Tópicos | França

A Polícia Federal (PF) prendeu em flagrante um argentino que tentava entrar no Brasil com cerca de 18 quilos de MDMA (princípio ativo do ecstasy). A prisão ocorreu na manhã desta segunda-feira, 22, no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, grande São Paulo.

A droga estava em pacotes plásticos pretos escondidos no fundo falso de uma bagagem despachada.

##RECOMENDA##

O passageiro partiu da França, onde a mala com a droga não foi verificada pela inspeção do aeroporto europeu, e tinha como destino o Brasil.

O homem de 49 anos responderá por tráfico internacional de droga, e poderá ser condenado a até 25 anos de prisão. O local onde o argentino está detido não foi informado pela PF.

Neste ano, a fiscalização da PF no terminal de passageiros e bagagens foi batizada de Portão 8 - uma referência à soma dos números do ano de 2024. Em 2023, a mesma operação, que levava o nome Sentinela, resultou em 51 flagrantes, com 55 pessoas presas e 261 quilos de drogas apreendidos, sendo 113 quilos de cocaína e 148 quilos de maconha.

Este ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) disse que irá retomar o processo sobre a despenalização pela posse de maconha, em que os magistrados devem discutir a quantidade da planta a ser estabelecida para diferenciar usuários de traficantes.

Cerca de 678.000 bebês nasceram na França em 2023, uma redução de 6,6% em relação ao ano anterior e o índice mais baixo desde 1946, quando o país passava por uma reconstrução pós-Segunda Guerra Mundial, segundo dados oficiais divulgados nesta terça-feira (16).

Os dados do Instituto Nacional de Estatística Insee mostram uma "forte queda" na taxa de fertilidade da segunda maior economia da União Europeia (UE), com uma média de 1,68 crianças por mulher, em comparação com a média de 1,79 em 2022.

Em 2021, a França foi o país mais fértil da UE, com uma média de 1,84 crianças por mulher, conforme a última comparação disponível do Eurostat, a agência de estatísticas europeia.

Já em 2023, houve uma diminuição no número de óbitos no país: 631.000 mortes foram registradas, uma redução de 6,5% em relação a 2022, ano marcado pela pandemia da covid-19 e episódios de calor intenso, de acordo com o Insee.

O crescimento natural da população foi ligeiramente positivo, embora seja o "mais baixo desde o final da Segunda Guerra Mundial", conforme destacado pelo balanço anual do instituto francês.

O saldo migratório, diferença entre as pessoas que se instalaram ou deixaram o país, também foi positivo e registrou +183.000 pessoas.

Em 1º de janeiro de 2024, a França tinha uma população de 68,4 milhões de habitantes (+0,3% em relação ao ano anterior).

A expectativa de vida de um recém nascido avançou para 85,7 anos para mulheres e 80 anos para homens, informou o Insee.

O novo chefe da diplomacia francesa, Stéphane Séjourné, e sua contraparte alemã, Annalena Baerbock, reafirmaram neste domingo (14) que seus países apoiarão a Ucrânia em sua guerra contra a Rússia "pelo tempo que for necessário".

"Estamos totalmente de acordo" para dizer que "temos que apoiar os ucranianos pelo tempo que for necessário", declarou Séjourné à imprensa, em sua primeira visita como ministro a Berlim.

##RECOMENDA##

Baerbock reiterou o apoio a Kiev "até que a Rússia se retire" do território ucraniano.

O presidente russo, Vladimir Putin, "não vai parar" essa guerra, "não quer parar", acrescentou.

Tais declarações buscam tranquilizar os temores de Kiev de que seus aliados ocidentais reduzam sua ajuda para combater a invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.

O presidente francês, Emmanuel Macron, deu a largada na corrida por sua sucessão na França, em 2027, com a nomeação do popular e jovem Gabriel Attal como primeiro-ministro, estimam observadores políticos.

Attal, de 34 anos, tornou-se na terça-feira (9) o primeiro-ministro mais jovem da França e o primeiro abertamente gay, com o desafio de relançar o segundo mandato do atual presidente.

Mas "este 9 de janeiro de 2024" também simboliza "o lançamento oficial da campanha de 2027, o primeiro dia do [período] pós-Macron", afirma um editorial do jornal conservador Le Figaro.

Depois de dois mandatos consecutivos, Macron, que se tornou o presidente mais jovem de França em 2017, aos 39 anos, não pode mais disputar a eleição presidencial de 2027. E, embora seu objetivo seja governar até ao último minuto, multiplicam-se as especulações sobre sua sucessão, em um contexto de reforço da extrema direita nas pesquisas.

Ao nomear Attal, "assume uma responsabilidade pela formação e promoção dessa geração Macron", afirmam no entorno do presidente, recusando-se a vincular o acontecimento à corrida eleitoral.

- "Espírito de 2017" -

Macron irrompeu na cena política em 2016 a partir do centro, com um movimento que procurava superar a divisão tradicional entre esquerda e direita e reformar a segunda maior economia da União Europeia (UE).

Sua mensagem de felicitação a Attal na rede social X apelou, assim, ao "espírito de 2017", de "superação" e "audácia", para encarregar o jovem da missão de "regeneração" da França.

A imprensa destacou, nesta quarta-feira, a ideia de continuidade entre ambos.

"Macron primeiro-ministro", dizia a manchete do jornal de esquerda Libération.

Mas será que o presidente pretende lançar Attal na corrida para 2027? Sua nomeação impulsiona-o, pelo menos, para a linha de frente midiática, abrindo vantagem em relação a outros possíveis candidatos e membros, ou ex-membros, do governo.

