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O número dois do Hamas morreu nesta terça-feira (2) em um bombardeio israelense perto de Beirute, a capital do Líbano, anunciaram o movimento palestino e autoridades de segurança locais, mais de dois meses após o início da guerra entre Israel e o grupo islamista no poder em Gaza.

Saleh Al Arouri, exilado no Líbano há vários anos, morreu junto com seus guarda-costas em um bombardeio israelense no escritório do Hamas no sul de Beirute, reduto do movimento pró-iraniano Hezbollah, informaram dois funcionários de segurança libaneses.

Segundo a agência de notícias nacional libanesa, Ani, pelo menos seis pessoas morreram no bombardeio, realizado por um drone.

A Al-Aqsa TV, canal oficial do Hamas, confirmou que "o vice-presidente do escritório político do Hamas, xeque Saleh Al Arouri", foi morto "em um ataque sionista em Beirute".

Sua morte não deterá a "resistência", reagiu Ezzat al Rishq, membro do escritório político do Hamas, em um comunicado.

Após passar cerca de 20 anos em prisões israelenses, Al Arouri foi libertado em 2010, mas com a condição de se exilar. O Exército israelense destruiu sua casa na Cisjordânia ocupada no final de outubro, segundo testemunhas.

Através de sua morte, Israel "busca arrastar o Líbano para uma nova fase de confronto", alertou o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati.

O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, condenou o "assassinato" de Al Arouri e alertou sobre os "riscos e consequências que podem resultar" desse "crime perpetrado por criminosos conhecidos".

O conflito começou após um ataque sem precedentes do movimento islamista palestino Hamas em Israel em 7 de outubro, que deixou 1.140 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP com base em dados israelenses.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, que governa Gaza desde 2007, e lançou uma ofensiva incessante no estreito território palestino. O grupo, classificado como organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, afirma que a operação já causou 22.185 mortes, a maioria mulheres e crianças.

- "Vitória clara" -

Apesar das pressões da comunidade internacional por um cessar-fogo, o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, anunciou na segunda-feira que os militares se preparam para "combates prolongados" que se estenderão "ao longo deste ano".

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, concordou nesta terça-feira e disse que "a ideia de que poderíamos parar em breve está errada".

"Sem uma vitória clara, não poderemos viver no Oriente Médio", acrescentou, após visitar um contingente de soldados no estreito território palestino, onde 173 militares israelenses morreram desde o início do conflito.

No sul de Gaza, várias testemunhas relataram impactos de mísseis em Rafah (sul) e bombardeios perto do campo de refugiados de Jabaliya (norte).

Também foram registrados combates em Al Maghazi e Bureij e na principal cidade do sul, Khan Yunis, onde o Exército israelense concentrou suas operações.

O Crescente Vermelho palestino anunciou na rede social X que em Khan Yunis seus locais foram alvo de bombardeios israelenses. O Ministério da Saúde de Gaza disse que esses ataques deixaram quatro mortos, incluindo um recém-nascido.

Um jornalista da AFPTV viu socorristas levando os feridos para o hospital Nasser da cidade. "Estávamos nas instalações do Crescente Vermelho, somos civis evacuados de Gaza, fugimos da morte", declarou Fathi al Af, sentada ao lado de seus filhos em uma maca.

"Nos disseram para irmos para o sul, que seria seguro, mas são uns mentirosos. Nenhum lugar na Faixa de Gaza é seguro", acrescentou entre lágrimas.

- Possível governo único palestino -

Israel bombardeia quase sem parar o território palestino. A população da Faixa de Gaza enfrenta uma grave crise humanitária com risco de fome. A maioria de seus hospitais está fora de serviço.

A ONU estima que 85% dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados pelo conflito, e a população sofre com a escassez de alimentos, água, combustível e remédios devido ao bloqueio imposto por Israel em 9 de outubro.

Apesar de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para pedir o envio "imediato" e "em larga escala" de ajuda humanitária a Gaza, os caminhões com suprimentos entram em conta-gotas.

Os esforços internacionais por um cessar-fogo, impulsionados, entre outros, por Egito e Catar, ainda não deram frutos. Uma trégua de uma semana permitiu a libertação no final de novembro de 100 reféns em troca de cerca de 200 prisioneiros palestinos.

Segundo o site americano Axios, que cita fontes israelenses anônimas, o Hamas propôs um novo plano de troca de reféns por prisioneiros palestinos no domingo, mas o governo israelense rejeitou a proposta.

O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou em um discurso que os reféns só serão libertados sob as condições estabelecidas pelo movimento islamista.

Haniyeh, que vive no Catar, também declarou que o movimento estava "aberto" à "ideia de um governo nacional para a Cisjordânia e Gaza" após a guerra.

Israel alertou que a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza continuará "ao longo de" 2024, após uma véspera de Ano Novo marcada por incessantes agressões ao território palestino sitiado e lançamentos de foguetes em direção a Tel Aviv.

Quase três meses após o início da guerra, desencadeada pelo ataque lançado pelo movimento islamista palestino sobre solo israelense em 7 de outubro, que deixou 1.140 mortos — segundo um balanço da AFP baseado em dados israelenses —, o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, anunciou às tropas na noite de domingo (31) que alguns reservistas fariam uma pausa para se prepararem para "combates prolongados".

O Exército "deve planejar com antecedência, pois seremos solicitados a realizar tarefas e combates adicionais ao longo deste ano", declarou.

O grupo islamista também fez cerca de 250 reféns, a maioria dos quais permanece em Gaza, segundo as autoridades israelenses.

Em resposta ao ataque, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e lançou uma ofensiva incessante sobre a Faixa de Gaza, que já deixou 21.978 mortos, a maioria mulheres, adolescentes e crianças, segundo dados do Hamas, que governa o território palestino desde 2007.

Na véspera de Ano Novo, um correspondente da AFP relatou disparos de artilharia e ataques aéreos nas cidades de Rafah e Khan Yunis, no sul de Gaza.

Pelo menos 24 pessoas foram mortas nestas ofensivas, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, que também comunicou que 15 corpos de uma mesma família foram recuperados nesta segunda-feira (1º) sob os escombros de uma casa bombardeada na noite anterior em Jabaliya, norte de Gaza.

Em várias partes de Israel, sirenes de ataque aéreo soaram no primeiro dia de 2024. Jornalistas da AFP em Tel Aviv testemunharam sistemas de defesa israelenses interceptando foguetes no céu.

"Estou apavorado, é a primeira vez que vejo mísseis", disse à AFP Gabriel Zemelman, um jovem de 26 anos que estava em um bar em Tel Aviv com seus amigos.

As Brigadas Ezzedin al Qassam, braço armado do Hamas, assumiram a responsabilidade pelo ataque com foguetes M90 realizado em "resposta ao massacre de civis" perpetrado por Israel. O Exército israelense confirmou o ataque sem relatar quaisquer vítimas ou danos.

- "Pior ano da minha vida" -

Segundo a ONU, 85% da população de Gaza foi deslocada e a situação humanitária é crítica, enquanto os bombardeios continuam.

O Ministério da Saúde do Hamas relatou a morte de pelo menos 48 palestinos em bombardeios noturnos na cidade de Gaza, e outra agressão no campus da Universidade Al Aqsa deixou pelo menos 20 mortos, segundo a mesma fonte.

"O ano de 2023 foi o pior da minha vida", disse à AFP Ahmed al Baz, um homem de 33 anos que teve de deixar sua casa em Gaza e agora vive em um campo de refugiados improvisado em Rafah.

O cerco total imposto por Israel deixou os habitantes do território palestino com escassez de alimentos, água, medicamentos e combustível, enquanto os caminhões de ajuda chegam a conta-gotas à região.

Mediadores internacionais continuam os esforços para alcançar uma nova pausa na guerra.

Uma delegação do Hamas visitou o Cairo na sexta-feira para discutir um plano egípcio para tréguas, libertação escalonada de reféns em troca da soltura de prisioneiros palestinos e o fim da guerra, disseram fontes próximas ao grupo.

Seus aliados da Jihad Islâmica afirmaram no sábado que os movimentos islamistas estão "no processo" de avaliação da proposta e responderão em breve.

Os recentes ataques de Israel à região central da Faixa de Gaza mataram pelo menos 35 palestinos até hoje, de acordo com autoridades de um hospital da região. As ofensivas acontecem em meio a declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de que a guerra deve continuar "por muitos mais meses".

Os ataques se concentraram na segunda maior cidade de Gaza, Khan Younis, onde os militares israelenses disseram que líderes do Hamas estão escondidos. A ofensiva aérea e terrestre sem precedentes de Israel já matou mais de 21,6 mil palestinos e feriu outros 55 mil, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas.

