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Funcionários e integrantes de sindicatos de empregados do comércio protestam na manhã desta sexta-feira (3) em frente a uma loja da empresa na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro. O endereço é simbólico: a loja escolhida pertenceu à varejista Mesbla, falida na virada dos anos 2000. O ato antecede uma reunião entre lideranças sindicais e representantes da diretoria da Americanas marcada para o meio-dia, também no centro da cidade.

Os manifestantes pedem esclarecimentos sobre a situação da empresa e a recuperação judicial que a empresa monta, após a revelação de rombo contábil da ordem de R$ 20 bilhões e a comunicação de uma dívida total reconhecida de R$ 47,9 bilhões.

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Além de bandeiras de centrais sindicais, havia faixas, com inscrições sobre a preservação de empregos e direitos dos trabalhadores da Americanas. Houve gritos de "Vergonha, vergonha, Americanas sem vergonha" e queixas sobre falta de clareza e diálogo da direção da empresa com relação aos funcionários.

Pouco antes das 10 horas, um grupo com cerca de 200 manifestantes marchou da Rua André Cavalcanti, na Lapa, até a loja da Americanas que fica próxima à Praça da Cinelândia. O espaço abrigava uma unidade da Mesbla que, ao falir, inaugurou longo e massivo litígio trabalhista. No local mais uma centena de manifestantes aguardavam o grupo.

Segundo o presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, Márcio Ayer, o objetivo é chamar a atenção da sociedade para a importância da manutenção dos empregos e a necessidade de proteção dos trabalhadores antes mesmo da quitação de dívidas com credores, conforme prega a legislação.

"São mais de 44 mil empregos diretos e, somando os indiretos, mais de 100 mil postos de trabalho. Caso seja comprovada a fraude, queremos a punição dos controladores e principais acionistas e a proteção dos funcionários", diz Ayer.

Ele acrescenta que já existe uma Ação Civil Publica (ACP) protocolada na Justiça Federal reivindicando o bloqueio dos bens da empresa para pagamento e proteção dos funcionários da Americanas.

"Vamos brigar pela manutenção de todos os empregos. Há um clima de incerteza e insegurança sobre o futuro, porque a empresa já começou a rescindir contratos com terceirizados. Isso claramente prejudica uma cadeia de empregos muito grande", diz Ayer.

Ele participa da reunião com representantes de Americanas, acompanhado de uma funcionária da empresa que é diretora sindical e lideranças de quatro centrais sindicais: UGT, CUT, CTB e Força Sindical.

Histórico

A Americanas monta uma proposta de Recuperação Judicial que lhe permita arcar com dívidas de R$ 43 bilhões declaradas à Justiça. O processo é capaz de evitar a falência, desde que seja acordado com credores. Pela lei, o mecanismo da recuperação judicial estipula uma ordem de prioridade para os pagamentos, com os funcionários à frente dos credores.

No entanto, muitas dessas empresas credoras, fornecedores e sobretudo bancos, fazem uma blitz na Justiça para bloquear valores da empresa ou acionistas de referência e garantir a antecipação de pagamentos. Algumas ações têm como alvo as fortunas dos maiores acionistas da empresa, os multibilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, que reduziram participação acionária anos antes do escândalo.

O aval da Justiça à Recuperação Judicial veio em 19 de janeiro, após pedido da varejista, que era dado como certo por analistas e agentes de mercado. A crise começara pouco mais de uma semana antes, em 11 de janeiro, quando o então presidente da empresa, Sergio Rial, renunciou ao cargo e revelou que a varejista mascarou, por anos, dívidas equivalentes a R$ 20 bilhões em seu balanço. Oficialmente, Rial estava no cargo somente há nove dias.

O escândalo contábil fez derreter o valor de mercado da empresa e inaugurou uma guerra judicial entre a varejista e seus maiores credores, como o banco BTG, um dos mais atuantes. Os maiores bancos do País, como Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Caixa e Safra também figuram nessa lista de credores.

Essas instituições financeiras concediam os empréstimos capazes de fazer o negócio girar sob a prática de "risco sacado", quando a empresa ou seus fornecedores recorrem a bancos para adiantar pagamentos e dar continuidade à operação. Quando os fatos vieram à público, credores começaram acionar cláusulas de antecipação de pagamento dos empréstimos, rebatido com um pedido de blindagem dos ativos e recursos da empresa, numa alternância de decisões que tem dado o tom da disputa.

Novos enfrentamentos em regiões do Norte e do Sul do Peru foram registrados, nesta sexta-feira (20), em meio a novas manifestações em Lima contra a presidente Dina Boluarte, que não dão trégua apesar das 45 mortes ocorridas desde o início da onda de protestos em dezembro.

Os choques se concentraram nas regiões de La Libertad (Norte), Arequipa e Puno (Sul), com bloqueios de estradas e batalhas campais entre os manifestantes, que atiravam pedras com estilingues, e a polícia, que respondia com gás lacrimogênio.

Na região de Puno, uma turba queimou a delegacia do distrito de Zepita e incendiou um posto alfandegário em Desguadero, na fronteira com a Bolívia, informou a televisão local.

Em Arequipa, a segunda maior cidade do país, dezenas de moradores tentaram, pelo segundo dia consecutivo, invadir a pista de pouso do aeroporto, que está fechado e protegido pelas forças de segurança desde a quinta-feira.

