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O governo da Síria confirmou na noite desta quinta-feira, através da agência estatal de notícias Sana, que o general de brigada Abdel Mustafá foi morto em Hama, mas atribuiu a morte do militar não a desertores, como informaram os grupos da oposição, e sim a um atentado terrorista que destruiu a tiros o automóvel do general.

"Um general de brigada e dois membros das forças de segurança foram martirizados nesta quinta-feira pelo fogo de grupos terroristas no bairro de Jarajmeh em Hama", diz o texto da Sana. A agência exibiu imagens dos corpos destroçados das vítimas.

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O canal de televisão France 2 informou nesta quarta-feira que um dos seus jornalistas, Giles Jacquier, foi morto na Síria em circunstâncias ainda desconhecidas em Homs. Em comunicado, o France 2 afirma que o repórter participava de uma viagem autorizada pelo governo sírio ao país quando morreu. Outro membro da equipe do France 2foi ferido. A morte de Jacquier é o primeiro caso conhecido de um jornalista ocidental morto na Síria desde março de 2011, quando começou a revolta contra o presidente Bashar Assad. As autoridades sírias negaram a entrada de muitos jornalistas ocidentais no país. As Nações Unidas estimam que mais de 5 mil pessoas foram mortas na violência desde março do ano passado.

As informações são da Associated Press.

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Dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas da província síria de Idlib, noroeste do país, e em outros 74 locais após as orações desta sexta-feira (30), informou o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, sediado em Londres.

São os maiores protestos dos últimos meses no país. Há informações de que as forças de segurança mataram pelo menos 22 pessoas em confrontos ocorridos em todo o país, apesar da presença de um grupo de monitoramento da Liga Árabe. Segundo o Observatório e outro grupo de defesa dos direitos humanos, os Comitês de Coordenação Local, as pessoas foram mortas em manifestações nas províncias de Idlib, Deraa e Hama, bem como em Douma, subúrbio de Damasco.

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Rami Abdul-Raham, que preside o Observatório, disse que as maiores concentrações ocorreram nas províncias de Idlib e Hama, locais onde mais de 250 mil pessoas foram para as ruas. Grandes grupos também se reuniram na província de Deraa e no subúrbio de Douma, nas proximidades de Damasco.

Tanto os números de mortos quanto de manifestantes foram fornecidos pelos grupos locais de defesa dos direitos humanos. Não foi possível confirmá-los de maneira independente.

A presença do comitê de monitoramento da Liga Árabe parece ter dado energia aos manifestantes, que protestaram também em áreas anteriormente calmas. Os ativistas dizem que a grande participação popular prova a decisão do povo em desafiar o governo do presidente Bashar Assad.

Para os ativistas, o povo quer mostrar a contínua e abrangente divergência contra o presidente aos 100 membros do grupo que viajam pela Síria para averiguar se Assad está implementando o prometido cessar-fogo.

A missão da Liga Árabe na Síria tem sido bastante criticada. Ainda assim, a presença dos cerca de 100 observadores é importante, disse o ativista Haytham Manna, que vive em Paris. "Quer gostemos ou não, a presença dos observadores tem um efeito psicológico importante porque encoraja as pessoas a promoverem protestos pacíficos contra o regime", ele disse. A permissão para que ocorram protestos pacíficos é um dos pontos do acordo firmado entre o governo de Assad e a Liga Árabe.

Os observadores começaram a missão na terça-feira na província de Homs, onde tiraram fotos de casas e locais destruídos, visitaram famílias de vítimas da violência e fizeram anotações. Depois, eles se espalharam em pequenos grupos para outras províncias.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Pelo menos 24 pessoas, entre elas quatro crianças, foram mortas após as forças de segurança da Síria abrirem fogo em diversas cidades nesta sexta-feira. A região de Homs registrou o maior número de vítimas, disseram ativistas. "A terra tremeu" disse um morador de Homs. "Tanques de guerra circularam nas ruas e avenidas, abrindo fogo com os canhões", afirmou, sob anonimato.

A maioria dos civis foi morta na região de Homs e dois em Deraa, berço dos protestos contra o regime, um em Hama e outro em Douma, próximo a Damasco, informou em comunicado o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos.

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O grupo de oposição Conselho National da Síria alertou mais cedo para os perigos de um "massacre" no protesto em Homs, uma cidade na região central da Síria que estava cercada por forças do governo.

