - no mesmo discurso, por exemplo, Netanyahu deu garantias de que o Exército respeitaria o direito internacional. A defesa também citará os milhões de folhetos, ligações telefônicas e mensagens de texto pedindo aos civis que deixassem as áreas que seriam bombardeadas.

O caso será decidido por 15 juízes, alguns de democracias ocidentais, como França, Alemanha, Austrália, Japão e Brasil. Mas muitos magistrados vêm de autocracias, como Rússia, China, Marrocos, Somália e Uganda, o que pode complicar a situação de Israel. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva decidiu nesta quarta-feira, dia 10, subscrever a denúncia por genocídio contra o Estado de Israel, na Corte Internacional de Justiça, em Haia. Mais cedo, o presidente recebeu no Palácio do Planalto a visita do embaixador palestino em Brasília, Ibrahim Alzeben, que pediu o apoio brasileiro na corte internacional. A decisão é mais um gesto diplomático duro de repúdio do governo Lula a Israel e foi criticada pela comunidade judaica brasileira. O caso começará a ser julgado nesta quinta-feira, 11.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou o apoio brasileiro ao que chamou de ação "cínica e perversa, que visa impedir Israel de se defender dos seus inimigos genocidas". A nota afirma que a decisão "diverge da posição de equilíbrio e moderação da política externa brasileira". O texto segue dizendo que a África do Sul "inverte a realidade" e lembra que o conflitou foi desencadeado pelo ataque do Hamas.

##RECOMENDA##

Já a nota divulgada pelo Itamaraty afirma que "à luz das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, o presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio".

Lula já tinha dado diversas declarações controversas a respeito da resposta militar de Israel, o que provocou desgaste diplomático. O presidente já vinha usando a palavra "genocídio" para descrever a guerra em Gaza e chegou a comparar os ataques do Hamas às incursões e bombardeios promovidos pelas Forças de Defesa de Israel. Ao receber o primeiro grupo de brasileiros repatriados de Gaza, Lula acusou Israel de também praticar "terrorismo".

As declarações de Lula estremeceram a relação do governo com a comunidade judaica. Entidades como a Conib, o Instituto Brasil Israel e a ONG StandWithUs Brasil criticaram no ano passado as posições do petista sobre o conflito.

Após o encontro, o embaixador relatou o pedido a Lula, mas disse que o presidente não manifestara uma decisão durante a audiência. A denúncia sul-africana, protocolada em dezembro, já recebeu apoio de países como a Bolívia. Também participaram o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor especial Celso Amorim.

Segundo o embaixador, que se disse "muito satisfeito", os palestinos pediram também ajuda humanitária imediata a Gaza e Cisjordânia, e ainda solicitaram a defesa de um cessar-fogo.

"Solicitamos sim o apoio do Brasil a esta iniciativa da África do Sul que tem como objetivo por fim ao genocídio contra o povo Palestino e libertar tanto Israel deste episódio quanto a população palestina. Eles estão estudando. O Brasil está representando com o juiz Nemer Caldeira (Leonardo Nemer Caldeira Brant), que está lá (na Corte). A posição do Brasil está clara: condenar qualquer tipo de genocídio contra qualquer ser humano. A pior gestão é a que não se faz. Nós fazemos e apoiamos essa iniciativa. Nós somos quem paga o maior preço. O genocídio tem que parar de qualquer maneira, com apoio internacional. Chega. Já são 95 dias de genocídio, de bombardeio. A Faixa de Gaza ficou praticamente invivível", disse Alzeben.

Segundo o Palácio do Planalto, o presidente disse ao embaixador que o Brasil condenou os ataques terroristas do Hamas, em 7 de outubro do ano passado. "Reiterou, contudo, que tais atos não justificam o uso indiscriminado, recorrente e desproporcional de força por Israel contra civis", afirmou o governo.

Em nota, citando os números divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas e não podem ser verificados de maneira independente, o governo brasileiro diz que a guerra deixou mais de 23 mil mortos - 70% deles mulheres e crianças - e que há 7 mil pessoas desaparecidas. "Mais de 80% da população foi objeto de transferência forçada e os sistemas de saúde, de fornecimento de água, energia e alimentos estão colapsados, o que caracteriza punição coletiva", disse o Ministério das Relações Exteriores.

O Itamaraty voltou a dizer que o Brasil apoia a solução de dois Estados "com um Estado Palestino economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital".

Entenda a Corte Internacional de Justiça

A Corte foi criada junto com a ONU, em 1945, e é tida como corpo judicial das Nações Unidas. Trata-se de uma instituição independente, que interpreta o direito internacional e arbitra os contenciosos entre países. Por ser sediada em Haia, na Holanda, é confundida com frequência com o Tribunal Penal Internacional (TPI), conhecido também como Tribunal de Haia. Esse último, no entanto, tem atribuição de processar pessoas e não Estados.

As audiências marcadas para quinta e sexta-feira vão discutir, no primeiro momento, o pedido por uma ordem emergencial para que Tel-Aviv interrompa os ataques que, segundo as alegações de Pretória, violam a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, de 1948.

Não há prazo para o veredito, mas a expectativa é que uma decisão temporária seja anunciada em breve. Só depois, os 15 juízes que compõem o tribunal vão analisar o mérito da acusação de genocídio, julgamento que costumar durar, em média, de cinco a dez anos.