Entre os interessados em serem candidato do governo estão o ministro do Interior, Gérald Darmanin (41 anos), o ministro da Economia, Bruno Le Maire (54), e o ex-primeiro-ministro Édouard Philippe (53). Ao contrário de Attal, um antigo político socialista, os três se uniram a Macron pela direita.

Todos os potenciais candidatos à sucessão de Macron vão parecer "mais velhos" agora, afirma Gaspard Gantzer, especialista em Comunicação e ex-assessor do antigo presidente socialista François Hollande.

Mas "três anos é, de qualquer modo, muito tempo", e nenhum primeiro-ministro em exercício conseguiu chegar diretamente à presidência, lembra.

- "Estrada de 2027" -

A tarefa se anuncia complicada, mas, "se for bem-sucedida", poderá levá-lo "diretamente à estrada de 2027", observa um editorial do jornal regional Républicain Lorrain.

Uma sondagem inicial da Harris Interactive mostrou que 56% dos franceses acreditam em que Attal executará "boas políticas" como chefe de governo.

O primeiro momento importante serão as eleições para o Parlamento Europeu em junho. O candidato de extrema direita Jordan Bardella (28 anos) lidera as pesquisas, seguido de longe pela aliança da situação.

A líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, já garantiu que o início da mudança de governo no país começará com essas eleições, despertando um dos fantasmas de Macron: ter de lhe entregar o bastão em 2027.

Mas os aliados de Macron tampouco vão facilitar as coisas para Attal.

Quando seu nome começou a circular para suceder à primeira-ministra Élisabeth Borne, expressaram suas reservas em privado. E, em público, o líder do Modem (centro), François Bayrou, confirmou hoje ao jornal Le Parisien suas "dúvidas" sobre se tem a "experiência necessária" para governar um país com "profundas dificuldades".

O ex-presidente da Comissão Europeia, pai do euro e figura importante da esquerda francesa, Jacques Delors, morreu nesta quarta-feira (27) aos 98 anos, anunciou sua filha Martine Aubry à AFP.

"Faleceu esta manhã em sua residência parisiense enquanto dormia", informou a prefeita socialista da cidade de Lille (norte).

##RECOMENDA##

Ex-ministro da Economia de 1981 a 1984, sob o mandato do presidente socialista François Mitterrand, Delors frustrou as esperanças da esquerda francesa ao recusar concorrer às eleições presidenciais em 1995, apesar de ser o favorito nas pesquisas.

"Não me arrependo", mas "não digo que estava certo", declarou à revista francesa Le Point em 2021. "Estava preocupado demais com a independência e me sentia diferente dos que estavam ao meu redor. Minha forma de fazer política não era a mesma".

Após ocupar o cargo de ministro da Economia, o francês foi nomeado presidente da Comissão Europeia, o braço Executivo da UE, com sede em Bruxelas.

Teve um papel central na concepção da Europa atual: a criação do mercado único, a assinatura dos acordos de Schengen (de livre circulação de pessoas), o lançamento do programa de intercâmbio de estudantes Erasmus e da reforma da Política Agrícola Comum.

Sob seu mandato também lançou a união econômica e monetária que levaria à criação do euro, a moeda única utilizada por 20 dos 27 membros atuais da UE.

Em março de 2020, instou os chefes de Estado e de governo dos países-membros do bloco econômico a fornecerem apoio no enfrentamento conjunto da pandemia de covid-19.

Até seus últimos dias, Delors defendeu o fortalecimento do federalismo europeu e pediu mais "ousadia" como resposta à saída do Reino Unido da UE e aos ataques de "populistas de todo tipo".

A Torre Eiffel, uma das maiores atrações turísticas do mundo, ficou fechada nesta quarta-feira (27), devido a uma greve de funcionários, informou um de seus operadores.

A mobilização, convocada no centenário da morte do engenheiro Gustave Eiffel, que construiu o monumento, é um protesto contra "a gestão atual", de acordo com um comunicado do sindicato CGT.

A empresa que opera este símbolo parisiense, SETE, está "caminhando para o desastre", acrescentou, alertando para "um modelo (econômico) muito ambicioso e insustentável".

O sindicato denuncia a desvalorização "dos orçamentos para as obras do monumento" e a "sobrevalorização das receitas" com base em uma meta "de 7,4 milhões de visitantes", um número nunca alcançado até então.

Em 2022, o monumento mais famoso de Paris recebeu 5,9 milhões de visitantes, a marca mais elevada desde 2019.

Construída em 1889, para a Exposição Universal de Paris, a Torre Eiffel se tornou rapidamente o símbolo da capital francesa.

Seu construtor, Gustave Eiffel, nasceu em 15 de dezembro de 1832 em Dijon e faleceu em 27 de dezembro de 1923, em Paris, aos 91 anos.

Um avião com centenas de passageiros indianos retidos desde quinta-feira (21) em um aeroporto perto de Paris, por suspeitas de um caso de tráfico de seres humanos em massa, aterrissou com 276 de seus 303 passageiros iniciais nesta terça-feira (26) em Mumbai, Índia, confirmaram as autoridades.

O avião, um Airbus A340 da empresa romena Legend Airlines, que seguia dos Emirados Árabes Unidos (EAU) para a Nicarágua, foi bloqueado na última quinta-feira durante uma escala para reabastecimento no aeroporto de Vatry (a 150 km de Paris).

##RECOMENDA##

Uma denúncia anônima afirmou que entre os passageiros estavam vítimas de tráfico de pessoas.

Um funcionário do aeroporto de Mumbai, que não se identificou porque não está autorizado a falar com jornalistas, confirmou que o avião pousou na cidade às 4h00 (19h30 de Brasília, segunda-feira).

