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Dois protestos na Zona Oeste do Recife bloquearam, no final da tarde desta sexta-feira (5), o trânsito nas imediações do Compaz Miguel Arraes, na Avenida Caxangá, e em um trecho da BR-101, entre os bairros de Apipucos e Iputinga.

De acordo com o Corpo de bombeiros, objetos foram incendiados nas vias para interditar o trânsito nas duas áreas. No entanto, equipes já foram acionadas para controlar as chamas nos locais.

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Segundo motoristas que trafegam na Avenida Caxangá, o protesto está sendo organizado por moradores que reclamam da falta de energia elétrica na área. Sobre o protesto na BR-101, ainda não existem informações sobre a sua causa.

O LeiaJá entrou em contato com a Neoenergia Pernambuco para saber se existe alguma problema no fornecimento de energia nas comunidades às margens da Avenida Caxangá, porém até o momento não obteve respostas.

 

A temperatura subiu na segunda noite de protestos na Argentina contra as medidas do presidente Javier Milei para desregulamentar a economia, com manifestantes e polícia entrando em confronto. Em Córdoba, seis pessoas ficaram feridas e cinco foram presas. As manifestações tomaram as também as ruas de Buenos Aires, La Plata e Rosário.

Em Córdoba, cerca de mil pessoas se reuniram em frente ao shopping Pátio Olmos, no centro, para promover um panelaço quando passaram a lançar objetos contra os policiais que faziam a escolta, segundo autoridades da província.

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Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram o uso de gás de pimenta pela polícia e disparos de balas de borracha. Pelo menos cinco manifestantes foram detidos e cinco policiais ficaram feridos, disseram as autoridades da província. Uma mulher também teria se ferido com uma garrafa de vidro.

"A manifestação se desenvolvia normalmente até que os participantes bloquearam toda a estrada na esquina da Vélez Sarsfield com a San Juan, no coração da capital de Córdoba", indicou o Ministério Público local.

Segundo determina o recém-lançado protocolo da ministra de Segurança, Patricia Bullrich, a polícia pode reprimir quem bloquear vias durante manifestações.

Várias cidades

Novos panelaços foram registrados em cidades de várias províncias do país. Na capital, Buenos Aires, centenas se reuniram em frente ao Congresso, muitos deles sindicalistas, funcionários de empresas públicas e inquilinos, segundo a imprensa argentina.

As manifestações foram convocadas em protesto contra o grande pacote de medidas de Milei, que derrubou mais de 300 leis por meio de um mecanismo similar à Medida Provisória do Brasil. Entre as medidas estão desregulamentações que permitem privatizações de empresas públicas, flexibiliza negociações trabalhistas e altera contratos de aluguéis. O decreto ainda precisa receber o aval do Congresso, onde deve enfrentar resistência.

Centenas de manifestantes já haviam se reunido em frente ao Congresso na noite de quarta-feira, 20, após o anúncio de Milei, fazendo panelaços na capital, assim como em cidades ao redor.

Sindicatos também convocaram marchas na cidade de Rosário, na Província de Santa Fé, onde os manifestantes se reuniram na Praça 25 de Maio e marcharam em direção ao Monumento à Bandeira, um local icônico para celebrações e protestos na cidade.

Em La Plata, centenas se reuniram no centro da cidade, que é capital da Província de Buenos Aires. Marchas e panelaços também foram registrados em Lanús, Mar del Plata, Bariloche e Ituzaingó.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao defender ontem o megapacote de medidas anunciado na noite anterior de desregulamentação econômica, o presidente argentino, Javier Milei, prometeu que "mais está por vir", sem especificar seus próximos passos. Apesar de ser editado pelo Poder Executivo, o decreto deve ser enviado ao Congresso, onde partidos de oposição já se manifestaram contrários a ele.

Moradores de Buenos Aires também demonstraram descontentamento com as medidas com os tradicionais "panelaços" em frente ao Congresso, bairros da capital e cidades do entorno durante a madrugada.

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"A repercussão foi muito importante, até nossas próprias fileiras ficaram surpresas com o nível de profundidade da decisão e aviso que há mais, vocês descobrirão em breve", disse Milei nesta quinta-feira (21) em entrevista à rádio Rivadavia. Sem dar mais detalhes, disse que um eventual novo pacote terá a ver com o funcionamento do Estado.

O libertário defendeu o seu conjunto de mais de 300 medidas anunciadas na noite de quarta-feira em cadeia nacional. Elas fazem parte de um Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), semelhante às Medidas Provisórias no Brasil, para reformar a economia argentina.

Na entrevista de ontem, Milei criticou os protestos, dizendo que aqueles que saíram para bater panelas sofrem de "síndrome de Estolcomo". "Basicamente, estão abraçadas e apaixonadas pelo modelo que as empobrece, mas essa não é a maioria dos argentinos", afirmou o presidente.

Os "panelaços" têm sido um símbolo dos protestos argentinos. Eles nasceram durante os protestos de 2001, no ápice da crise social gerada pela situação econômica daqueles anos. A revolta social, com episódios de saques e marchas à Casa Rosada, resultaram em 39 mortes e na renúncia do então presidente Fernando de la Rúa, que fugiu da casa oficial em um helicóptero.

Justiça

A desregulamentação proposta por Milei, porém, foi bem recebida pelo mercado, com a bolsa operando em alta ontem.

Já a oposição peronista e os grupos que se sentiram prejudicados começaram a acionar a Justiça contra o decreto. A primeira contestação judicial foi feita pela associação civil Observatório do Direito à Cidade, que pediu sua inconstitucionalidade e nulidade absoluta.

"Alguns dos pontos propostos são populares porque o sistema inundou a sociedade com regulações que as pessoas não nem sabem que existem. Mas há também mudanças mais profundas. As implicações legais são infinitas", previu o sociólogo argentino Carlos de Angelis, em entrevista ao Estadão.

As medidas e a forma como foram apresentadas receberam críticas de membros do Congresso. O jornal argentino La Nación afirmou que, com o megapacote, Milei pode sofrer sua primeira grande derrota com o Legislativo.

O líder do partido União Cívica Radical, Martín Lousteau, cujos 34 deputados e 13 senadores serão fundamentais para aprovação do decreto, foi um dos primeiros a criticar o projeto. A rejeição à DNU de Milei seria inédita, já que até hoje nenhuma proposta foi recusada pelo Legislativo.