Na ação de 84 páginas, a África do Sul - que tem uma posição de defesa dos palestinos - destaca o elevado número vítimas civis, em especial crianças, e o deslocamento forçado de palestinos na Faixa de Gaza. Segundo a alegação, a "intenção genocida" seria reforçada por declarações de integrantes do alto escalão do governo, inclusive o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.

Israel nega categoricamente. "Não há nada mais atroz e absurdo do que esta afirmação", contestou o presidente Isaac Herzog. "Na verdade, os nossos inimigos, o Hamas, na sua carta, apelam à destruição e aniquilação do Estado de Israel, o único Estado-nação do povo judeu", completou.

Wissam al-Tawil, uma das mais importantes autoridades militares do Hezbollah, morreu nesta segunda-feira (8) em um ataque de Israel no sul do Líbano. Tawil estava dentro de um SUV Honda, durante um bombardeio que matou outras seis pessoas na aldeia de Kherbet Selm, a cinco quilômetros da fronteira.

O líder militar desempenhava um papel importante na direção das operações militares no sul do Líbano e era comandante das Forças Radwan, de elite do Hezbollah. Os militares israelenses não comentaram o ataque, que ocorre em meio a alertas dos EUA e da Europa sobre o risco de a guerra em Gaza se espalhar para outros países do Oriente Médio.

##RECOMENDA##

O risco aumentou ainda mais depois da morte do número dois do Hamas, Saleh al Arouri, durante um ataque com drone de Israel no subúrbio de Beirute, na semana passada. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, prometeu vingança e disse que o norte de Israel seria a primeira região a sentir o impacto da morte de Arouri.

No domingo, o Exército de Israel atingiu posições do Hezbollah no Líbano e estava pronto para atacar mais alvos do grupo xiita. Segundo o contra-almirante Daniel Hagari, os militares israelenses estão focados em destruir as Forças Radwan, que pretendem se infiltrar em Israel pela fronteira norte.

Realidade

O chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, o general Herzl Halevi, disse que manterá a pressão sobre o Hezbollah. Se esses esforços fracassassem, segundo ele, Israel está pronto para travar "outra guerra". "Vamos criar uma realidade completamente diferente, ou teremos uma outra guerra", afirmou Halevi.

Israel e Hezbollah parecem ter entrado em uma espiral de violência. Os ataques de domingo foram uma retaliação aos disparos do Hezbollah que danificaram uma base militar israelense no sábado. O grupo xiita libanês, apoiado pelo Irã, é um aliado do Hamas e vem realizando ataques de pequena escala na fronteira norte de Israel desde o início da guerra em Gaza, há três meses.

Nos últimos dias, o grupo intensificou os ataques a Israel em virtude da morte de Arouri em Beirute. O lançamento de foguetes contra a base israelense, a Unidade de Controle Aéreo do Norte, no Monte Meron, causou estragos significativos, segundo relatos da mídia israelense, mas ela ainda está operando "e foi reforçada com sistemas adicionais", segundo Hagari.

O risco é que a guerra em Gaza atraia para o conflito grupos aliados do Irã, como o Hezbollah, a milícia houthi, no Iêmen, e as facções xiitas que operam no Iraque, além do governo alauita da Síria, também aliado de Teerã.

Há algumas semanas, os houthis iniciaram uma campanha contra navios no Mar Vermelho e lançaram mísseis contra Israel. Os EUA atingiram alvos no Iraque, enquanto Israel vem realizando assassinatos direcionados na Síria e no Líbano.

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está no Oriente Médio para reduzir o risco de uma guerra expandida. Nos últimos dias, ele se reuniu com líderes de Turquia, Jordânia e Catar - e deve se encontrar ainda com diplomatas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes.

Queda de braço

Ontem, Blinken disse que os palestinos "não deveriam ser pressionados a deixar Gaza". "Os civis devem voltar para casa assim que as condições permitirem", disse o secretário de Estado, no Catar. "Eles não podem e não devem ser pressionados a deixar Gaza."

A declaração é uma resposta a alguns ministros israelenses que recentemente se manifestaram em favor de "incentivar" os palestinos a saírem da Faixa de Gaza para que Israel possa restabelecer os assentamentos no enclave, embora essa não seja a política oficial do governo do premiê, Binyamin Netanyahu. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram neste domingo (7) que concluiu as operações no norte da Faixa de Gaza ao desmantelar a infraestrutura militar do grupo terrorista Hamas. Segundo o porta-voz das FDI, Daniel Hagari, o foco da operação militar será "construir sobre o que foi alcançado" na região e se concentrar nas áreas central e sul do enclave. Uma guerra contra o Hezbollah, na fronteira com o Líbano, também está no radar israelense.

O fim das operações no norte de Gaza foi anunciado nas vésperas da visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a Israel. Blinken e outras autoridades do governo Joe Biden pressionam o país a reduzir a campanha aérea e terrestre na Faixa de Gaza e optar por ataques mais direcionados aos líderes do Hamas, com o objetivo de reduzir danos aos civis palestinos.

##RECOMENDA##

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, ressaltou ontem que o fim das operações no norte não significa que a guerra está terminada. Ele diz que o Hamas ainda não foi destruído e nem todos os reféns, resgatados. Há semanas, Israel concentra as operações no sul de Gaza, onde a maioria dos 2,3 milhões de palestinos se encontram.