O governo indiano não se pronunciou oficialmente sobre a chegada do avião.

A aeronave foi autorizada a partir após quatro dias de investigações e interrogatórios no aeródromo francês de Vatry, transformado em um dormitório gigantesco, mas com destino à capital econômica da Índia.

Do contingente inicial, 25 solicitaram asilo em França, e dois foram retidos para interrogatório, embora tenham sido liberados pouco depois, de acordo com fontes judiciais. Entre os demandantes de asilo, estão cinco dos 11 menores desacompanhados do voo.

Uma fonte próxima à investigação disse que no voo provavelmente havia trabalhadores indianos nos EAU que pretendiam chegar à América Central. De lá, tentariam seguir para o norte e entrar, de forma irregular, nos Estados Unidos ou no Canadá.

Durante a investigação, os passageiros permaneceram nesse aeroporto, que fica 150 quilômetros ao leste de Paris, em zonas habilitadas pelos serviços de Defesa Civil, com camas individuais, banheiros e chuveiros.

A advogada da companhia aérea, Liliana Bakayoko, disse que muitos passageiros se recusavam a viajar para a Índia.

"Várias pessoas não querem ir para a Índia. Estão muito insatisfeitas, querem ir para a Nicarágua", um destino que alguns deles afirmaram ter fins turísticos.

- Situação "surpreendente" -

“Não sabemos se se trata de um caso de tráfico de seres humanos, de tráfico de migrantes, ou de nenhuma das duas coisas (...). Mas, mesmo assim, ficaram retidas em um aeroporto, por três noites e três dias, 303 pessoas que faziam uma escala - homens, mulheres e crianças. É algo surpreendente", disse à AFP no domingo Geneviève Colas, coordenadora de Secours Catholique-Caritas do Coletivo contra o Tráfico de Pessoas.

"Se foram vítimas de tráfico, não é normal fazê-los partir para outro país", acrescentou.

Segundo o site especializado Flightradar, a Legend Airlines é uma pequena empresa que possui uma frota de quatro aviões.

A Justiça descartou indiciar as duas pessoas interrogadas nesta segunda-feira por suspeita no envolvimento com uma rede de tráfico de seres humanos. Os dois, nascidos em 1984 e 2000, foram libertados, com "status" de "testemunhas assistidas".

A advogada de um deles, Salomé Cohen, celebrou a decisão e considerou que a juíza que a proferiu fez "uma leitura extremamente precisa que soube se distanciar da cobertura midiática deste processo".

A retenção da aeronave ocorreu em um momento em que os Estados Unidos alertaram que a Nicarágua permite a operação de voos para facilitar a passagem de migrantes irregulares.

"O governo [nicaraguense] facilitou o negócio de uma rede de serviços aéreos internacionais para que as pessoas possam chegar à fronteira com o México e os Estados Unidos de forma mais rápida através do território nicaraguense como uma ponte de transição", afirmou à AFP o analista Manuel Orozco, do centro de estudos Diálogo Interamericano.

Para o presidente Daniel Ortega, disse o analista, "os Estados Unidos são um inimigo a ser atingido como for possível" e a migração "é um mecanismo de política externa e ao mesmo tempo uma oportunidade econômica".

burs/jh/yad/es/an/fp/tt/dd/ic

Um avião com 303 passageiros de nacionalidade indiana, que ia para a Nicarágua, está bloqueado desde a quinta-feira em um aeroporto a 150 quilômetros de Paris por suspeitas de "tráfico de pessoas", anunciou o Ministério Público francês.

O Airbus A340, vindo dos Emirados Árabes Unidos, foi imobilizado na pista do aeroporto de Vatry depois que as autoridades receberam "uma denúncia anônima" de que o avião transportava passageiros indianos que poderiam "ser vítimas de tráfico de pessoas", informou o Ministério Público de Paris à AFP.

Uma fonte próxima à investigação indicou que o avião fez uma escala em Vatry para abastecer e que é possível que o objetivo dos passageiros indianos fosse viajar para a Nicarágua para tentar entrar irregularmente nos Estados Unidos ou no Canadá.

O Ministério Público indicou que abriu uma investigação "para verificar se existem indícios que sustentem as suspeitas de tráfico de pessoas" coordenado por uma quadrilha organizada, um crime punido com pena de 20 anos de prisão e multa de três milhões de euros (3,31 milhões de dólares).

A polícia e a gendarmaria realizaram "controles de identidade nos 303 passageiros e na tripulação" e também estão realizando "interrogatórios e verificando as condições e os propósitos do transporte dos passageiros", declarou também o Ministério Público.

O acesso ao aeroporto estava bloqueado na sexta-feira à tarde por um dispositivo policial, informou um jornalista da AFP. Uma fileira de lonas brancas ocultava a janela da sala de desembarque em frente ao terminal.

- Intervenção das autoridades -

Segundo uma fonte próxima ao caso, prevê-se que os interrogatórios continuem pelo menos até sexta-feira à noite.

A prefeitura do departamento de Marne, no nordeste da França, indicou que o voo da companhia aérea romena Legend Airlines "permanece imobilizado na pista do aeroporto de Vatry após pousar na tarde" de quinta-feira, após uma operação das autoridades de transporte aéreo.

A prefeitura, onde atualmente opera uma unidade de crise, confirmou à AFP que o avião permanece em solo nesta sexta-feira.

Os serviços do Estado ampliaram temporariamente a zona de acesso dos passageiros, que inicialmente foram retidos no avião, até o saguão do aeroporto, onde dispõem de "camas individuais" e puderam comer, segundo a prefeitura.

