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O contestado presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, disse a jornalistas neste sábado que pretende viajar para os Estados Unidos nos próximos dias com o objetivo de criar condições para uma prometida transição de poder no país árabe.

"Viajarei para os Estados Unidos nos próximos dias, não para tratamento médico, pois estou bem de saúde, mas para criar condições favoráveis para as eleições presidenciais" marcadas para 21 de fevereiro, disse ele durante entrevista coletiva concedida em Sanaa, a capital iemenita.

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Há mais de três décadas no poder, Saleh já havia prometido em diversas ocasiões, nos últimos meses, permitir o andamento de uma transição no país. O anúncio de hoje, porém, foi feito horas depois de forças de segurança comandadas por um filho e um sobrinho de Saleh terem aberto fogo contra um protesto que reunia mais de 100.000 manifestantes.

Pelo menos nove pessoas morreram e dezenas ficaram feridas na repressão ao protesto de hoje, depois que a poderosa guarda republicana do Iêmen abriu fogo com armas, gás lacrimogêneo e canhões de água neste sábado contra uma marcha de mais de 100 mil manifestantes que exigiam que o presidente iemenita que está deixando o poder seja posto em julgamento.

Os manifestantes foram atacados quando entravam na capital Sanaa depois de marcharem por quatro dias desde Taiz, uma cidade que tem sido o polo de maior oposição e que fica situada a 270 quilômetros ao Sul. O primeiro protesto deste tipo foi chamado de Marcha da Vida e tinha como objetivo colocar pressão sobre o novo governo iemenita para não conceder imunidade ao presidente Ali Abdullah Saleh de ser processado.

A violência põe em relevo a contínua turbulência no Iêmen mesmo depois de Saleh ter assinado no mês passado um acordo, patrocinado pelos Estados Unidos e pela Arábia Saudita, pelo qual ele entregaria o poder ao seu vice-presidente e se comprometeria a renunciar completamente em troca de imunidade.

Os manifestantes, que vêm protestando aos milhares nos últimos nove meses, rejeitaram esse acordo, exigindo que Saleh seja julgado pela reação violenta que adotou contra os movimento de manifestação.

Segundo testemunhas, as marchas no sábado foram recebidas na entrada sul de Sanaa pelas forças da Guarda Republicana, a qual é comandada pelo filho de Saleh, e pelas forças da Segurança Central, lideradas pelo sobrinho de Saleh, com apoio de tanques. Os disparos das tropas dispersaram a multidão, que respondeu atirando pedras.

Os manifestantes feridos foram levados por motocicletas para as clínicas próximas, de acordo com o ativista Samer al-Makhalafi. Barulho de balas e de gás lacrimogêneo ainda pode ser ouvido à distância.

Os protestos ocorreram quando o parlamento iemenita se reuniu sábado pela primeira vez desde que a oposição e os legisladores independentes suspenderam seus trabalhos em março como protesto pela reação violenta contra os manifestantes. Os parlamentares iriam discutir o programa para o novo governo de unidade nacional, liderado pelo veterano político independente Mohammed Basindwa. As informações são da Associated Press.

Centenas de milhares de iemenitas se manifestam pelo país, exigindo que o presidente Ali Abdullah Saleh seja julgado por acusações de corrupção e por reprimir com violência protestos de oposicionistas. Os grandes protestos desta terça-feira ocorrem na capital, Sanaa, e também em Taiz, Áden e outras cidades.

Protestos similares ocorrem desde que Saleh retornou ao Iêmen, na noite de sábado, após assinar um acordo para transferir o poder, na Arábia Saudita, na semana passada. Os manifestantes exigem que Saleh não só deixe o poder, mas também seja julgado - pelo acordo, ele ganhou imunidade judicial.

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Também nesta terça-feira, uma fonte do setor de segurança disse que pelo menos 25 pessoas foram mortas em confrontos entre xiitas Hawthi e salafistas ultraconservadores na província de Saada, no norte, em uma disputa local. A fonte pediu anonimato. As informações são da Associated Press.

O líder de oposição do Iêmen, Mohammed Basindawa, foi encarregado hoje de formar um novo governo para assumir até a partida do presidente Ali Abdullah Saleh, prevista para fevereiro. "Mohammed Salem Basindawa foi encarregado de formar um governo nacional de reconciliação", diz o decreto presidencial, que, de acordo com a agência de notícias estatal Saba foi assinado pelo vice-presidente Abdrabuh Mansur Hadi.