Mortes no sul

Na cidade de Rafah, no sul, dois jornalistas foram mortos ontem em um ataque aéreo. Dentre as vítimas, está Hamza Dahdouh, filho mais velho de Wael Dahdouh, principal correspondente da emissora Al Jazeera em Gaza, segundo informou o canal e os médicos locais.

Dahdouh já havia perdido outros quatro parentes - sua esposa, dois filhos e um neto - em um ataque em 26 de outubro, e ele próprio foi ferido em outro ataque israelense no mês passado, que matou um colega. "O mundo está cego para o que está acontecendo na Faixa de Gaza", disse.

Em Khan Younis, pelo menos sete pessoas que estavam abrigadas em uma casa morreram após o local ser bombardeado. Autoridades do hospital Nasser, na cidade, também receberam os corpos de 18 pessoas, incluindo 12 crianças, mortos em outro ataque.

Hezbollah

Enquanto os ataques continuam no sul de Gaza, as preocupações na fronteira de Israel e do Líbano continuam devido aos combates entre os militares israelenses e os militantes do Hezbollah. Em conversa com autoridades americanas que estão na região para evitar uma escalada no conflito, as autoridades de Israel deixaram claro que podem lançar uma grande operação militar no país vizinho. "Preferimos o caminho de um acordo diplomático, mas estamos nos aproximando do ponto em que a ampulheta vai virar", disse o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, no dia 5.

Os americanos estão preocupados de que uma ofensiva no Líbano seja usada por Netanyahu para se manter no poder, em meio às críticas internas sobre o fracasso do governo em impedir o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro. Caso o conflito com o Hezbollah aumente, uma avaliação da espionagem americana indica que seria difícil para as FDI serem bem-sucedidas devido a ativos e recursos militares empregados na Faixa de Gaza.

Segundo as autoridades americanas, o Hezbollah não têm interesse em uma guerra na região. Em um discurso no dia 5, o líder do grupo, Hasan Nasrallah, prometeu uma resposta à ação de Israel que matou um líder do Hamas em Beirute, capital libanesa, mas deu a entender que estaria aberto a negociações.

Os EUA afirmam que uma escalada no Líbano poderia atrair o Irã, que apoia tanto o Hezbollah quanto o Hamas, e forçar os Estados Unidos a responder militarmente em nome de Israel. As autoridades temem que um conflito desse tipo supere o derramamento de sangue da guerra entre Israel e Líbano em 2006, que afetou mais de 500 mil pessoas, devido ao arsenal maior de armas de precisão e de longo alcance do Hezbollah. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Saúde do Hamas anunciou neste domingo (7) que dois jornalistas palestinos morreram em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza.

Mustafa Thuria, cinegrafista independente que trabalhava para a AFP, e Hamza Wael Dahdouh, repórter da rede de TV Al-Jazeera, morreram quando viajavam em um veículo, informou o ministério, que condenou o "crime hediondo cometido pelo exército de ocupação israelense".

Em comunicado, a rede Al-Jazeera também condenou "energicamente o ataque realizado nesta manhã pelas forças de ocupação israelenses contra o veículo de jornalistas palestinos", após filmar o bombardeio a uma casa localizada em Rafah, sul de Gaza.

A AFP solicitou uma reação do Exército israelense e os militares responderam pedindo as "coordenadas" geográficas do local do ataque.

O pai de Hamza, Wael al Dahdouh, editor-chefe do escritório da Al Jazeera na Faixa de Gaza, havia perdido sua esposa e outros dois filhos em um ataque israelense nas primeiras semanas da guerra.

"Espero que o sangue do meu filho Hamza seja o último derramado pelos jornalistas e pelo povo da Faixa de Gaza", acrescentou Dahdouh, que foi visto em prantos enquanto abraçava o corpo de seu filho no hospital.

Thuria, de cerca de 30 anos, trabalhava como freelancer para a AFP desde 2019 e também colaborava com outros veículos de comunicação, incluindo AP, Reuters, Al-Jazeera e CNN, segundo colegas da AFP.

Phil Chetwynd, diretor de Informação da AFP, declarou que a agência estava "comovida" com a morte de Mustafa. "Condenamos energicamente todos os ataques contra jornalistas exercendo seu trabalho, e é essencial que tenhamos uma explicação clara sobre o que aconteceu."

"Aparentemente, um ataque israelense atingiu seu veículo. Definitivamente é um massacre sem fim", condenou o diretor-geral da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF), Christophe Deloire.

A guerra entre Israel e o Hamas eclodiu em 7 de outubro, após um ataque de combatentes do movimento islamista palestino em território israelense que deixou cerca de 1.140 mortos, segundo um registro da AFP baseado em números das autoridades israelenses.

A ofensiva que Israel lançou em Gaza em retaliação deixou até agora pelo menos 22.835 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

Entre 7 de outubro e 31 de dezembro, pelo menos 77 jornalistas e trabalhadores da imprensa morreram - 70 palestinos, quatro israelenses e três libaneses -, de acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, sediado em Nova York.

A guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas entrou no seu quarto mês neste domingo (7) sem mostrar quaisquer sinais de trégua, com novos bombardeios israelenses em Gaza e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em viagem ao Oriente Médio para tentar evitar uma conflagração regional.

Israel prometeu destruir o Hamas após o ataque de 7 de outubro, que deixou cerca de 1.140 mortos em território israelense, segundo uma contagem da AFP baseada em números israelenses.