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Fonte: Associated Press.

As forças israelenses intensificaram nesta quinta-feira (28) os ataques contra a principal cidade do sul e outras áreas do centro da Faixa de Gaza, depois que o Ministério da Saúde do território palestino anunciou que mais de 21.000 pessoas morreram em 11 semanas de guerra.

Os bombardeios contínuos e a expansão das operações acontecem no momento em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a população de Gaza está em "grave perigo". O presidente da França, Emmanuel Macron, fez um apelo para que Israel aceite um cessar-fogo de longo prazo.

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O porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, afirmou na quarta-feira que os ataques contra um campo de refugiados no centro de Gaza entraram no terceiro dia e que uma brigada adicional foi enviada à cidade de Khan Yunis, no sul do território e que virou um recente foco de combates urbanos.

Ele também insinuou uma possível "expansão dos combates no norte", na fronteira com o Líbano, cenário de trocas de tiros constantes entre as forças israelenses e o movimento islamista Hezbollah desde o início da guerra.

O comandante do Exército israelense, Herzi Halevi, afirmou que a instituição aprovou "planos para várias contingências. Devemos estar preparados para atacar quando for necessário".

- "Cessar-fogo duradouro" -

A pressão por uma trégua aumentou na quarta-feira, quando Macron insistiu, em uma conversa telefônica com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na "necessidade de trabalhar para alcançar um cessar-fogo duradouro".

Ele também expressou uma "profunda preocupação" com o número de civis mortos em Gaza, informou seu gabinete em um comunicado.

Desde que Israel impôs o cerco ao território no início da guerra, os moradores de Gaza enfrentam a escassez de comida, água, combustível e medicamentos.

O direto-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, também pediu uma trégua e afirmou que a comunidade internacional deve "adotar passos urgentes para aliviar o grave perigo que a população de Gaza enfrenta, que coloca em risco a capacidade dos trabalhadores humanitários de ajudar as pessoas com ferimentos graves, fome e que estão expostas a doenças".

Em um comunicado, a OMS afirmou que seus funcionários relataram que "pessoas com fome novamente interromperam nossos comboios com a esperança de encontrar comida".

- Quadrigêmeos em Gaza -

Israel prometeu manter a campanha para destruir o Hamas como resposta ao ataque de 7 de outubro do movimento islamista, que deixou quase de 1.140 mortos em território israelense, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em informações divulgadas pelas autoridades do país.

O movimento palestino também sequestrou quase 250 pessoas, das quais 129 continuam como reféns.

A campanha implacável de Israel, com bombardeios e uma ofensiva terrestre, matou pelo menos 21.110 pessoas, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

Um total de 167 soldados israelenses morreram desde o início das operações terrestres, no fim de outubro.

Segundo a ONU, 1,9 milhão de moradores de Gaza estão deslocados.

Uma delas, Iman al-Masry, deu à luz recentemente a quadrigêmeos em um hospital no sul de Gaza, depois de fugir da casa da família no norte do território, uma área devastada pela guerra.

A viagem "afetou minha gravidez", declarou a mulher de 28 anos, que teve dois meninos e duas meninas em um parto cesárea.

Ela precisou desocupar rapidamente o leito no hospital para dar espaço a outros pacientes, mas deixou um dos filhos no hospital porque ele estava com a saúde muito frágil para receber alta.

"Estão muito magro", afirmou sobre os filhos em um abrigo improvisado em Deir al Balah.

"Com a falta de leite em pó para bebês, tento amamentá-los, mas não há nada nutritivo que eu possa comer para amamentar três bebês", lamentou.

No campo de refugiados de Al Maghazi, uma escola da ONU transformada em abrigo foi atingida por um bombardeio.

"Eles dizem que existem zonas verdes e zonas com outras cores. São apenas boatos, não há zonas seguras em Gaza", declarou à AFP um homem no território que não revelou seu nome.

- "Ação direta" -

A guerra aumentou o temor de um conflito regional, com ataques frequentes entre Israel e o Hezbollah na fronteira com o Líbano, assim como os ataques dos rebeldes huthis do Iêmen contra navios no Mar Vermelho, em solidariedade com o Hamas.

Todos os grupos são apoiados pelo Irã.

A Guarda Revolucionária do Irã advertiu Israel que Teerã e seus aliados adotarão uma "ação direta" para vingar a morte do comandante Razi Moussavi, que aconteceu na segunda-feira em um ataque com mísseis na Síria atribuído às forças israelenses, que negam qualquer envolvimento.

Milhares de pessoas compareceram nesta quinta-feira ao funeral de Moussav em Teerã. Ele era comandante da Força Qods, setor de operações no exterior e unidade de elite da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do Irã.

A violência também explodiu na Cisjordânia ocupada, com mais de 310 palestinos mortos por soldados ou colonos israelenses desde 7 de outubro, segundo o Ministério palestino da Saúde.

Uma operação israelense em um campo de refugiados no norte da Cisjordânia matou seis pessoas na quarta-feira, informou o ministério.

As forças israelenses bombardearam os campos de refugiados palestinos na região central da Faixa de Gaza e emitiram ordens para que os moradores evacuassem nesta terça-feira, 26, num sinal de que os militares planejam expandir sua ofensiva terrestre para outra parte do território sitiado. O principal provedor de telecomunicações de Gaza, a Paltel, anunciou outra "interrupção completa" dos serviços.

Uma nova zona de batalha em potencial ameaça trazer mais destruição em uma guerra que, segundo os militares israelenses, durará "muitos meses", pois eles prometem esmagar o grupo terrorista Hamas, que está no poder, após o ataque de 7 de outubro. As forças israelenses têm se envolvido em pesados combates urbanos no norte de Gaza e na cidade de Khan Younis, ao sul, levando os palestinos a áreas cada vez menores em busca de refúgio.

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Apesar da pressão internacional por um cessar-fogo e dos apelos dos EUA por menos vítimas civis, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirma que a luta "não está perto de terminar".

A ofensiva de Israel é uma das campanhas militares mais devastadoras da história recente. Mais de 20.900 palestinos, dois terços deles mulheres e crianças, foram mortos, de acordo com o Ministério da Saúde em Gaza, cuja contagem não diferencia entre civis e combatentes. Na tarde de terça-feira, o ministério informou que 240 pessoas haviam sido mortas nas últimas 24 horas.

"Estamos seriamente preocupados com o contínuo bombardeio da Faixa de Gaza Central pelas forças israelenses, que já causou mais de 100 mortes de palestinos desde a véspera de Natal", disse o escritório de direitos humanos da ONU, observando que Israel ordenou que alguns moradores se mudassem para a área.

Em resposta ao que há muito tempo considera críticas desproporcionais da ONU, Israel disse que não concederia mais vistos automáticos aos funcionários da ONU e acusou o órgão mundial de ser "parceiro cúmplice" das táticas do Hamas. O porta-voz do governo, Eylon Levy, disse que Israel consideraria os pedidos de visto caso a caso. Isso poderia limitar ainda mais os esforços de ajuda em Gaza.

Os moradores da região central de Gaza descreveram uma noite de bombardeios e ataques aéreos que abalaram os campos de Nuseirat, Maghazi e Bureij. Os campos são cidades construídas que abrigam palestinos expulsos de suas casas no que hoje é Israel durante a guerra de 1948, juntamente com seus descendentes. Os campos agora estão lotados de pessoas que fugiram do norte.

"O bombardeio foi muito intenso", disse Radwan Abu Sheitta, um professor, por telefone, de Bureij.

À tarde, os militares israelenses ordenaram que os moradores saíssem de um território com a largura da região central de Gaza, incluindo Bureij, pedindo-lhes que se mudassem para a vizinha Deir al-Balah.

O braço militar do Hamas, as Brigadas Qassam, disse que seus combatentes atingiram dois tanques israelenses a leste de Bureij. Seu relatório não pôde ser confirmado de forma independente, mas seria um indício de que as forças israelenses estariam se aproximando.

O anúncio de interrupção dos serviços de telecomunicações feito pela empresa Paltel repete outras situações similares desde o início da guerra. O NetBlocks, um grupo que monitora interrupções da internet, confirmou que a conectividade de rede em Gaza foi interrompida novamente e "provavelmente deixará a maioria dos residentes sem acesso à internet."

Repercussão regional

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que o país enfrenta uma "guerra de várias arenas" em sete frentes diferentes - Gaza e a Cisjordânia ocupada, Líbano, Síria, Iraque, Iêmen e Irã. "Já respondemos e agimos em seis delas", disse ele ao Comitê de Assuntos Estrangeiros e Defesa do parlamento de Israel.