Saleh transferiu o poder para Hadi sob um acordo do Golfo assinado na quarta-feira. Basindawa, ex-membro do partido de Saleh, foi escolhido na sexta-feira pela oposição para liderar um eventual governo de unidade. Também hoje, de acordo com a televisão estatal, o presidente Saleh perdoou aqueles "que cometeram erros durante a crise" que atingiu o país desde janeiro e matou centenas de pessoas. O anúncio provocou ira em grupos de oposição, que dizem que Saleh não pode mais tomar tais decisões depois de transferir seus poderes para Hadi, em troca da imunidade processual.

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"O presidente da república decretou a anistia geral para todos aqueles que cometeram erros durante a crise", diz o comunicado lido na TV. A reportagem foi veiculada em meio a tensões no Iêmen, para onde Saleh retornou durante a noite, depois de viagem a Riyadh (Arábia Saudita), onde assinou o acordo do Golfo.

A TV estatal relatou que a anistia concedida por Saleh não inclui "aqueles envolvidos em crime e no ataque contra a mesquita no complexo do palácio presidencial". Os suspeitos que são "membros de partidos (políticos), grupos ou indivíduos serão levados a julgamento".

"Isto é uma violação da iniciativa do Golfo pela qual o presidente delegou seus poderes ao vice-presidente", afirmou a porta-voz da oposição Hurriya Mashhud. "Ele não tem mais direito nem prerrogativa ou capacidade para tomar tais decisões." O acordo do Golfo estimula que Saleh deve deixar o poder em 90 dias. Hadi declarou no sábado que as eleições presidenciais serão realizadas em 21 de fevereiro, um ano antes do previsto. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

Rebeldes xiitas mataram 20 pessoas e feriram outras 70 em um atentado contra uma escola sunita no norte do Iêmen, informou hoje uma autoridade local. O ataque teve como alvo ao centro de ensino religioso Dar al-Hadith, que treina pregadores em Dammaj, um subúrbio do reduto xiita de Saada, acrescentou a fonte.

A Dar al-Hadith, que é frequentada por estudantes do Iêmen e de outros países, é vista como uma ameaça sunita pelos xiitas Houthis, que dominam a região norte. Na condição de anonimato, um professor da escola afirmou que os Houthis bloquearam a área em torno da escola por duas semanas, impedindo a entrega de alimentos para cerca de 10 mil pessoas. A informação ainda não pode ser confirmada.

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Autoridades locais disseram que os Houthis fortaleceram seu domínio nas províncias do norte do Iêmen nos últimos meses devido ao levante contra o regime, que levou algumas tropas a desertar e as forças de segurança a combater protestos populares. As informações são da Dow Jones.

Pesados combates entre unidades rivais do exército abalaram a capital do Iêmen nesta sexta-feira e deixaram pelo menos dois soldados mortos, sinalizando que começou uma luta interna pelo poder alguns dias após o autocrata presidente Ali Abdullah Saleh concordar em acabar com seu governo de 33 anos.

As lutas envolveram o comandante das forças da Segurança Central, comandadas pelo sobrinho de Saleh, o coronel Yehia Saleh, e as tropas da primeira divisão, lideradas pelo general Ali Mohsen al-Ahmar, que desertou e se juntou à oposição em março. O barulho das metralhadoras e armas automáticas foi escutado ao redor de Sanaa nesta sexta-feira.

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As unidades já se enfrentaram antes em combates, mas foi a primeira vez que isso aconteceu desde que Saleh assinou um acordo nesta semana na Arábia Saudita para transferir o poder.

Com o acordo, Saleh prometeu passar o poder para o vice-presidente Abed Rabbo Mansur Hadi em 30 dias, após um novo governo tomar posse e aprovar uma lei que dará imunidade a Saleh, sua família e seus associados. Se o acordo for mantido, Saleh será o quarto ditador a ser derrubado neste ano pelas revoluções que abalam o mundo árabe. Mas o acordo não proíbe Saleh de voltar ao Iêmen e ele não será exilado como o ex-governante autoritário da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali.

A Anistia Internacional, grupo de defesa dos direitos humanos, criticou a cláusula do acordo que deu imunidade a Saleh, ao dizer que ela "representa mais um golpe nas vítimas das violações dos direitos humanos". "A imunidade leva à impunidade. Ela nega a justiça e priva as vítimas da verdade e de uma reparação verdadeira", disse a Anistia, com sede em Londres.

As informações são da Associated Press.