##RECOMENDA##

Além disso, cerca de 132 reféns dos 250 sequestrados pelo Hamas, grupo classificado pela União Europeia e pelos Estados Unidos como "terrorista", permanecem cativos no território palestino.

A ofensiva que Israel lançou em Gaza em retaliação deixou até agora pelo menos 22.835 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, no poder no enclave palestino.

Os bombardeios israelenses deixaram bairros inteiros de Gaza em ruínas, forçaram 85% dos habitantes de Gaza a abandonar as suas casas e causaram uma grave crise humanitária, segundo a ONU.

O Exército israelense realizou ataques aéreos durante toda a noite de sábado, incluindo pelo menos seis na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, segundo um correspondente da AFP. Pelo menos 64 pessoas morreram nestes ataques, segundo o Ministro da Saúde do Hamas.

Na manhã deste domingo, testemunhas relataram bombardeios em Khan Yunis, também no sul do território e novo epicentro dos combates.

O Ministério da Saúde do Hamas afirmou ainda que dois jornalistas palestinos, Mustafa Thuria, um cinegrafista freelancer que trabalhava para a agência AFP, e Hamza Wael Dahdouh, um repórter do canal Al Jazeera, morreram em um bombardeio israelense enquanto viajavam em um veículo.

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou neste domingo que evacuou o seu pessoal de um hospital no centro de Gaza.

"A situação tornou-se tão perigosa que alguns membros da nossa equipe que vivem no bairro já não conseguiam sequer sair de casa devido às constantes ameaças de drones e francoatiradores", disse Carolina Lopez, membro da ONG.

Na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967, seis palestinos morreram em Jenin em um ataque de tropas israelenses. Dois israelenses também foram mortos – um policial e um civil.

- Manifestação contra Netanyahu -

Na véspera, o Exército israelense anunciou que "concluiu o desmantelamento da estrutura militar do Hamas no norte" de Gaza e que a partir de agora se concentrará "no centro e no sul" do enclave.

O Hamas assumiu o poder em Gaza em 2007, dois anos após a retirada unilateral de Israel deste território. Posteriormente, Israel colocou o estreito território sob bloqueio durante 16 anos, antes de impor um cerco total desde 9 de outubro.

Apesar da pressão internacional e dos apelos a um cessar-fogo, Israel permanece inflexível.

"A guerra não terminará até que tenhamos alcançado (os nossos objetivos, ndr)", que são "a eliminação do Hamas", o retorno dos reféns e que "Gaza não seja mais uma ameaça para Israel", declarou no sábado o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Mas em Israel nem todos apoiam esta linha. À noite, manifestantes saíram às ruas de Tel Aviv para exigir a renúncia do governo e eleições antecipadas. "Estamos fartos!", disse Shachaf Netzer, 54 anos, à AFP.

"Precisamos de novas eleições. Precisamos de um novo governo. Precisamos de um novo líder", afirmou.

- Blinken no Oriente Médio -

Neste contexto, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, cujo país é o principal aliado de Israel, realiza uma nova viagem pela região.

Neste domingo, encontrou-se com o rei Abdullah II da Jordânia, que, segundo um comunicado do Palácio, apelou aos Estados Unidos que pressionem Israel para um "cessar-fogo imediato" em Gaza, alertando para "repercussões catastróficas" se as hostilidades continuarem.

Blinken afirmou que era "imperativo maximizar a ajuda humanitária a Gaza". Ele também pediu para evitar uma conflagração regional e trabalhar para uma paz "duradoura" e "avançar para a criação de um Estado palestino".

Há receios de contágio regional devido aos disparos quase diários entre o Hezbollah libanês, um aliado do Hamas, e as forças israelenses na fronteira israelense-libanesa.

Além disso, na Síria e no Iraque, os ataques a bases militares dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, dispararam nas últimas semanas. Enquanto estavam no Iêmen, os rebeldes houthis apoiados pelo Irã multiplicaram os seus ataques a navios no mar Vermelho em "apoio" aos palestinos em Gaza.

Depois da Jordânia, Blinken viajará para o Catar, que mediou a trégua do final de novembro. Ele terminará o dia em Abu Dhabi, antes de seguir na segunda-feira para a Arábia Saudita e Israel, onde antecipou negociações que "não (serão) fáceis".

Pelo menos 103 pessoas morreram nesta quarta-feira (3) no Irã, após uma dupla explosão contra uma multidão que homenageava o general assassinado Qasem Soleimani, no quarto aniversário de sua morte, informou a imprensa estatal iraniana.

As bombas explodiram em um momento de tensão no Oriente Médio, um dia após o número dois do Hamas, Saleh al Aruri, aliado do Irã, morrer em um ataque com drone em Beirute, que as autoridades libanesas atribuíram a Israel.

As explosões ocorreram perto da mesquita Saheb al Zaman, onde se encontra o túmulo de Soleimani, na cidade de Kerman, no sul do país.

"Uma enorme explosão foi ouvida perto da mesquita", informou a emissora estatal de televisão, antes de noticiar outra detonação minutos depois.

Rahman Jalali, vice-governador da província de Kerman, declarou na televisão que as bombas foram "um atentado terrorista".

Imagens divulgadas na internet mostraram a multidão que tentava fugir do local enquanto forças de segurança isolavam a área. A televisão estatal mostrou ambulâncias e socorristas no local.