Durante a guerra, grupos de milícia apoiados pelo Irã em toda a região intensificaram os ataques em apoio ao Hamas.

Milícias apoiadas pelo Irã no Iraque realizaram um ataque com drone em uma base dos EUA em Irbil, no norte do Iraque, na segunda-feira, 25, ferindo três militares americanos, um deles em estado crítico, de acordo com autoridades dos EUA. Em resposta, aviões de guerra dos EUA atingiram, antes do amanhecer, três locais no Iraque ligados a uma das principais milícias, a Kataib Hezbollah.

Um ataque israelense na segunda-feira atingiu um bairro da capital síria, Damasco, matando o general Seyed Razi Mousavi, um conselheiro da Guarda Revolucionária paramilitar iraniana, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. As forças armadas de Israel não comentaram.

Quase diariamente, o Hezbollah e Israel trocam mísseis, ataques aéreos e bombardeios na fronteira entre Israel e Líbano. Cerca de 150 pessoas foram mortas no lado libanês, em sua maioria combatentes do Hezbollah e de outros grupos, mas também 17 civis. Pelo menos nove soldados e quatro civis foram mortos no lado israelense.

No Mar Vermelho, os ataques dos rebeldes Houthi no Iêmen contra navios comerciais interromperam o comércio e levaram a uma operação naval multinacional liderada pelos EUA para proteger as rotas de navegação.

Expansão da ofensiva em Gaza

Mais de 85% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram expulsos de suas casas. Deir al-Balah e Rafah, no sul, na fronteira com o Egito, estão lotadas de pessoas deslocadas, mesmo com os bombardeios de Israel.

As autoridades da ONU dizem que um quarto da população de Gaza está morrendo de fome sob o cerco de Israel, que só permite a entrada de uma pequena quantidade de alimentos, água, combustível, medicamentos e outros suprimentos.

Um ataque na terça-feira atingiu uma casa em Mawasi, uma área rural na província de Khan Younis que Israel declarou ser uma zona segura. Uma mulher foi morta e pelo menos outras oito ficaram feridas, de acordo com um cinegrafista que trabalha para a Associated Press no hospital próximo.

Em resposta, os militares de Israel disseram que não se absteriam de operar em zonas seguras "se identificarem atividades de organizações terroristas que ameacem a segurança de Israel".

Na semana passada, o Conselho de Segurança da ONU solicitou a aceleração imediata das entregas de ajuda a Gaza, mas houve poucos sinais de mudança. A ONU diz que muitas áreas estão isoladas por causa dos combates.

Israel prometeu eliminar as capacidades do Hamas em Gaza após o ataque no sul de Israel em 7 de outubro, que matou cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e fez cerca de 240 outras reféns. Israel pretende libertar os mais de 100 reféns que permanecem em cativeiro.

Israel culpa o Hamas pelo alto número de mortes de civis em Gaza, citando o uso de áreas residenciais lotadas e túneis pelos terroristas.

No posto de fronteira de Kerem Shalom, trabalhadores médicos da ONU e de Gaza receberam um caminhão que transportava cerca de 80 corpos não identificados que haviam sido detidos pelas forças israelenses no norte de Gaza. Eles foram transferidos para as autoridades locais para serem enterrados. Os médicos disseram que o odor era insuportável.

"Não podemos abrir esse contêiner em um bairro onde vivem pessoas", disse à AP o Dr. Marwan al-Hams, diretor do comitê de emergência de saúde em Rafah. Ele disse que os ministérios da Saúde e da Justiça investigariam os corpos por possíveis "crimes de guerra".

No norte, as tropas estão se concentrando no bairro de Daraj Tufah, na Cidade de Gaza, que se acredita ser um dos últimos redutos do Hamas na área, de acordo com relatos de correspondentes militares israelenses, que recebem informações dos comandantes do exército.

Os relatórios dizem que o exército tem como objetivo destruir cerca de 70% da infraestrutura do Hamas, deixando o restante para outras operações durante as fases de menor intensidade dos combates.

Os combatentes do Hamas têm demonstrado resistência. O exército israelense anunciou a morte de mais dois soldados, elevando o total de mortos na ofensiva terrestre para 158. (ESTE CONTEÚDO FOI TRADUZIDO COM O AUXÍLIO DE FERRAMENTAS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E REVISADO POR NOSSA EQUIPE EDITORIAL)

Israel prosseguiu com os bombardeios na Faixa de Gaza nesta terça-feira (26), depois de anunciar que pretende intensificar ainda mais a guerra contra o Hamas, até "desmilitarizar" e "desradicalizar" o território palestino.

Em Khan Yunis, no sul de Gaza, onde Israel informou que concentra a ofensiva contra o grupo islamista palestino, era possível observar a fumaça provocada pelos bombardeios.

Um correspondente da AFP relatou que os bombardeios israelenses continuaram durante a noite, em Khan Yunis e na vizinha Rafah, na fronteira com o Egito, localidade que abriga dezenas de milhares de pessoas deslocadas de outros pontos do território palestino.

Trinta corpos de vítimas de bombardeios foram levados nas últimas 24 horas para o hospital Nasser de Khan Yunis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

O Exército israelense anunciou que visou, nas últimas horas, a mais de 100 alvos do Hamas, incluindo acessos a túneis e posições militares para atacar os soldados, em particular em Jabalia, no norte, e em Khan Yunis.

"Não vamos parar (...) vamos intensificar os combates nos próximos dias. Será uma guerra longa", afirmou na segunda-feira o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, depois de visitar Gaza.

"O Hamas deve ser destruído, Gaza deve ser desmilitarizada, e a sociedade palestina deve ser desradicalizada. Estes são os três requisitos para a paz entre Israel e seus vizinhos palestinos em Gaza", escreveu o chefe de Governo em um artigo publicado no Wall Street Journal.

- "Relatos comoventes" -

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa a Faixa desde 2007, mais de 20.600 pessoas, a maioria mulheres e menores de idade, morreram nas operações israelenses em Gaza.

Em Israel, o ataque sem precedentes de 7 de outubro executado por milicianos do Hamas deixou quase 1.140 mortos, a maioria civis, de acordo com balanço da AFP baseado em dados israelenses.

O Hamas também sequestrou mais de 240 pessoas, e 129 permanecem em cativeiro em Gaza.

O Exército israelense informou que 158 militares morreram desde o início da ofensiva terrestre, em 27 de outubro.

No território, sob certo total desde 9 de outubro, a guerra obrigou 1,9 milhão de pessoas a abandonarem suas casas, o equivalente a 85% da população, segundo a ONU.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), cujos funcionários visitaram na segunda-feira o hospital de Deir al Balah, no centro de Gaza, após um bombardeio a um campo de refugiados próximo, afirmou que suas equipes ouviram "relatos comoventes" de famílias inteiras mortas.

"O último bombardeio contra uma comunidade de Gaza mostra porque é necessário um cessar-fogo imediato", escreveu o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X.

O bombardeio de domingo contra o campo de Al Maghazi matou 70 pessoas, segundo o Hamas. O Exército israelense anunciou que está "investigando o incidente".

A entrada de ajuda humanitária em Gaza não aumentou de maneira significativa, apesar da aprovação na sexta-feira, no Conselho de Segurança da ONU, de uma resolução que pede o envio "imediato" e em larga escala.

- Pressão em Israel -

Em Israel, a pressão aumenta para obter a libertação dos reféns. Parentes das pessoas sequestradas interromperam na segunda-feira o discurso de Netanyahu durante uma sessão especial do Parlamento, com gritos de "agora, agora", depois que o chefe de Governo afirmou que precisa de mais tempo.

"E se fosse o seu filho?", "80 dias, cada minuto é o inferno", afirmavam os cartazes dos manifestantes.

O Hamas, considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, exige o fim dos combates antes de iniciar novas negociações para a libertação dos reféns.

Os países mediadores, Egito e Catar, tentam obter uma nova trégua, depois da pausa do fim de novembro que permitiu a libertação em uma semana de 105 reféns em troca de 240 presos palestinos em Israel, além da entrada em Gaza de ajuda humanitária procedente do território egípcio.

Na Cisjordânia ocupada, onde a violência aumentou de maneira considerável desde o início do conflito em Gaza, dois palestinos morreram em ações do Exército israelense nesta terça-feira.

- Bombardeios dos EUA no Iraque -

Os temores de que o conflito provoque uma escalada regional também aumentaram. A fronteira entre Líbano e Israel registra trocas de disparos quase diárias entre o grupo Hezbollah, aliado do Hamas, e o Exército israelense. E os rebeldes huthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, multiplicaram os ataques contra navios comerciais no Mar Vermelho e no Mar da Arábia.

Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira que bombardearam três posições de grupos pró-Irã no Iraque. O governo iraquiano denunciou um "ato hostil" que matou um integrante das forças de segurança e deixou 18 feridos.

O Irã acusou Israel pela morte na segunda-feira de um militar em um ataque com mísseis na Síria. A Guarda Revolucionária, exército ideológico iraniano, identificou o general Razi Moussavi como um "comandante de logística do eixo da resistência" contra Israel, que reúne Irã, Hezbollah, Hamas e os huthis.

O Egito enviou a Israel e ao grupo terrorista Hamas uma proposta de três fases que poderia acabar com a guerra na Faixa de Gaza. Segundo o plano, os combates no enclave palestino seriam paralisados e os reféns israelenses seriam soltos em etapas. De acordo com relatos da mídia israelense, o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu está disposto a ouvir as ideias propostas pelo país vizinho.

A primeira fase consistiria em uma suspensão dos combates durante duas semanas em troca da libertação de 40 reféns - mulheres, menores de idade e homens idosos, especialmente os doentes.

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Em retorno, Tel-Aviv iria libertar 120 detentos palestinos sob as mesmas condições. Nesta fase, os tanques israelenses ficariam em posições negociadas entre as duas partes e um grande fluxo de ajuda humanitária iria entrar em Gaza.

Segunda fase

De acordo com relatos da mídia israelense, a segunda fase consistiria em um diálogo diferentes facções palestinas como os grupos terroristas Hamas e Jihad Islâmica e o Fatah, que comanda a Autoridade Palestina, organização criada após os Acordos de Olso que governa partes da Cisjordânia.

As conversas seriam intermediadas pelo Egito e levariam a formação de um governo em Gaza e na Cisjordania, que supervisionaria a reconstrução do enclave palestino e prepararia caminho para novas eleições parlamentares e presidenciais palestinas.

Terceira fase

Já a terceira fase incluiria um cessar-fogo mais abrangente, a libertação do restante dos reféns israelenses, incluindo soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI). Um número de prisioneiros palestinos que estão nas prisões de Israel também seriam libertados, inclusive os condenados por crimes terroristas considerados graves.

Nessa fase, Israel retiraria as suas forças da Faixa de Gaza e permitiria que os habitantes de Gaza deslocados do norte do enclave regressassem às suas casas.

O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, retornou no sábado, 23, para o Catar após uma viagem de quatro dias para o Egito, onde conversou com as autoridades sobre possíveis acordos de trégua.

O canal de televisão saudita Asharq apontou que uma delegação do grupo terrorista Jihad Islâmica desembarcou no Cairo neste domingo, 24, para novas conversas.

Reféns

De acordo com o governo israelense, 129 reféns ainda estão na Faixa de Gaza, mas alguns já foram dados como mortos. Em novembro, 105 civis foram libertados pelo grupo terrorista Hamas em meio a um acordo intermediado por Egito, Catar e Estados Unidos, além de negociações específicas para a libertação de cidadãos da Rússia, Filipinas e Tailândia.

Além disso, quatro reféns foram libertados nas primeiras semanas da guerra e uma sequestrada foi libertada pelas tropas israelenses. Corpos de oito sequestrados foram recuperados pelo Exército israelense e três reféns foram mortos acidentalmente por soldados de Israel.

As Forças de Defesa de Israel confirmaram a morte de 22 pessoas ainda detidas pelo Hamas, citando novas informações e descobertas obtidas por tropas que operam em Gaza.

O grupo terrorista Hamas também mantém os corpos de dois soldados israelenses que foram mortos durante a guerra em 2014, além de dois reféns israelenses que Tel-Aviv acredita que estão vivos e já estavam no enclave palestino desde antes do dia 7 de outubro, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense e mataram 1.200 pessoas.

Autoridades palestinas da área de saúde informaram neste domingo, 24, que pelos menos 49 pessoas foram mortas num ataque aéreo israelense na região central de Gaza.

Mais cedo, militares israelenses informaram que quatorze soldados foram mortos em combate na Faixa de Gaza no fim de semana, em alguns dos dias de batalha mais sangrentos desde o início da ofensiva terrestre e um sinal de que o Hamas está ainda resistindo, apesar de semanas de guerra brutal. Fonte: Associated Press

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Militares israelenses informaram neste domingo, 24, que 14 soldados foram mortos em combate na Faixa de Gaza no fim de semana, em alguns dos dias de batalha mais sangrentos desde o início da ofensiva terrestre e um sinal de que o Hamas está ainda resistindo, apesar de semanas de guerra brutal.

O crescente número de mortos entre militares israelenses deverá desempenhar um fator importante no apoio público do país à guerra.

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Os israelenses apoiam firmemente os objetivo declarados do país de anular as capacidades governamentais e militares do Hamas e de libertar os restantes 129 prisioneiros. Mas o número crescente de soldados mortos poderá minar esse apoio.

As mortes de soldados são um tema delicado e emocional em Israel, um país com serviço militar obrigatório para a maioria dos judeus.

O conflito já devastou partes da Faixa de Gaza, matou cerca de 20,4 mil palestinos e deslocou quase 85% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza.

O Ministério da Saúde em Gaza controlada pelo Hamas disse que 166 pessoas foram mortas no enclave costeiro no último dia. Fonte: Associated Press.

Sem uma grande árvore de Natal nem um presépio deslumbrante, um clima triste prevalece este ano em Belém, a cidade onde Jesus nasceu segundo a tradição cristã, na véspera de um Natal marcado pela guerra em Gaza.

Na meia-noite deste domingo, espera-se a presença de poucos fiéis e turistas na tradicional missa de Natal nesta localidade, situada no território palestino ocupado da Cisjordânia.

Os turistas fugiram da região desde o início da guerra entre Israel e Hamas em 7 de outubro.

Os cristãos palestinos não têm ânimo para celebrar o Natal ao mesmo tempo em que bombardeiam seus compatriotas em Gaza.

As autoridades municipais de Belém cancelaram a maioria dos eventos natalinos.

"É difícil celebrar algo em um momento em que nosso povo está morrendo", disse à AFP Nicole Najjar, uma estudante de 18 anos entrevistada em uma praça deserta. "Muitos estão morrendo por esta terra", lamenta.

Na Praça da Natividade, que era decorada com uma grande árvore de Natal e um presépio de tamanho humano, foi instalada uma obra de arte que representa Maria e José no meio dos destroços e atrás de arame farpado. É uma referência evidente à tragédia em Gaza.

Em um dos prédios da praça, há uma grande faixa com a mensagem: "Parem com o genocídio, os deslocamentos forçados e suspendam o bloqueio".

O ministério da Saúde de Gaza, governado pelo Hamas, anunciou no domingo que os bombardeios e incursões terrestres de Israel naquele território palestino causaram 20.424 mortes, a maioria mulheres e menores, desde 7 de outubro.

Quase 1.140 pessoas morreram em território israelense no ataque sem precedentes do Hamas que desencadeou a ofensiva israelense.

Os bombardeios do Exército de Israel também afetaram as igrejas, onde cerca de 1.000 palestinos cristãos buscaram refúgio.

O Patriarcado Latino de Jerusalém denunciou na semana passada a morte de uma mãe e sua filha, atingidas por tiros do Exército israelense, na única igreja católica na Cidade de Gaza.

- "Ninguém virá" -

O Patriarca de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa, disse neste domingo, ao chegar a Belém, que "é preciso acabar com as hostilidades, pois a violência só gera mais violência".

"A mensagem de Natal não é a violência, mas a paz. Queremos a paz, principalmente para os palestinos que a esperam há muito tempo", acrescentou.

Durante a manhã, moradores de Belém, tanto cristãos quanto muçulmanos, ergueram uma grande bandeira palestina na Praça do Presépio.

"Ninguém virá. Abrimos porque é Natal e tínhamos que fazer isso", afirma Amir Giacaman, de 29 anos, proprietário de uma loja de presépios e outros objetos de arte litúrgica.

Giacaman lamenta uma queda no número de turistas mais acentuada do que durante a pandemia: "Com a Covid-19, tivemos anos ruins, mas nada comparado a isso".

"Não temos ânimo para celebrações ao mesmo tempo que em Gaza ocorre um genocídio e na Cisjordânia lamentamos jovens abatidos por Israel e detidos todos os dias", reconhece Mitri Raheb, pastor de uma igreja luterana na localidade palestina.

"Belém trouxe Jesus ao mundo. Chegou a hora de o mundo trazer a paz a Belém e a Gaza", acrescenta Raheb.