Já na capital Lima, milhares de manifestantes desfilaram pela tarde entoando palavras de ordem em alto e bom som: "Dina assassina!" e "Esta democracia não é uma democracia! Dina o povo lhe repudia!"

Com uma bandeira Yunguyo - povo das margens do lago Titicaca na fronteira com a Bolívia - nas costas e usando um chapéu de palha branco, Olga Mamani, de 50 anos, afirmava: "Queremos a renúncia de Dina. Se ela não renunciar, o povo não ficará em paz".

"A folha de coca nos dá força para esta luta que começamos, queremos que Dina renuncie e que se feche o Congresso [...] vamos ficar aqui até as últimas consequências", disse Antonio Huamán, um camponês de 45 anos que veio de Andahuaylas, epicentro das manifestações em dezembro.

O governo declarou na quinta-feira o estado de emergência em sete das 25 regiões do país - incluindo a capital e áreas do Norte e do Sul do país - até meados de fevereiro, habilitando assim a intervenção militar junto à polícia para controlar a ordem pública.

Os distúrbios já somam 45 mortes - 44 civis e um policial - desde o dia 7 de dezembro, após a destituição e detenção do presidente de esquerda e de origem indígena Pedro Castillo, acusado de tentar um golpe de Estado ao querer dissolver o Congresso - controlado pela direita - que estava a ponto de destitui-lo do poder por suspeita de corrupção.

Castillo foi substituído por Boluarte, sua vice-presidente, mas ela é vista como "traidora" pelos manifestantes.

- Turistas ilhados em Machu Picchu

Em Cusco, o serviço de trens à cidadela inca de Machu Picchu, a principal atração turística do país, continuou interrompido nesta sexta por causa dos protestos, enquanto o aeroporto de Cusco retomou suas operações.

A suspensão dos trens a Machu Picchu deixou pelos menos 300 turistas estrangeiros e locais ilhados na localidade de Aguas Calientes, que fica no sopé da montanha onde foi erguida a famosa cidadela inca.

"Não temos certeza de que um trem virá nos buscar. Como podem ver, todos os turistas aqui estão fazendo fila, recolhendo assinaturas e se registrando" para que possam ser evacuados, disse à AFP o chileno Alem López.

- 'A luta continua' -

Os organizadores garantem que as mobilizações não vão acabar até que haja a renúncia da presidenta Boluarte.

"A luta vai continuar em todas as regiões até conseguirmos a renúncia de Boluarte e os outros pontos da agenda, como a realização de eleições este ano e o referendo para a [Assembleia] Constituinte", declarou à AFP o secretário-geral da Confederação Geral de Trabalhadores do Peru (CGTP), Gerónimo López.

Na noite de ontem, Boluarte voltou a pedir calma em uma mensagem transmitida pela televisão estatal.

"Às irmãs e aos irmãos que sim querem trabalhar em paz, que sim querem levar renda para seus lares para sustentar suas famílias, lhes digo, e também aos que estão provocando estes atos de protesto, aos que se deslocaram das províncias para a capital, não vou me cansar de chamá-los para o bom diálogo", disse.

Mas suas palavras chegam a ouvidos surdos. "Este governo não nos representa, é ilegítimo para o povo aimara, por isso viemos aqui para fazer nossa voz de protesto ser ouvida", disse à AFP Ricardo Mamani, de 47 anos, que participou das marchas em Lima.

"Viajamos por 42 horas desde a região de Puno, estamos exigindo de uma vez por todas que esta senhora [Dina Boluarte] saia do caminho para que o povo esteja em paz", acrescentou.

Mamani, que estava vestido de preto em sinal de luto pelos mortos nas manifestações, instou as organizações de direitos humanos internacionais a intervir. "Não sentimos a presença do direito internacional. Não há quem nos defenda", clamou, indignado.

A crise também reflete a imensa lacuna que existe entre a capital e as províncias pobres que apoiam Castillo, cujos habitantes viam sua eleição como uma forma de revanche contra o poder de Lima.

A presidente do Peru, Dina Boluarte, prorrogou o estado de emergência que suspende alguns direitos fundamentais dos cidadãos diante da propagação dos protestos contra o seu governo, nos quais já morreram quase 50 pessoas. As mobilizações começaram em dezembro, assim que ela assumiu o poder após a destituição de seu antecessor, Pedro Castillo, por ele ter tentado fechar o Congresso ilegalmente.

O governo de Boluarte decretou estado de emergência a partir de domingo, 15 de janeiro, por 30 dias em três departamentos, três províncias e um distrito.

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A norma foi publicada na noite de sábado em uma edição digital extraordinária do jornal oficial El Peruano.

O estado de emergência suspende os direitos constitucionais de inviolabilidade de domicílio, bem como as liberdades de trânsito, reunião e segurança pessoal.

A presidente impôs estado de emergência em todo o país em dezembro por um mês, que já foi cumprido.

A norma estabelece que a Polícia Nacional mantém o controle da ordem interna com o apoio das Forças Armadas para conter possíveis convulsões.

A medida contempla cinco autoestradas que atravessam o país, depois de vários incidentes de bloqueios rodoviários nos protestos que paralisaram o transporte de pessoas e mercadorias.

Um tribunal egípcio condenou neste domingo, 15, à prisão perpétua 38 pessoas, incluindo um empresário autoexilado cujas postagens nas redes sociais ajudaram a desencadear protestos antigovernamentais.