Ao menos 170 pessoas ficaram feridas, segundo a imprensa estatal iraniana.

A agência de notícias iraniana Tasnim afirmou que duas bolsas com bombas explodiram. "Os autores (...) aparentemente detonaram as bombas por controle remoto".

- Quarto aniversário de sua morte -

Citando o prefeito de Kerman, Saeed Tabrizi, a agência de notícias ISNA afirmou que as duas explosões ocorreram com 10 minutos de diferença.

A multidão lembrava o quarto aniversário da morte de Soleimani, assassinado aos 62 anos em um ataque em 2020 realizado com um drone americano nos arredores do aeroporto de Bagdá.

O general, encarregado das operações exteriores dos Guardiães da Revolução -- o exército ideológico do Irã -- foi o arquiteto das operações militares iranianas no Oriente Médio.

Após participar na guerra Irã-Iraque (1980-1988), chegou rapidamente até converter-se em chefe da Força Quds, responsável pelas operações exteriores da República Islâmica.

Era uma das personalidade públicas mais populares do país.

Após sua morte em 2020, o aiatolá Ali Khamenei, guia supremo do Irã, decretou três dias de luto nacional.

O número dois do Hamas morreu nesta terça-feira (2) em um bombardeio israelense perto de Beirute, a capital do Líbano, anunciaram o movimento palestino e autoridades de segurança locais, mais de dois meses após o início da guerra entre Israel e o grupo islamista no poder em Gaza.

Saleh Al Arouri, exilado no Líbano há vários anos, morreu junto com seus guarda-costas em um bombardeio israelense no escritório do Hamas no sul de Beirute, reduto do movimento pró-iraniano Hezbollah, informaram dois funcionários de segurança libaneses.

Segundo a agência de notícias nacional libanesa, Ani, pelo menos seis pessoas morreram no bombardeio, realizado por um drone.

A Al-Aqsa TV, canal oficial do Hamas, confirmou que "o vice-presidente do escritório político do Hamas, xeque Saleh Al Arouri", foi morto "em um ataque sionista em Beirute".

Sua morte não deterá a "resistência", reagiu Ezzat al Rishq, membro do escritório político do Hamas, em um comunicado.

Após passar cerca de 20 anos em prisões israelenses, Al Arouri foi libertado em 2010, mas com a condição de se exilar. O Exército israelense destruiu sua casa na Cisjordânia ocupada no final de outubro, segundo testemunhas.

Através de sua morte, Israel "busca arrastar o Líbano para uma nova fase de confronto", alertou o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati.

O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, condenou o "assassinato" de Al Arouri e alertou sobre os "riscos e consequências que podem resultar" desse "crime perpetrado por criminosos conhecidos".

O conflito começou após um ataque sem precedentes do movimento islamista palestino Hamas em Israel em 7 de outubro, que deixou 1.140 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP com base em dados israelenses.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, que governa Gaza desde 2007, e lançou uma ofensiva incessante no estreito território palestino. O grupo, classificado como organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, afirma que a operação já causou 22.185 mortes, a maioria mulheres e crianças.

- "Vitória clara" -

Apesar das pressões da comunidade internacional por um cessar-fogo, o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, anunciou na segunda-feira que os militares se preparam para "combates prolongados" que se estenderão "ao longo deste ano".

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, concordou nesta terça-feira e disse que "a ideia de que poderíamos parar em breve está errada".

"Sem uma vitória clara, não poderemos viver no Oriente Médio", acrescentou, após visitar um contingente de soldados no estreito território palestino, onde 173 militares israelenses morreram desde o início do conflito.

No sul de Gaza, várias testemunhas relataram impactos de mísseis em Rafah (sul) e bombardeios perto do campo de refugiados de Jabaliya (norte).

Também foram registrados combates em Al Maghazi e Bureij e na principal cidade do sul, Khan Yunis, onde o Exército israelense concentrou suas operações.

O Crescente Vermelho palestino anunciou na rede social X que em Khan Yunis seus locais foram alvo de bombardeios israelenses. O Ministério da Saúde de Gaza disse que esses ataques deixaram quatro mortos, incluindo um recém-nascido.

Um jornalista da AFPTV viu socorristas levando os feridos para o hospital Nasser da cidade. "Estávamos nas instalações do Crescente Vermelho, somos civis evacuados de Gaza, fugimos da morte", declarou Fathi al Af, sentada ao lado de seus filhos em uma maca.

"Nos disseram para irmos para o sul, que seria seguro, mas são uns mentirosos. Nenhum lugar na Faixa de Gaza é seguro", acrescentou entre lágrimas.

- Possível governo único palestino -

Israel bombardeia quase sem parar o território palestino. A população da Faixa de Gaza enfrenta uma grave crise humanitária com risco de fome. A maioria de seus hospitais está fora de serviço.

A ONU estima que 85% dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados pelo conflito, e a população sofre com a escassez de alimentos, água, combustível e remédios devido ao bloqueio imposto por Israel em 9 de outubro.

Apesar de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para pedir o envio "imediato" e "em larga escala" de ajuda humanitária a Gaza, os caminhões com suprimentos entram em conta-gotas.

Os esforços internacionais por um cessar-fogo, impulsionados, entre outros, por Egito e Catar, ainda não deram frutos. Uma trégua de uma semana permitiu a libertação no final de novembro de 100 reféns em troca de cerca de 200 prisioneiros palestinos.