O Exército de Israel prosseguiu com os bombardeios nesta quinta-feira (21) na Faixa de Gaza, em particular em Khan Yunis e na passagem de fronteira de Kerem Shalom, ao mesmo tempo que continuam as negociações para obter uma trégua no conflito do país contra o movimento islamista Hamas.

Khan Yunis, a maior cidade do sul do território palestino cercado desde 9 de outubro, onde o Exército israelense anunciou que intensificou suas operações, foi alvo de novos bombardeios, segundo imagens da AFPTV.

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O Hamas afirmou que Israel também bombardeou a passagem de fronteira de Kerem Shalom, entre Israel e a Faixa, e matou quatro pessoas, incluindo o diretor do local, Bassem Ghaben.

As autoridades de Gaza anunciaram na quarta-feira que as operações militares israelenses deixaram 20.000 mortos no território desde o início da guerra, incluindo ao menos 8.000 menores de idade e 6.200 mulheres.

O Exército israelense informou, nesta quinta-feira, que matou mais de 2.000 combatentes palestinos em Gaza desde 1º de dezembro, quando terminou uma trégua de uma semana durante a qual foi feita uma troca de reféns nas mãos do Hamas por palestinos presos em Israel.

Israel também destacou que sua força aérea bombardeou 230 alvos em Gaza nas últimas 24 horas.

Israel prometeu destruir o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, após os atentados de 7 de outubro do grupo islamista no sul de Israel que mataram quase 1.140 pessoas, segundo um balanço da AFP baseado nas informações divulgadas pelas autoridades do país.

Quase 250 pessoas foram sequestradas pelo grupo islamista, e 129 continuam como reféns em Gaza, segundo Israel.

No entanto, o Hamas desafiou Israel e garantiu nesta quinta-feira que o objetivo israelense de eliminá-los "está condenado ao fracasso", segundo uma mensagem de áudio de Abu Obeida, porta-voz do braço militar do movimento islamista.

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos fez um apelo a Israel para que abra uma investigação sobre "a possível perpetração de um crime de guerra" por parte de seu Exército em Gaza. A agência disse ter recebido "informações preocupantes" sobre a morte de "11 homens palestinos desarmados" na Cidade de Gaza.

- "Todos devem voltar para casa" -

No campo diplomático, os esforços prosseguem em várias frentes para obter uma nova trégua.

No fim de novembro, uma pausa de uma semana nos combates permitiu a libertação de 105 reféns e de 240 palestinos detidos por Israel, assim como a entrada de ajuda no território palestino, cenário de uma crise humanitária catastrófica.

Um dos reféns libertados durante a trégua, Ofir Engel, 18 anos, participou na quarta-feira de uma cerimônia com vários amigos e parentes de reféns no kibutz Beeri, onde foi sequestrado.

"Um dos momentos mais difíceis foi quando os terroristas nos deixaram no escuro total, com bombas caindo sem parar ao nosso redor", declarou. "Eu estava lá, e enquanto os reféns estiverem lá, eles estarão em perigo, a todo momento (...) Todos devem voltar para casa agora".

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, viajou para o Cairo na quarta-feira para discutir uma nova "trégua provisória de uma semana em troca da libertação por parte do Hamas de 40 prisioneiros israelenses", disse à AFP uma fonte próxima ao movimento islamista.

Ziad al Nakhala, líder da Jihad Islâmica, movimento islamista aliado do Hamas e que também tem reféns em Gaza, deve visitar o Cairo na próxima semana, segundo uma fonte da organização.

Paralelamente, Israel discute com Catar e Estados Unidos para tentar conseguir uma trégua que resulte na libertação dos reféns.

Um alto funcionário israelense explicou que "houve alguns avanços" após "duas reuniões com os cataris na semana passada".

"Estamos dispostos a negociar uma nova fórmula sobre [a libertação de] os reféns (...) Para isso, precisaremos de nova pausa humanitária como a primeira [ao final de novembro]. Mas antes e depois disso, estamos comprometidos a alcançar nosso objetivo principal que consiste em acabar com a existência do Hamas", acrescentou.

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, insistiu em um "cessar-fogo duradouro".

O presidente francês, Emmanuel Macron, por sua vez, reuniu-se com o rei da Jordânia, Abdullah II, para agilizar o envio de ajuda humanitária.

- "Onde estamos seguros?" -

O Conselho de Segurança da ONU tentará mais uma vez, nesta quinta-feira, aprovar uma resolução para acelerar o fornecimento de ajuda a Gaza, mas pode voltar a enfrentar o veto dos Estados Unidos.

Washington disse estar trabalhando "ativamente" para conseguir a aprovação da resolução.

A ONU continua alertando para a profunda crise humanitária em Gaza, onde metade da população passa fome, e 90% dos moradores ficam, muitas vezes, sem refeição durante o dia, segundo o Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU.

A maioria dos hospitais da Faixa está fora de serviço, devido aos bombardeios, e 1,9 milhão de pessoas, ou seja, 85% da população, foram obrigadas a abandonar suas casas, segundo as Nações Unidas.

O subsecretário-geral de Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, lamentou o que chamou de uma situação humanitária catastrófica e classificou o número de vítimas palestinas como "dramático e vergonhoso".

"Onde estamos seguros? Para onde devemos ir?", perguntou um palestino que fugiu do norte do território para Rafah, no sul. "Não há para onde ir, estamos presos", acrescentou.

Israel ordenou uma nova evacuação de grande parte da principal cidade do sul da Faixa de Gaza, enquanto prosseguem nesta quinta-feira (21) os esforços para alcançar uma trégua no território palestino, onde o balanço de mortos na guerra superou 20.000, segundo o movimento islamista Hamas.

O Exército israelense ordenou a "evacuação imediata" de uma área que representa quase 20% da cidade de Khan Yunis, informou o Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU.

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A Faixa de Gaza está sem energia elétrica devido ao bloqueio total imposto por Israel. Muitos moradores contam apenas com rádios que funcionam com pilhas e com a informação que circula entre a população para obter informações.

Antes do início dos combates, esta área tinha mais 111.000 habitantes, segundo o OCHA.

A área inclui 32 abrigos com mais de 141.000 deslocados internos, a maioria pessoas que precisaram abandonar o norte do território palestino, acrescentou a ONU.

O Exército israelense anunciou na segunda-feira a intensificação das operações em Khan Yunis.

Israel prometeu destruir o movimento islamista Hamas, que governa a Faixa de Gaza, após os atentados de 7 de outubro do grupo islamista no sul de Israel que mataram quase 1.140 pessoas, segundo um balanço da AFP baseado nas informações divulgadas pelas autoridades do país.

Quase 250 pessoas foram sequestradas pelo grupo islamista e 129 continuam como reféns em Gaza, segundo Israel.

O governo do Hamas anunciou na quarta-feira que as operações militares israelenses deixaram 20.000 mortos no território desde o início da guerra, incluindo ao menos 8.000 menores de idade e 6.200 mulheres.

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, chamou o número de "trágico e vergonhoso".

Na cidade Rafah (sul), bombardeada por Israel, os moradores depositam esperanças nas negociações para uma trégua.

"Desejo um cessar-fogo completo, o fim das mortes e do sofrimento. São mais de 75 dias", declarou Kassem Shurrab, de 25 anos.

- Diálogo para trégua -

A possibilidade de uma trégua entre Israel e Hamas, e da libertação de reféns, aumentou esta semana com a visita do líder do movimento islamista, Ismail Haniyeh, ao Egito e com negociações na Europa.

Haniyeh, que mora no Catar, chegou na quarta-feira ao Cairo para uma reunião com o diretor da inteligência egípcia, Abas Kamel.

Uma fonte do Hamas declarou à AFP que "o cessar-fogo total e a retirada do Exército de ocupação israelense são condições para qualquer negociação séria de troca de reféns por prisioneiros".

Porém, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, insistiu que não haverá cessar-fogo antes da "eliminação" do Hamas.

Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, admitiu que "não há expectativas nesta questão, mas estamos pressionando para alcançar um acordo".

David Barnea, chefe do serviço de inteligência israelense, o Mossad, afirmou que teve uma "reunião positiva" esta semana em Varsóvia com o diretor da CIA, Bill Burns, e com o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman Al Thani.

O Catar, com o apoio do Egito e dos Estados Unidos, atuou como o mediador da trégua de uma semana no fim de novembro que permitiu a libertação de 80 reféns israelenses em troca de 240 prisioneiros palestinos.

- Rede de túneis -

Israel afirmou que suas tropas encontraram uma rede de túneis utilizada por líderes do Hamas, incluindo o líder do movimento em Gaza, Yahya Sinwar.