Partidários do presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, mataram a tiros três pessoas nesta quinta-feira em Sanaa, disseram médicos. As vítimas estavam protestando contra um acordo para a transferência do poder que concede imunidade judicial a Saleh.

"Três pessoas foram mortas por balas de verdade, com várias outras feridas", afirmou um médico em um hospital de campo montado pelos manifestantes em uma praça da capital, onde eles estão acampados desde fevereiro.

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Na quarta-feira, Saleh assinou um acordo para deixar o poder, após 33 anos. Porém o acordo prevê imunidade judicial para Saleh e não o deixa claramente banido da vida política, gerando o temor que o documento ainda possa causar distúrbios no Iêmen.

Saleh se aferrava ao poder, mesmo com quase 10 meses de protestos nas ruas contra seu regime. Centenas de pessoas foram mortas pelas forças de segurança. Saleh chegou a ser gravemente ferido em um ataque à mesquita do palácio presidencial e foi para a Arábia Saudita receber tratamento. Ele assinou o acordo para deixar o poder em Riad, após muitos de seus aliados o abandonarem e passarem à oposição.

A transferência do poder será seguida por eleições presidenciais dentro de 90 dias. Um governo de união nacional deve monitorar um período de dois anos de transição. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, assinou nesta quarta-feira na Arábia Saudita um acordo para transferir o poder, após 33 anos no cargo. O rei da Arábia, Abdullah, comemorou o acordo como um marco que virou uma "nova página" na história do empobrecido país no sul da Península Arábica, informa a Agência France Presse (AFP). "Esperamos que a transferência de poder ocorra democraticamente. Lamentamos o que aconteceu no Iêmen", disse Saleh.

O acordo, que oferece imunidade a Saleh e à família do mandatário, foi rechaçado por vários iemenitas nesta quarta-feira. Muitos jovens foram acampar em uma praça central na capital Sanaa. Eles afirmaram que o acordo é inviável porque Saleh ordenou às tropas que atirassem contra os manifestantes, matando mais de mil pessoas desde janeiro. Eles querem que Saleh seja levado a julgamento.

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O governo dos Estados Unidos elogiou o acordo. "Os EUA aplaudem o governo e a oposição do Iêmen por concordarem com uma transição de poder pacífica e ordeira", disse em Washington o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner.

Saleh é o quarto governante árabe derrubado por revoltas populares neste ano. Em janeiro, caiu o governante da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, enquanto em fevereiro os egípcios derrubaram Hosni Mubarak. Em agosto, Muamar Kadafi foi defenestrado pelos insurgentes líbios.

A cerimônia de assinatura, transmitida ao vivo pela televisão estatal saudita, mostrou Saleh assinando o acordo patrocinado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelos países do Golfo Pérsico, no palácio real de Al-Yamana. Saleh assinou o documento observado pelo rei da Arábia e por vários políticos da oposição iemenita, bem como ministros dos países árabes do Golfo Pérsico.

Representantes do partido governista do Iêmen e da oposição também assinaram o documento, que deverá acabar com 10 meses de violência política no Iêmen. Mais de mil manifestantes foram mortos pelo governo e também em sangrentas lutas tribais. Saleh se aferrou ao poder e nem um atentado a bomba em junho, que o deixou ferido, levou à renúncia. Ele voltou ao Iêmen no mês passado após receber tratamento médico na Arábia.

Sob o acordo, o qual Saleh se recusou a assinar durante meses em desafio a pressões internas e internacionais, o mandatário passa os poderes ao vice-presidente Abdrabuh Mansur Hadi, em troca da imunidade para si próprio e sua família. Saleh ainda permanecerá como "presidente honorário" por 90 dias, ao fim das quais a transferência de poderes estará completa. Mas ele passará o poder para o vice em 30 dias. Após isso, ocorrerão eleições presidenciais em 90 dias.

Mesmo antes das revoltas árabes começarem, o Iêmen já era um dos países árabes mais pobres, com renda per capita inferior a US$ 2.500, segundo o Banco Mundial. A importância do país no mundo árabe é estratégica, já que ele fica no sul da Península Arábica, controlando as rotas do Mar Vermelho e o acesso ao sul, pelo estreito de Bab El-Mandeb, ao porto saudita de Jeddah e ao Canal de Suez ao norte.

"Hoje uma nova página na história de vocês teve início" disse o monarca da Arábia à delegação dos iemenitas que assinaram o acordo.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Forças de segurança do Iêmen mataram seis militantes ligados à Al-Qaeda na cidade de Zinjibar, no sul do país, informou hoje um oficial. Há meses as forças iemenitas lutam numa tentativa de restaurar o controle do governo na cidade. Seis soldados ficaram feridos no combate de hoje.

As manifestações populares contra o governo também tiveram continuidade neste sábado. Na capital, Sanaa, um enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) se encontrou hoje com o vice-presidente do país para discutir uma proposta de transição de poder. As informações são da Associated Press.

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Confrontos entre tropas leais ao presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, e opositores do governo deixaram pelo menos 18 mortos e 30 feridos na capital Sanaa e na cidade de Taiz, nesta segunda-feira, segundo funcionários da área médica e do setor de segurança, que falaram em condição de anonimato.

Eles disseram que oito seguidores de um poderoso líder tribal, que passou para a oposição em março, foram mortos durante confrontos durante a madrugada com soldados de Saleh, na parte norte da capital.

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Quatro civis pegos pelo fogo cruzado e dois soldados ligados ao governo de Saleh também morreram nos combates, nos quais foram usados morteiros, foguetes e metralhadoras pesadas. O som de explosões foi ouvido durante a maior parte da noite, até cessar com o nascer do sol.

Três pessoas também foram mortas quando morteiros atingiram um acampamento de manifestantes no centro de Sanaa, conhecido como Praça da Mudança, o local de nascimento e epicentro da campanha popular de oito meses que tem como objetivo derrubar Saleh, que governa o país há 33 anos.

Um homem também foi morto na cidade de Taiz, quando homens ligados ao governo dispararam contra manifestantes nesta segunda-feira. Não há informações precisas sobre quantas pessoas foram mortas e quantas ficaram feridas nos confrontos.

O major general Ali Mohsen al-Ahmar, comandante da 1ª Divisão Blindada que era aliado de Saleh mas agora integra a oposição, disse em comunicado que 91 de seus homens foram mortos e 2.300 ficaram feridos em combates entre suas tropas e forças ligadas ao presidente desde que Saleh voltou da Arábia Saudita, em 23 de setembro.

O presidente permaneceu em território saudita durante quatro meses para tratar dos graves ferimentos e queimaduras sofridos durante um ataque a sua residência em Sanaa, no mês de junho. As informações são da Associated Press.

Forças de segurança do Iêmen atiraram hoje contra manifestantes antigoverno que marchavam na capital, matando ao menos quatro pessoas e ferindo outras 37, disse Mohammed al-Qubati, diretor de um hospital de campo na "Praça da Mudança", que é palco de protestos no centro da cidade.

Testemunhas informaram que franco atiradores abriram fogo contra uma multidão de dezenas de milhares de protestantes que marchavam pelas ruas de Sanaa pedindo a renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh.

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Membros da Guarda Republicana, unidade liderada por Ahmed, filho de Saleh, lançaram gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Segundo as testemunhas, as forças de Ahmed entraram em confronto perto da Praça da Mudança com tropas antigoverno do renegado general Ali Mohsen al-Ahmar, que desertou e se juntou aos protestos meses atrás.

Partidários do regime de Saleh também tentaram reprimir grandes manifestações na cidade de Taiz, no sul do Iêmen, matando uma mulher e ferindo outras sete pessoas, de acordo com autoridades médicas.

A violência deste domingo surge depois que forças de segurança atiraram ontem contra cerca de 300 mil protestantes em Sanaa, deixando 12 mortos e aproximadamente 300 feridos. As informações são da Associated Press.

Um ataque lançado ontem à noite por aviões americanos no sul do Iêmen matou o chefe do departamento de imprensa da Al-Qaeda no país e outros oito militantes do grupo fundamentalista islâmico, o governo iemenita informou neste sábado.

Também entre os mortos estava o filho de um proeminente clérigo da Al-Qaeda, de origem americana, morto em um ataque semelhante no mês passado.

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Na capital do Iêmen, Sanaa, pelo menos nove pessoas que protestavam contra o governo do presidente Ali Abdullah Saleh foram mortas hoje por forças de segurança iemenitas. Outras dezenas de manifestantes ficaram feridos, segundo testemunhas. As informações são da Associated Press.

O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, disse neste sábado que está pronto para deixar o governo nos próximos dias, oito meses após o início dos protestos ocorridos nas ruas do país contra seu regime.

"Não quero o poder e o entregarei nos próximos dias", disse o presidente em discurso na televisão. "Há homens sinceros, sejam eles militares ou civis", que são capazes de governar o Iêmen, afirmou Saleh. As informações são da Associated Press.