Apesar de ser editado pelo Poder Executivo, o decreto passa por uma tramitação em uma comissão que decidirá a favor ou contra ele. Qualquer que seja o resultado, ele deve ser debatido pelo plenário de ambas as Casas. O pacote pode ser aprovado com o apoio de uma única câmara legislativa e, caso o Parlamento não se pronuncie, permanece em vigor. Não há um prazo definido para o trâmite.

Na entrevista ontem, Milei explicou que, com seu decreto, a livre compra e venda de dólares e outras moedas estrangeiras deixou de ser crime e não é mais perseguida no país. "Retirar o cepo (a restrição à compra ou aquisição de moeda estrangeira na Argentina) é um mecanismo que permitirá a recuperação da atividade econômica, mas não podemos abrir o cepo enquanto não houver condições para suportar uma mudança abrupta de portfólio", declarou ele.

O DNU revoga, entre outras regras, a controvertida Lei do Aluguel, oferecendo a possibilidade de as transações comerciais nesse mercado serem acordadas em qualquer moeda.

Na Argentina, o dólar informal ou "blue", ao qual os poupadores recorrem diante das restrições, cresce e diminui fora dos regulamentos oficiais e tem um efeito devastador sobre a economia argentina. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo de Javier Milei criou um protocolo de segurança para impedir bloqueios de ruas, vias e pontes em manifestações na cidade de Buenos Aires, epicentro dos grandes protestos na Argentina. A medida foi tomada nesta quinta-feira (14) após o anúncio de um pacote de ajuste fiscal, criticado por sindicatos, e antes da manifestação do dia 20, que relembra o massacre da Plaza de Mayo, durante a crise de 2001.

O protocolo, que foi anunciado pela ministra de Segurança, Patricia Bullrich, faz parte da política de endurecimento das leis para manter a ordem pública, que Milei repetiu durante a campanha. "Se saírem às ruas, haverá consequências: vamos impor ordem ao país para que as pessoas possam viver em paz. Se não há ordem, não há liberdade. E se não há liberdade, não há progresso."

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O principal objetivo do governo, segundo Bullrich, é manter liberados os espaços públicos, como ruas, avenidas e estradas. A ministra criticou a estratégia comum na Argentina de desviar o trânsito para vias secundárias. "Se bloquearem a via principal, ela será liberada", disse. "Vamos atuar até que seja totalmente liberado o espaço de circulação."

Bullrich afirmou que todos os envolvidos em bloqueios serão identificados e processados. Os organizadores dos atos, como partidos e sindicatos, terão de pagar os custos pelos estragos, pelo uso das forças de segurança e serão incluídas em um cadastro permanente.

Protestos

Ônibus e carros usados nas manifestações, caso não estejam com a documentação em dia, serão apreendidos. Estrangeiros sem residência permanente que forem detidos serão enviados às autoridades migratórias. "Usaremos a força de forma proporcional", disse a ministra.

A entrevista coletiva foi anunciada de surpresa pelo porta-voz da presidência, Manuel Adorni. Ela foi realizada no momento em que diversas organizações sociais assumem o protagonismo em protestos contra o pacote de ajuste fiscal do ministro da Economia, Luis Caputo, que prevê a redução de subsídios para contas de energia e bilhetes de meios de transporte, o que deve pressionar o preço das faturas de luz, gás, água, além de passagens de ônibus, metrô e trens.

De acordo com o jornal La Nación, minutos antes de Adorni falar, o líder de um grupo de piqueteiros, Eduardo Belliboni, pediu uma reunião com o secretário da Infância e Família, Pablo de la Torre, "para abordar algumas questões sociais que pioraram nos últimos dias com a disparada dos preços".

Os piqueteiros, que normalmente promovem os protestos na Argentina, estão organizando uma grande mobilização, nos dias 19 e 20, contra as medidas de austeridade e a desvalorização de 55% do peso, que provocou um aumento de preços.

Críticas

"O plano da motosserra Caputo-Milei mostra que o ajuste será pago pelo povo, não pela política. É um plano inflacionário, porque tem uma grande desvalorização com tarifas de transporte e energia. Para os trabalhadores, haverá demissões e salários mais baixos", criticou Belliboni.

Segundo o jornal Clarín, Bullrich, que foi ministra de Segurança de Mauricio Macri, e chegou ao cargo por indicação do ex-presidente, tentou aplicar medidas parecidas em 2015, mas nunca conseguiu.

Entre as discussões sobre a constitucionalidade das medidas - já que a lei permite a livre manifestação -, os anúncios esbarram também em questões logísticas: a livre circulação na cidade depende da polícia de Buenos Aires, o que forçará um atuação em conjunto com as forças federais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Milhares de iranianos participaram de uma manifestação nas ruas de Teerã para marcar o aniversário da ocupação da embaixada dos Estados Unidos no Irã, cantando "morte à América"e "morte a Israel". Eles também condenaram o apoio do governo do presidente Joe Biden a Israel que realizou bombardeios na Faixa de Gaza na guerra contra o Hamas.

Muitas pessoas se reuniram perto de onde era localizada a ex-embaixada americana em Teerã queimando bandeiras dos EUA e de Israel, sendo que várias delas pisavam em fotos do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu e do presidente americano, Joe Biden. Outros manifestantes carregavam faixas na qual citavam os Estados Unidos como o "grande demônio." No pódio principal havia uma mensagem: "nos pisoteamos a América sob nossos pés."

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O presidente do parlamento no Irã, Mohammad Bagher Qalibaf, disse no ato que "nós consideramos os criminosos EUA como o principal culpado em todos estes crimes" em Gaza contra os palestinos. Ele destacou que os ataques terroristas do Hamas em Israel no dia 7 de outubro causaram a morte de 1.400 pessoas e o sequestro de mais de 200 pessoas causou "irreparável" dano à segurança e inteligência do Estado israelense.

Em um comunicado, os manifestantes pediram o "imediato cessar-fogo" em Gaza e advertiram os EUA, o Reino Unido e a França que a crise pode se expandir pelo Oriente Médio e expressou que os iranianos continuarão apoiando a Palestina "até a vitória final."