Os protestos públicos são raros no Egito, onde o presidente Abdel Fattah el-Sissi supervisionou uma ampla repressão aos dissidentes. Mas uma série de vídeos e outras postagens de mídia social do empresário egípcio Mohamed Ali, que agora mora na Espanha, levou a manifestações de rua em setembro de 2019 sobre alegações de corrupção e outras questões.

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Vinte e três dos condenados à prisão perpétua foram julgados à revelia, incluindo Ali, de acordo com um tribunal criminal egípcio que lida com casos relacionados ao terrorismo.

O tribunal também condenou outras 44 pessoas, incluindo crianças, a penas que variam de cinco a 15 anos de prisão pelas mesmas acusações. Vinte e um foram absolvidos, segundo o advogado de defesa Ossama Badawi.

Os sentenciados foram condenados por um conjunto de acusações que incluíam incitar a violência contra as forças de segurança e instituições do Estado. O caso surgiu dos protestos de 2019 na cidade portuária de Suez, que fica na foz do Canal de Suez.

Um policial em patrulha foi atacado e queimado até a morte por manifestantes na região de Puno, no Peru, quando o número de mortos em manifestações após a deposição do ex-presidente Pedro Castillo subiu para 47, disseram autoridades na terça-feira, 10.

José Luis Soncco Quispe, de 29 anos, fazia uma patrulha com um colega policial em Juliaca, uma cidade perto da fronteira com a Bolívia e o Lago Titicaca, na noite de segunda-feira, quando foram atacados por uma multidão que depois ateou fogo em seu veículo, de acordo com relatórios da polícia.

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O parceiro de Soncco na viatura, Ronald Villasante Toque, disse que eles foram "detidos e agredidos fisicamente por cerca de 350 manifestantes", segundo os relatórios.

Villasante foi levado a um hospital em Lima com vários ferimentos na cabeça após ser espancado. Ele disse que não sabia o que estava acontecendo com seu parceiro.

O primeiro-ministro Alberto Otárola confirmou a morte de Soncco em uma sessão do Congresso, dizendo que os homens foram atacados por manifestantes.

"A polícia chegou ao local e descobriu que um policial havia sido espancado e amarrado, e o outro, Luis Soncco Quispe, infelizmente havia morrido", disse ele. "Ele foi queimado vivo em sua viatura."

Otárola anunciou toque de recolher de três dias, a partir das 20h e até às 4h em Puno, e um dia de luto pelos mortos nesta quarta-feira, 11.

A Ouvidoria do Peru disse que desde o início dos protestos no início de dezembro, após a demissão de Castillo, 39 civis foram mortos em confrontos com a polícia e outros sete morreram em acidentes de trânsito, além do policial assassinado.

A morte do policial ocorreu após o assassinato de 17 pessoas na segunda-feira em Juliaca, quando os protestos em busca de eleições imediatas recomeçaram em áreas rurais negligenciadas do país ainda leais a Castillo.

A agitação começou após a remoção e prisão de Castillo após uma tentativa amplamente condenada de dissolver o Congresso e impedir seu próprio impeachment.

A sucessora de Castillo, sua ex-companheira de chapa Dina Boluarte, apoiou um plano para adiar as eleições para presidente e congresso para 2024, originalmente marcadas para 2026. Ela também expressou apoio a investigações judiciais sobre se as forças de segurança agiram com força excessiva.

Na terça-feira, o Ministério Público do Peru abriu uma investigação contra a presidente Dina Boluarte e três de seus ministros para apurar supostos crimes na resposta do governo aos protestos. Segundo a Procuradoria-Geral, eles serão investigados pelos supostos crimes de de genocídio, homicídio qualificado e lesões graves.

Ao menos 67 pessoas ficaram feridas nos últimos quatro dias no Peru em protestos contra a presidente Dina Boluarte, que assumiu o poder após um golpe de Estado frustrado do antecessor, Pedro Castillo.

Nos últimos quatro dias dezenas de estradas foram bloqueadas no país para protestar contra a prisão do ex-presidente.

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Com a retomada de atos bolsonaristas contra o novo governo programados para este domingo em Brasília, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), afirmou que espera que a polícia não precise atuar e destacou que a "tomada de poder" só poderá ocorrer em 2026, com uma nova eleição presidencial.

"Queremos que a lei prevaleça e não haja crimes. Estou em Brasília, espero que não ocorram atos violentos e que a polícia não precise atuar. Tomada do Poder pode ocorrer só em 2026, em nova eleição", disse, em sua página oficial no Twitter.

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O protesto de extremistas na capital foi convocado pelas redes sociais. A Esplanada dos Ministérios foi fechada, mas ainda mostra pouca movimentação.

Conforme apurou o Estadão, relatórios de inteligência em poder do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicam que 100 ônibus com 3.900 pessoas chegaram a Brasília para retomar os protestos contra a eleição do petista.

A nova leva de manifestantes a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reverte o movimento de desmobilização do acampamento dos extremistas na frente do QG do Exército na capital.

Diante das ameaças, o ministro da Justiça autorizou a atuação das Força Nacional em Brasília, para reforçar o trabalho da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e das polícias do Distrito Federal.

Hoje, Dino também disse que conversou no sábado com governadores, inclusive da oposição, sobre a retomada dos protestos. Houve atos em São Paulo e em Belo Horizonte (MG) nos últimos dias.

Preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), o indígena José Acácio Serere Xavante, que se apresenta como cacique do Povo Xavante, divulgou, nesta quinta-feira (5), uma carta com uma série de pedidos de perdão. Na carta, Serere diz que nunca defendeu uma "ruptura democrática" e que não acredita na violência como método de ação política. "Entendo que o amor, o perdão e a conciliação são os únicos caminhos possíveis para a vida em sociedade", afirma.

A prisão do cacique desencadeou atos de vandalismo em Brasília no último dia 12. Extremistas tentaram invadir a sede da Polícia Federal, depredaram uma Delegacia de Polícia Civil e atearam fogo em carros e ônibus. Pelo menos 40 manifestantes envolvidos nos protestos violentos já foram identificados pelas autoridades.

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Ele também deixa avisado que, para evitar "qualquer atuação leviana" e a "divulgação de mentiras" a seu respeito, apenas os advogados Jéssica Tavares, Pedro Coelho e João Pedro Mello estão autorizados a falar em nome dele.

O cacique reconhece ainda que errou ao defender a tese infundada de risco de fraude nas urnas eletrônicas. Ele afirma que encampou a narrativa com base em "informações erradas fornecidas por terceiros" e "inteiramente desvinculadas da realidade".

"Na verdade, não há nenhum indício concreto que aponte para o risco de distorção no resultado às urnas, ou na vontade do eleitor brasileiro", escreve.

Há, por fim, pedidos de desculpas dirigidos ao "povo brasileiro", ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao ministro Alexandre de Moraes, que mandou prendê-lo, ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O novo ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, visitou nesta terça (3) a Esplanada das Mesquitas, e irritou militantes palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. O Hamas, que controla Gaza, acusou Ben-Gvir - um radical de direita que se aliou ao premiê, Binyamin Netanyahu - de provocar uma escalada de violência na região.

No passado, grupos radicais palestinos responderam com lançamento de foguetes a visitas de autoridades israelenses ao à Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado do Islã e o mais sagrado do Judaísmo, localizada na Cidade Velha de Jerusalém, no setor palestino anexado por Israel.

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Não muçulmanos podem visitar o local em determinados horários, mas não podem rezar. Nos últimos anos, porém, um número crescente de judeus nacionalistas têm ido à esplanada para fazer orações, o que os palestinos denunciam como provocação.

Ben-Gvir lidera o partido de extrema direita Poder Judaico. Ele foi várias vezes à Esplanada das Mesquitas como deputado e já havia anunciado sua intenção de ir como ministro.

"A Esplanada das Mesquitas é o lugar mais importante para o povo de Israel. Mantemos a liberdade de movimento para muçulmanos e cristãos, mas os judeus também irão ao local e aqueles que fazem ameaças deverão ser tratados com mão de ferro", disse Ben-Gvir, após a visita.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dois adolescentes iranianos foram condenados à morte na forca por sua participação nos protestos que sacodem a República Islâmica há meses, denunciou, nesta segunda-feira (2), uma organização de defesa dos direitos humanos.

Dois homens de 23 anos já tinham sido executados por participar dos protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, uma jovem curda de 22 anos, que morreu em setembro após ser detida pela polícia da moralidade por infringir o estrito código de vestimenta iraniano.

As ONGs temem que outras dezenas corram o risco de ser enforcados porque as autoridades usam a pena capital como tática intimidatória para tentar sufocar os protestos.

Mehdi Mohammadifard, um manifestante de 18 anos, foi condenado à morte, acusado de incendiar um posto da polícia de trânsito na cidade de Nowshahr (oeste), na província de Mazandaran, informou a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega.

A sentença de morte foi proferida por um tribunal revolucionário em Sari, capital da província, após declarar o jovem culpado das acusações de praticar "corrupção na Terra" e "inimizade contra Deus", informou a organização.

A dupla acusação significa que ele recebeu duas penas de morte.

Por outro lado, a agência de notícias do poder judiciário, Mizan Online, reportou que o tribunal supremo havia confirmado em dezembro a condenação à morte de outro manifestante, Mohammad Ghobadlou, acusado de "inimizade contra Deus".

Boroghani teria "ferido com uma faca um guarda de segurança com a intenção de matá-lo", "semeado o terror entre os cidadãos" e "incendiado a sede do governo na cidade de Pakdasht", a sudeste de Teerã. Segundo o IHR, ele tem 19 anos.

A ONG informou na semana passada que pelo menos cem manifestantes correm o risco de ser executados, após terem sido condenados à morte ou acusados de crimes que são punidos com a pena de morte.

Os primeiros enforcamentos provocaram repúdio internacional e os grupos de direitos humanos pedem que o Irã seja pressionado para evitar novas execuções.

Um grupo de indígenas que apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL) violou as grades de bloqueio que isolam o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) para protestar contra a prisão de José Acácio Serere Xavante. A prisão foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes há 15 dias. Serere Xavante foi acusado de patrocinar atos antidemocráticos em vários locais na capital federal se opondo a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, o grupo de cerca de 25 indígenas se instalou na marquise que fica em frente ao prédio do STF na tarde desse domingo (25). Uma equipe da PM foi acionada e negociou a saída dos manifestantes do local. A PM diz que não foi preciso usar a força. A manifestação do grupo foi compartilhada nas redes de bolsonaristas como se fosse uma tentativa de invasão do prédio, o que, segundo a PM, não chegou a ocorrer.