Dois meninos, de 10 e 12 anos, foram mortos a tiros nesta sexta-feira e perto de postos de controle do governo, de acordo com os ativistas. Rami Abdul-Rahman, chefe do Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, na Inglaterra, disse que o menino de 10 anos foi morto quando cruzava uma rua no bairro de Bab Sbaa em Homs. O menino de 12 anos foi morto quando saia junto com uma multidão de uma mesquita também em Homs, disse Abdul-Rahman.

Forças de segurança também dispararam contra civis nos subúrbios de Damasco, na cidade de Deir El-Zour, no Eufrates, e na província de Idlib, perto da Turquia. Os relatos não puderam ser confirmados de maneira independente porque o governo sírio impediu a entrada de jornalistas estrangeiros no país. O número de mortos foi compilado por relatos do Observatório Sírio e de uma coalizão de ativistas, chamada Comitês de Coordenação Local.

As informações são da Associated press e da Dow Jones.

O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, assinou nesta quarta-feira na Arábia Saudita um acordo para transferir o poder, após 33 anos no cargo. O rei da Arábia, Abdullah, comemorou o acordo como um marco que virou uma "nova página" na história do empobrecido país no sul da Península Arábica, informa a Agência France Presse (AFP). "Esperamos que a transferência de poder ocorra democraticamente. Lamentamos o que aconteceu no Iêmen", disse Saleh.

O acordo, que oferece imunidade a Saleh e à família do mandatário, foi rechaçado por vários iemenitas nesta quarta-feira. Muitos jovens foram acampar em uma praça central na capital Sanaa. Eles afirmaram que o acordo é inviável porque Saleh ordenou às tropas que atirassem contra os manifestantes, matando mais de mil pessoas desde janeiro. Eles querem que Saleh seja levado a julgamento.

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O governo dos Estados Unidos elogiou o acordo. "Os EUA aplaudem o governo e a oposição do Iêmen por concordarem com uma transição de poder pacífica e ordeira", disse em Washington o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner.

Saleh é o quarto governante árabe derrubado por revoltas populares neste ano. Em janeiro, caiu o governante da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, enquanto em fevereiro os egípcios derrubaram Hosni Mubarak. Em agosto, Muamar Kadafi foi defenestrado pelos insurgentes líbios.

A cerimônia de assinatura, transmitida ao vivo pela televisão estatal saudita, mostrou Saleh assinando o acordo patrocinado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelos países do Golfo Pérsico, no palácio real de Al-Yamana. Saleh assinou o documento observado pelo rei da Arábia e por vários políticos da oposição iemenita, bem como ministros dos países árabes do Golfo Pérsico.

Representantes do partido governista do Iêmen e da oposição também assinaram o documento, que deverá acabar com 10 meses de violência política no Iêmen. Mais de mil manifestantes foram mortos pelo governo e também em sangrentas lutas tribais. Saleh se aferrou ao poder e nem um atentado a bomba em junho, que o deixou ferido, levou à renúncia. Ele voltou ao Iêmen no mês passado após receber tratamento médico na Arábia.

Sob o acordo, o qual Saleh se recusou a assinar durante meses em desafio a pressões internas e internacionais, o mandatário passa os poderes ao vice-presidente Abdrabuh Mansur Hadi, em troca da imunidade para si próprio e sua família. Saleh ainda permanecerá como "presidente honorário" por 90 dias, ao fim das quais a transferência de poderes estará completa. Mas ele passará o poder para o vice em 30 dias. Após isso, ocorrerão eleições presidenciais em 90 dias.

Mesmo antes das revoltas árabes começarem, o Iêmen já era um dos países árabes mais pobres, com renda per capita inferior a US$ 2.500, segundo o Banco Mundial. A importância do país no mundo árabe é estratégica, já que ele fica no sul da Península Arábica, controlando as rotas do Mar Vermelho e o acesso ao sul, pelo estreito de Bab El-Mandeb, ao porto saudita de Jeddah e ao Canal de Suez ao norte.

"Hoje uma nova página na história de vocês teve início" disse o monarca da Arábia à delegação dos iemenitas que assinaram o acordo.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito concordou em formar um governo de salvação nacional e passar completamente o poder às autoridades civis até julho de 2012, disse nesta terça-feira o político Selim al-Awwa à agência estatal de notícias MENA, citada pela agência France Presse (AFP). A junta militar concordou com a passagem de poder após quatro dias de manifestações na praça Tahrir do Cairo e violentos confrontos com os opositores, que deixaram pelo menos 29 mortos. As centenas de milhares de pessoas que protestam na praça Tahrir, no entanto, descartaram as concessões e pediram uma mudança imediata de regime, gritando "fora" para os militares.

Em comunicado na televisão estatal, o marechal Hussein Tantawi, líder da junta militar, disse aos egípcios que as eleições presidenciais serão realizadas até 30 de junho de 2012, mas não deu uma data específica para a transferência de poder. Tantawi também disse que os militares também estão prontos a realizar um referendo imediato para a transferência de poder aos civis.

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"As Forças Armadas, representadas pelo Conselho Supremo, não têm o desejo de governar e colocam os interesses do Egito acima de tudo. Elas estão prontas a entregar imediatamente a responsabilidade e voltarem ao seu dever original que é defender o país, se o povo quiser isso através de um referendo, se ele for necessário", disse Tantawi. O marechal disse que aceitou a renúncia do primeiro-ministro Essam Sharaf, que governava desde fevereiro com um gabinete civil tutelado pelos militares, após a queda de Hosni Mubarak em 11 de fevereiro.

Na praça Tahrir, os manifestantes pediram que Tantawi deixe imediatamente o poder. "Nós não vamos deixar a praça. Ele é que vai embora", gritavam os manifestantes. "Fora, marechal de campo".

"Nossas demandas são claras. Queremos que a junta militar renuncie imediatamente e entregue a autoridade a um governo de salvação nacional civil com poderes totais", disse Khaled El-Sayed, manifestante da Coalizão da Revolução Jovem e um dos candidatos às eleições parlamentares de 28 de novembro. El-Sayed também pediu que o chefe da polícia militar do Cairo e o ministro do Interior sejam julgados pelos "crimes horríveis" dos últimos dias, quando pelo menos 29 manifestantes foram mortos, a maioria no Cairo.

A junta militar egípcia enfrenta a pior crise política desde a queda de Mubarak em fevereiro. "Foi acordado na reunião, presidida pelo vice dirigente do Conselho das Forças Armadas, Sami Enam, que será formado um governo de salvação nacional, o qual implementará os objetivos da revolução", disse Awwa, pré-candidato presidencial que participou do encontro.

Awwa disse que também foi acordado que "o poder deverá ser transferido a um presidente civil eleito, até no máximo o final de junho de 2012".

Quem irá liderar o governo de salvação nacional é um mistério. Mais cedo, o nome do ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohammed ElBaradei, foi cogitado. Mas não houve confirmação e aparentemente a situação prossegue em um impasse.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O primeiro-ministro interino da Líbia, Abdurrahim el-Kib, anunciou nesta terça-feira a formação de um governo de transição que comandará o país magrebino até que ocorram eleições parlamentares em 2012. El-Kib anunciou seu gabinete na noite de hoje em Tripoli, fixando um período para a transição após a libertação ter sido declarada em 23 de outubro, com a derrota total de Muamar Kadafi. El-Kib disse que no final de junho de 2012, os líbios elegerão um Congresso nacional que terá 200 parlamentares.

As informações são da Associated Press.

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A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) votou e aprovou nesta terça-feira a condenação do governo da Síria pela violenta repressão contra os manifestantes, aumentando a pressão sobre o regime do presidente Bashar Assad. Desde meados de março, quando começaram os protestos contra o governo, mais de 3,5 mil pessoas foram mortas na Síria. A resolução do comitê dos direitos humanos da Assembleia Geral, que tem menos força que uma resolução do Conselho de Segurança, foi aprovada por 122 votos a favor, inclusive do Brasil, 13 contrários e 41 abstenções, informa a agência France Presse (AFP).

O enviado da Síria na ONU, Bashar Jafari, acusou os países europeus que apresentaram a resolução - Grã-Bretanha, França e Alemanha - de "incitarem à guerra civil". A resolução "condena de maneira forte as violações sistemáticas contra os direitos humanos feitas pelas autoridades sírias". A resolução pede que o governo sírio atenda aos pedidos internacionais para o fim da violência.

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No mês passado, a Rússia e a China vetaram no Conselho de Segurança uma resolução que condenava o regime sírio pela repressão. Os dois países se abstiveram na votação desta terça-feira.

O embaixador francês na ONU, Gerard Araud, disse que a condenação da ONU é agora "urgente".

"É urgente porque a situação se deteriora constantemente", disse Araud. Segundo ele, a Síria na prática rejeitou o plano da Liga Árabe para o fim da violência. Seis países árabes, entre eles Bahrein, Arábia Saudita, Jordânia e Kuwait estão entre os mais de 60 países que copatrocinaram a resolução.

Jafari acusou os países europeus de incitarem a guerra civil na Síria. Irã, Coreia do Norte, Venezuela e Cuba votaram contra a resolução. "Não vamos deixar que as ex-potências coloniais interfiram novamente nos nossos assuntos", disse Jafari.

As informações são da Dow Jones.

O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito concordou em formar um governo de salvação nacional e passar completamente o poder às autoridades civis até julho de 2012, disse nesta terça-feira o político Selim al-Awwa à agência estatal de notícias MENA, citada pela agência France Presse (AFP). A junta militar concordou com a passagem de poder após quatro dias de manifestações na praça Tahrir do Cairo e violentos confrontos com os opositores, que deixaram pelo menos 29 mortos.

A junta militar egípcia enfrenta a pior crise política desde a queda de Hosni Mubarak em 11 de fevereiro. "Foi acordado na reunião, presidida pelo vice dirigente do Conselho das Forças Armadas, Sami Enam, que será formado um governo de salvação nacional, o qual implementará os objetivos da revolução", disse Awwa, pré-candidato presidencial que participou do encontro.

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Awwa disse que também foi acordado que "o poder deverá ser transferido a um presidente civil eleito, até no máximo o final de junho de 2012".

As informações são da Dow Jones.

A Liga Árabe confirmou nesta quarta-feira a suspensão da Síria na organização e deu ao governo do presidente Bashar Assad três dias para que interrompa a repressão e receba uma missão observadora da entidade. Se rejeitar a determinação, o governo sírio poderá enfrentar sanções econômicas dos outros países árabes.

A suspensão - anunciada sábado e confirmada hoje - é uma medida incomum na Liga para um país com o perfil político da Síria na entidade e no mundo árabe.

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As informações são da Associated Press.

A Turquia cancelou nesta terça-feira seus projetos para explorar petróleo na Síria, em meio a um aumento nas tensões entre Ancara e Damasco por causa da escalada na repressão do regime sírio aos manifestantes. Segundo ativistas, pelo menos 90 pessoas foram mortas em episódios violentos ao redor da Síria na segunda-feira, grande parte na província sulista de Deera, onde ocorreram confrontos entre soldados desertores e regulares. A Turquia também ameaça cortar seu fornecimento de eletricidade à Síria, em retaliação aos ataques de partidários do presidente Bashar Assad contra o consulado turco na cidade de Latakia.

O ministro da Energia da Turquia, Taner Yildiz, anunciou que seu país arquivou os planos da petrolífera turca Tpao, de explorar petróleo na Síria em seis poços. Yildiz também ameaçou cortar o fornecimento turco de eletricidade à Síria se as tensões continuarem.

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"Até agora, fornecemos eletricidade à Síria. Mas se o regime (sírio) continuar neste curso, poderemos reconsiderar essas decisões", disse Yildiz.

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, criticou o presidente sírio Bashar Assad pelo ataque ao consulado turco no sábado. Erdogan afirmou que a Turquia não confia mais no regime de Assad e alertou que a sangrenta repressão desfechada pelo autocrata ameaça colocá-lo na lista de líderes que se "alimentaram de sangue". No sábado, partidários de Assad queimaram uma bandeira da Turquia no consulado turco em Latakia, no Mediterrâneo.

As informações são da Associated Press.

O governo da Síria parou de pagar as petrolíferas Total SA da França e a anglo-holandesa Royal Dutch Shell pelo petróleo que as duas empresas produzem no país, informou o jornal britânico Financial Times nesta quinta-feira.

O governo sírio estava pagando regularmente as petrolíferas transnacionais até algumas semanas, mas então os pagamentos ficaram mais esparsos e foram suspensos, disse o FT ao citar fontes familiarizadas com o assunto.

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"Os pagamentos têm sido atrasados e alguns não foram feitos", disse o jornal, citando um insider da indústria. "Minha percepção é que o governo não tem dinheiro em caixa". A interrupção ocorre no momento em que o governo sírio continua a enfrentar a pressão da União Europeia e de outras entidades políticas por causa da repressão contra os manifestantes.

As informações são da Dow Jones.

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