Segundo o site americano Axios, que cita fontes israelenses anônimas, o Hamas propôs um novo plano de troca de reféns por prisioneiros palestinos no domingo, mas o governo israelense rejeitou a proposta.

O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou em um discurso que os reféns só serão libertados sob as condições estabelecidas pelo movimento islamista.

Haniyeh, que vive no Catar, também declarou que o movimento estava "aberto" à "ideia de um governo nacional para a Cisjordânia e Gaza" após a guerra.

Israel alertou que a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza continuará "ao longo de" 2024, após uma véspera de Ano Novo marcada por incessantes agressões ao território palestino sitiado e lançamentos de foguetes em direção a Tel Aviv.

Quase três meses após o início da guerra, desencadeada pelo ataque lançado pelo movimento islamista palestino sobre solo israelense em 7 de outubro, que deixou 1.140 mortos — segundo um balanço da AFP baseado em dados israelenses —, o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, anunciou às tropas na noite de domingo (31) que alguns reservistas fariam uma pausa para se prepararem para "combates prolongados".

O Exército "deve planejar com antecedência, pois seremos solicitados a realizar tarefas e combates adicionais ao longo deste ano", declarou.

O grupo islamista também fez cerca de 250 reféns, a maioria dos quais permanece em Gaza, segundo as autoridades israelenses.

Em resposta ao ataque, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e lançou uma ofensiva incessante sobre a Faixa de Gaza, que já deixou 21.978 mortos, a maioria mulheres, adolescentes e crianças, segundo dados do Hamas, que governa o território palestino desde 2007.

Na véspera de Ano Novo, um correspondente da AFP relatou disparos de artilharia e ataques aéreos nas cidades de Rafah e Khan Yunis, no sul de Gaza.

Pelo menos 24 pessoas foram mortas nestas ofensivas, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, que também comunicou que 15 corpos de uma mesma família foram recuperados nesta segunda-feira (1º) sob os escombros de uma casa bombardeada na noite anterior em Jabaliya, norte de Gaza.

Em várias partes de Israel, sirenes de ataque aéreo soaram no primeiro dia de 2024. Jornalistas da AFP em Tel Aviv testemunharam sistemas de defesa israelenses interceptando foguetes no céu.

"Estou apavorado, é a primeira vez que vejo mísseis", disse à AFP Gabriel Zemelman, um jovem de 26 anos que estava em um bar em Tel Aviv com seus amigos.

As Brigadas Ezzedin al Qassam, braço armado do Hamas, assumiram a responsabilidade pelo ataque com foguetes M90 realizado em "resposta ao massacre de civis" perpetrado por Israel. O Exército israelense confirmou o ataque sem relatar quaisquer vítimas ou danos.

- "Pior ano da minha vida" -

Segundo a ONU, 85% da população de Gaza foi deslocada e a situação humanitária é crítica, enquanto os bombardeios continuam.

O Ministério da Saúde do Hamas relatou a morte de pelo menos 48 palestinos em bombardeios noturnos na cidade de Gaza, e outra agressão no campus da Universidade Al Aqsa deixou pelo menos 20 mortos, segundo a mesma fonte.

"O ano de 2023 foi o pior da minha vida", disse à AFP Ahmed al Baz, um homem de 33 anos que teve de deixar sua casa em Gaza e agora vive em um campo de refugiados improvisado em Rafah.

O cerco total imposto por Israel deixou os habitantes do território palestino com escassez de alimentos, água, medicamentos e combustível, enquanto os caminhões de ajuda chegam a conta-gotas à região.

Mediadores internacionais continuam os esforços para alcançar uma nova pausa na guerra.

Uma delegação do Hamas visitou o Cairo na sexta-feira para discutir um plano egípcio para tréguas, libertação escalonada de reféns em troca da soltura de prisioneiros palestinos e o fim da guerra, disseram fontes próximas ao grupo.

Seus aliados da Jihad Islâmica afirmaram no sábado que os movimentos islamistas estão "no processo" de avaliação da proposta e responderão em breve.

Os recentes ataques de Israel à região central da Faixa de Gaza mataram pelo menos 35 palestinos até hoje, de acordo com autoridades de um hospital da região. As ofensivas acontecem em meio a declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de que a guerra deve continuar "por muitos mais meses".

Os ataques se concentraram na segunda maior cidade de Gaza, Khan Younis, onde os militares israelenses disseram que líderes do Hamas estão escondidos. A ofensiva aérea e terrestre sem precedentes de Israel já matou mais de 21,6 mil palestinos e feriu outros 55 mil, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas.

##RECOMENDA##

Fonte: Associated Press.

As forças israelenses bombardearam os campos de refugiados palestinos na região central da Faixa de Gaza e emitiram ordens para que os moradores evacuassem nesta terça-feira, 26, num sinal de que os militares planejam expandir sua ofensiva terrestre para outra parte do território sitiado. O principal provedor de telecomunicações de Gaza, a Paltel, anunciou outra "interrupção completa" dos serviços.

Uma nova zona de batalha em potencial ameaça trazer mais destruição em uma guerra que, segundo os militares israelenses, durará "muitos meses", pois eles prometem esmagar o grupo terrorista Hamas, que está no poder, após o ataque de 7 de outubro. As forças israelenses têm se envolvido em pesados combates urbanos no norte de Gaza e na cidade de Khan Younis, ao sul, levando os palestinos a áreas cada vez menores em busca de refúgio.