O Exército divulgou imagens da "grande rede" de túneis na cidade de Gaza, que conecta esconderijos e residências.

Também relatou combates corpo a corpo e mais de 300 bombardeios nas últimas 24 horas. Israel anunciou as mortes de três soldados na quarta-feira, o que eleva a 137 o número de baixas em Gaza desde o início das operações terrestres.

O Ministério da Saúde do Hamas informou que os ataques israelenses contra casas e mesquitas mataram pelo menos 12 pessoas e que 30 faleceram em bombardeios ao leste de Khan Yunis.

"Basta. Perdemos tudo e não aguentamos mais", afirmou Samar Abu Luli, uma moradora de Rafah, após um bombardeio israelense contra o bairro de Al Shabura.

- Estagnação na ONU -

O Conselho de Segurança da ONU deve tentar mais uma vez, nesta quinta-feira, aprovar uma resolução para pedir a suspensão dos combates, depois de não conseguir o apoio dos Estados Unidos.

Israel rejeitou o termo "cessar-fogo" e, por este motivo, a delegação dos Estados Unidos utilizou duas vezes seu poder de veto para frear resoluções desde o início de la guerra.

Os Emirados Árabes Unidos defendem um projeto de resolução sobre o conflito que foi diluído para garantir apoio, segundo uma versão consultada pela AFP.

A proposta pede a "suspensão urgente das hostilidades para permitir o acesso humanitário seguro e sem obstáculos para um cessar sustentável das hostilidades".

Israel permitiu a passagem de caminhões pelo posto de Rafah, na fronteira com o Egito, e esta semana também autorizou o envio de ajuda pelo posto de Kerem Shalom.

A guerra provocou temores de uma escalada regional, com incidentes na fronteira com o Líbano e mísseis dos rebeldes huthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, contra navios de carga no Mar Vermelho.

Israel anunciou na quarta-feira que atacou um "centro operacional de comando" utilizado pelo grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, e que atirou contra combatentes que seguiam em direção a sua fronteira com o Líbano.

Uma idosa morreu e seu marido ficou ferido, informou a imprensa oficial, em um bombardeio israelense contra a cidade de Marun al Ras, na fronteira no sul do Líbano, a partir de onde o Hezbollah lançou vários ataques noturnos contra Israel.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quarta-feira, 20, que o país continuará a guerra até o fim, que considera que ocorra quando o Hamas seja eliminado, classificando este cenário como uma vitória.

Em pronunciamento, o dirigente disse: "quem pensa que vamos parar não está ligado à realidade. Não deixaremos de lutar até atingir todos os objetivos que estabelecemos: a eliminação do Hamas, a libertação dos nossos reféns e a remoção da ameaça de Gaza".

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Netanyahu afirmou ainda: "estamos atacando o Hamas com fogo. Em todos os lugares, inclusive hoje. Também atacamos seus assistentes de perto e de longe. Todos os terroristas do Hamas, do primeiro ao último, são mortais. Eles têm apenas duas opções: render-se ou morrer".

Os Estados Unidos emitiram uma carta coletiva assinada junto do alto representante da União Europeia para Negócios Estrangeiros, Josep Borell, do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jans Stoltenberg, e de um grupo de 44 países, em que condenam a interferência Houthi nas navegações na Península Arábica, principalmente no Mar Vermelho.

O texto afirma que os ataques recentes a embarcações em território Houthi ameaçam o comércio internacional e a segurança marítima. A carta pede que nenhum país se abstenha ou encoraje a atitude dos Houthis.

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"Não há justificação para estes ataques, que afetam muitos países para além das bandeiras sob as quais estes navios navegam", afirma o texto, que pede também a liberação imediata do navio Galaxy Leader e dos 25 membros de sua tripulação, além de exigir a interrupção de novos ataques.

No domingo (17) o Exército de Israel afirmou ter descoberto o maior túnel subterrâneo construído pelo grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza, com uma extensão de mais de quatro quilômetros. A descoberta deu mais uma pista sobre a complexa rede subterrânea que tem sido um ponto chave durante a guerra, já que Israel depende da destruição desses pontos - utilizados para articulação do grupo terrorista-, para alcançar seus objetivos militares.

Não se sabe exatamente qual a extensão desses túneis. Quando Israel e o Egito impuseram um bloqueio punitivo a Gaza depois de o grupo terrorista Hamas ter tomado o controle do território em 2007, o grupo terrorista expandiu a construção da rede para contrabandear armas do Egito.

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Embora o Egito tenha posteriormente encerrado a maior parte desses túneis transfronteiriços, acredita-se que hoje em dia o grupo terrorista Hamas tenha uma gigantesca e complexa rede subterrânea que se estende por toda Gaza, permitindo-lhe transportar armas, abastecimentos e combatentes fora da vista dos drones israelenses.

Veja o que se sabe até agora sobre esse sistema, de acordo com o Exército de Israel:

Tamanho suficiente para passar carro

O túnel descoberto no domingo, o maior até então, é largo suficiente para passagem de carros, confirmou um fotógrafo autorizado a entrar à AFP . E está equipado com tubulações, eletricidade, sistemas de esgoto, ventilação e ferroviários.

O Exército disse que a rede de túneis facilitou o trânsito de veículos, pessoas e suprimentos para o ataque terrorista sem precedentes, que matou 1.200 pessoas e desencadeou a guerra.

Esse túnel, de acordo com relatos de militares e jornalistas que visitaram o local, tem o dobro da altura e três vezes a largura de outros túneis encontrados em Gaza - e mergulha 50 metros no subsolo em alguns pontos.

Escondidos em escolas e mesquitas

Os túneis custaram ao Hamas cerca de US$ 3 milhões cada, segundo os militares de Israel. Alguns são feitos de concreto pré-fabricado e ferro e contam com salas médicas para atendimento aos terroristas feridos. Outros têm espaços a 40 metros abaixo do solo, onde as pessoas podem se esconder durante meses. Segundo as Forças de Defesa de Israel, a maioria dos pontos de acesso aos túneis estão escondidos entre escolas, mesquitas, hospitais e outros edifícios civis.

'Teia de aranha'

Yocheved Lifshitz, de 85 anos, foi uma dos primeiros reféns soltos pelo Hamas, em outubro. Para a imprensa, a idosa confirmou as suspeitas de que os militantes colocaram reféns nos túneis. Lifshitz descreveu o sistema subterrâneo como "uma teia de aranha". "Fomos para o subsolo e caminhamos quilômetros em túneis molhados, por duas ou três horas em uma teia de túneis", disse ela.

Essa complexidade do sistema possivelmente dificultaria ataques por Israel. "Quando você entra em um túnel, ele é muito estreito, escuro e úmido, e você rapidamente perde a noção de espaço e tempo", disse Daphné Richemond-Barak, professor da Universidade Reichman de Israel que escreveu um livro sobre guerra subterrânea, à Associated Press. "Você tem esse medo do desconhecido, quem está chegando? … Isso vai ser uma emboscada? Ninguém pode vir e resgatar você. Você mal consegue se comunicar com o mundo exterior, com sua unidade."

O campo de batalha poderia forçar os militares israelenses a tiroteios nos quais os reféns poderiam ser mortos acidentalmente. Armadilhas explosivas também podem detonar, enterrando vivos tanto os soldados quanto os reféns, disse Richemond-Barak.

Túnel de pedras de 150 metros

Em novembro, os militares disseram ter encontrado uma suposta instalação militar do grupo terrorista Hamas sob o Shifa, o maior hospital de Gaza. Um túnel de pedras de 150 metros foi apresentados pelo exército de Israel como o caminho para uma série de bunkers subterrâneos. Alojamentos, localizados no final do túnel, tinham ar condicionado, cozinha, banheiro e duas camas de metal em um cômodo revestido de azulejos brancos. Eles pareciam estar fora de uso. O grupo Hamas e a administração do hospital negaram as acusações de Israel. (Com agências internacionais).

Os EUA e outras nove nações criaram uma nova força conjunta para proteger os navios que transitam no Mar Vermelho após a série de ataques por drones e mísseis balísticos disparados de áreas do Iêmen controladas pelo grupo rebelde houthis. O anúncio foi feito pelo secretário de Defesa americano, Lloyd J. Austin, no Bahrein, país que visitou depois de se reunir com autoridades em Israel nesta segunda-feira (18).

Os houthis, um grupo apoiado pelo Irã, advertiram que irão atacar embarcações que navegarem na costa do Iêmen e tiverem ligação com Israel, em resposta ao conflito em Gaza.

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A gravidade dos ataques, vários dos quais danificaram os navios, levou muitas companhias marítimas a ordenar aos seus navios que se mantivessem no local e não atravessassem o Estreito de Bab el-Mandeb até que a situação de segurança pudesse ser resolvida. A companhia britânica BP se juntou a esse grupo ontem.