A lei francesa estabelece que, se um estrangeiro chegar à França de avião e for impedido de embarcar para o seu país de destino, pode ser retido na zona de espera por até quatro dias.

Esse período pode ser prorrogado por oito dias por um juiz e mais oito dias em circunstâncias excepcionais. Dependendo dos recursos apresentados, a permanência máxima na zona de espera é de 26 dias.

De acordo com o site especializado Flightradar, a Legend Airlines é uma pequena companhia que possui uma frota de quatro aviões, incluindo dois A340-313.

O pequeno aeroporto de Vatry, cerca de 150 km a leste de Paris, recebeu cerca de 62.000 passageiros em 2022, principalmente em voos de companhias de baixo custo, segundo a União de Aeroportos Franceses.

cor-meh-jpa-kau/zap/gvy/cpy/an/js/tt/yr/mvv/dd

A Justiça francesa condenou nesta quinta-feira (21) o chileno Nicolás Zepeda a 28 anos de prisão pelo assassinato premeditado de sua ex-namorada japonesa Narumi Kurosaki em 2016.

"Você foi considerado culpado de assassinato premeditado" e condenado a 28 anos de prisão, disse o presidente do Tribunal de Apelações de Vesoul, François Arnaud, ao fim de cinco horas de deliberações dos doze membros do júri.

O acusado ouviu a leitura da sentença impassível, em pé diante do banco dos réus, antes de cair no choro.

Seu pai, Humberto Zepeda, a quem uma tradutora comunicou a sentença ao chegar atrasado com a esposa Ana Luz Contreras, tentou consolá-lo acariciando-lhe a cabeça.

Durante o julgamento, negou os fatos: "Não sou um assassino! Não matei Narumi!", reiterou nesta quinta-feira.

O tribunal manteve a pena imposta em primeira instância em 2022 e acrescentou a proibição de permanecer na França, após o cumprimento da pena.

O chileno também deverá pagar uma indenização de 220.000 euros (1,17 milhão de reais na cotação atual) à família de Kurosaki (divididos entre pai, mãe e irmãs), e 5.000 euros (26 mil de reais) a Arthur Del Piccolo, namorado da jovem à época dos fatos.

- Recurso possível -

Após quase três semanas de julgamento, a acusação conseguiu impor sua tese: Nicolas Zepeda teria cruzado o Atlântico no final de 2016, dois meses após o fim do relacionamento com a jovem de 21 anos, sem avisá-la, com o objetivo de reconquistá-la, caso contrário, a mataria.

Após espioná-la durante vários dias na residência universitária de Besanzón (leste), foram jantar juntos em 4 de dezembro de 2016. Em seguida, a matou na madrugada do dia 5 em seu quarto.

"Ele a asfixiou ou a estrangulou", disse o promotor Étienne Manteaux, para quem os "gritos de mulher" ouvidos na madrugada são a "prova central" de que morreu. Um dia depois, teria se desfeito do corpo em uma zona florestal perto do rio Doubs.

A defesa tentou em vão, em suas alegações finais, plantar a "dúvida" sobre a morte, apontando para um homicídio acidental. E se Narumi morreu ao bater a cabeça no equipamento de calefação durante uma briga?, lançou Renaud Portejoie.

Para Manteaux, Zepeda não aceitou que sua ex-namorada tenha ido estudar na França, escapando de seu "controle", terminado com ele e iniciado um novo relacionamento com Arthur del Piccolo. "Foi um feminicídio", sentenciou nesta quinta-feira.

Para a acusação, ele também se apossou do celular de sua ex-namorada e se fez passar por ela ao enviar mensagens a pessoas próximas, quando já estava morta, fazendo com que as buscas pela jovem fossem adiadas até seu retorno ao Chile, em 13 de dezembro, de donde foi extraditado em 2020.

A defesa tem agora cinco dias para recorrer da condenação à Corte de Cassação Francesa, que examinará simplesmente se o processo tramitou corretamente. Se concluir que não, poderá determinar um novo julgamento.

Um jovem britânico de 17 anos encontrado na França seis anos após seu desaparecimento na Espanha irá retornar nos próximos dias à Inglaterra para a casa de sua avó, que tem sua guarda.

Alex Batty, natural da cidade inglesa de Oldham (norte), foi encontrado por um entregador de farmácia em uma área montanhosa do sul da França. Autoridades da polícia francesa e britânica confirmaram sua identidade.

A polícia suspeita que sua mãe e avô o sequestraram em 2017, quando ele tinha 11 anos, sob o pretexto de férias na Espanha, para depois viver em comunidades espanholas de estilo de vida alternativo e nos Pirineus franceses.

"Nossa prioridade é trazê-lo de volta para o Reino Unido (...) Espero que aconteça nos próximos dias", declarou o subdelegado Chris Sykes, da polícia de Manchester, em uma conferência de imprensa.

Sua avó, separada do avô e que, segundo a mídia britânica, tinha a guarda da criança, recebeu com alegria sua reaparição.

"Esperamos que a avó venha buscá-lo e inicie o processo de repatriação com os britânicos", disse o promotor de Toulouse, Samuel Vuelta-Simon, confirmando que ele está "em um local seguro" e sob os cuidados dos "serviços sociais".

A última vez que se teve notícias de Alex Batty foi na Espanha, em 8 de outubro de 2017, o dia em que ele, sua mãe e seu avô deveriam voltar para casa após as férias familiares.

A avó do jovem, Susan Caruana, acreditava que a criança havia sido levada pela mãe e o avô para viver em uma comunidade espiritual com um estilo de vida alternativo, sem uma educação tradicional.