Na quarta-feira, o líder supremo do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, criticou os EUA pelo apoio a Israel e destacou que os israelenses ficariam paralisados sem a colaboração americana. Ele pediu o fim da guerra contra o Hamas e que a maioria dos países muçulmanos a parar a cooperação econômica com o Estado israelense. O Irã apoia grupos terroristas anti-Israel como o Hamas, Jihad Islâmica e o Hezbollah no Líbano. As informações são da AP.

Policiais federais organizaram protestos ao longo desta quinta-feira, 26, em todas as superintendências da corporação nos 26 Estados e no Distrito Federal.

Cinco entidades de classe articularam a mobilização nacional para pressionar o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por recomposição.

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Delegados e agentes da Polícia Federal argumentam que receberam mais responsabilidades, como o controle de armas de fogo, antes atribuição do Exército, e que o governo tem usado as operações e investigações da PF como vitrine, sem contrapartidas para a corporação.

As negociações de recomposição estão em andamento no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Uma reunião com representantes da categoria, prevista na semana passada, foi desmarcada pela pasta. O cancelamento foi a faísca para a mobilização.

A delegada Tania Prado, presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol), divulgou uma nota em que afirma que a categoria não ‘aceita mais protelação’ e ‘promessas da boca pra fora’.

"Os protestos nacionais de hoje de todas as categorias da Polícia Federal unidas são de suma importância para mostrarmos ao governo nosso inconformismo com os rumos que estão dando no tratamento ao fator humano da instituição que tanto tem trabalhado pela segurança interna do País", diz o texto.

Essa é a primeira ação de um cronograma mais amplo. Como mostrou o Estadão, lideranças estudam paralisações se não houver um aceno do governo. A paralisação das atividades em 16 de novembro, Dia do Policial Federal, já foi aprovada.

A pressão da classe se arrasta desde o governo Jair Bolsonaro. Policiais chegaram a fazer atos e operações tartarugas na fiscalização de passageiros e de cargas.

Os servidores federais tiveram reajuste de 9% em maio, mas segundo as associações da PF o aumento não foi suficiente para cobrir a defasagem na carreira.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) anunciou, neste sábado (5) que irá promover protestos em todo o País contra os recentes bloqueios de verbas no Ministério da Educação (MEC). Como revelado pelo Estadão nesta sexta-feira (4), os contingenciamentos no MEC somam R$ 332 milhões e impacta diversas ações tocadas pela pasta.

Com o contingenciamento, foram bloqueadas as liberações de recursos públicos para a educação básica, alfabetização de crianças, transporte escolar e bolsas de estudo. A tesourada ocorreu um dia após o presidente Luiz lnácio Lula da Silva (PT) sancionar um projeto de lei que institui o Programa Escola em Tempo Integral. A ação significa que os recursos apenas serão liberados se o governo verificar que não há risco de descumprir o atual teto de gastos, não sendo possível prever quando isso irá ocorrer.

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Nas suas redes sociais, a UNE anunciou que irá convocar manifestações nacionais no dia 11 de agosto para pedir o fim do bloqueio de verbas. Os horários e locais ainda não foram divulgados pela entidade. "Nenhum centavo a menos para a Educação! Sairemos às ruas de todo o Brasil para que o orçamento da pasta seja imediatamente reconstituído. Educação é investimento!", afirma a entidade.

As manifestações vão ocorrer quatro semanas depois do presidente discursar no palco do 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE). Aos presentes, Lula disse que eles "conheceram o fascismo e o nazismo em apenas quatro anos", sem citar diretamente o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Seis pessoas morreram na quarta-feira (12) em confrontos no Quênia entre policiais e manifestantes que protestavam contra o aumento de impostos.

O ministro do Interior, Kithure Kindiki, advertiu que as autoridades não tolerarão mais distúrbios.

"Vidas foram perdidas, vários policiais e civis ficaram gravemente feridos, prejuízos inimagináveis foram provocados à economia do país", declarou o ministro.

A polícia usou gás lacrimogêneo contra os manifestantes em Nairóbi. Cinco das seis mortes aconteceram nas localidades de Mlolongo e Kitengela, nas proximidades da capital.

A força de segurança também usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão que protestava em uma rodovia entre Nairóbi e o porto de Mombasa. Uma morte foi registrada em Emali, que fica ao longo desta estrada.

Dezenas de crianças da comunidade de Kangemi, em Nairóbi, foram hospitalizadas depois que o gás lacrimogêneo foi utilizado perto de uma escola, informou uma fonte médica à AFP.

O líder da oposição Raila Odinga convocou os protestos contra uma lei tributária que provocou aumentos nos preços dos combustíveis.

Um caminhão da Tropa de Choque e oito viaturas da Polícia Militar de São Paulo foram acionados para liberar o tráfego na Rodovia dos Bandeirantes na manhã desta terça-feira, 30. Um grupo de indígenas da etnia Guarani bloqueava a via, na altura do km 20, sentido capital. Barricadas com pneus em chamas foram montadas antes das 6h e interromperam totalmente o tráfego na rodovia, provocando mais de 6 km de congestionamento no início da manhã.

A Tropa de Choque agiu pouco antes das 9 horas, usando bombas de efeito moral e jatos d’água. Houve um princípio de confronto com parte dos indígenas, mas a rodovia acabou liberada em cerca de 15 minutos.

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Indígenas seguem concentrados no acostamento da rodovia, em protesto contra a votação do PL 490, mas o tráfego foi totalmente liberado. O projeto de lei define a adoção do chamado marco temporal para a demarcação de terras indígenas no País. O texto, que pode ser votado nesta terça-feira na Câmara dos Deputados, define que apenas as populações que comprovarem a ocupação de territórios até outubro de 1988, quando foi promulgada a Constituição, podem reivindicar a demarcação de terras.

Um grupo de indígenas bloqueia a Rodovia dos Bandeirantes na manhã desta terça-feira (30) na altura do km 20, sentido capital. Barricadas com pneus em chamas foram montadas antes das 6h e interrompem totalmente o tráfego na via, provocando mais de 6 km de congestionamento.