Reino Unido, Bahrein, Canadá, França, Itália, Holanda, Noruega, Seychelles e Espanha se juntaram aos EUA na nova missão. Alguns dos países realizarão patrulhas conjuntas, enquanto outros fornecerão apoio de inteligência no sul Mar Vermelho e Golfo de Áden.

Três navios de guerra dos EUA - o USS Carney, o USS Stethem e o USS Mason, todos destróieres da Marinha - têm se deslocado diariamente pelo Estreito de Bab el-Mandeb para ajudar a dissuadir e responder aos ataques dos houthis. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Israel enfrenta nesta terça-feira (19) uma pressão internacional cada vez mais intensa a favor de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, com uma votação prevista na ONU e gestões diplomáticas de potências ocidentais - apesar da promessa dos Estados Unidos de seguir fornecendo armas ao país aliado.

O Conselho de Segurança da ONU deve se pronunciar sobre um novo texto que pede o "cessar urgente e duradouro das hostilidades" no território palestino cercado, após diversos vetos dos Estados Unidos.

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Além disso, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, se reunirá com os homólogos da França e Itália para pressionar por um "cessar-fogo sustentável" no conflito, informou seu gabinete.

A guerra em Gaza teve início com o violento ataque do Hamas em 7 de outubro, quando o movimento islamista assassinou 1.139 pessoas em Israel, a maioria civis, e sequestrou quase 250, segundo as autoridades do país.

O Ministério da Saúde do Hamas, que governa o território palestino, afirma que 19.400 pessoas, a maioria mulheres e menores de idade, morreram na ofensiva de Israel em resposta ao ataque.

A pasta anunciou que ao menos 20 pessoas morreram nesta terça-feira em um bombardeio israelense na cidade de Rafah, perto da fronteira de Gaza com o Egito.

Entre os mortos estão quatro menores de idade e um jornalista, segundo o ministério palestino.

- EUA promete seguir fornecendo armas a Israel -

Em uma visita a Israel na segunda-feira, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, prometeu que Washington continuará fornecendo armas ao aliado, que já recebeu bilhões de dólares em ajuda militar do governo americano.

"Continuaremos proporcionando a Israel o equipamento que necessita para defender seu país (...), incluídas munições críticas, veículos táticos e sistemas de defesa aérea", declarou Austin, que faz um giro diplomático por vários países do Oriente Médio.

O secretário de Defesa também anunciou criação de uma coalizão de 10 países para enfrentar os ataques dos rebeldes huthis do Iêmen no Mar Vermelho, lançados como represálias pela guerra em Gaza.

A coalizão inclui Estados Unidos, Reino Unido, Bahrein, Canadá, França, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega e Ilhas Seychelles, segundo Austin.

O grupo rebelde iemenita reivindicou ataques na segunda-feira no Mar Vermelho contra dois navios que seriam "vinculados a Israel".

- Hamas, "preparado para nova troca" -

Ao mesmo tempo, prosseguem os esforços para alcançar uma nova trégua. Segundo a imprensa americana, o diretor da CIA, Bill Burns, reuniu-se em Varsóvia com autoridades de Israel e do Catar para negociar novas libertações de reféns.

"O Hamas está preparado para uma troca de prisioneiros, mas depois de um cessar-fogo", afirmou uma fonte do movimento islamista nesta terça-feira.

Em novembro, uma pausa humanitária de sete dias permitiu a libertação de 105 reféns em Gaza em troca da saída de 240 palestinos que estavam detidos em prisões de Israel.

- Fome -

A preocupação internacional aumenta com a situação dos 2,4 milhões moradores de Gaza que enfrentam bombardeios diários, escassez de água e alimentos, além de deslocamentos em larga escala.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, criticou na segunda-feira a "terrível falta de distinção da operação militar de Israel em Gaza". "Isto tem que parar. Uma pausa humanitária é necessária com urgência", acrescentou.

A ONG Human Rights Watch (HRW) afirmou que Israel "utiliza a inanição de civis como método de guerra" e acusou o país de impedir o fornecimento de água, alimentos e combustível, além de aparentemente destruir zonas agrícolas.

Um porta-voz da diplomacia israelense respondeu que a organização "não tem base moral para falar do que acontece em Gaza porque ignorou o sofrimento e os direitos humanos dos israelenses".

Um relatório do diretor de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, citado pela imprensa do país, indica que quase metade das munições lançadas por Israel não são teleguiadas, com baixa precisão.

Em resposta, a Força Aérea israelense declarou na segunda-feira que "todas as bombas utilizadas são bombas de alta precisão".

O Exército de Israel anunciou que dois soldados morreram nesta terça-feira, o que eleva para 131 o número de militares que faleceram desde o início da operação terrestre em Gaza, no fim de outubro.

- Protestos em Tel Aviv -

Israel aprovou a entrada de ajuda em Gaza pela passagem de fronteira de Kerem Shalom, além de Rafah, e um correspondente da AFP observou a entrada de caminhões.

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, elogiou a abertura da fronteira para a passagem de ajuda e de caminhões com produtos comerciais.

Várias famílias estão reunidas no posto de Rafah com a esperança de seguir para um local seguro.

"Estamos aqui há quase um mês", declarou Safa Fathi Hamad. "Vamos morrer, a comida é escassa e não temos proteção".

Muitos israelenses protestaram na segunda-feira em Tel Aviv para exigir ações que resultem na rápida libertação dos 129 reféns que ainda estão sob poder do Hamas em Gaza.

A irritação e o medo dos parentes das vítimas aumentaram depois que soldados israelenses admitiram que mataram três reféns por engano.

A guerra em Gaza também aumentou a violência na Cisjordânia ocupada, onde as forças israelenses mataram quatro palestinos na segunda-feira em um campo de refugiados, segundo o Ministério palestino da Saúde.

Mais de 300 palestinos morreram atingidos por tiros de tropas israelenses e ataques de colonos na Cisjordânia desde 7 de outubro, segundo fontes palestinas.

Novos bombardeios israelenses deixaram dezenas de mortos na Faixa de Gaza, anunciou o Hamas nesta segunda-feira (18), ao mesmo tempo que o governo de Israel foi acusado por uma ONG de submeter deliberadamente à fome a população do território palestino cercado.

Apesar da indignação internacional com o número elevado de vítimas civis, o Exército israelense prossegue com os bombardeios contra o território palestino, que está à beira de uma catástrofe humanitária, como resposta ao ataque sem precedentes do Hamas contra Israel em 7 de outubro.

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A ONG Human Rights Watch (HRW) acusou o governo israelense de utilizar "a inanição de civis como método de guerra na Faixa de Gaza ocupada, o que constitui um crime de guerra". Israel reagiu e acusou o grupo de ser uma "organização antissemita e anti-israelense".

"As forças israelenses bloqueiam deliberadamente o fornecimento de água, alimentos e combustível, ao mesmo tempo que impedem intencionalmente a ajuda humanitária, arrasando aparentemente zonas agrícolas e privando a população civil de objetos indispensáveis para sua sobrevivência", afirmou a HRW.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve votar nesta segunda-feira uma nova resolução para pedir um "cessar-fogo urgente e duradouro das hostilidades" em Gaza, 10 dias após o veto dos Estados Unidos, que nos últimos dias demonstrou preocupação com o elevado número de vítimas civis.

A guerra em Gaza foi desencadeada pelo violento ataque do Hamas em 7 de outubro, quando os combatentes do movimento islamista mataram 1.139 pessoas em Israel, a maioria civis, e sequestraram quase 250, segundo as autoridades. Atualmente, 129 reféns permanecem retidos em Gaza.

O Ministério da Saúde do Hamas, que governa o território palestino, afirma que mais de 18.800 pessoas, a maioria mulheres e menores de idade, morreram na ofensiva de Israel.

A pasta anunciou que 110 pessoas morreram nas últimas 24 horas nos bombardeios israelenses em Jabaliya, no norte de Gaza.

No sul, as nuvens de fumaça eram observadas em Khan Yunis após os ataques israelenses.

- Hospitais atacados -

Quase 1,9 milhão de moradores de Gaza, 85% da população, foram deslocados e enfrentam escassez de alimentos, água, combustível e remédios devido ao cerco "total" de Israel, imposto desde 9 de outubro.

"Não ficaria surpreso se as pessoas começassem a morrer de fome ou de uma combinação de fome, doenças e imunidade frágil", alertou Philippe Lazzarini, diretor da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA).

Vários hospitais foram afetados pelos combates, apesar da presença de pacientes e deslocados. Israel acusa o Hamas de utilizar os centros de saúde como bases, o que o movimento islamista nega.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou no domingo que está "consternada com a destruição real" do hospital Kamal Adwan, onde as forças israelenses executaram uma operação de vários dias contra o Hamas antes da retirada.

No pátio do hospital, os palestinos caminhavam entre os escombros, em busca de cadáveres.

A OMS também afirmou que os bombardeios israelenses transformaram o serviço de emergência do hospital Al Shifa, da cidade de Gaza, o mais importante do território, em "um banho de sangue".

O Ministério da Saúde anunciou que as forças israelenses atacaram o hospital Al Awda (norte) e prenderam profissionais da saúde. No sul, um ataque no domingo deixou um morto e seis feridos no hospital Nasser, em Khan Yunis.

Segundo a ONU, menos de um terço dos hospitais de Gaza estão funcionando, apenas parcialmente.

- Pressão para libertar os reféns -

Apesar da pressão internacional, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que é necessário "manter a pressão militar" para acabar com o Hamas.

O Exército informou que 126 soldados morreram na Faixa de Gaza desde o início das operações terrestres em 27 de outubro.

A Forças de Defesa anunciaram no domingo que encontraram o "maior túnel" cavado pelo Hamas entre Israel e o norte do território palestino.

O governo israelense enfrenta uma pressão cada vez maior das famílias dos reféns para negociar a libertação, em particular desde a revelação, na sexta-feira, de que soldados mataram três reféns "por engano", depois que foram confundidos com combatentes palestinos.

O Catar, principal mediador entre Israel e o Hamas, ao lado do Egito e dos Estados Unidos, afirmou que prossegue com "esforços diplomáticos para restabelecer uma pausa humanitária".

Um membro do Hamas declarou que as condições "são claras: um cessar-fogo total, a retirada dos tanques das cidades, a abertura da rodovia entre norte e sul, o fim do cerco, a entrada normal de ajuda em toda Gaza, sem restrições".

A trégua estabelecida no mês passado permitiu a libertação de 105 reféns sob poder do Hamas e de grupos aliados, 80 deles israelenses, em troca de 240 palestinos detidos em Israel.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, está no Kuwait como parte de uma viagem regional, durante a qual também visitará Israel.

O conflito em Gaza também provocou o aumento da violência na Cisjordânia ocupada por Israel, onde mais de 300 palestinos morreram após tiros das tropas israelenses ou ataques de colonos, segundo a Autoridade Palestina.

O Ministério da Saúde anunciou que quatro pessoas, incluindo dois adolescentes, morreram depois que foram atingidos por tiros israelenses no campo de refugiados de Al Fara, no norte do território.

Israel segue, neste domingo (17), bombardeando a Faixa de Gaza, apesar do aumento da pressão para que o governo israelense negocie a libertação dos reféns sequestrados pelo movimento islamista palestino Hamas.

O governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está sob pressão crescente, especialmente desde que se soube, na sexta-feira (15), que soldados mataram três reféns "por engano", depois de confundi-los com combatentes palestinos.

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Os três reféns estavam entre as cerca de 250 pessoas capturadas no ataque sem precedentes do Hamas, em solo israelense, em 7 de outubro. Nele, morreram 1.140 pessoas, segundo os últimos números das autoridades. Pelo menos 129 permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza.

Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e bombardeia, sem cessar, o território palestino, onde morreram cerca de 18.800 pessoas. Deste total, em torno de 70% são mulheres e menores, conforme o Ministério da Saúde, governado pelo Hamas desde 2007.

"Muitos civis estão morrendo", disse a ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, em viagem para Israel, de onde pediu "uma nova trégua humanitária imediata e duradoura".

O chanceler israelense, Eli Cohen, reiterou a posição de seu governo, para quem um cessar-fogo é "um presente para o Hamas".

- "Banho de sangue" -

No norte da Faixa, uma fumaça espessa podia ser vista neste domingo, após os bombardeios israelenses.

O Ministério da Saúde do Hamas relatou 24 mortos no acampamento de refugiados de Jabaliya. Muitos ainda estão "sob os escombros".

Outros bombardeios mataram pelo menos 12 pessoas na cidade de Deir al Balah, no centro do território palestino. Testemunhas também relataram ataques aéreos na cidade de Bani Suheila, no sul, e a AFPTV observou intensos combates na cidade de Gaza.

O serviço de emergência do hospital Al Shifa, no norte de Gaza, tornou-se "um banho de sangue", com centenas de pacientes e novos feridos chegando "a cada minuto", afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os ataques israelenses devastaram grande parte do território, e a ONU estima que 1,9 milhão de habitantes de Gaza foram forçados a abandonar suas casas.

No final da oração do Ângelus, o papa Francisco lamentou a morte de duas mulheres, no sábado, em uma paróquia católica de Gaza e afirmou que, nesse território há 'civis indefesos" que são alvo de disparos e bombardeios.

- "Trazer os reféns vivos" -

Em Israel, aumenta a pressão para libertar os reféns ainda mantidos em cativeiro no território palestino. Centenas de pessoas protestaram ontem, em Tel Aviv. Depois, acamparam em frente à sede do Ministério da Defesa para exigir o retorno de seus familiares.

"O governo israelense deve (...) colocar sobre a mesa sua melhor proposta para trazer os reféns vivos. Vivos”, insistiu Ruby Chen, pai de Itay Chen.

Mais de 100 israelenses e estrangeiros capturados foram libertados em troca de 240 prisioneiros palestinos durante uma trégua de uma semana em novembro, patrocinada pelo Catar.

Mas, para Netanyahu, é preciso "manter a pressão militar" para trazer os reféns e acabar com o Hamas.

Ontem, o Catar confirmou que está fazendo "esforços diplomáticos para restabelecer uma pausa humanitária".

Segundo o site de notícias Axios, o chefe dos serviços de Inteligência de Israel, David Barnea, reuniu-se na sexta-feira (15) com o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman al Thani, que participou das negociações da trégua anterior.

O Hamas rejeita 'qualquer negociação", se "a agressão contra nosso povo não cessar completamente", informou no Telegram.

- Temor de tensões na região -

O secretário americano da Defesa, Lloyd Austin, também estará em Israel, Bahrein e Catar esta semana para reiterar "o compromisso de Washington em reforçar a segurança e a estabilidade regionais".

Nos últimos dias, os Estados Unidos, o maior aliado de Israel, pediram uma fase de "menor intensidade" na operação israelense, para proteger os civis.

O chefe da diplomacia britânica, David Cameron, e sua homóloga alemã, Annalena Baerbock, também lançaram um apelo por um "cessar-fogo duradouro", em um texto publicado no Sunday Times.

Fora de Gaza, a Autoridade Palestina lamentou neste domingo a morte de cinco palestinos na Cisjordânia ocupada, onde a violência disparou desde o início do conflito.

A guerra também faz temer um aumento das tensões na região, especialmente no Líbano, onde fica o movimento pró-Irã Hezbollah, aliado do Hamas. No norte de Israel, na fronteira com o Líbano, há trocas de disparos diárias entre o Exército israelense e o Hezbollah.

Hoje, a chanceler francesa pediu uma "desescalada" da violência nessa fronteira.

"Se houver uma espiral, uma conflagração, acho que ninguém sairá beneficiado, e falo isso por Israel também", disse Colonna.

E, no Mar Vermelho, uma estratégica rota comercial por onde circulam 20.000 navios todos os anos, várias grandes companhias mundiais de transporte marítimo suspenderam a passagem de seus navios, devido aos ataques dos rebeldes huthis, do Iêmen, próximos ao Irã, apresentados como resposta à guerra entre Israel e o Hamas.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou em um discurso que a morte de reféns israelenses baleados por engano por tropas de Israel na Faixa de Gaza partiram seu coração e "partiram o coração de toda a nação". As vítimas levantavam bandeiras brancas e estavam sem camisa quando foram alvejadas.

O primeiro-ministro não indicou, apesar da morte dos reféns, que haverá qualquer mudança na intensa campanha militar de Israel.

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"Estamos empenhados como sempre em continuar até ao fim, até desmantelarmos o Hamas, até devolvermos todos os nossos reféns", disse.

A revolta pelos assassinatos deverá aumentar a pressão sobre o governo israelense para renovar as negociações mediadas pelo Catar com o Hamas sobre a troca de mais cativos restantes.

Um alto funcionário do Hamas, Osama Hamdan, reiterou que não haverá mais libertações de reféns até que a guerra termine e Israel aceite as condições do grupo militante para uma troca. Netanyahu disse que Israel nunca concordaria com tais exigências.

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