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Após a prisão de Serere Xavante, grupo de extremistas que estão acampados na porta do Quartel General do Exército provocaram atos de vandalismo com queima de carros e ônibus, além de tentarem invadir o prédio da Polícia Federal onde estava detido o indígena.

Os Estados Unidos sancionaram nesta quarta-feira (21) o procurador-geral do Irã, Mohamad Jafar Montazeri, na rodada mais recente de medidas punitivas pela repressão aos protestos na república islâmica, deplorando o papel de Montazeri na execução de manifestantes.

"Voltamos a pedir aos líderes do Irã que cessem imediatamente sua repressão violenta e ouçam o seu povo. Continuaremos promovendo que os envolvidos prestem contas e oferecendo nosso apoio ao povo iraniano", declarou o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

O Departamento do Tesouro destacou que o procurador-geral do Irã foi responsável por abusos dos direitos humanos, incluindo tortura e julgamento de manifestantes com pena de morte. Até o momento, foram realizadas duas execuções relacionadas aos protestos.

Montazeri anunciou no começo do mês a dissolução da chamada polícia da moral, após quase três meses de protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, 22, acusada de ter violado o código de vestimenta iraniano. Mas seus comentários geraram ceticismo e não houve sinais de que seu anúncio seria cumprido.

Os Estados Unidos também impuseram sanções contra a empresa Imen Sanat Zaman Fara, fabricante de veículos usados na repressão a multidões, e quatro membros dos Guardiões da Revolução - exército ideológico do Irã -, incluindo um envolvido no monitoramento da internet.

As medidas implicam o bloqueio de todos os ativos que os envolvidos possuíam sob a jurisdição dos Estados Unidos, e proíbem pessoas ou entidades americanas de fazer negócios com os mesmos.

Washington já havia imposto em novembro sanções contra funcionários do Irã por seu papel na repressão aos protestos nas regiões do país povoadas por curdos, bem como contra jornalistas da mídia estatal iraniana que, segundo os Estados Unidos, participaram da transmissão de "confissões forçadas" de pessoas que estavam na mira do governo.

Em outubro, os Estados Unidos já haviam sancionado mais de uma dúzia de funcionários iranianos pela repressão dos protestos.

Centenas de nomes da indústria cinematográfica internacional pediram, nesta quarta-feira (21), a libertação da atriz iraniana Taraneh Alidoosti, presa em seu país por ter apoiado o movimento de protestos.

Os atores Emma Thompson, Penélope Cruz, Kate Winslet, Ian McKellen e os diretores Ken Loach, Pedro Almodóvar e Mike Leigh estão entre os cerca de 500 trabalhadores e personalidades da indústria que assinaram uma carta aberta exigindo a libertação da estrela iraniana.

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"Como membros da comunidade artística internacional, exigimos a libertação imediata da atriz, mãe e ativista Taraneh Alidoosti, capturada em 17 de dezembro de 2022 e que se encontra sob custódia na prisão de Evin, Irã, onde também estão presos vários outros políticos", diz a carta.

Segundo a imprensa oficial, Taraneh Alidoosti, de 38 anos, foi presa no último sábado, após fazer uma série de publicações nas redes sociais apoiando a onda de protestos e condenar a execução de manifestantes.

A atriz é a personalidade de maior destaque presa pelo regime em conexão com o movimento de protestos que sacode o Irã há três meses. Advogados, jornalistas e ativistas também foram detidos.

"As autoridades iranianas escolheram estrategicamente prender Taraneh antes do Natal para garantir que seus pares internacionais estivessem distraídos", observa a carta.

"Mas não estamos distraídos. Estamos indignados. Taraneh Alidoosti, como todos os cidadãos do Irã, tem direito à liberdade de expressão (...) Nós nos solidarizamos com ela e exigimos a sua libertação imediata e seu retorno seguro à sua família".

A carta aberta é divulgada depois que Asghar Farhadi, que dirigiu Taraneh em "O Apartamento" (2016), exigiu no Instagram a libertação da atriz. O longa ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2017.

O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal informou neste domingo (18) que um raio atingiu quatro pessoas na região em que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) se aglomeram há semanas em Brasília, em frente ao quartel-general do Exército.

A equipe de socorro chegou ao local pouco antes das 14h e concluiu que apenas uma mulher de 45 anos precisava ser atendida com "dormência nas pernas, queimação nos braços, quadro hipertensivo e sinais vitais alterados". A mulher foi levada ao hospital de base de Brasília. Ela estava consciente e estável.

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A violência nas manifestações que ocorrem há uma semana e já deixou 7 mortos levou nesta quarta-feira (14) o novo governo peruano a declarar estado de emergência em todo o país por 30 dias. A partir de agora, as Forças Armadas podem dar apoio tático à polícia para preservar a ordem pública. A nova presidente, Dina Boluarte, já havia declarado emergência, mas apenas nas áreas afetadas pelos distúrbios.

Confrontos foram registrados em Lima na noite de terça-feira, 13, mas ontem havia a sensação de calma nas ruas da capital. Os peruanos afirmam que a calmaria não significa paz, mas uma expectativa sobre o que deve acontecer após a entrada em vigor do estado de emergência. Segundo o decreto, não haverá toque de recolher, mas os direitos constitucionais serão suspensos.