"Eles não queriam que ele fosse à escola. Não acreditam na escola convencional", disse Caruana ao jornal The Times. "Conversei com ele esta tarde e sem dúvida é ele. Ele falava como uma criança quando estava conosco e agora conversei com um homem", destacou.

O paradeiro da mãe e do avô é desconhecido por enquanto e, de acordo com a mídia britânica, eles estão sendo procurados em razão do desaparecimento.

O jornal regional francês La Dépêche du Midi indicou que um entregador e estudante chamado Fabien Accidini encontrou Batty depois de o jovem passar cerca de quatro dias vagando por uma área montanhosa.

Accidini, que trabalha para uma farmácia como entregador na região, disse que chovia muito quando o colocou em seu carro, onde o jovem contou sua história.

"Disse que sua mãe o sequestrou quando ele tinha cerca de 12 anos (...) Desde então, ele havia morado na Espanha em uma casa luxuosa com cerca de dez pessoas. Ele teria chegado à França por volta de 2021", explicou o estudante.

Batty havia morado com sua mãe em uma "comunidade espiritual" na França e não tinha "nenhum rancor em relação a ela, mas queria voltar para sua avó", acrescentou.

Ele morou com sua mãe e avô em uma "comunidade nômade", entre os departamentos franceses de Aude e Ariège, informou o Dépêche du Midi.

A polícia reconheceu que alguns aspectos do caso ainda não estavam claros.

"Ainda temos trabalho a fazer para estabelecer todas as circunstâncias em torno de seu desaparecimento e onde ele esteve todos esses anos", afirmou Sykes.

A Justiça francesa condenou, nesta quinta-feira (14), a premiada atriz Isabelle Adjani a dois anos de prisão sob sursis e a uma multa de 250 mil euros (US$ 273 mil, ou R$ 1,3 milhão na cotação atual) por fraude fiscal.

A atriz foi condenada por declarar como um empréstimo uma doação de dois milhões de euros (US$ 2,18 milhões, ou R$ 10,6 milhões), por fingir viver em Portugal em 2016 e 2017 e pela transferência de 120 mil euros (US$ 130 mil, ou R$ 637 mil) através de uma conta não declarada nos Estados Unidos.

##RECOMENDA##

O tribunal destacou a "gravidade dos fatos" que lhe permitiram sonegar 236 mil (US$ 260 mil, ou R$ 1,27 milhão) de imposto de renda e 1,2 milhão de euros (US$ 1,32 milhão, ou R$ 6,4 milhões) de tributação de transmissão patrimonial.

"Esses fatos demonstram a vontade de Isabelle Adjani de ocultar da administração tributária" e de "minar gravemente a igualdade dos cidadãos" ante a Receita Federal, declarou a presidente do tribunal.

"Uma atriz com talento evidente também é uma contribuinte", afirmou a juíza.

Seu advogado, Olivier Pardo, sublinhou que Adjani, que sempre defendeu sua inocência, "não pediu para ter um melhor tratamento", por parte da Justiça, por sua notoriedade e acrescentou que, "com confiança e determinação, vão apresentar um recurso".

O julgamento aconteceu sem a atriz. Seus advogados solicitaram em vão seu adiamento, alegando que ela estava nos Estados Unidos e sofria de "uma patologia aguda incompatível com o avião".

Adjani comentou a condenação com uma mensagem publicada nesta quinta-feira à noite em suas contas nas redes sociais, como Instagram e Facebook, na qual parafraseou uma famosa frase do escritor francês Émile Zola: "minha dedicatória do dia a todos que sabem. A verdade é lenta, mas não para jamais".

Com cinco prêmios César do cinema francês de melhor atriz, a intérprete, de 68 anos, é uma das estrelas mais queridas da França e, há 30 anos, marcou o cinema francês ao emprestar seu rosto à "Rainha Margot".

Isabelle Adjani afirmava que os dois milhões de euros não foram um presente, mas um empréstimo de um amigo, o influente empresário senegalês Mamadou Diagna Ndiaye, membro do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Duas equipes da ‘Segunda Federacion’ viralizaram nas redes sociais, os clubes da quarta divisão espanhola ficaram em festa após serem sorteados nos 16 avos da Copa do Rei para receber dois gigantes do país na competição.

O Arandina, clube localizado em Aranda do Douro de cerca de 35 mil habitantes, receberá o Real Madrid.  O Barbastro, situado na cidade de mesmo nome, que tem cerca de 20 mil habitantes, enfrentará o Barcelona em casa. As partidas dos 16 avos da Copa do Rei serão disputadas nos dias 6 e 7 de janeiro.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

França

Na França, também ocorreu a mesma situação. O Revel clube da sexta divisão francesa comemorou ser sorteado para jogar contra o PSG pelos 36 avos da Copa da França. O clubede Paris viajará até a cidade de Revel, de pouco mais de 9 mil habitantes.

[@#podcast#@]

Um chapéu bicorne (de dois bicos) de feltro preto que pertenceu a Napoleão Bonaparte foi vendido em um leilão da França por € 1,93 milhão (cerca de R$ 10,3 milhões), no último final de semana. O valor pago foi recorde, superando uma venda de € 1,88 milhão de (aproximadamente R$ 9,2 milhões), em 2014.

Os lances pelo objeto começaram com em € 500 mil (R$ 2,6 milhões) e superaram com folga a avaliação inicial de entre € 600 mil (R$ 3,2 milhões) e € 800 mil (R$ 4,2 milhões). A identidade e a nacionalidade do comprador não foram divulgadas.

##RECOMENDA##

Segundo especialistas, Napoleão usou por volta de 120 chapéus em um período de 15 anos, o que explica o motivo de as peças aparecem com certa frequência em leilões. "O chapéu por si só representa a imagem do imperador", disse à agência de notícias France-Presse em outubro passado o diretor do leilão, Jean-Pierre Osenat.