##RECOMENDA##

Apesar da pressão internacional por um cessar-fogo e dos apelos dos EUA por menos vítimas civis, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirma que a luta "não está perto de terminar".

A ofensiva de Israel é uma das campanhas militares mais devastadoras da história recente. Mais de 20.900 palestinos, dois terços deles mulheres e crianças, foram mortos, de acordo com o Ministério da Saúde em Gaza, cuja contagem não diferencia entre civis e combatentes. Na tarde de terça-feira, o ministério informou que 240 pessoas haviam sido mortas nas últimas 24 horas.

"Estamos seriamente preocupados com o contínuo bombardeio da Faixa de Gaza Central pelas forças israelenses, que já causou mais de 100 mortes de palestinos desde a véspera de Natal", disse o escritório de direitos humanos da ONU, observando que Israel ordenou que alguns moradores se mudassem para a área.

Em resposta ao que há muito tempo considera críticas desproporcionais da ONU, Israel disse que não concederia mais vistos automáticos aos funcionários da ONU e acusou o órgão mundial de ser "parceiro cúmplice" das táticas do Hamas. O porta-voz do governo, Eylon Levy, disse que Israel consideraria os pedidos de visto caso a caso. Isso poderia limitar ainda mais os esforços de ajuda em Gaza.

Os moradores da região central de Gaza descreveram uma noite de bombardeios e ataques aéreos que abalaram os campos de Nuseirat, Maghazi e Bureij. Os campos são cidades construídas que abrigam palestinos expulsos de suas casas no que hoje é Israel durante a guerra de 1948, juntamente com seus descendentes. Os campos agora estão lotados de pessoas que fugiram do norte.

"O bombardeio foi muito intenso", disse Radwan Abu Sheitta, um professor, por telefone, de Bureij.

À tarde, os militares israelenses ordenaram que os moradores saíssem de um território com a largura da região central de Gaza, incluindo Bureij, pedindo-lhes que se mudassem para a vizinha Deir al-Balah.

O braço militar do Hamas, as Brigadas Qassam, disse que seus combatentes atingiram dois tanques israelenses a leste de Bureij. Seu relatório não pôde ser confirmado de forma independente, mas seria um indício de que as forças israelenses estariam se aproximando.

O anúncio de interrupção dos serviços de telecomunicações feito pela empresa Paltel repete outras situações similares desde o início da guerra. O NetBlocks, um grupo que monitora interrupções da internet, confirmou que a conectividade de rede em Gaza foi interrompida novamente e "provavelmente deixará a maioria dos residentes sem acesso à internet."

Repercussão regional

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que o país enfrenta uma "guerra de várias arenas" em sete frentes diferentes - Gaza e a Cisjordânia ocupada, Líbano, Síria, Iraque, Iêmen e Irã. "Já respondemos e agimos em seis delas", disse ele ao Comitê de Assuntos Estrangeiros e Defesa do parlamento de Israel.

Durante a guerra, grupos de milícia apoiados pelo Irã em toda a região intensificaram os ataques em apoio ao Hamas.

Milícias apoiadas pelo Irã no Iraque realizaram um ataque com drone em uma base dos EUA em Irbil, no norte do Iraque, na segunda-feira, 25, ferindo três militares americanos, um deles em estado crítico, de acordo com autoridades dos EUA. Em resposta, aviões de guerra dos EUA atingiram, antes do amanhecer, três locais no Iraque ligados a uma das principais milícias, a Kataib Hezbollah.

Um ataque israelense na segunda-feira atingiu um bairro da capital síria, Damasco, matando o general Seyed Razi Mousavi, um conselheiro da Guarda Revolucionária paramilitar iraniana, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. As forças armadas de Israel não comentaram.

Quase diariamente, o Hezbollah e Israel trocam mísseis, ataques aéreos e bombardeios na fronteira entre Israel e Líbano. Cerca de 150 pessoas foram mortas no lado libanês, em sua maioria combatentes do Hezbollah e de outros grupos, mas também 17 civis. Pelo menos nove soldados e quatro civis foram mortos no lado israelense.

No Mar Vermelho, os ataques dos rebeldes Houthi no Iêmen contra navios comerciais interromperam o comércio e levaram a uma operação naval multinacional liderada pelos EUA para proteger as rotas de navegação.

Expansão da ofensiva em Gaza

Mais de 85% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram expulsos de suas casas. Deir al-Balah e Rafah, no sul, na fronteira com o Egito, estão lotadas de pessoas deslocadas, mesmo com os bombardeios de Israel.

As autoridades da ONU dizem que um quarto da população de Gaza está morrendo de fome sob o cerco de Israel, que só permite a entrada de uma pequena quantidade de alimentos, água, combustível, medicamentos e outros suprimentos.

Um ataque na terça-feira atingiu uma casa em Mawasi, uma área rural na província de Khan Younis que Israel declarou ser uma zona segura. Uma mulher foi morta e pelo menos outras oito ficaram feridas, de acordo com um cinegrafista que trabalha para a Associated Press no hospital próximo.

Em resposta, os militares de Israel disseram que não se absteriam de operar em zonas seguras "se identificarem atividades de organizações terroristas que ameacem a segurança de Israel".

Na semana passada, o Conselho de Segurança da ONU solicitou a aceleração imediata das entregas de ajuda a Gaza, mas houve poucos sinais de mudança. A ONU diz que muitas áreas estão isoladas por causa dos combates.

Israel prometeu eliminar as capacidades do Hamas em Gaza após o ataque no sul de Israel em 7 de outubro, que matou cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e fez cerca de 240 outras reféns. Israel pretende libertar os mais de 100 reféns que permanecem em cativeiro.

Israel culpa o Hamas pelo alto número de mortes de civis em Gaza, citando o uso de áreas residenciais lotadas e túneis pelos terroristas.

No posto de fronteira de Kerem Shalom, trabalhadores médicos da ONU e de Gaza receberam um caminhão que transportava cerca de 80 corpos não identificados que haviam sido detidos pelas forças israelenses no norte de Gaza. Eles foram transferidos para as autoridades locais para serem enterrados. Os médicos disseram que o odor era insuportável.

"Não podemos abrir esse contêiner em um bairro onde vivem pessoas", disse à AP o Dr. Marwan al-Hams, diretor do comitê de emergência de saúde em Rafah. Ele disse que os ministérios da Saúde e da Justiça investigariam os corpos por possíveis "crimes de guerra".

No norte, as tropas estão se concentrando no bairro de Daraj Tufah, na Cidade de Gaza, que se acredita ser um dos últimos redutos do Hamas na área, de acordo com relatos de correspondentes militares israelenses, que recebem informações dos comandantes do exército.

Os relatórios dizem que o exército tem como objetivo destruir cerca de 70% da infraestrutura do Hamas, deixando o restante para outras operações durante as fases de menor intensidade dos combates.

Os combatentes do Hamas têm demonstrado resistência. O exército israelense anunciou a morte de mais dois soldados, elevando o total de mortos na ofensiva terrestre para 158. (ESTE CONTEÚDO FOI TRADUZIDO COM O AUXÍLIO DE FERRAMENTAS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E REVISADO POR NOSSA EQUIPE EDITORIAL)

O Egito enviou a Israel e ao grupo terrorista Hamas uma proposta de três fases que poderia acabar com a guerra na Faixa de Gaza. Segundo o plano, os combates no enclave palestino seriam paralisados e os reféns israelenses seriam soltos em etapas. De acordo com relatos da mídia israelense, o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu está disposto a ouvir as ideias propostas pelo país vizinho.

A primeira fase consistiria em uma suspensão dos combates durante duas semanas em troca da libertação de 40 reféns - mulheres, menores de idade e homens idosos, especialmente os doentes.

##RECOMENDA##

Em retorno, Tel-Aviv iria libertar 120 detentos palestinos sob as mesmas condições. Nesta fase, os tanques israelenses ficariam em posições negociadas entre as duas partes e um grande fluxo de ajuda humanitária iria entrar em Gaza.

Segunda fase

De acordo com relatos da mídia israelense, a segunda fase consistiria em um diálogo diferentes facções palestinas como os grupos terroristas Hamas e Jihad Islâmica e o Fatah, que comanda a Autoridade Palestina, organização criada após os Acordos de Olso que governa partes da Cisjordânia.

As conversas seriam intermediadas pelo Egito e levariam a formação de um governo em Gaza e na Cisjordania, que supervisionaria a reconstrução do enclave palestino e prepararia caminho para novas eleições parlamentares e presidenciais palestinas.

Terceira fase

Já a terceira fase incluiria um cessar-fogo mais abrangente, a libertação do restante dos reféns israelenses, incluindo soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI). Um número de prisioneiros palestinos que estão nas prisões de Israel também seriam libertados, inclusive os condenados por crimes terroristas considerados graves.

Nessa fase, Israel retiraria as suas forças da Faixa de Gaza e permitiria que os habitantes de Gaza deslocados do norte do enclave regressassem às suas casas.

O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, retornou no sábado, 23, para o Catar após uma viagem de quatro dias para o Egito, onde conversou com as autoridades sobre possíveis acordos de trégua.

O canal de televisão saudita Asharq apontou que uma delegação do grupo terrorista Jihad Islâmica desembarcou no Cairo neste domingo, 24, para novas conversas.

Reféns

De acordo com o governo israelense, 129 reféns ainda estão na Faixa de Gaza, mas alguns já foram dados como mortos. Em novembro, 105 civis foram libertados pelo grupo terrorista Hamas em meio a um acordo intermediado por Egito, Catar e Estados Unidos, além de negociações específicas para a libertação de cidadãos da Rússia, Filipinas e Tailândia.

Além disso, quatro reféns foram libertados nas primeiras semanas da guerra e uma sequestrada foi libertada pelas tropas israelenses. Corpos de oito sequestrados foram recuperados pelo Exército israelense e três reféns foram mortos acidentalmente por soldados de Israel.

As Forças de Defesa de Israel confirmaram a morte de 22 pessoas ainda detidas pelo Hamas, citando novas informações e descobertas obtidas por tropas que operam em Gaza.

O grupo terrorista Hamas também mantém os corpos de dois soldados israelenses que foram mortos durante a guerra em 2014, além de dois reféns israelenses que Tel-Aviv acredita que estão vivos e já estavam no enclave palestino desde antes do dia 7 de outubro, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense e mataram 1.200 pessoas.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando