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O Exército dos Estados Unidos fez nesta quinta-feira (18) novos bombardeios contra posições no Iêmen dos rebeldes huthis, que alertaram que continuarão com os ataques ao tráfego marítimo no Mar Vermelho.

O comando militar no Oriente Médio (Centcom) informou que realizou "ataques contra 14 mísseis dos huthis apoiados pelo Irã que estavam carregados para lançamento e representavam uma ameaça iminente aos navios mercantes”.

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Esta foi a quarta rodada de bombardeios lançada pelos Estados Unidos no Iêmen na última semana. Segundo os veículos dos huthis, como o canal de TV Al-Masirah e a agência de notícias Saba.net, os ataques afetaram áreas diferentes do país, entre elas o porto de Hodeida e a cidade de Taez.

Os veículos também atribuíram os ataques ao Reino Unido, embora o Exército americano não tenha feito nenhuma menção a esse respeito. Estados Unidos e Reino Unido lançaram na última sexta-feira a primeira rodada de bombardeios contra posições huthis no Iêmen, em resposta a ataques do grupo rebelde a navios no Mar Vermelho.

Além de bombardearem suas posições, os Estados Unidos voltaram a incluir os huthis em sua lista de grupos terroristas.

Os Estados Unidos e o Reino Unido bombardearam, nesta sexta-feira (12), posições dos rebeldes huthis no Iêmen, que ameaçam a navegação no Mar Vermelho em "solidariedade" aos palestinos em Gaza, onde o Hamas alertou que estes ataques terão "repercussões" regionais.

"Condenamos veementemente a agressão flagrante dos EUA e do Reino Unido no Iêmen. Consideramos que são responsáveis pelas repercussões na segurança regional", disse o movimento islamista palestino no Telegram, acentuando o receio de que o seu conflito com Israel em Gaza se espalhe para outras áreas Oriente Médio.

Esse pequeno território palestino é palco de devastadores bombardeios israelenses desencadeados após um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelense em 7 de outubro, que deixou 1.140 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" este movimento islamista que governa Gaza e é classificado como grupo terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia. A sua operação militar causou pelo menos 23.469 mortes, a maioria mulheres e menores, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

Os huthis fazem parte do autoproclamado "eixo de resistência", um grupo de movimentos armados hostis a Israel e apoiados pelo Irã, que também inclui o Hamas e o Hezbollah libanês.

Desde o início da guerra em Gaza, os huthis lançaram vários ataques no Mar Vermelho, forçando muitos armadores a evitar a área e tornando o transporte entre Europa e Ásia mais caro e demorado.

Segundo o Exército dos Estados Unidos, desde 19 de novembro, este grupo rebelde que controla parte do Iêmen lançou um total de 27 ataques perto do estreito de Bab al Mandeb, que separa a Península Arábica da África.

- "Desescalar tensões" -

Em resposta, os Estados Unidos mobilizaram navios de guerra e formaram uma coalizão internacional em dezembro para proteger esta rota por onde transita 12% do comércio mundial.

Os bombardeios desta sexta-feira atingiram instalações militares huthis em vários locais. Pelo menos cinco pessoas morreram e seis ficaram feridas, disse o porta-voz militar do movimento rebelde, Yahya Saree, na rede social X. Também destacou que foram 73 ataques e que incluíram a capital Sanaa e a cidade portuária de Hodeida, que eles controlam.

Em uma declaração conjunta, Estados Unidos, Reino Unido e oito dos seus aliados garantiram que, com estes ataques, procuram "diminuir as tensões" e "restaurar a estabilidade no Mar Vermelho".

"As ações de hoje demonstram um compromisso comum com a liberdade de navegação, o comércio internacional e a defesa da vida dos navegantes contra ataques ilegais e injustificáveis", declararam Austrália, Bahrein, Canadá, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.

O presidente americano, Joe Biden, descreveu como uma "ação defensiva" em resposta "aos ataques sem precedentes dos huthis a navios internacionais no Mar Vermelho" que ameaçam o comércio global.

- China pede "moderação" -

Apesar dos avisos de Washington e do Conselho de Segurança da ONU, os huthis dispararam um míssil balístico antinavio na quinta-feira, intensificando os rumores de uma intervenção que finalmente ocorreu na manhã desta sexta-feira.

Biden alertou que "não hesitará" em "ordenar outras medidas" militares para proteger os Estados Unidos e o comércio internacional.

Um porta-voz do grupo iemenita garantiu, no entanto, que continuarão atacando navios vinculados a Israel que transitam por aquela zona.

Sublinhando que "o Mar Vermelho é um importante ponto de passagem para a logística internacional e o comércio energético", o governo chinês manifestou a sua "preocupação" com a escalada das tensões e pediu "moderação" de todas as partes.

O Irã condenou os bombardeios britânico-americanos como uma "ação arbitrária" e uma "violação" do direito internacional e a Rússia chamou-os de "ilegítimos", mas a Otan defendeu-os como ações "defensivas".

"Nosso país enfrenta um ataque massivo de navios, submarinos e aviões americanos e britânicos", declarou o vice-ministro das Relações Exteriores huthi, Hussein Al Ezzi, citado pela imprensa rebelde.

"Os Estados Unidos e o Reino Unido devem se preparar para pagar um preço alto e assumir as graves consequências desta agressão", acrescentou.

A imprensa americana indica que os ataques foram realizados com caças e mísseis Tomahawk. O Reino Unido disse ter mobilizado quatro caças Typhoon FGR4 com bombas guiadas a laser.

O ataque ocorreu logo após o final de uma viagem regional ao Oriente Médio do chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, para evitar uma propagação do conflito em Gaza.

O Ministério da Saúde do Hamas reportou nesta sexta-feira "inúmeras" mortes em novos bombardeios no pequeno território palestino, onde a ONU denunciou os obstáculos impostos pelas autoridades israelenses à entrega de ajuda humanitária à população.

A guerra também aumentou a tensão na fronteira entre o norte de Israel e o Líbano, onde há disparos quase diários entre tropas israelenses e milicianos do grupo libanês Hezbollah.

Além disso, no Iraque e na Síria, as forças dos EUA receberam desde outubro 130 ataques de facções locais pró-Irã, que afirmam agir em solidariedade com os palestinos, de acordo com o Pentágono.

O Exército americano derrubou uma dúzia de drones e cinco mísseis disparados pelos rebeldes huthis do Iêmen contra embarcações no Mar Vermelho, informou o Pentágono nesta terça-feira (26).

"Não houve danos aos barcos na área, nem foram reportados feridos", informou o Comando Central do Pentágono em uma postagem nas redes sociais, descrevendo um bombardeio de 12 drones, três mísseis balísticos antinavio e dois mísseis de ataque terrestre durante um período de 12 horas.

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Os rebeldes iemenitas, apoiados pelo Irã, haviam indicado algumas horas antes que realizaram o disparo de um míssil contra um navio cargueiro no Mar Vermelho e um ataque com drones em direção a Israel.

Os huthis, que se declaram solidários ao Hamas em sua guerra contra Israel em Gaza, afirmaram em um comunicado que realizaram "uma operação direcionada contra um navio comercial", identificado como "MSC UNITED", e lançaram "drones contra alvos militares" no sul de Israel.

Esses ataques são os mais recentes de uma série de disparos de mísseis e lançamentos de drones realizados pelos huthis desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro.

Os rebeldes alertaram que podem considerar como alvo qualquer navio com vínculos com Israel que navegue ao largo do litoral do Iêmen.

A agência de segurança marítima do Exército britânico (UKMTO) informou, nesta terça-feira, que foram ouvidas explosões e mísseis foram avistados perto do porto de Hodeida, na costa oeste do Iêmen, sem consequências para um navio que passava pela área ou para sua tripulação.

A mesma entidade reportou explosões perto de outro navio próximo a Hodeida.

Explosões também foram relatadas ao largo da costa do Sinai egípcio, noticiaram meios de comunicação deste país, antes de o Exército israelense relatar que interceptou objetos durante o voo sobre o Mar Vermelho.

Segundo o Departamento de Defesa americano, os huthis lançaram, desde o início da guerra em Gaza, cerca de uma centena de ataques com drones e mísseis contra uma dezena de navios mercantes.

Essas ações afetaram a navegação marítima no Mar Vermelho, uma área estratégica para o comércio internacional.

Os Estados Unidos formaram uma coalizão, à qual mais de vinte países se juntaram, para proteger a navegação no Mar Vermelho, por onde passa grande parte do comércio mundial.

Os huthis também lançaram ataques contra Israel, a maioria dos quais não atingiu seus alvos.

Os Estados Unidos emitiram uma carta coletiva assinada junto do alto representante da União Europeia para Negócios Estrangeiros, Josep Borell, do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jans Stoltenberg, e de um grupo de 44 países, em que condenam a interferência Houthi nas navegações na Península Arábica, principalmente no Mar Vermelho.

O texto afirma que os ataques recentes a embarcações em território Houthi ameaçam o comércio internacional e a segurança marítima. A carta pede que nenhum país se abstenha ou encoraje a atitude dos Houthis.

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"Não há justificação para estes ataques, que afetam muitos países para além das bandeiras sob as quais estes navios navegam", afirma o texto, que pede também a liberação imediata do navio Galaxy Leader e dos 25 membros de sua tripulação, além de exigir a interrupção de novos ataques.

Os EUA e outras nove nações criaram uma nova força conjunta para proteger os navios que transitam no Mar Vermelho após a série de ataques por drones e mísseis balísticos disparados de áreas do Iêmen controladas pelo grupo rebelde houthis. O anúncio foi feito pelo secretário de Defesa americano, Lloyd J. Austin, no Bahrein, país que visitou depois de se reunir com autoridades em Israel nesta segunda-feira (18).

Os houthis, um grupo apoiado pelo Irã, advertiram que irão atacar embarcações que navegarem na costa do Iêmen e tiverem ligação com Israel, em resposta ao conflito em Gaza.

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A gravidade dos ataques, vários dos quais danificaram os navios, levou muitas companhias marítimas a ordenar aos seus navios que se mantivessem no local e não atravessassem o Estreito de Bab el-Mandeb até que a situação de segurança pudesse ser resolvida. A companhia britânica BP se juntou a esse grupo ontem.

Reino Unido, Bahrein, Canadá, França, Itália, Holanda, Noruega, Seychelles e Espanha se juntaram aos EUA na nova missão. Alguns dos países realizarão patrulhas conjuntas, enquanto outros fornecerão apoio de inteligência no sul Mar Vermelho e Golfo de Áden.

Três navios de guerra dos EUA - o USS Carney, o USS Stethem e o USS Mason, todos destróieres da Marinha - têm se deslocado diariamente pelo Estreito de Bab el-Mandeb para ajudar a dissuadir e responder aos ataques dos houthis. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais de 11.000 crianças morreram ou ficaram feridas na guerra civil do Iêmen desde que o conflito escalou há quase oito anos, revelou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

"O verdadeiro balanço deste conflito poderia ser muito maior", informou o Unicef a respeito de uma das piores crises humanitárias do mundo.

"Milhares de crianças morreram e centenas de milhares de pessoas permanecem em risco de morrer de doenças evitáveis ou fome", disse a diretora-executiva do Unicef, Catherine Russell.

Cerca de 2,2 milhões de crianças iemenitas estão desnutridas, um quarto delas com menos de cinco anos, e em sua maioria estão em risco extremo de contrair cólera, sarampo e outras doenças evitáveis com vacinas, segundo o Unicef.

A guerra no Iêmen eclodiu em 2014 e os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, tomaram rapidamente a capital, Saná, o que motivou a intervenção de uma força internacional encabeçada pela Arábia Saudita para apoiar o governo.

Desde então, centenas de milhares de pessoas morreram em consequência direta do combate, da falta de água potável, de surtos de doenças ou fome.

Segundo o Unicef, 3.774 menores morreram entre março de 2015 e setembro de 2022.

Uma trégua mediada pela ONU durou seis meses, até 2 de outubro, e as partes envolvidas no conflito não pactuaram uma extensão.

Desde então, segundo o Unicef, pelo menos 62 crianças morreram ou ficaram feridas.

"A renovação urgente da trégua seria um primeiro passo positivo, que permitiria um acesso humanitário urgente", afirmou Russell.

"Só uma paz duradoura permitirá às famílias reconstruir suas vidas destruídas e começar a planejar o futuro", acrescentou.

A entidade da ONU destacou, ainda, que 3.904 crianças foram recrutadas para os combates e mais de 90 meninas foram incorporadas a outras funções, como vigiar postos de controle.

O Unicef pediu 484,4 milhões de dólares à comunidade internacional para enfrentar a crise humanitária.

"Para que as crianças do Iêmen tenham a oportunidade de um futuro decente (...), as pessoas com influência devem assegurar que tenham proteção e apoio", afirmou Russell.

Randa tem três anos, mas pesa apenas quatro quilos. A menina sofre de desnutrição aguda e corre risco de morte como milhões de outras pessoas no Iêmen, um país devastado por sete anos de guerra.

Em Al Khadich, um campo para deslocados na província de Hajjah, no norte do Iêmen, Randa chora, deitada em uma cama de ferro dentro de uma barraca.

No país mais pobre da Península Arábica, milhões de crianças como Randa sofrem as consequências de uma guerra brutal entre o governo, apoiado desde 2015 pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos, e os rebeldes houthis, apoiados pelo Irã e no controle do norte e oeste do país, incluindo a capital Sanaa.

“Toda vez que o estado dela piora, eles nos mandam levá-la ao hospital, mas não temos dinheiro para pagar o transporte”, explica a mãe de Randa, Saleha Nasser.

Em Al Khadich, mais de 2.600 famílias vivem em barracas em terras áridas, sob extrema pobreza, fome e dificuldade de acesso à ajuda humanitária.

A ONU não para de alertar a comunidade internacional contra o risco de fome em grande escala que considera uma das piores catástrofes humanitárias do mundo.

Dirigindo-se ao Conselho de Segurança, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, alertou que a falta de financiamento para ajuda humanitária no Iêmen é "sem precedentes".

"As agências de ajuda rapidamente ficam sem dinheiro. No final de janeiro, quase dois terços dos principais programas de ajuda da ONU foram reduzidos ou encerrados", lamentou o diplomata.

No final de dezembro, o Programa Mundial de Alimentos foi "forçado" a reduzir a ajuda ao Iêmen "enquanto a fome aumenta".

"Em dezembro, o PAM cortou as rações de alimentos para oito milhões de pessoas", disse Griffiths. E a partir de março, eles podem “não conseguir comida alguma”, alertou.

- Impossível dormir -

No hospital de Abs, a principal cidade da província de Hajjah, os funcionários se movimentam em meio aos gritos de crianças que são impedidas de adormecer pela fome. A enfermaria para crianças desnutridas tem apenas vinte leitos, todos ocupados.

De acordo com Ahmed Al-Achoual, diretor do hospital, centenas de crianças sofrem de desnutrição aguda nos campos para deslocados nesta região que faz fronteira com a rica monarquia saudita.

"Chegamos a receber mais de 300 casos por mês. E estes são apenas os que podem vir ao hospital, porque muitos não têm meios", explica o médico à AFP.

De acordo com o PMA, mais da metade da população do Iêmen sofre de fome aguda e metade das crianças menores de 5 anos (2,3 milhões) correm o risco de desnutrição.

Além disso, 3,6 milhões de pessoas não têm acesso à água potável, aumentando o risco de doenças fatais, segundo a ONU. As crianças são especialmente afetadas por este risco.

A guerra que devasta o Iêmen já deixou 377.000 mortos, a maioria devido às consequências indiretas dos combates, como fome, doenças ou falta de água potável.

A coalizão liderada pela Arábia Saudita iniciou neste sábado (25) uma operação militar de larga escala no Iêmen, depois de um ataque dos rebeldes huthis que deixou dois mortos e sete feridos, a primeira ação dos insurgentes em três anos que provocou vítimas.

De acordo com fontes médicas, um ataque de represália das forças de Riad no Iêmen deixou três mortos e seis feridos em Ajama, cidade ao norte da capital Sanaa, que está sob controle dos rebeldes.

Após o bombardeio de Riad, os huthis advertiram que responderão com "ações dolorosas", caso a coalizão não interrompa as "agressões".

O reino saudita lidera desde 2015 uma coalizão que apoia o governo do Iêmen, que está em guerra há sete anos com os rebeldes huthis. Estes últimos, ligados a Irã, atacam com frequência o território da Arábia Saudita a partir do Iêmen.

A defesa civil do reino saudita informou que duas pessoas, um saudita e um iemenita, morreram durante um ataque na região de Jizan, perto da fronteira com o Iêmen.

"Um projétil caiu em um edifício comercial e deixou dois mortos, um saudita e um cidadão iemenita. Também registramos sete civis feridos, seis sauditas e um cidadão de Bangladesh", afirma o comunicado oficial saudita.

Pouco depois do ataque, a coalizão informou que se preparava para uma "operação militar em larga escala".

- Intensificação dos combates -

Embora os rebeldes iemenitas dispare com frequência mísseis e utilizem drones contra os aeroportos e infraestruturas de petróleo da vizinha Arábia Saudita, este ataque é o primeiro com vítimas fatais desde 2018.

No lado iemenita, fontes médicas informaram que três pessoas morreram e seis ficaram feridas nos ataques aéreos de represália da coalizão ao noroeste de Sanaa.

"Três civis, incluindo uma criança e uma mulher, morreram na cidade de Ajama, e seis ficaram feridas", afirmou um médico à AFP.

Nos últimos meses aconteceu uma intensificação dos combates. Na capital Sanaa, que sofre desde 2016 o bloqueio da Arábia Saudita, os bombardeios de Riad atingiram o aeroporto, que desde terça-feira não pode receber os aviões das organizações humanitárias e da ONU.

Riad afirma responder a ataques com drones que decolam do aeroporto de Sanaa.

Na quinta-feira, a coalizão, que na véspera atacou uma base militar dos huthis em Sanaa, anunciou a destruição de um drone explosivo que seguia para o aeroporto de Abha, sul da Arábia Saudita, ação que não provocou vítimas.

No mesmo dia, a Marinha dos Estados Unidos anunciou a apreensão de 1.400 fuzis AK-47 e munições destinadas aos rebeldes iemenitas em um barco de pesca procedente, segundo os militares americanos, do Irã.

Teerã reconhece o apoio político aos rebeldes, mas nega o fornecimento de armas.

O Iêmen sofre com uma guerra civil desde 2014, quando os huthis assumiram o controle da maior parte do norte do país, em um conflito que a ONU considera que provocou a pior crise humanitária do mundo.

De acordo com a ONU, 377.000 pessoas morreram pelas consequências diretas e indiretas do conflito, em particular a falta de água potável, a fome e as doenças.

Mais de 80% dos quase 30 milhões de iemenitas precisa de ajuda humanitária.

Na quarta-feira, a ONU afirmou que foi "obrigada" a reduzir a ajuda alimentar ao Iêmen por falta de recursos, no momento em que a fome aumenta no país.

A coalizão militar liderada pela Arábia Saudita no Iêmen disse neste domingo (24) que matou 264 rebeldes houthis nos últimos três dias em bombardeios perto da cidade estratégica de Marib, que está sob ataque há duas semanas.

"Trinta e seis veículos militares foram destruídos e mais de 264 terroristas eliminados" nas últimas 72 horas em Al Jawba, 50 km ao sul de Marib, e em Al Kasara, 30 km a noroeste de Marib, disse a coalizão, citada pela agência oficial saudita SPA, referindo-se aos rebeldes houthis.

Não foi possível verificar esses números de forma independente e os houthis não costumam informar as mortes em suas fileiras.

Antes, o porta-voz militar dos rebeldes, Yahya Saree, fez uma convocação para a continuidade da luta.

“Se o inimigo acredita que seus aviões podem impedir o avanço de nossas forças ou quebrar a determinação de nossos soldados, eles se enganam”, declarou o porta-voz na rede de televisão dos rebeldes, Al Masirah.

Segundo ele, os houthis mataram 550 combatentes pró-governo e feriram 1.200 outros em Marib, embora não tenha especificado a data dos confrontos.

Marib é o último reduto do governo no norte do Iêmen e desde fevereiro está no centro de uma batalha sangrenta que se intensificou nos últimos dias com o progresso dos rebeldes.

Os rebeldes houthis, próximos ao Irã, enfrentam forças do governo há sete anos. Eles ocuparam a maior parte do norte do país, incluindo a capital Sanaa, que controlam desde 2014.

Um ano depois, uma coalizão liderada por Riade lançou uma intervenção no país para apoiar as forças leais ao governo.

Na quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU pediu uma "desaceleração" no Iêmen para conter "o risco crescente de uma fome em grande escala" no país.

A guerra no Iêmen mergulhou o país mais pobre da península arábica na pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU, e está cada vez mais perto de sofrer de fome. Dezenas de milhares de pessoas, a maioria delas civis, foram mortas e milhões tiveram que deixar suas casas desde o início do conflito.

Pelo menos cinco pessoas morreram, neste domingo (10), em um ataque com carro-bomba em Áden, no sul do Iêmen, contra um comboio de autoridades do governo, que sobreviveram ao atentado.

Segundo fontes da segurança, o governador de Áden, Ahmed Lamlas, o ministro da Agricultura, Salem al-Socotri, e outra autoridade cuja identidade não foi revelada estavam a bordo do comboio que passava por Áden.

Áden é a segunda maior cidade do país e a capital provisória do governo iemenita, que desde 2014 está em guerra contra os rebeldes houthis.

Segundo balanço provisório das fontes de segurança, o atentado, que por ora não foi reivindicado, causou cinco mortos e 11 feridos.

"O carro-bomba explodiu na rua Al-Moualla quando o comboio de altos funcionários passou. Estavam a bordo o governador de Áden, o ministro da Agricultura e outro", disse uma dessas fontes à AFP. Todos sobreviveram, segundo a agência de notícias estatal Saba.

O governador e o ministro da Agricultura são membros do Conselho de Transição do Sul (separatistas, STC) que participa no governo de união nacional juntamente com os apoiantes do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, reconhecido pela comunidade internacional. Este governo tem sua sede em Áden desde a queda da capital, Saana, para os rebeldes houthis.

O Iêmen do Sul era um Estado independente até a reunificação em 1990. No sul ainda há muito ressentimento contra os iemenitas do norte, a quem acusam de ter forçado a unificação do país.

Nos últimos anos, vários ataques antigovernamentais foram atribuídos aos rebeldes houthis. Outros foram reivindicados por grupos extremistas islâmicos.

Após o ataque deste domingo, o primeiro-ministro iemenita, Main Abdelmalek Said, pediu uma investigação e chamou-o de um atentado "terrorista covarde", de acordo com a agência de notícias Saba.

Por sua vez, o porta-voz do STC, Ali al-Kathiri, denunciou um "complô perigoso" contra o Sul, acrescentando que o ataque coincidiu com o avanço das forças "terroristas" houthis nas regiões de Marib (norte) e Chabwa (centro).

Os houthis intensificaram sua campanha nos últimos meses para tomar a cidade de Marib, que tentam conquistar desde fevereiro das forças pró-governo, avançando em várias frentes. Os combates causaram, desde então, centenas de mortes.

Na guerra do Iêmen, o governo conta com o apoio militar de uma coalizão liderada pela vizinha Arábia Saudita. Os houthis, por sua vez, têm apoio político do Irã, país xiita rival dos sauditas sunitas.

Os rebeldes houthis controlam grande parte do norte do país, incluindo a capital, Sanaa.

A comunidade internacional tenta, em vão, chegar a uma solução pacífica para este conflito que causou a pior crise humanitária do mundo, de acordo com a ONU.

Quase 80% da população iemenita depende da ajuda humanitária para sobreviver. De acordo com organizações internacionais, dezenas de milhares de pessoas morreram no conflito e milhões foram deslocados.

O atentado em Áden acontece quando o enviado dos Estados Unidos para o Iêmen, Tim Lenderking, lançou uma nova tentativa de encerrar a guerra com uma turnê regional que incluiu a Arábia Saudita, aliada dos Estados Unidos.

Ao menos 65 combatentes morreram em confrontos violentos nas últimas 48 horas entre as forças do governo e rebeldes na província de Marib, norte do Iêmen, informou uma fonte militar nesta quinta-feira (1°).

Na semana passada, mais de 100 combatentes morreram em Marib, último reduto do governo na região norte do país devastada pela guerra.

Marib é cenário de confrontos violentos desde fevereiro, quando os rebeldes iniciaram uma ofensiva nesta região rica em petróleo.

"Registramos 22 mortos e 50 feridos entre as forças governamentais e 43 mortos entre os huthis", afirmou a fonte.

Desde a tomada da capital Sanaa, em 2014, que desencadeou a guerra no Iêmen, os rebeldes assumiram o controle de grande parte do norte do país.

Nos últimos meses, eles executaram uma campanha implacável para conquistar Marib, apesar dos apelos de cessar-fogo da ONU e dos Estados Unidos.

Ao menos 30 combatentes pró-governo morreram e mais de 50 pessoas ficaram feridas neste domingo (29) em ataques contra a maior base aérea do Iêmen, informaram fontes militares.

A ação teve como alvo a base de Al Anad, que fica 60 quilômetros ao norte de Aden. Esta cidade é a segunda maior do país e a capital provisória do governo iemenita, em guerra desde 2014 contra os rebeldes huthis.

"Mais de 30 pessoas morreram e pelo menos 56 ficaram feridas em Al Anad", declarou à AFP Mohammed al Naqib, porta-voz das Forças Armadas. Uma fonte médica anunciou o mesmo balanço.

Naqib atribuiu o ataque, executado com mísseis e drones, aos insurgentes. Os huthis não reagiram até o momento.

A guerra no Iêmen opõe há sete anos as forças do governo, apoiadas por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, e os rebeldes huthis, respaldados pelo Irã.

Os huthis controlam grande parte do norte do país, assim como a capital Sanaa.

Vídeos obtidos pela AFP mostram dezenas de pessoas reunidas diante do hospital de Lahj, na província de mesmo nome, onde aconteceu o ataque. As ambulâncias não paravam de chegar com feridos.

"Mobilizamos todos os funcionários, de cirurgiões a enfermeiros", declarou à AFP o diretor do hospital, Mohsen Murshid. "Sabemos ainda há corpos entre os escombros", completou.

Antes da guerra, o exército dos Estados Unidos utilizou a base de Al Anad para perseguir os integrantes da Al-Qaeda. Desde agosto de 2015, o local é controlado pelo governo iemenita.

Em 2019, os insurgentes reivindicaram um ataque com drone contra esta base durante um desfile militar, que matou seis pessoas, incluindo um diretor dos serviços de inteligência.

Onze pessoas ficaram feridas no ataque, entre elas o comandante adjunto do Estado-Maior, Saleh Zendani, que não sobreviveu.

Sem contar os combates, a ação deste domingo é uma das mais letais desde dezembro de 2020, quando um ataque teve como alvo o novo governo de unidade em sua chegada ao aeroporto de Aden.

Ao menos 26 pessoas morreram no ataque, incluindo três voluntários e um jornalista.

A guerra no Iêmen deixou dezenas de milhares de mortos e milhões de deslocados. A ONU considera esta a pior crise humanitária do mundo.

Quase 80% dos 30 milhões de habitantes, que enfrentam um risco grave de epidemias e fome, dependem da ajuda internacional.

A ONU busca alcançar uma solução para o conflito, mas, antes de uma eventual trégua ou negociação, os huthis exigem que a coalizão liderada por Riad autorize a reabertura do aeroporto de Sanaa.

O novo emissário da ONU para o Iêmen, Hans Grundberg, deve assumir o cargo em 5 de setembro.

A ONU espera arrecadar US$ 3,85 bilhões em uma conferência de doadores nesta segunda-feira (1°) para evitar uma fome em grande escala no Iêmen devastado pela guerra, onde "a infância agora é um inferno".

Mais de 100 governos e doadores individuais estão participando de uma reunião virtual - patrocinada conjuntamente pela Suécia e Suíça - enquanto a violência local aumentou recentemente em Marib, no norte deste país pobre da Península Arábica.

Os rebeldes houthis retomaram a ofensiva no início de fevereiro para tomar este último reduto do governo no norte, enquanto intensificaram os ataques da vizinha Arábia Saudita. O conflito, que já dura mais de seis anos, matou dezenas de milhares de pessoas e deixou milhões à beira da fome.

Segundo a ONU, é a pior crise humanitária do mundo. A queda no financiamento da ajuda no contexto da pandemia de coronavírus piorou a situação.

A ONU, que arrecadou apenas metade da ajuda necessária no ano passado, pediu "financiamento imediato" nesta segunda-feira.

"Para a maioria das pessoas, a vida no Iêmen agora é insuportável. A infância agora é um inferno".

"Esta guerra está acabando com uma geração inteira de iemenitas", disse o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. "Este não é o momento de virar as costas ao Iêmen", acrescentou o alto diplomata em um comunicado.

- "Situação urgente" -

A ONU está contando, em particular, com os países ricos do Golfo que cercam o Iêmen para levantar os US$ 3,85 bilhões (cerca de € 3,18 bilhões) necessários.

No ano passado, faltaram US$ 1,5 bilhão dos US $ 3,4 bilhões esperados.

Os Emirados Árabes Unidos prometeram US$ 230 milhões na sexta-feira.

De acordo com os últimos dados da ONU, mais de 16 milhões de iemenitas, cerca de metade da população de 29 milhões, passarão fome este ano.

Cerca de 50.000 pessoas já estão "morrendo de fome ou em condições de quase fome" e 400.000 crianças menores de cinco anos podem morrer de desnutrição aguda "sem tratamento de emergência".

Em setembro de 2020, a ONU revelou que a ajuda essencial foi cortada em 300 centros de saúde no Iêmen devido à falta de financiamento, e que mais de um terço de seus principais programas humanitários no país foram cortados ou interrompidos completamente.

Doze organizações humanitárias, incluindo Save the Children, Oxfam e Action Against Hunger, alertaram sobre um "desastre" no caso de falta de financiamento.

"Com cinco milhões de pessoas à beira da fome e mais de dois terços da população do país necessitando de ajuda humanitária ou proteção, a situação não poderia ser mais urgente", afirmaram em um comunicado conjunto.

O Programa Mundial de Alimentos, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2020, anunciou no domingo que "enfrenta uma lacuna de financiamento significativa".

A conferência ocorre em um momento em que os Estados Unidos tentam reativar o diálogo político para resolver o conflito no Iêmen.

Washington retirou os rebeldes houthis da lista de "organizações terroristas" e parou de apoiar a intervenção militar da coalizão liderada pelos sauditas no país desde 2015.

As negociações para uma nova troca de prisioneiros entre as partes do conflito no Iêmen, realizadas em Amã, na Jordânia, terminaram em um fracasso, disse a ONU em um comunicado neste domingo (21).

"Estou decepcionado que esta rodada de negociações não tenha rendido os mesmos resultados que vimos em setembro na Suíça, com a histórica libertação de 1.056 detidos", lamentou o enviado especial da ONU para o Iêmen, Martin Griffiths, citado na nota.

"Exorto as partes a continuarem suas discussões e consultas (...) para libertar mais prisioneiros em breve", acrescentou.

No conflito no Iêmen, se enfrentam os rebeldes houthis, apoiados pelo Irã, e o governo do presidente Abd Rabo Mansur Hadi, apoiado desde 2015 por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita.

Em 2018, os dois lados chegaram a um acordo, patrocinado pela ONU, para a troca de 15 mil prisioneiros. Assim, centenas puderam retornar para suas casas em outubro.

No entanto, a quinta reunião do comitê de monitoramento do acordo sobre a troca de prisioneiros, co-presidido pela ONU e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que havia começado em 24 de janeiro em Amã, não obteve qualquer progresso.

Mesmo assim, os envolvidos "se comprometeram a continuar negociando os parâmetros de uma futura operação em grande escala", enfatizou a ONU.

O conflito no Iêmen já matou dezenas de milhares de pessoas e deixou 3,3 milhões de desabrigados. Além disso, 24,1 milhões de habitantes, mais de dois terços da população, precisam de assistência humanitária, segundo as ONU.

Dezenas de combatentes morreram em confrontos noturnos no Iêmen, onde os rebeldes intensificaram seus ataques para tomar a cidade de Marib, último bastião do governo no norte, informaram fontes militares neste domingo (14).

No início deste mês, os insurgentes houthis xiitas retomaram sua ofensiva para se apoderar de Marib, cidade rica em petróleo localizada a cerca de 120 km ao leste da capital Sanaa.

A perda desta cidade seria desastrosa para o governo reconhecido do Iêmen. Dois militares do governo informaram que ao menos 16 efetivos de suas forças morreram e outros 21 ficaram feridos nas últimas 24 horas, acrescentando que "dezenas de combatentes morreram" no lado houthi.

Os houthis cortaram as redes de fornecimento em um distrito localizado a 50 km ao sul da cidade, com "o objetivo de cercar Marib", disse uma das fontes.

O Iêmen está envolvido em uma sangrenta luta pelo poder desde 2014, entre o governo, apoiado pela Arábia Saudita, e os rebeldes houthis, que controlam Sanaa e a maior parte do norte do país.

Os insurgentes também aumentaram seus ataques contra a Arábia Saudita, o que provocou a condenação de boa parte da comunidade internacional.

Neste domingo, os sauditas conseguiram interceptar dois drones com explosivos disparados pelos houthis para a guarnição de Jamis Mushait no sul, de acordo com a agência de imprensa oficial do reino, citando a coalizão militar liderada por Riade.

No entanto, um porta-voz dos houthis indicou que dois drones rebeldes atacaram o aeroporto da cidade próxima de Abha.

No sábado, o reino informou que houve outro ataque com aviões não tripulados houthis contra o aeroporto de Abha, poucos dias depois de outra incursão de drones insurgentes deixar um avião civil em chamas no terminal aéreo.

Este aumento da violência ocorre pouco depois de os Estados Unidos eliminarem os insurgentes de sua lista de grupos terroristas para tentar garantir que a tarefa humanitária não seja prejudicada no Iêmen e para facilitar o caminho de retomada das negociações de paz.

Observadores afirmam que os houthis buscam tomar o controle de Marib como chave antes de iniciar qualquer negociação com o governo reconhecido internacionalmente.

Se esta cidade cair em suas mãos, os houthis terão o controle total do norte do Iêmen, enfraquecendo a posição do governo para negociar, de acordo com os especialistas.

Um ataque deixou, nesta quarta-feira (30), 25 mortos e 110 feridos no aeroporto de Áden, no Iêmen. O atentado ocorreu pouco depois da aterrissagem de um avião que transportava os ministros do governo recém-formado, que acusa os rebeldes houthis, apoiados pelo Irã, de disparar quatro mísseis - um deles teria atingido o setor de embarque. Nenhum membro do gabinete iemenita foi ferido. Horas depois, autoridades disseram que uma bomba explodiu perto do palácio para onde os ministros haviam sido levados. A Arábia Saudita, que apoia o governo do Iêmen, afirmou que abateu um drone carregado de explosivos pronto para atacar o palácio.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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As partes envolvidas na guerra do Iêmen concordaram em uma troca de 1.081 prisioneiros após uma semana de discussões na Suíça, sob a égide das Nações Unidas, confirmou neste domingo (27) o enviado especial da ONU para o Iêmen, Martin Griffiths.

M. Griffiths saudou jornalistas e delegações do Iêmen para esta troca que é "o mais importante" na história do conflito que começou em 2014.

Ele também indiciou que as delegações concordam em se reunir "para negociar novas libertações", no anúncio feito em um hotel de Glion, próximo ao Lago Genebra.

Como parte de um acordo de paz patrocinado pela ONU e concluído na Suécia em 2018, o governo do Iêmen - apoiado por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita - e os rebeldes houthis apoiados pelo Irã concordaram em uma troca de cerca de 15.000 detidos no total.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha vai supervisionar o retorno dos prisioneiros às suas famílias. O conflito no Iêmen já custou dezenas de milhares de vidas, a maioria de civis, e resultou no que a ONU descreveu como a pior crise humanitária do mundo.

Os separatistas do Iêmen anunciaram nesta quarta-feira (29) que renunciam à autonomia no sul do país e se declararam dispostos a colocar em prática um acordo de paz que prevê a divisão do poder nesta região.

O Conselho de Transição do Sul (STC) "anuncia que renuncia a sua declaração de autonomia" para permitir a aplicação do acordo de Riad, escreveu no Twitter o porta-voz do STC, Nizar Haitham, em referência ao compromisso estimulado por Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

A Arábia Saudita confirmou que apresentou uma proposta de plano para "acelerar" a aplicação do acordo de Riad de 2019.

O plano prevê que o primeiro-ministro iemenita forme um novo governo nos próximos 30 dias e a nomeação de um governador para Aden, capital do sul do país, onde os separatistas estabeleceram sua base.

Os esforços da Arábia Saudita "levaram o governo iemenita e o STC a a aceitar o mecanismo proposto para aplicar o acordo de Riad", celebrou o vice-ministro saudita da Defesa, o príncipe Khalid bin Salman.

O consenso "mostra que é possível resolver as divergências no Iêmen por meio do diálogo, sem o uso da força", completou em uma mensagem no Twitter.

- Guerra dentro da guerra -

O presidente iemenita, Abd Rabo Mansur Hadi, exilado na Arábia Saudita, fez um apelo no fim de junho aos separatistas para "acabar com o derramamento de sangue" e garantir o respeito a um acordo de divisão do poder, em seu primeiro discurso público desde a declaração de autonomia do sul em abril.

O conflito entre o governo e os separatistas do STC, a princípio aliados contra os rebeldes huthis, representa uma guerra dentro da guerra do Iêmen.

O acordo de Riad foi assinado em novembro de 2019 e prevê uma divisão de poder no sul do Iêmen entre o governo e os separatistas. Mas os dispositivos praticamente não foram implementados.

No fim de junho, a coalizão militar liderada pela Arábia Saudita no Iêmen enviou observadores para monitorar o cumprimento do cessar-fogo decretado entre as forças pró-governo, apoiadas por esta aliança, e os combatentes separatistas, após confrontos no sul.

O conflito regional aumentou a complexidade da guerra que devasta o Iêmen há cinco anos e que provocou dezenas de milhares de mortes no país mais pobre da península arábica.

Uma guerra que levou o Iêmen a sofrer a pior crise humanitária mundial, segundo um relatório da ONU publicado recentemente, que menciona a pandemia do novo coronavírus como um agravante.

De acordo com o documento, que examina apenas as áreas do sul do Iêmen, o número de pessoas "que enfrentam níveis elevados de insegurança alimentar grave" deve passar de dois milhões em fevereiro-abril a 3,2 milhões em julho-dezembro, ou seja, um aumento de 60%.

A Arábia Saudita pretende obter 2,3 bilhões de dólares de ajuda para o Iêmen, país devastado por seis anos de guerra, conflito com a participação do reino saudita, e que enfrenta uma catástrofe humanitária pelo coronavírus.

A conferência de doadores, que Riad organiza com a ONU, coincide com as advertências das organizações humanitárias de que a rápida propagação do coronavírus poderia agravar ainda mais a terrível crise humanitária no país.

"São necessários 2,3 bilhões de dólares para cobrir as necessidades urgentes no Iêmen em vários setores humanitários, como assistência de saúde, alimentar e habitação", afirmou o governo saudita em um comunicado.

A Grã-Bretanha, importante fornecedor de armas à Arábia Saudita, ofereceu um novo pacote de ajuda para o Iêmen de 160 milhões de libras (200 milhões de dólares).

O secretário-geral da ONU, António Guterres, o ministro das Relações Exteriores saudita, Faisal bin Farhan, e Mark Lowcock, subsecretário das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, devem participar na videoconferência.

Lowcock, afirmou que o Iêmen precisa de 2,4 bilhões de dólares até o fim do ano, incluindo 180 milhões para combater a pandemia de Covid-19.

A Arábia Saudita, que lidera uma intervenção militar contra os rebeldes huthis apoiados pelo Irã, é a maior doadora do Iêmen.

Mas a coalizão liderada pelos sauditas é acusada pela morte de dezenas de milhares de civis em bombardeios aéreos.

Um porta-voz dos rebeldes chamou a conferência de "tentativa estúpida de acobertar seus crimes", informou o canal de TV huthi Al-Masirah.

Agências da ONU, incluindo o Unicef, o Programa Mundial de Alimentos e a Organização Mundial da Saúde, afirmaram que a necessidade ajuda é urgente para o Iêmen.

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou que o país caminha para uma "catástrofe" pela pandemia.

A ONU afirmou que a Covid-19 se propagou pela maior parte do país, apesar de o governo iemenita ter anunciado pouco mais de 100 casos apenas.

O conflito entre as forças do governo iemenita e os huthis explodiu em março de 2015, quando a coalizão internacional liderada pelos sauditas começou a atuar contra os rebeldes.

A guerra deixou dezenas de milhares de mortos, a maioria civis. A ONU, que considera a situação a pior catástrofe humanitária no planeta, considera que 24 milhões de iemenitas, mais de dois terços da população, dependem de ajuda para sobreviver.

Os combates prosseguem, apesar dos apelos da ONU por um cessar-fogo como parte dos esforços para combater o coronavírus.

Para complicar ainda mais as coisas, os separatistas do sul declararam a independência da região em 26 de abril.

O Iêmen, país atingido por uma grave crise humanitária devido à guerra, anunciou nesta sexta-feira (10) o primeiro caso de coronavírus, provocando temores de repercussões catastróficas.

Um cessar-fogo decretado unilateralmente a partir de quinta-feira pela coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, aliada do poder iemenita, não parece estar sendo respeitado. Ataques aéreos contra alvos dos rebeldes huthis foram realizados poucas horas após sua entrada em vigor.

Ao declarar essa trégua unilateral, Riade disse que esperava combater a COVID-19 neste país pobre, já ameaçado pela fome, por epidemias de dengue e cólera e que sofre com um sistema de saúde em frangalhos.

O conflito iniciado em 2014 entre o regime e rebeldes apoiados pelo Irã já matou dezenas de milhares de pessoas, em sua maioria civis, segundo organizações humanitárias, e causou a pior crise humanitária do mundo, com 24 milhões de iemenitas dependentes de ajuda.

"O primeiro caso confirmado de coronavírus foi identificado na província de Hadramout (sul)", disse a comissão do governo sobre a pandemia.

A pessoa contaminada na localidade de Chahr está recebendo atendimento médico e sua condição é estável, disse o comitê, dirigido pelo governo do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, reconhecido pela comunidade internacional.

Nesta sexta-feira, um toque de recolher de 24 horas foi imposto em Chahr e arredores.

"É o momento que todos temíamos, porque o Iêmen está mal equipado diante do vírus, com apenas metade dos estabelecimentos de saúde em operação", reagiu Xavier Joubert, diretor da ONG Save the Children no Iêmen.

- "Prudência" -

Na frente militar, poucas horas após o cessar-fogo entrar em vigor, vários ataques atingiram "veículos pertencentes aos huthis" nas províncias de Jawf (norte) e Hajjah, perto da capital Sanaa, segundo uma fonte militar próxima ao governo.

Também ocorreram confrontos entre os huthis e as forças legalistas nas províncias de Jawf e Marib, acrescentou.

O canal de televisão Al-Massirah, controlado pelos rebeldes, relatou "seis ataques por aviões inimigos (...) nas últimas horas" na província de Hajjah e dois na província de Jawf.

Na quinta-feira, os huthis rejeitaram a trégua, com um de seus líderes encarando-a como uma "manobra política e da mídia" da coalizão militar.

O anúncio do cessar-fogo foi seguido de uma escalada de combates no Iêmen, apesar do pedido da ONU pela cessação imediata para proteger os civis do país mais pobre do mundo árabe da pandemia.

Nesta sexta, 59 ONGs, incluindo Oxfam e Médicos Sem Fronteiras, receberam com "prudência" a trégua. Mas "por si só não pode impedir a propagação da COVID-19 no Iêmen", ressaltaram.

Os vizinhos do Iêmen contabilizam milhares de casos de coronavírus. A Arábia Saudita registrou oficialmente mais de 3.200 casos e 44 mortes.

O país vive quase inteiramente isolado, sob o bloqueio aéreo imposto pela coalizão liderada por Riade, o que enfraquece sua situação alimentar.

Antes do anúncio do primeiro caso de contaminação, a coordenadora humanitária da ONU no Iêmen, Lise Grande, disse que a ajuda mensal fornecida pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) a mais de 12 milhões de pessoas que vivem em áreas sob o controle huthi, seria entregue com menos regularidade.

Os doadores decidiram suspender as contribuições, dizendo que a ajuda era bloqueada pelos huthis, informou à BBC. Uma decisão que vem "no pior momento, dada a ameaça da COVID-19", lamentou.

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