Em 2018, um chapéu preto desbotado e rasgado atribuído a Napoleão e que teria sido encontrado em um campo de batalha em Waterloo foi vendido por mais de US$ 400 mil (R$ 1,9 milhão). O exemplar de 2014, que detinha o recorde, foi vendido a Kim Hong-Kuk, fundador sul-coreano e presidente do conglomerado alimentar Harim, e custou cerca de cinco vezes o preço pedido no lance inicial. Esse chapéu veio de uma coleção que pertencia à família real de Mônaco.

Outros leilões de itens de Napoleão nos últimos anos incluíram retratos, cartas, seus frascos de colônia, uma faca usada em uma tentativa frustrada de assassinato, um berço dourado, um rifle de caça enfeitado com joias e até mesmo suas meias. Um anel de noivado pertencente à mulher do imperador, Josephine, foi vendido por US$ 1,2 milhão (R$ 5,88 milhões) em 2013.

Chapeleiro oficial

O bicorne leiloado no final de semana passado foi produzido por Pierre-Quentin-Joseph Baillon, assessor pessoal do imperador desde 1806. De acordo com especialistas, Napoleão adicionou ao acessório uma roseta com as cores da bandeira da França quando estava no Mediterrâneo, ao retornar da Ilha de Elba, em 1.º de março de 1815.

O chapéu permaneceu na família de Napoleão até o final do século 19, antes de ser revendido a diversos colecionadores. Ele fazia parte de uma coleção do empresário francês Jean Louis Noisiez, que morreu no ano passado.

Fascínio

Napoleão, um forasteiro da Córsega que governou a França em 1799, há muito fascina colecionadores de todo o mundo. O primeiro leilão dos seus pertences aconteceu nos anos seguintes à sua morte, em 1821, na Ilha de Santa Helena, onde vivia no exílio. No pregão do final de semana passado, uma espada de Josephine e uma pistola não foram vendidos e serão leiloados novamente. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a vaga garantida na Eurocopa, a França confirmou a liderança do Grupo B das Eliminatórias ao fazer sonoros 14 a 0 no Gibraltar, time que não somou um ponto sequer, não fez gols e já levou 28 durante o torneio. Ainda neste sábado, a Holanda derrotou a Irlanda por 1 a 0 e praticamente carimbou sua vaga.

A vitória levou a Holanda aos 15 pontos, abrindo três da Grécia, que ficou no "chapéu". O que joga a favor da seleção holandesa é que o próximo adversário, na última rodada das Eliminatórias, é Gibraltar, enquanto os gregos enfrentam a França, líder, com 21.

##RECOMENDA##

A França entrou em campo para aplicar a maior goleada das Eliminatórias. Em apenas 17 minutos, a seleção francesa abriu 3 a 0 de vantagem e ficou com um jogador a mais, com a expulsão de Ethan Santos, que já havia marcado um gol contra, o primeiro da partida.

Passeando na partida, a França fez um gol atrás do outro e levou 7 a 0 para o intervalo. O principal jogador da equipe, Kylian Mbappe foi titular e marcou uma única vez na etapa inicial, em cobrança de pênalti.

No segundo tempo, a França, como era de se esperar, diminuiu o ritmo, mas viu seu adversário "desistir" da partida e sofrer uma goleada histórica, com destaque para Mbappe, que fez mais dois, um deles quase do meio de campo. Giroud, Dembele, comando e Rabiot também marcaram.

HOLANDA PERTO DA VAGA

Na Johan Cruijff Arena, em Amsterdã, a Holanda tratou o duelo com a Irlanda como uma decisão, abriu o placar logo aos dez minutos com Weghorst, e deixou o jogo truncado, com o intuito de administrar o resultado, que praticamente o garante na Eurocopa.

No segundo tempo, a estratégia ficou ainda mais evidente. A Holanda praticamente não deixou a Irlanda atacar ao fechar a "casinha". Com isso, a seleção holandesa perdeu em poder ofensivo, mas conquistou três pontos importantíssimos.

MAIS JOGOS

Ainda neste sábado, a Romênia derrotou Israel por 2 a 1 e assumiu a liderança do Grupo I, com 19 pontos, dois a menos da também classificada Suíça, que ficou no 1 a 1 com Kosovo.

O duelo entre Israel e Romênia aconteceu na Hungria, na Pancho Arena, justamente por causa dos ataques do Hamas ao país, originando uma guerra contra Gaza com milhares de mortes.

Mbappé foi o escolhido na seleção francesa para falar sobre o duelo com Gibraltar, neste sábado, pelas Eliminatórias da Eurocopa, em Nice. E como o jogador dificilmente atende a imprensa, o papo rendeu diversos assuntos, entre eles se não achou injusto não ser escolhido o Bola de Ouro. Sincero, elogiou a escolha de Messi e admitiu que o argentino mereceu após ganhar a Copa do Mundo do Catar.

"Como disse, não sou alguém que tem medo. E não tenho problemas em falar sobre o assunto. Haaland teve uma ótima temporada, eu também. Mas perto de quem ganhou um Mundial isso não conta muito. Na noite de 18 de dezembro eu sabia que tinha perdido o Mundial e a Bola de Ouro também", admitiu Mbappé. "Messi tinha de vencer, ele mereceu. Ganhou o Mundial e é um dos maiores da história para mim."

##RECOMENDA##

O atacante ainda admitiu que trabalha de uma maneira mais livre na seleção francesa, enquanto é mais tático no Paris Saint-Germain, no qual ajuda na marcação. Mas tratou de enfatizar que se dá bem em ambos os trabalhos, com Luís Enrique no clube e Didier Deschamps, na esquadra nacional.