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Durante o estado de emergência, a polícia e o Exército podem entrar em casas sem aviso prévio se considerarem que há algum risco. Também podem desmobilizar qualquer tipo de reunião social, seja um protesto ou uma festa de aniversário, e impedir as pessoas de viajarem para outras cidades.

Para analistas, a medida era a única saída do governo neste momento, mas pode ter um resultado ainda mais desastroso dado o histórico das Forças Armadas peruanas.

"A declaração de emergência pode incentivar mais rebeldia e piorar os protestos. As forças militares peruanas não têm antecedentes positivos em matéria de direitos humanos no momento de enfrentar manifestações sociais. Há um grande risco de que a repressão seja excessiva e acabe em mais protestos", afirma Carlos Meléndez, analista político e integrante do 50+1 Grupo de Análises Peru. Meléndez diz que o governo tinha a alternativa de mobilizar as Forças Armadas para proteger ativos estratégicos sem a necessidade de declarar estado de emergência, mas isso deveria ter sido feito no começo dos protestos.

Desde a tentativa de golpe do ex-presidente Pedro Castillo, há uma semana, manifestações se espalham pelo Peru pedindo a realização de eleições gerais antecipadas. Algumas pedem a soltura de Castillo.

Estradas continuavam ontem bloqueadas em 14 das 24 regiões do país e 4 aeroportos que haviam sido tomados ainda estão sem funcionar. Os locais com mais distúrbios estão ao sul, onde fica a cidade turística de Cuzco, Arequipa e Apurímac.

"É uma decisão dura, mas necessária diante da situação de descontrole, principalmente fora de Lima. Houve ataques a empresas privadas e instalações estratégicas. Creio que não havia outra opção", afirma o analista político José Carlos Requena. Segundo o Ministério da Saúde, os protestos em Lima, Apurímac, Huancavelica e Arequipa deixaram 7 mortos e 168 feridos.

Boluarte, que assumiu a chefia de Estado após a destituição de Castillo, afirmou ontem que acredita ser viável a antecipação das eleições gerais para dezembro de 2023. Após o aumento dos protestos, Boluarte, que assumiu dizendo que ficaria no cargo até 2026 - quando acaba o atual mandato -, apresentou uma proposta ao Congresso para antecipar as eleições para abril de 2024.

Reformas

A medida não foi suficiente para conter os manifestantes, que pedem eleições já. A data de 2024 foi proposta para dar tempo ao governo de fazer reformas eleitorais antes da nova votação. "Sem as reformas, se prevê que as consequências (de uma nova eleição) serão as mesmas: fragmentação política e facilidade de corrupção no financiamento partidário em uma nova campanha eleitoral. Mas não estamos no melhor momento para reformas pré-eleitorais enquanto o país pega fogo, literalmente", diz Melendez.

O Congresso - eleito em 2021 - discutirá nesta quinta, 15, a antecipação das eleições, mas o cenário é incerto. Alguns congressistas acham que a votação não deve ser antecipada, outros divergem sobre a data: se fala em fim de 2023 e até mesmo abril.

Castillo

Hoje será votado também o pedido de prisão preventiva de Castillo. Ele está preso em uma base policial desde o dia 7, quando tentou dar um autogolpe e foi destituído pelo Congresso. Um pedido de liberdade foi negado ontem, pois a Justiça considerou que há risco de fuga. O ex-presidente é acusado de rebelião e conspiração e pode ficar 18 meses preso preventivamente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O futuro chefe da Casa Civil e governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou, nessa terça-feira (13), que se até o dia 31 as providências contra os extremistas que fizeram atos de vandalismo na segunda-feira (12), em Brasília, não forem tomadas, medidas serão adotadas a partir do dia 1º, quando o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), toma posse. Ele defendeu a apuração e o devido processo legal.

Em entrevista ao programa Central da Transição, do canal de notícias GloboNews, Costa disse que os manifestantes radicais caminhavam em direção ao hotel onde está hospedado Lula. "Deu para ver nitidamente. Aquele hotel permite uma visão de ruas diferentes. O objetivo era chegar o mais próximo possível do hotel", afirmou.

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Ele disse que "a grande missão" do futuro governo é pacificar o País e fazê-lo se unir novamente. "Podemos ter diferentes opiniões sobre religião, futebol, tudo, mas não podem chegar às vias de fato e ameaçar as instituições brasileiras", acentuou.

O tumulto desta segunda foi iniciado depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prisão temporária do indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador do presidente Jair Bolsonaro. A prisão foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) por indícios de crimes de ameaça, perseguição e manifestações antidemocráticas em vários pontos de Brasília. Houve uma tentativa de invasão da sede da Polícia Federal (PF).

Antes da prisão de José Acácio Serere Xavante, 42, na segunda-feira, 12, o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve encontro com o filho do indígena no Palácio da Alvorada. Bolsonaro chegou a colocar sobre a cabeça um cocar tradicional que ganhou do garoto. O próprio Serere estava no local, junto dos manifestantes que apoiam o presidente.

O menino estava no meio da multidão que gritava palavras de ordem a favor de Bolsonaro e contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. O filho de Serere foi uma das crianças que puderam atravessar o espelho d'água na frente do Alvorada, abraçar e tirar fotos com Bosonaro. O perfil oficial do presidente no Facebook transmitiu o encontro com os apoiadores, por volta das 17h40.

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A prisão ocorreu, segundo a Polícia Federal, "no fim da tarde". Na tranmissão, um padre acompanhava Bolsonaro e pedia bençãos da multidão ao presidente. O mesmo religioso incentivou a multidão a gritar que "bandido" não pode ser presidente.

Os mandados de busca e de prisão contra Serere foram assinados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda no dia 10, dois dias antes do cumprimento. Ele foi preso a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que detectou indícios de crimes de "ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito".

As ameaças, segundo a PGR, eram voltadas ao presidente diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e ministros do STF. O indígena foi preso enquanto se deslocava de volta ao acampamento de bolsonaristas montado em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. Inicialmente, permanecerá encarcerado por dez dias.

Ao voltar para o acampamento com a mãe e a irmã, o filho do indígena deu uma versão sobre o ocorrido que foi transmitida pela internet por outros apoiadores. "Quando colocaram meu pai no camburão e eu fui defender ele, o federal fez assim e apontou a arma para mim", disse.

Antes da prisão, José Acácio Serere havia ido ao Alvorada outras vezes. Os discursos estão registrados nas redes sociais. Ele fez ameaças a ministros, chamou Alexandre de Moraes de "marginal" e chegou a pedir para que Bolsonaro não entregue o cargo.

"Nós exigimos anulação dessa eleição ou vai acontecer aqui uma guerra civil. Vamos detonar esse povo bandido do STF", disse.

Bolsonaro não discursou à militância. Quem fez as vezes de orador foi o padre Genésio Ramos, de Goiás, apoiador do presidente. Ele pediu orações ao chefe do Poder Executivo e disse que o povo foi "estuprado por uma organização criminosa".

Uma oficial da reserva do Exército Brasileiro foi aos atos que vandalizaram parte da região central de Brasília nesta segunda-feira, dia 12, à noite. A tenente-coronel Regina Benini Moézia de Lima publicou imagens dela mesma acompanhando a situação presencialmente. Em transmissões ao vivo, ela coleta artefatos como cápsulas de bombas de gás e reproduz desinformação.

Nos vídeos divulgados nas redes sociais, a tenente-coronel Regina Benini não aparece diretamente envolvida em atos de depredação, mas circula entre manifestantes e tenta disseminar uma narrativa de que os crimes teriam sido praticados por "infiltrados de esquerda". Ela própria, porém, é logo desmentida por outros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).

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"O pessoal manifestante, os bolsonaristas mesmos, o pessoal que está acampado não bota fogo em nada", afirmou a tenente-coronel no vídeo acima. "Isso foi um ato terrorista, não pensem que foi obra do pessoal que estava no QG, não. Precisou chegar nesse limite, o povo não aguenta mais, mas foram infiltrados, tenho certeza."

A oficial afirma erroneamente, por exemplo, que o indígena José Acácio Serere Xavante "não foi preso pela Polícia Federal, mas foi sequestrado". "Foi tudo armado", disse ela. Na verdade, ele foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria-Geral da República, acusado de envolvimento em atos antidemocráticos anteriores.

Outra manifestante entrevistada por Regina num segundo vídeo, porém, a desmente frontalmente: "Eles são nossos, são legítimos, não são infiltrados. Junto com os índios, queremos a liberação do cacique Serere", diz a mulher. A conversa acontece a partir dos 11min20s no vídeo que ela divulgou no Instagram.

"É tudo fake news isso, onde a senhora estava? Por favor...", respondeu a mulher indagada pela militar. "Segundo essa moça, esse ataque terrorista, que pra mim é ataque terrorista, teria partido das próprias pessoas que estavam com os indígenas. Está difícil saber a informação correta. Seja de quem partiu essa ação, eu sou contra esse tipo de atitude, totalmente contra." O Estadão mandou mensagem para a tenente-coronel, mas não recebeu resposta.

Regina diz que foi ao local para "cobrir" os atos e que está "do lado da ordem". A oficial é um dos rostos frequentes no acampamento à frente do Quartel-General do Exército em Brasília e contesta a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ela chegou a se deslocar pelo setor hoteleiro de Brasília e se aproximou do hotel onde Lula está hospedado. Disse que somente a Polícia Militar fazia operação de reforço de segurança do petista e de repressão aos crimes - e não as Forças Armadas: "Aconteceu uma quebra da ordem no País, a quebra da lei a gente sabe que aconteceu há muito tempo. Estamos esperando o tal decreto presidencial, que não aconteceu ainda".

Questionada por um homem sobre militares vendidos e de esquerda, ela respondeu que não era uma "infiltrada": "Não é meu caso". Regina diz que vai levar para uma irmã que é policial civil recuperar impressões digitais e para as autoridades militares em que confia, às quais é subordinada.

Regina Benini foi candidata a deputada distrital em 2018 e 2022 na base de partidos aliada ao presidente Jair Bolsonaro. Ela é atualmente filiada ao Republicanos e teve a campanha financiada majoritariamente pelo partido da senadora eleita e ex-ministra Damares Alves (DF), com quem gravou vídeos. Regina divulgou imagens de apoio a sua campanha do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas.

Os atos de vandalismo começaram na frente da Polícia Federal, na Asa Norte, por volta de 19h30, após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador de Bolsonaro. A prisão ocorreu por determinação do ministro Alexandre de Moraes e atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República por participar de atos antidemocráticos e reunir pessoas para cometer crimes. Em nota, a PF afirmou que o preso está acompanhado de advogados e que as formalidades relativas à prisão "estão sendo adotadas nos termos da lei".

Sem outras prisões

A Secretaria de Segurança Pública do DF afirmou que precisou restringir o trânsito na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e em outras vias da região central. O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), disse que deu ordem para prender todos os autores de atos de violência, mas, até o momento nenhuma prisão foi divulgada. Em nota, a secretaria disse que "não foram constatadas prisões relacionadas aos distúrbios civis ocorridos" e que, "para redução dos danos e para evitar uma escalada ainda maior dos ânimos, a ação da Polícia Militar se concentrou na dispersão dos manifestantes".

A pasta afirmou ainda que o policiamento na área central da cidade e nas proximidades do hotel onde Lula está hospedado foi reforçado e que "toda área central da capital segue monitorada pela segurança pública, com apoio de câmeras de videomonitoramento e do serviço de inteligência".

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A governadora eleita de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), usou as redes sociais para repudiar a onda de violência que tomou conta das ruas de Brasília, no Distrito Federal, nessa segunda-feira (12). A menos de um mês da posse do futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), bolsonaristas protagonizaram atos de vandalismo, confusões e até mesmo explosões na capital federal, que recentemente recebeu Lula para a diplomação.  

Em sua mensagem pública, Lyra chamou os atos de “criminosos” e defendeu a abertura de uma investigação para punir os participantes. “Os ataques violentos que atentam contra nossas instituições, como os que se deram ontem em Brasília, precisam ser investigados e os criminosos, punidos. Força à Polícia Federal! O Brasil tem muitos problemas. O foco agora é melhorar a vida das pessoas e fortalecer a democracia”, escreveu. A candidata eleita não citou os apoiadores de Bolsonaro diretamente. 

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A futura governadora também parabenizou Lula e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), pela diplomação. Raquel Lyra ressaltou que o momento deve ser utilizado para debater pautas urgentes no país, como a fome e a miséria, que tiveram crescimento exponencial durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).  

“O momento é de unir o país e resolver problemas urgentes, como a fome e a miséria. É tempo de diálogo e de olhar para o que mais nos aproxima: o cuidado com as pessoas. Felicito Lula e Alckmin pela diplomação. A democracia se fortalece”, completou. 

Segundo os bombeiros do Distrito Federal, sete veículos foram incendiados, o que inclui quatro ônibus totalmente consumidos pelas chamas e um parcialmente destruído. Em um confronto entre bolsonaristas e a Polícia Federal, o cacique José Acácio Serere Xavante, conhecido como Tserere, de 42 anos, foi preso.

Ele se apresenta como líder da Terra Indígena Parabubura e pastor missionário evangélico, além de ser filiado ao patriota. De acordo com a polícia, ele foi preso por coordenar o ato golpista que terminou em confusão com policiais. 

Confira os tuítes de Raquel Lyra

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O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, afirmou que uma parcela dos autores dos ataques de vandalismo na noite desta segunda-feira (12), em Brasília, também fazem parte de um acampamento que se alojou em frente ao Quartel General do Exército. Ainda segundo ele, a permanência deles no QG será reavaliada.

"Parte desses manifestantes, a gente não pode garantir que são todos que estejam lá porque alguns podem residir inclusive na cidade e em outros locais, mas parte realmente estava no QG, no acampamento, e participaram desses atos. Quem for ali identificado será responsabilizado", declarou Danilo.

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Desde a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiadores do atual governo tem acampado no local e em outros prédios vinculados aos militares em diversas cidades do País. Sem aceitar a vitória do petista, apoiadores radicais do atual presidente insistem em pedir um golpe das Forças Armadas para impedir que Lula assuma o governo.

"A questão da manutenção ou não do acampamento vai ser reavaliada", declarou o secretário em entrevista coletiva ao lado do senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), futuro ministro da Justiça, e do delegado Andrei Passos, coordenador da equipe de segurança de Lula e futuro chefe da Polícia Federal.

Apesar da sinalização de que o acampamento pode ser desmontado, Júlio Danilo admite que a ação das polícias do DF tem uma limitação: "Esse acampamento se encontra em uma área militar, sob jurisdição militar, e todo ato de atuação e intervenção tem que ser em coordenação com as Forças Armadas, no caso lá o Comando do Exército". Danilo afirmou que os militares "têm colaborado e têm tentado organizar".

Os apoiadores de Bolsonaro incendiaram ônibus, carros, depredaram prédios públicos e privados e tentaram invadir a sede da Polícia Federal, na área central de Brasília, no mesmo dia em que o presidente eleito foi diplomado.

A Secretaria de Segurança Pública do DF afirmou que precisou restringir o trânsito na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e em outras vias da região central. O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), disse que deu ordem para prender todos os autores de atos de violência, mas até o momento nenhuma prisão foi divulgada. Em nota, a Secretaria disse que "não foram constatadas prisões relacionadas aos distúrbios civis ocorridos" e que, "para redução dos danos e para evitar uma escalada ainda maior dos ânimos, a ação da Polícia Militar se concentrou na dispersão dos manifestantes".

A pasta afirmou ainda que o policiamento na área central da cidade e nas proximidades do hotel onde Lula está hospedado foram reforçados e que "toda área central da capital segue monitorada pela segurança pública, com apoio de câmeras de videomonitoramento e do serviço de inteligência".

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