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Sanaa, 24 - Combates tomaram conta da cidade de Sanaa, neste sábado, e deixaram pelo menos 40 mortos, após forças leais ao presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, entrarem em confronto com soldados opositores enquanto tentavam esvaziar o acampamento de insurgentes na praça central da capital do país. A praça se tornou o epicentro da insurreição do Iêmen.

A mais recente onda de violência aconteceu um dia depois de Saleh ter voltado ao país após passar três meses na Arábia Saudita desde uma tentativa de assassinato contra ele em junho. O retorno de Saleh, aparentemente, tem o intuito de garantir sua permanência no poder, na medida em que forças leais ao seu governo e seus adversários travam uma guerra urbana em Sanaa.

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As força de Saleh estavam lutando em três frentes neste sábado. No noroeste da Sanaa, morteiros foram disparados contra a sede da 1ª Divisão Blindada, liderada pelo major general Ali Mohsen el-Ahmar, um ex-aliado de Saleh que meses atrás mudou de lado e engrossou a frente opositora. Os seus seguidores têm desde então protegido diariamente os manifestantes acampados e as marchas pela mudança realizadas na praça central da capital. Onze soldados das tropas de al-Ahmar foram mortos no bombardeio e 112 ficaram feridos, de acordo com Abdel-Ghani al-Shimiri, um porta-voz dos soldados vira-casaca.

Ao redor da praça, as forças da Guarda Republicana, liderada pelo filho de Saleh, Ahmed, juntamente com as forças de segurança lutaram contra tropas de al-Ahmar em uma tentativa de evacuar a praça e colocar um fim aos protestos que já duram mais de sete meses e que exigem a demissão de Saleh.

Usando aviões e armas automáticas, forças da Guarda intensificaram o bombardeio nas ruas ao redor da praça, enquanto um grande número de atiradores disparavam dos telhados contra os manifestantes.

Mohammed al-Qabati, um médico que trabalha no hospital de campo criado no quadrado, afirmou que 29 pessoas morreram ali desde a madrugada sábado, com vítimas dos dois lados do confronto. Ele disse que 54 pessoas também ficaram feridas no ataque.

Enquanto isso, o ministro do Interior do Iêmen, o general Mouthar al-Masri, disse, neste sábado, que oito soldados do governo foram mortos e dezenas de outros foram feridos. Al-Masri não entrou em detalhes quando ou como as baixas ocorreram, e não estava claro se ele estava se referindo à violência em Sanaa ou em outro lugar.

A terceira frente das tropas leais a Saleh está concentrada em torno de Hassaba, no distrito de Sanaa Hassaba. Confrontos registrados nesta área nos últimos dois dias entre as forças governamentais e opositores tribais mataram 18 combatentes tribais, de acordo com uma declaração

sábado de moradores da área. Hassaba é o lar do mais poderoso grupo tribal do Iêmen, o Hashid, liderada pelo Sheik Sadeq al-Ahmar, outro inimigo de Saleh.

O derramamento de sangue deste sábado também reforçou os temores de que a presença de Saleh no

país intensifique o conflito.

A sua volta pegou a Casa Branca desprevenida. Autoridades dos EUA admitiram que foi uma surpresa e afirmaram que a secretária de Estado, Hillary Rodham Clinton, não foi informada sobre os planos de Saleh quando ela se reuniu, na terça-feira, em Nova York, com o ministro de Relações Internacionais da Arábia Saudita, que tem participado com Washington e o Iêmen das negociações para se tentar um acordo que permita a transferência de poder.

A busca de um ambiente mais estável no Iêmen, uma estratégica nação empobrecida árabe, é uma prioridade para os Estados Unidos, que querem um parceiro na luta contra um dos ramos mais ativos da Al-Qaeda, que tem sua base no país.

O levante do Iêmen começou em fevereiro na esteira da agitação que se espalhou por todo o mundo árabe e que acabou desencadeando protestos, em grande parte pacíficos, neste canto profundamente instável do Península Arábica. O governo de Saleh respondeu com uma ofensiva pesada, o que deixou centenas de mortos e milhares de feridos.

Com as vítimas deste sábado, chega a 140 o número de pessoas mortas nesta violenta semana no Iêmen. A maioria dos mortos está em Sanaa, onde muitos moradores estão encurralados em suas casas ou fugiram da cidade. As informações são da Associated Press.

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