"Aceitei muito bem, ele é um grande treinador, tem muito a me ensinar", afirmou, sobre o espanhol do PSG. "Desde o primeiro dia eu disse a ele que não teria problemas comigo, pois sempre trabalhei muito bem com os treinadores que tive."

Mbappé falou sobre as diferenças entre os comandantes, mostrando respeito por cada estratégia. "O treinador aqui (Deschamps) está se adaptando aos nosso adversário, o que me torna um jogador diferente, mais livre. Já Luis Enrique me dá mais obrigações e me adapto a todos esses esquemas."

Pelo menos 11 aeroportos franceses foram evacuados nesta quinta-feira (19), alguns brevemente, devido a avisos de bombas, assim como o Palácio de Versalhes, disseram várias fontes à AFP.

Na véspera, a maior parte dos grandes aeroportos franceses, com exceção dos parisienses Charles de Gaulle e Orly, foram temporariamente evacuados devido a ameaças semelhantes, o que provocou o cancelamento de 130 voos.

"Alertas falsos organizados são perigosos e inaceitáveis", escreveu o ministro dos Transportes, Clément Beaune, na rede social X, especificando que cada caso é denunciado à Justiça.

As autoridades elevaram o nível de alerta para "atentado de emergência" na última sexta-feira, após o assassinato naquele dia do professor Dominique Bernard por um islamita radicalizado em Arras (norte).

Entre os aeroportos onde foram realizadas evacuações nesta quinta-feira estavam Brest, Carcassonne, Rennes, Bordeaux, Montpellier e Nantes, segundo a fonte, que pediu anonimato.

A Direção-Geral da Aviação Civil confirmou à AFP que "vários aeroportos" receberam "ameaças de ataques" durante a manhã, sem especificar quais ou quantos.

Alguns aeroportos relataram eles próprios a situação. O de Lille indicou na rede social X que seria evacuado devido a "um alerta de bomba", antes de anunciar a reabertura meia hora depois.

"De acordo com os serviços do Estado, o terminal está sendo evacuado para proceder aos controles necessários", informou o aeroporto de Nantes, que recebeu "um aviso de bomba".

O aeroporto fronteiriço de Basel-Mulhouse, um dos maiores aeroportos regionais da França e o terceiro da Suíça em tráfego aéreo, também foi evacuado ao meio-dia, disse uma porta-voz.

Além dos aeroportos, as autoridades evacuaram novamente o Palácio de Versalhes nesta quinta-feira, pela quarta vez desde sábado. Naquele dia, o museu turístico do Louvre também foi evacuado devido a alertas semelhantes.

A cúpula da Coalizão pela Alimentação Escolar começou nesta quarta-feira (18) em Paris, com o objetivo de que todas as crianças em idade escolar do mundo tenham acesso, até 2030, a todas as refeições necessárias para crescer e aprender bem.

"Uma menina ou um menino que passa fome não pode aprender. Faltam-lhes as faculdades básicas para se beneficiar de uma educação integral", ressaltou a presidente de Honduras, Xiomara Castro, na abertura deste evento de dois dias.

##RECOMENDA##

Delegações diplomáticas, ONGs e cientistas discutem em Paris como comer melhor nas escolas, reunidos sob a égide do Programa Mundial de Alimentos (PMA).

Com o apoio de França e Finlândia, o PMA lançou esta coalizão em 2021, depois de a pandemia da covid-19 ter feito muitas crianças ficarem sem alimentação, devido ao fechamento das escolas.

Desde então, cerca de 90 países, uma centena de instituições científicas, fundações, ONGs e organizações internacionais participam do grupo.

A estes, juntaram-se agora novos membros, como o Banco Mundial e o Brasil, que também copresidirá esta iniciativa e propôs sediar a próxima reunião em 2025.

A alimentação escolar permite responder a vários desafios, desde o acesso à educação e à igualdade entre meninos e meninas, passando pelo emprego dos agricultores locais, pelo desenvolvimento sustentável e pelo combate ao desperdício alimentar, segundo a coalizão.

De acordo com a organização, ao todo, 418 milhões de crianças se beneficiam das refeições escolares, 30 milhões a mais do que antes da pandemia. Seu financiamento público nos países de baixa renda aumentou de 30%, em 2020, para 45%, em 2022.

Centenas de pessoas se reuniram neste domingo (15), em Arras, no norte de França, em memória de Dominique Bernard, um professor francês morto a facadas na sexta-feira por um ex-aluno da instituição, em um ataque islâmico que levou o país a reforçar a segurança.

O ataque, cometido por um ex-estudante de nacionalidade russa, de 20 anos, que já havia sido fichado por radicalização, também deixou três feridos. O presidente da França chegou a chamar o ocorrido de "terrorismo islâmico".

A tragédia gerou enorme comoção, principalmente no setor da educação, já afetada pelo assassinato de outro professor, Samuel Paty. Este último foi decapitado em 16 de outubro de 2020 por mostrar charges de Maomé em sala de aula.

Nos centros educacionais da França, fez-se um minuto de silêncio neste domingo, às 12h GMT (9h em Brasília), em homenagem às vítimas do atentado.

A França, que está desde sexta-feira em seu nível de alerta mais por risco de atentado, mobilizou 7.000 soldados até segunda-feira.

No sábado, o medo de um atentado levou à evacuação do Museu do Louvre e, mais tarde, do Palácio de Versalhes, devido a vários alarmes falsos.

Desde sua detenção, Mohammed Mogouchkov, que teria gritado "Allah Akbar", segundo testemunhas, não explicou suas motivações para o ataque, disse uma fonte policial à AFP.