A manifestação é realizada por indígenas guaranis, que protestam contra a votação do PL 490, que define a adoção do chamado marco temporal para a demarcação de terras indígenas no País. O texto, que pode ser votado nesta terça na Câmara dos Deputados, define que apenas as populações que comprovarem a ocupação de territórios até outubro de 1988, quando foi promulgada a Constituição, podem reivindicar a demarcação de terras.

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Os patrocinadores do time masculino do Corinthians sabem das ameaças de boicote por parte dos torcedores do time após a contratação de Cuca para o lugar de Fernando Lázaro, na semana passada. Mesmo assim, eles preferiram não se manifestar no momento, adotando o silêncio como resposta às manifestações de torcedores contra o treinador.

O técnico foi condenado pela Justiça suíça por estupro em caso ocorrido em 1987, na cidade de Berna. Em sua versão, declarou ser inocente e comentou que se lembrava vagamente do que se passou naquele quarto, quando estava com outros companheiros do Grêmio, diante de uma menina de 13 anos.

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Apenas dois dos nove patrocinadores que estampam suas marcas no uniforme do time masculino do Corinthians, incluindo a gigante americana Nike, fornecedora de material esportivo da equipe há 20 anos, se posicionaram sobre a escolha da diretoria por Cuca: Banco BMG e a Ale, distribuidora de combustíveis.

O BMG, por meio de publicação nas redes sociais, demonstrou apoio à luta feminina. "O Banco BMG reitera que não compactua com atos violentos e, acima de tudo, respeita, preza e luta pela igualdade das mulheres", informou o banco, que tem contrato com o clube até dezembro de 2025.

A instituição financeira não acenou com a possibilidade de romper seu acordo comercial com o clube, bem como a Ale, que se limitou a informar que "mantém um rigoroso programa de compliance e é comprometida em operar segundo fortes princípios éticos". Na mesma linha do BMG, também admitiu que "não compactua com qualquer tipo de violência e preza para que seus colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros sigam dentro desses mesmos princípios".

Já Nike, Neo Química, que dá nome à arena corintiana, Pixbet, Cartão de Todos, Spani Atacadista, UniCesumar e Lukma permaneceram em silêncio sobre o caso Cuca. O Estadão procurou todas as empresas por mensagens, ligações e e-mails. Em caso de retorno, as manifestações do parceiros corintianos serão atualizadas na reportagem.

PROTESTOS EM SÉRIE

Nos últimos dias, houve protestos de todos os tipos e de mais de um grupo de corintianos contra Cuca e sua permanência no clube. Foram manifestações nas redes sociais e presenciais também. Na sexta-feira, data da apresentação do treinador, coletivos de torcedores, a maioria deles compostos por mulheres, mostraram indignação do lado de fora do CT Joaquim Grava enquanto, no interior do CT, o técnico se explicava sobre a condenação relacionada ao caso de violência sexual na Suíça.

Uma delas, Luciana, contou que uma amiga, vítima de abuso infantil, não teve forças para se manifestar porque o caso de Berna gerou gatilhos nela. "Duílio e patrocinadores, o que é 'respeito às minas' para vocês"? questionou Luciana. "Respeito às minas não é fazer campanha no Dia da Mulher, Dia das Mães, levar mulher à arena e fazer uniforme para mulher comprar".

Alguns grupos seguem pressionando o clube e ameaçam boicote às empresas que patrocinam o time caso o contrato de Cuca não seja rescindido. O movimento 'Toda Poderosa Corinthiana', por exemplo, propôs um boicote à Nike. "Se é marketing para venda, saiba que não mais consumiremos artigos de uma campanha falida, mentirosa e hipócrita. O mundo do futebol está condenando estupradores e justamente o Corinthians, por causa de uma gestão incompetente, segue na contramão da vanguarda progressista", protestou o grupo de torcedoras.

O time feminino do Corinthians se manifestou sobre o caso durante a partida de estreia do treinador, no fim de semana, contra o Goiás. "Respeita as minas" é uma bandeira levantada pelo clube contra qualquer desrespeito às mulheres.

O Corinthians arrecadou R$ 107 milhões com patrocínios em 2022. Neste ano, projeta faturar R$ 146 milhões. É uma fatia importante de suas receitas durante as temporadas. Vale lembrar que a seleção brasileira viveu situação parecida com seus patrocinadores quando o presidente da CBF, Rogério Caboclo, foi acusado de assédio moral e sexual contra uma colaboradora da entidade. Ele foi afastado do cargo.

A ESCOLHA POR CUCA

Em 25 anos como técnico, Cuca já comandou diversos clubes, incluindo os rivais do Corinthians - Palmeiras, São Paulo e Santos - mais de uma vez. No Santos e no Atlético Mineiro, enfrentou pressão em razão de seu envolvimento no caso de violência sexual a uma menor idade, de 13 anos, na Suíça, mas nunca como agora.

Isso porque o Corinthians tem histórico importante de movimentos sociais, como a Democracia Corinthiana e movimentos que apoiam a luta feminina, caso do "Respeita as minas", criado em 2018 com o objetivo de sensibilizar a sociedade para o combate ao assédio sexual e a violência contra a mulher. Além disso, existe uma forte presença feminina nas arquibancadas. Segundo pesquisa do Ibope Repucom, a torcida é formada em sua maioria por mulheres (53%). E a sociedade tem cobrado com mais ênfase medidas contra o machismo e a misoginia.

Por que, então, Duílio Monteiro Alves decidiu optar por Cuca para substituir Fernando Lázaro? O presidente do Corinthians sempre aprovou o trabalho do técnico, campeão brasileiro no arquirrival Palmeiras em 2016, mas considerava que ele jamais poderia treinar o time alvinegro pela condenação por participação no estupro a menina de 13 anos. Isso mudou após, segundo ele próprio, uma apuração dos fatos.

Antes de tomar sua decisão, Duílio conversou com Cuca e foi convencido pelo técnico, que se declarou inocente e usou como argumento o fato de a vítima não ter reconhecido o então meio-campista do Grêmio como um de seus agressores, versão que o advogado da vítima contestou. Ele também argumentou que o caso foi julgado à revelia, já que Cuca estava no Brasil enquanto o Corte tomava sua decisão na Suíça. A sentença foi de 15 anos de prisão e US$ 8 mil em multa. Mas ele nunca cumpriu a pena estipulada para o crime, que prescreveu em 2004.

O dirigente disse ter consultado os departamentos jurídico, de marketing e de compliance do clube. Também afirmou ter conversado com a diretora do futebol feminino, Cris Gambaré. Todos, segundo Duílio, avalizaram a contratação de Cuca.

DANOS À IMAGEM

A diretoria do Corinthians crê na inocência do técnico e destaca que ele, então jogador do Grêmio, foi julgado à revelia, isto é, sem comparecer ao julgamento na Suíça. Para a diretoria corintiana, o fato de Cuca comandar o Corinthians não mancha a história de lutas sociais do clube. Renê Salviano, CEO da Heatmap, empresa especializada em marketing esportivo e que faz captação de contratos envolvendo marcas com clubes e atletas, discorda.

"Vejo que existe, sim, um dano momentâneo à imagem do clube, e por isso é tão importante que a instituição sempre se posicione sobre atitudes de gestão que são tomadas, ainda mais quando tocam em assuntos que a sociedade em geral tem lutado para combater há tantos anos", explica.

"As instituições desportivas possuem uma força grande de comunicação, de engajamento, tudo isto foi construído com o amor dos fãs e nada como devolver para eles em forma de apoio iniciativas que tragam um mundo melhor a todos."

A França tem nesta terça-feira (28) a 10ª jornada de protestos contra a reforma da Previdência adotada pelo governo do presidente liberal Emmanuel Macron, que busca uma solução para o cada vez mais violento conflito social, mas sem cogitar a retirada da lei impopular.

As manifestações de quinta-feira da semana passada terminaram com 457 detidos e 441 policiais e agentes das forças de segurança feridos, em sua maioria nos distúrbios que aconteceram após as passeatas que reuniram mais de um milhão de pessoas em todo o país, segundo as autoridades.

No cenário de tensão cada vez maior, Macron e a primeira-ministra, Élisabeth Borne, anunciaram que "estendem a mão" para os sindicatos, que lideram os protestos desde janeiro, mas sem ceder na reivindicação para que o governo desista da reforma.

Laurent Berger, líder do sindicato CFDT, afirmou que aceitaria negociar, mas apenas se o governo deixar a reforma de lado, em particular o aumento da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos.

Ele pediu nesta terça-feira a criação de um "processo de mediação" para encontrar uma "via de saída" para a crise.

As centrais sindicais pedem a retirada da reforma, que aumenta a idade de aposentadoria a partir de 2030 e antecipa para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos (e não 42 como atualmente) para que o trabalhador tenha direito a uma pensão integral.

Desde 19 de janeiro, data da primeira manifestação, os manifestantes conseguiram mobilizar centenas de milhares de pessoas (3,5 milhões em 7 e 23 de março, segundo o sindicato CGT) em grandes protestos pacíficas, mas sem sucesso para convencer o governo.

- 13.000 agentes -

Para esta terça-feira, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, anunciou um "dispositivo de segurança inédito" de 13.000 agentes no país e advertiu para a presença em Paris de "mais de 1.000 radicais, alguns procedentes do exterior".

As autoridades esperam "de 650.000 a 900.000" manifestantes". Fontes policiais acreditam que presença de jovens nas passeatas deve "dobrar ou triplicar".

"Queremos mostrar nosso descontentamento e dizer que, apesar de sermos adolescentes (...) temos o direito de dizer que somos contrários", declarou na segunda-feira uma jovem identificada apenas como Selma, enquanto bloqueava sua escola do Ensino Médio em Montreuil, leste de Paris.

Os trens circulavam com atraso em todo país. Na capital, o transporte público registrava "perturbações", segundo a operadora RATP.

Em Lille (norte), Yasmine Mounib, uma estudante de 19 anos, disse que concorda com as reivindicações, mas que nos transportes "ao menos poderiam permitir os trens da manhã". Ela disse que acordou às 4h00 para uma aula quatro horas depois, que mesmo assim não conseguirá assistir.

"Isto vai prejudicar meus estudos", lamentou.

Os protestos assumiram várias formas nas últimas semanas: milhares de toneladas de lixo acumuladas nas ruas de Paris, bloqueios de depósitos e refinarias que deixaram 15% dos postos de gasolina sem combustível, entre outros.

A decisão de Macron de adotar o projeto por decreto, por temer uma derrota durante a votação no Parlamento, e sua recusa a voltar atrás provocaram a radicalização dos protestos, com distúrbios registrados desde 16 de março.

"O sentimento de injustiça e de não ser ouvido alimenta a emoção", afirma uma pesquisa do instituto Odoxa, na qual Macron Borne tem o apoio de apenas 30% e 28% da população, respectivamente.

- Situação explosiva -

À espera da decisão do Conselho Constitucional sobre a validade da reforma, o governo tenta virar a página para outras prioridades, como saúde e educação, e a tentativa de garantir uma maioria estável no Parlamento.

Os sindicatos já haviam alertado Macron há algumas semanas para a situação explosiva que seria registrada se o governo não considerasse o mal-estar provocado pela reforma, rejeitada por mais de dois terços dos franceses, de acordo com as pesquisas.

A adoção definitiva da legislação, em 20 de março, aumentou a intensidade dos protestos. A repressão por parte da polícia provocou alertas das ONGs de direitos humanos, advogados, magistrados e até do Conselho da Europa.

As imagens de uma batalha campal voltaram a ter destaque no sábado, durante os protestos contra uma barragem agrícola destinada ao agronegócio em Sainte-Soline (centro-oeste). O confronto deixou dois manifestantes em coma.

Nos dois casos "há um uso desproporcional da força que já havíamos denunciado durante (o protesto social em 2018 e 2019) os coletes amarelos", afirmou à AFP Jean-Claude Samouiller, da ONG Anistia Internacional.

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou neste sábado (18), em sua rede social Truth Social, que espera ser "preso" na próxima terça-feira (21) e convocou protestos, ante uma possível acusação de suborno pago a uma atriz pornô antes das eleições de 2016.

Referindo-se a um "vazamento" do escritório do procurador do estado de Nova York para o bairro de Manhattan, Trump, que pretende voltar a disputar a Casa Branca em 2024, escreveu em letras maiúsculas: "O principal candidato republicano e ex-presidente dos Estados Unidos Estados da América será preso na terça-feira da próxima semana. Protestem, recuperem nossa nação!".

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A batalha contra a reforma da previdência de Emmanuel Macron na França se intensificou nesta sexta-feira, 17, com o aumento dos protestos e a apresentação de duas moções de censura contra o governo da premiê Élisabeth Borne. O presidente decidiu, no dia anterior, elevar por decreto a idade de aposentadoria sem votação no Parlamento.

O decreto intensificou o confronto com os sindicatos, que prometeram mais greves, e com manifestantes cada vez mais furiosos, que retornaram às ruas de Paris e de outras cidades ontem para pressionar os legisladores a derrubar o governo.

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Os garis estenderam sua greve de 12 dias, deixando pilhas de lixo por toda a capital, bloqueando o maior local de incineração da Europa. A prefeitura de Paris informou que 10 mil toneladas de lixo já se acumularam nas ruas da cidade, uma das mais visitadas do mundo.

A decisão do presidente, anunciada pela premiê na quinta-feira, 16, durante discurso no plenário da Assembleia Nacional, enfureceu os oponentes do projeto de lei, que já havia sido aprovado pelo Senado.

Manobra

De acordo com as regras da Constituição francesa, o projeto das aposentadorias se tornará lei, a menos que uma moção de desconfiança contra o governo seja bem-sucedida na Assembleia Nacional.

Vários grupos de oposição disseram ontem que concordaram em apoiar uma moção de desconfiança, que teve uma proposta apresentada uma pelo grupo parlamentar independente LIOT, de oposição, e outra pela extrema direita. Se aprovada, ela pode derrubar Borne e, por sua vez, a reforma.

A França tem um sistema semipresidencialista, no qual o presidente eleito "divide" o governo com seu primeiro-ministro, mas é a autoridade máxima da vida política do país.

Mal-estar

Com as estradas de Paris bloqueadas, escolas fechadas, lixo acumulado na capital e a invasão das vias férreas em várias cidades, o mal-estar dos franceses tomou múltiplas formas.

"Este anúncio (do governo) é um insulto. Há semanas que não somos escutados. Isso provocou muita indignação", declarou Philippe Melaine, professor de uma escola de Rennes, onde mais de 2 mil pessoas se manifestaram ontem.

Macron decidiu adotar a reforma sem submetê-la ao voto dos deputados, temendo uma derrota no Parlamento, ao recorrer a um mecanismo controverso: o artigo 49.3 da Constituição. Seu objetivo é aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e adiantar para 2027 a exigência de contribuição de 43 anos (e não 42 como agora) para solicitar uma aposentadoria completa. Dois a cada três franceses se opõem às mudanças, segundo as pesquisas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As forças de segurança prenderam 310 pessoas na quinta-feira (17) na França durante os protestos que explodiram depois que o governo decidiu adotar a impopular reforma da Previdência sem o voto dos deputados, anunciaram as autoridades.

"A oposição é legítima, as manifestações são legítimas, a desordem não", afirmou o ministro do Interior, Gérald Darmanin, em entrevista à rádio RTL, antes de advertir que o governo não permitirá o surgimento de "manifestações espontâneas".

Em Paris, a polícia usou gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar os manifestantes reunidos na 'Place de la Concorde', próxima da Assembleia Nacional (câmara baixa), após a decisão do governo.

O ministro afirmou que até 10.000 pessoas se reuniram no local e 258 foram detidas. Outras 24 cidades da França também registraram manifestações, que reuniram o total 52.000 pessoas, segundo um balanço da polícia.

As cidades de Rennes (oeste), Nantes (oeste) e Lyon (este) também registraram incidentes. Cinquenta e quatro policiais ficaram feridos.

A decisão do governo de usar o polêmico artigo 49.3 da Constituição para adotar o aumento da idade de aposentadoria de 62 a 64 anos sem submeter a medida ao voto dos deputados, pelo medo de perder a votação, alimentou os protestos na quinta-feira.

Na manhã desta sexta-feira, quase 200 manifestantes bloquearam o anel viário de Paris por meia hora, observou um jornalista da AFP.

O governo está sob pressão e aguarda o resultado do voto de desconfiança anunciado contra o Executivo da primeira-ministra Élisabeth Borne. A votação deve acontecer no início da próxima semana e se a moção de censura for adotada, isto também derrubaria a reforma.

A imprensa francesa é unânime em criticar o presidente Emmanuel Macron por ter usado o polêmico mecanismo para adotar seu projeto. Os jornais consideram que o recurso demonstra o "fracasso" e a "fraqueza" do governante.

O uso do 49.3 "não é um fracasso", disse o ministro do Trabalho, Olivier Dussopt. "Nossa vocação é continuar governando", afirmou o porta-voz do governo, Olivier Véran.

Israel vivenciou, nesta quinta-feira (16), numerosas manifestações contra a reforma do judiciário impulsionada pelo governo de direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que recusou ontem um projeto de acordo apresentado pelo presidente Isaac Herzog.

A polícia não divulgou nenhum balanço sobre a participação nas marchas, que, segundo a imprensa israelense, juntaram "dezenas de milhares de pessoas".

A oposição gerada por esse projeto, atualmente em discussão no Parlamento, deu lugar a uma das maiores mobilizações populares da história de Israel. Em maio, o país comemora o 75º aniversário de sua fundação.

"Essa reforma significa o fim da democracia", afirmavam os cartazes exibidos nos atos durante o dia no centro de Tel Aviv.

Outros protestos ocorreram em Haifa (norte) e em Jerusalém.

"Temo que este lugar se converta em um Estado religioso, que as leis judaicas tenham prioridade e que a liberdade democrática, tal como a conhecemos, deixe de existir", disse à AFP Liat Tzvi, uma pesquisadora de 52 anos, em um dos protestos em Tel Aviv.

O presidente israelense, Isaac Herzog, apresentou ontem um esboço de acordo, que foi recusado de imediato pela coalizão do governo, formada por partidos de direita, ultra-direita e ultrarreligiosos.

"Quem pensa que uma guerra civil é impossível ignora até que ponto estamos perto [...]. Mas não deixarei que isso ocorra", declarou Herzog, acrescentando que estava seguro de que "a maioria dos israelenses quer um acordo"

A onda de protestos começou em janeiro, quando Netanyahu, pouco depois de voltar ao poder, apresentou sua reforma, que busca limitar as prerrogativas da Suprema Corte.

Os manifestantes acusam Netanyahu de tentar, desse modo, evitar uma eventual condenação nos processos de corrupção abertos contra ele.

Netanyahu e seus aliados consideram que essa reforma é necessária para restabelecer um equilíbrio entre os legisladores e a Suprema Corte, que acreditam ser movida por intenções políticas.

Mulheres de todos os continentes se mobilizaram, nesta quarta-feira (8), em defesa de seus direitos em franco retrocesso em países como o Afeganistão, ou sob pressão em outros, como os Estados Unidos, onde o direito ao aborto é questionado, passando por Brasil, México e Colômbia, onde os feminicídios se multiplicam.

No conservador e patriarcal Paquistão, milhares de mulheres foram às ruas apesar da tentativa das autoridades de várias cidades de impedir as manifestações convocadas por ocasião do Dia Internacional da Mulher.

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"Não vamos mais ficar caladas. É nosso dia, é nosso momento", afirmou Rabail Akhtar, uma professora que se somou às 2.000 participantes de um ato em Lahore.

"Por que há tanto medo das mulheres que reivindicam seus direitos?", perguntou-se Soheila Afzal, uma designer gráfica.

No Afeganistão, "o país mais repressivo do mundo em relação aos direitos das mulheres", segundo Roza Otunbayeva, diretora da missão de assistência da ONU no país, cerca de 20 mulheres se manifestaram em Cabul, constataram jornalistas da AFP.

Desde a volta dos talibãs ao poder, em agosto de 2021, as mulheres e as meninas afegãs têm sido "apagadas da vida pública", lamentou o secretário-geral da ONU, António Guterres.

De forma geral, Guterres advertiu que "os avanços alcançados em décadas estão evaporando" no mundo.

"No ritmo atual, a ONU Mulher prevê que serão necessários 300 anos" mais para a igualdade entre homens e mulheres, acrescentou.

Durante um evento da Forbes em Abu Dhabi, a ex-secretária de Estado americano Hillary Clinton destacou que "as mulheres e as crianças são as principais vítimas dos conflitos e das mudanças climáticas" e que "nenhum lugar (...) nos mostra isso de forma mais dramática do que a Ucrânia hoje".

Em um vídeo, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, agradeceu às mulheres que "sacrificaram sua vida" desde o início da invasão russa, há um ano. Do outro lado do conflito, o presidente russo, Vladimir Putin, elogiou as mulheres que "cumprem seu dever" a serviço da nação.

- Sanções inéditas -

Em um gesto simbólico na véspera do 8 de março, a União Europeia (UE) adotou sanções contra nove funcionários e três entidades oficiais de seis países, entre eles o Afeganistão, a Rússia e o Sudão do Sul, por casos de violência sexual e abusos contra as mulheres.

O Reino Unido seguiu a mesma linha nesta quarta e congelou os ativos e proibiu a entrada ao país de vários indivíduos e entidades responsáveis por agressões contra as mulheres no Irã, na Síria, no Sudão do Sul e na República Centro-africana.

Na Irlanda, onde a Igreja católica exerceu durante décadas um ferrenho domínio moral, o governo anunciou para novembro um referendo para decidir se serão eliminados artigos constitucionais que determinam que o lugar da mulher é "o lar".

Na Espanha, uma multidão com roupas e pintada com tinta na cor roxa percorreu o centro de Madri.

Esta manifestação "me dá muita força, muita esperança e muita energia para continuar lutando por direitos iguais para todas", disse à AFP Mariam Ferradas, uma auxiliar de cozinha de 52 anos, lembrando que suas avós "lutaram" por "certas liberdades que agora querem voltar a tirar de nós".

O governo do socialista Pedro Sánchez, em coalizão com o partido de esquerda radical Podemos, sofre atualmente um racha pela reforma de uma lei sobre agressões sexuais.

Na França, dezenas de milhares de pessoas se manifestaram por ocasião do Dia da Mulher, marcado este ano pela luta contra a reforma da Previdência, impulsionada pelo presidente Emmanuel Macron, que quer alterar de 62 para 64 anos a idade de aposentadoria.

"As mulheres são as grandes perdedoras desta reforma, pois com frequência suas carreiras são descontínuas", afirmou Odile Deverne, uma professora de 60 anos, em Lille (norte).

- Direito ao aborto -

Outro tema central dos protestos é a defesa do direito ao aborto, fragilizado nos Estados Unidos pela decisão da Suprema Corte de revogar, em junho, a sentença de 1973 que garantia a interrupção voluntária da gravidez em âmbito federal.

Esse direito também foi reduzido na Hungria e na Polônia.

"Lutamos contra um patriarcado (...), que desafia até a saturação estes direitos nossos - como o aborto -, que alcançamos lutando", proclama o manifesto da marcha em Madri.

Contrariando essa tendência, Macron declarou seu apoio a uma iniciativa de blindar o direito ao aborto, incluindo-o na Constituição francesa.

- Mobilizações na América Latina -

Sob os lemas "Nem uma assassinada a mais!" e "Contra as violências machistas e o trabalho precário!", coletivos feministas convocaram manifestações nas principais cidades do México, onde em 2022 foram registrados 969 feminicídios, segundo dados oficiais.

Também na Colômbia, organizações de mulheres convocaram manifestações em Bogotá, Medellín, Cali e outras cidades para exigir ações frente ao aumento dos feminicídios, que passaram de 182 em 2020 a 614 no ano passado.

O Brasil também bateu um recorde negativo em 2022, com mais de 1.400 feminicídios, o que representa um caso a cada seis horas, segundo uma pesquisa publicada pelo portal de notícias g1.

Uma "grande batucada feminista" denunciará, em São Paulo e no Rio de Janeiro, os "cortes nas políticas de proteção da mulher" e o "crescimento vertiginoso do machismo e da misoginia" durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), afirmou Junéia Batista, da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Na Venezuela, sindicatos e federações convocaram uma marcha em Caracas para exigir garantias a seus direitos, violados pelos baixos salários, pelos abusos e pela "crescente feminização da pobreza".

Sem permissão das autoridades para se manifestarem livremente, as organizações feministas independentes de Cuba convocaram uma "marcha virtual" nas redes sociais para gerar sensibilização sobre a violência de gênero e os feminicídios.

burs-rs/al/js/mvv/ic/am

A cidade de Nova York irá indenizar cerca de 300 manifestantes vítimas de uma operação policial polêmica no Bronx em junho de 2020, durante as manifestações contra o racismo que se seguiram à morte de George Floyd, marcadas pela violência, segundo um documento da Justiça.

Os manifestantes esperam receber US$ 21.500 (R$ 111,6 mil) cada um, se o juiz aprovar um acordo extrajudicial fechado após uma ação movida por cinco pessoas afetadas. O acordo, que contempla as maiores indenizações já pagas no país relacionadas a prisões em massa, pode custar US$ 6 milhões (R$ 31,6 milhões) aos cofres da cidade.

Movida em outubro de 2020, a ação acusa a polícia de Nova York de dar “uma resposta brutal” às manifestações que ocorreram após a morte de George Floyd pela polícia de Minneapolis. O processo diz respeito à detenção de cerca de 300 pessoas na área de Mott Haven, no Bronx, em 4 de junho de 2020.

Os denunciantes alegaram que a polícia encurralou os manifestantes, pacíficos, impedindo que os mesmos deixassem o cerco, usaram spray de pimenta contra eles e os agrediram com golpes de cassetete.

Alguns manifestantes perderam a consciência e tiveram convulsões, segundo o processo. Os detidos tiveram as mãos atadas com algemas de plástico bastante apertadas, que "causaram dor, hematomas e, em alguns casos, ferimentos duradouros", acrescenta o texto.

A ação policial causou indignação na época, mas foi defendida pelo então prefeito Bill de Blasio, que havia imposto um toque de recolher às 20h para tentar evitar alguns distúrbios.

Um porta-voz do Departamento da Polícia de Nova York disse que foi "um momento desafiador" para os policiais, que "enfrentavam a tensão da pandemia" ao mesmo tempo em que precisavam "lidar com distúrbios em larga escala, um caos em massa, violência e destruição".

"A polícia de Nova York segue comprometida com a melhora de suas práticas da melhor forma possível", acrescentou o porta-voz à AFP.

A França vive nesta quinta-feira (16) seu quinto dia de protestos contra a Reforma da Previdência a pedido dos sindicatos, enquanto aguarda a greve de 7 de março que pretende "paralisar" o país.

A nova manifestação busca aumentar a pressão sobre os deputados, que têm até sexta-feira para se pronunciar sobre a reforma, mas deve ser menos numerosa em meio às férias escolares de inverno em grande parte da França.

"Sejamos numerosos nas manifestações", pediu na véspera Laurent Berger, do sindicato CFDT, que junto com os demais dirigentes sindicais se manifestará em Albi (sul) para destacar a importante mobilização fora de Paris.

Seu objetivo é que o governo retire sua proposta de adiar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e de adiantar para 2027 a exigência de contribuir 43 anos (e não 42 como agora) para receber uma aposentadoria completa.

A maioria dos franceses - dois em cada três, de acordo com as pesquisas - se opõe à reforma. Em 31 de janeiro, foi registrada a maior manifestação contra uma reforma social em três décadas -- entre 1,27 e 2,8 milhões de pessoas.

Mas o presidente liberal Emmanuel Macron está determinado a continuar, argumentando que seu plano evitaria um déficit futuro no fundo de pensão e aproximaria a idade de aposentadoria de seus vizinhos europeus.

Nesta quinta-feira, a greve afeta em menor grau o serviço ferroviário e o transporte público de Paris, que funcionam quase normalmente. Mas o aeroporto parisiense de Orly cancelou 30% de seus voos.

A greve na empresa EDF provocou uma queda na produção de energia elétrica de mais de 3.000 MW, o equivalente a três reatores nucleares, embora não tenham acontecido cortes no fornecimento.

Todos os olhos estão voltados para a Assembleia (câmara baixa). Os sindicatos enviaram uma carta aos deputados, exceto os ultradireitistas, para pedir que rejeitem o adiamento da idade de aposentadoria.

Mas não é certo que o texto possa ser votado antes de sexta-feira, quando seguirá para o Senado. O governo optou por um procedimento polêmico que permite aplicar a reforma no final de março, caso as duas casas do Parlamento não se pronunciem.

Diante da situação, a ultradireitista Marine Le Pen anunciou uma moção de censura para que os deputados contrários à reforma se manifestem, o que não tem perspectivas de prosperar devido ao isolamento imposto pela esquerda ao grupo de extrema-direita.

Apesar da vitória tranquila do Manchester City sobre o Aston Villa na tarde deste domingo, as arquibancadas do estádio Etihad foram tomadas por vaias e protestos ao longo da partida. O alvo, no entanto, não eram dirigentes, jogadores ou a comissão técnica do clube, mas sim a própria Premier League, organizadora do Campeonato Inglês.

A partida de domingo marcou o primeiro jogo do City após as mais de 100 acusações de fraudes financeiras feitas pela entidade. Revoltados com as suspeitas, os torcedores do time comandado por Pep Guardiola se muniram de faixas, bandeiras e gritos de torcida para protestar contra as denúncias.

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A Premier League acusa o clube de Manchester de violar uma série de regras financeiras do campeonato entre 2009 e 2018, além de não colaborar com as investigações. Enquanto o hino da entidade, que costuma ser tocado antes do início das partidas do torneio, foi fortemente vaiado pela torcida presente, houve aqueles que foram mais criativos e adotaram o humor como forma de protesto.

Dois torcedores levaram uma bandeira com os dizeres "Investigue isso" cercados por uma ilustração de uma mão mostrando o dedo do meio. Uma enorme faixa podia ser vista nas tribunas contendo a frase "Pannick on the streets of London", ou "Pânico nas ruas de Londres" em português.

O trocadilho faz referência ao nome de David Pannick, advogado contratado pelo City para lidar com as acusações de fraude financeira da Uefa, e agora o responsável por cuidar do caso da Premier League. A frase é também uma citação direta de um trecho da música "Panic", da banda inglesa The Smiths.

Essa não é a primeira vez que o Manchester City se vê com problemas por supostas fraudes financeiras. Em 2021, o clube chegou a ser excluído pela Uefa de competições internacionais, mas foi inocentado no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).

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