Recentemente, foi seguido pela Direção Geral da Segurança Interna (DGSI), de acordo com o ministro francês do Interior, Gerald Darmanin, pelos vínculos com seu pai, também autuado por sua radicalização e expulso em 2018; e com seu irmão, preso por sua participação em uma tentativa de atentado contra o Palácio Eliseu.

bur-lg-zap-mlf/cm/fio/rsc/eg/tt

Um homem armado com uma faca matou um professor e feriu gravemente outras duas pessoas nesta sexta-feira (13), em uma escola de ensino médio em Arras (norte da França), disseram à AFP a prefeitura e uma fonte policial.

O ataque está sendo investigado como ato terrorista, quase três anos depois do assassinato de outro professor nas mãos de um jihadista.

O episódio se deu na escola Gambetta da cidade, escreveu o ministro do Interior, Gérald Darmanin, na rede social X (antigo Twitter), acrescentando que o agressor foi detido.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram um homem jovem, vestido com calças pretas e casaco cinza, brigando com vários adultos no pátio, visivelmente armados, antes de se dirigir à porta do centro educacional.

O autor do ataque gritou "Allah Akbar" (Alá é grande, em tradução livre), disseram à AFP a administração regional e uma fonte policial.

"Allah Akbar", uma expressão formal de fé usada por pessoas de crença muçulmana, tornou-se um grito usado pelos autores dos ataques jihadistas que abalaram a França na última década.

O autor é de origem chechena e estava fichado pelas autoridades no registro de segurança nacional, disse outra fonte policial. Ainda conforme as primeiras informações policiais, seu irmão também foi detido perto de outra escola, mas sem armas.

Nenhum aluno ficou ferido. Os outros dois feridos são um agente de segurança, que recebeu várias facadas, e um professor, segundo diversas fontes.

A Promotoria Antiterrorista (Pnat) anunciou a abertura de uma investigação por homicídio e tentativa de homicídios em relação a empreitada terrorista, entre outras acusações.

Os alunos e funcionários do colégio foram confinados na instituição, acrescentou a polícia.

"Mantenham a calma e sigam as instruções para facilitar o retorno à situação normal", escreveu a entidade administrativa na rede X.

As forças de segurança isolaram a área ao redor da escola, para onde também foram enviados bombeiros e socorristas, observaram jornalistas da AFP. Os pais dos alunos também ficaram posicionados em frente ao liceu.

- "Nos entrincheiramos" -

Um professor de filosofia que presenciou o ataque, Martin Dousseau, descreveu um movimento de pânico durante um intervalo entre as aulas, quando os alunos se viram cara a cara com o atirador.

"Quis descer para intervir. Ele se virou para mim, me perseguiu e me perguntou se eu era professor de Geografia e História", contou, acrescentando que a vítima era um professor de francês do centro.

"Nos entrincheiramos. Depois, a polícia chegou e o imobilizou", completou.

O presidente francês, Emmanuel Macron, viaja nesta sexta-feira para Arras, assim como o ministro da Educação, Gabriel Attal, disseram à AFP a presidência francesa e a equipe deste último.

Esses fatos ocorrem quase três anos após o assassinato, em 16 de outubro de 2020, em Conflants-Sainte-Honorine, a noroeste de Paris, do professor Samuel Paty.

Abdoullakh Anzorov, um refugiado russo de origem chechena, esfaqueou-o e decapitou-o por ter mostrado charges de Maomé nas aulas durante um curso sobre liberdade de expressão. Foi abatido pela polícia.

Milhares de pessoas participaram, nesta quinta-feira (12), de manifestações de apoio aos palestinos na França, apesar de as autoridades as terem proibido por temerem "distúrbios públicos" em meio ao conflito entre Israel e o grupo islamista Hamas.

Em Paris, as forças de segurança dispersaram os manifestantes da Praça da República com gás lacrimogêneo e canhões d'água, conforme constatado pela AFP. Segundo a polícia, dez pessoas foram detidas entre as três mil presentes.

O Ministro do Interior, Gérald Darmanin, havia proibido as "manifestações pró-palestinas" em todo o país, considerando-as "suscetíveis de provocar distúrbios públicos" após o ataque perpetrado pelo Hamas no sábado em Israel.

Na capital francesa, os manifestantes gritavam "Palestina vencerá" e "Israel assassino", enquanto agitavam bandeiras palestinas. A frase "Free Palestine" (Palestina Livre) foi pintada no monumento da praça.

De Rennes (noroeste) a Nimes (sudeste), passando por Toulouse (sul) e Lille (norte), várias cidades registraram concentrações em apoio aos palestinos desde quarta-feira à noite.

Várias associações tentaram anular a proibição, mas o tribunal administrativo de Paris decidiu nesta quinta-feira mantê-la por temer que a violência em Israel "seja exportada" para a França, que abriga a maior comunidade judaica da Europa.

No sábado, centenas de combatentes do Hamas cruzaram a fronteira israelense a partir da Faixa de Gaza em veículos, pelo ar e pelo mar, e mataram cerca de 1.200 civis nas ruas, em suas casas ou em um festival de música.

Durante um ataque, cuja extrema violência abalou o país até seus alicerces, capturaram cerca de 150 reféns israelenses, com dupla nacionalidade e estrangeiros, que o grupo islamita ameaça matar.

Israel tem respondido com ataques aéreos e de artilharia durante seis dias contra alvos do Hamas na Faixa de Gaza, um enclave onde vivem 2,3 milhões de pessoas em condições precárias, resultando em mais de 1.400 mortes.

burs-tjc/sag/am/mvv

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando