Tópicos | crise política

O viés negativo do exterior e o clima cauteloso no Brasil após os manifestos de 7 de Setembro empurram o Ibovespa para baixo, com o índice renovando mínimas instantes após a abertura e chegando a testar os 115 mil pontos. Apesar do tom pacífico entre os manifestantes, os protestos contaram com novos ataques - e mais duros - do presidente Jair Bolsonaro ao STF, reacendendo o debate sobre pedidos de impeachment do mandatário. Ainda que muitos entendam que seja difícil ocorrer uma ruptura ou mesmo um saída do chefe do Executivo, o clima hostil entre os Poderes tende a atrapalhar a já complicada situação econômica do País.

O temor de especialistas é que essa hostilidade inibe ou até mesmo jogue por terra o avanço da pauta reformista em um momento já complicado para a economia doméstica. Por isso, destaca o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, em nota, será preciso avaliar o clima das respostas políticas após os manifestos de ontem. "Certamente tudo isso piora o clima para as reformas que são necessárias", diz, lembrando da crise hídrica, da inflação elevada e do PIB, cujas projeções estão sendo diminuídas.

##RECOMENDA##

Neste cenário, fica a expectativa da abertura dos trabalhos do Judiciário hoje à tarde. Após Bolsonaro ameaçar descumprir decisões judiciais e pedir renúncia de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ontem, o presidente da Corte, Luiz Fux, deve fazer um pronunciamento em nome dos integrantes do STF.

"A grande atenção interna fica por conta das repercussões das manifestações que aconteceram ontem. Vimos uma elevação de voz do presidente da República, e agora o mercado aguarda a reação dos demais Poderes", observa Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora.

Ontem, durante as manifestações, Bolsonaro ampliou a retórica autoritária contra o STF, desafiando a Corte máxima do País, procurou intimidar Fux e chamou de "canalha" o ministro Alexandre de Moraes. Com isso, partidos discutem um novo pedido de impeachment, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decidiu cancelar as sessões deliberativas remotas e as reuniões de comissões da Casa previstas para hoje e amanhã, num sinal de isolamento a Bolsonaro.

"Existe, de fato, uma desarmonia entre os Poderes. Está inflado dos dois lados, o que pode sugerir racha institucional, o que será péssimo para o País. Agora, se o discurso do Fux for apaziguador, OK. O problema é se vier com discurso de ruptura", afirma em conversa matinal com clientes o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

Já a recuperação do petróleo no exterior pode atenuar eventual queda do Ibovespa hoje. Além disso, a valorização do minério de ferro na véspera (alta de 4,22%), quando a B3 ficou fechada, tende a servir de alento, depois do salto das exportações chinesas. Porém, hoje a commodity voltou a cair (-4,19%, a US$ 132,19 a tonelada, em Qingdao).

Ontem, as bolsas norte-americanas fecharam com sinais mistos, após o feriado de segunda-feira em comemoração ao Dia do Trabalho nos EUA e com investidores avaliando os impactos da pandemia de covid-19. Naquele dia (6), o Ibovespa subiu 0,80%, aos 117.868,63 pontos.

Hoje, o tom é levemente negativo no exterior, o que pode inibir possíveis perdas na Bolsa brasileira ao longo do dia. Os investidores esperam dados de emprego dos EUA e fala de membro do Fed, além do livro Bege.

Às 10h35, o Ibovespa cedia 1,60%, aos 115.987,43 pontos, na mínima, intradia, ante máxima aos 117.866,14 pontos, com o dólar subindo 0,92%, a R$ 5,2248.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, e divulgada neste sábado (10), mostra que, pela primeira vez, a maioria dos brasileiros é a favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Os dados do levantamento apontam que 54% dos entrevistados são favoráveis abertura do processo pela Câmara dos Deputados, enquanto 42% são contrários à ação. Para isso, foram ouvidos, de forma presencial, 2.074 brasileiros maiores de 16 anos de idade, de todos os Estados, entre os dias 7 e 8 de julho.

##RECOMENDA##

Na pesquisa anterior, também realizada pelo Datafolha nos dias 11 e 12 de maio, a diferença entre os que defendiam e e contrários ao impeachment era pequena (49% a 46%).

Nessa segunda-feira (28), o PT emitiu comunicado em que afirma que a crise política no Brasil começou após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Envolvido em diversos casos de corrupção desde a gestão Lula, o partido figurou o presidente Jair Bolsonaro como uma ameaça à democracia.

“O Brasil sofre hoje como graves consequências da crise que vivemos desde que a ordem democrática e constitucional foi quebrada com o impeachment absurdo sem crime de responsabilidade contra a presidente Dilma Rousseff. Aquela ruptura foi seguida de vários outros atentados contra a Constituição e contra os direitos dos trabalhadores, dos mais pobres e vulneráveis”, explana parte da Resolução Política da Comissão Executiva Nacional da sigla.

##RECOMENDA##

A 'farsa' da Lava Jato

O partido ainda chamou a operação Lava Jato de 'farsa', por tirar Lula das eleições de 2018 e abrir caminho para a vitória do Jair Bolsonaro. Vale destacar que os crimes julgados pelo ex-juiz Sergio Moro - que viria a ser ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro - foram anulados por falta de imparcialidade após vazamento de conversas com procuradores do Ministério Público Federal (MPF).

“A condenação, prisão e cassação ilegais de Lula, na farsa da Lava Jato, levaram Jair Bolsonaro ao Planalto com sua prática recorrente de agredir como instituições democráticas, os movimentos sociais, governadores e prefeitos, de forma a instalar o caos político e importante seu projeto autoritário de caráter neofacista”, acrescentou o texto.

Os ataques ao atual presidente recaíram sobre sua administração questionável que, na visão do PT, tornou o Brasil um ‘pária internacional’. “O presidente Lula se vale de seu enorme prestígio internacional para mostrar ao mundo que o verdadeiro Brasil não é autoritário, violento, discriminatório, hostil a seus vizinhos e parceiros, inimigo da Ciência, da Cultura e do Meio Ambiente. Que o verdadeiro Brasil não se confunde em nada com o pária internacional em que foi transformado por Bolsonaro”, complementou.

De acordo com dados divulgados na noite desta terça-feira (22) pelo consórcio de veículos de imprensa, que conta com as atualizações das secretarias estaduais de Saúde, o Brasil atingiu a marca de 18 milhões de infectados pela Covid-19 desde março de 2020. O número surge na mesma semana em que o país amarga as mais de 500 mil mortes decorrentes da doença, além de uma crise política galopante.

Acrescido a isso, na média de 7 dias até segunda-feira (21), o Brasil retornou ao nível de 2 mil mortes diárias decorrentes da doença, superando, inclusive, a Índia, antes epicentro mundial da crise sanitária. E, embora abarque 30% das mortes decorrentes do novo coronavírus em todo o mundo, chama atenção a postura pouco diligente do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

##RECOMENDA##

Também nesta segunda-feira (21), quando questionado sobre a falta de declarações públicas no dia em que o país ultrapassou a marca de 500 mil mortos pela Covid-19, o chefe do Executivo chegou a insultar jornalistas e, mais uma vez, retirou a máscara em público.

“Lamento todos os óbitos. Muito. É uma dor na família. E nós, desde o começo, o governo federal teve coragem de falar em tratamento precoce. Como está sendo conduzida essa questão parece até que é melhor se consultar com jornalistas do que com médicos”, ironizou, enquanto promovia alternativas sem eficácia no combate ao vírus da Covid-19.

Desaprovação em alta e críticas à gestão

A gestão de Jair Bolsonaro, marcada por declarações desta natureza, atinge percentuais vertiginosos de desaprovação, e também desperta críticas entre a classe médica, antes apontada como reduto de apoiadores do presidente. Infectologista do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, localizado no Centro do Recife, Suennya Brito é uma das profissionais a lamentar os caminhos que levaram o país a acumular meio milhão de óbitos pelo novo coronavírus.

“A partir do momento em que a gente tem um líder, um chefe de Estado como a gente tem o nosso, que trata com muita naturalidade, que se desculpabiliza, que se comporta como se nunca fosse responsabilidade dele o gerenciamento da pandemia - e a gente sabe que é, mas que nunca foi tratado com a seriedade que deveria desde o começo - isso impacta” desabafa a médica, que trabalha na linha de frente do combate à pandemia há cerca de um ano.

Para ela, o Brasil “ficará marcado na história pela falta de planejamento, compromisso com a vida e compromisso com o povo”. “As falhas foram várias. Enquanto o mundo inteiro estava se resguardando, o país escolheu um caminho de achar que ‘era só uma gripe’, que é ‘muito mimimi’, muito alarde, ou que era uma tentativa de derrubar o governo politicamente. E a quantidade de mortos foi aumentando”, disse, fazendo referência ao dia 27 de março de 2020, quando o atual presidente chegou a afirmar que a Covid-19 seria, “para 90% da população”, uma “gripezinha ou nada”.

O papel do presidente da República

Letycia Raila, cientista política formada pela UFPI (Universidade Federal do Piauí) e pós-graduanda em Direitos Humanos pela PUC (Pontifícia Universidade Católica), ressalta que a função do dirigente do país seria, no momento de pandemia, priorizar o bem-estar da população.

“O papel do presidente em uma situação de calamidade pública como a pandemia, seria, prioritariamente, buscar as diretrizes da ciência, para agir objetivamente na diminuição do contágio e conseguir sanar este problema de saúde. Hoje a gente já sabe que a Covid-19 é combatida somente pela vacinação, então é necessário, ou seria necessário, que a função do nosso presidente estivesse ligada à negociação de insumos para a vacina e a questão comercial mesmo, da compra dos imunizantes”, explicou Raila. Segundo ela, só assim seria possível atravessar “a crise econômica, social e institucional” na qual o país está imerso.

Quando questionada sobre a narrativa política construída pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desde março de 2020, a cientista política aponta como principais equívocos a falta de seriedade do líder e o sentimento antichinês fortalecido em sua gestão. A escalada da sinofobia, refletida também em declarações do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, fez com que o presidente se envolvesse em uma verdadeira politização das vacinas.

“A gente consegue perceber ao longo de todo esse período e, inclusive até hoje, a relativização dessa crise sanitária. Existiram situações específicas, como a falta de respostas dos e-mails [da farmacêutica] Pfizer, a briga insistente com o [João] Doria com relação à vacina do Butantan, porque era uma ‘vacina chinesa’, chegando até a ser chamada de ‘vachina’ em alguns momentos, além da própria postura hostil, e algumas vezes desrespeitosas, do Ministério das Relações Exteriores com a China”, destaca, pontuando alguns dos episódios mais escandalosos da gestão bolsonarista, expostos pela CPI da Pandemia no Senado.

Naturalização da morte e bolsonarismo

De acordo com a socióloga e mestranda em sociologia pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Maria Eduarda Silva, a naturalização da morte frente aos mais de 500 mil óbitos pela Covid-19 se apresenta como um dos sustentáculos da gestão do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Esse caráter negacionista do governo contribui para um processo de dessensibilização que afeta a capacidade, sobretudo de seus apoiadores, de reconhecerem o mundo diante de nós e serem afetados pelos processos que compõem a realidade coletiva”, afirma. Ainda segundo a cientista social, “Bolsonaro é o principal vetor de desorganização da realidade brasileira”.

“Uma das consequências diretas desse processo é a dissolução de rituais que compõem as trocas coletivas diárias. Rituais de passagem já não parecem existir. Morre-se um professor e lá se segue uma nota fria de pesar e na sequência as aulas continuam. Perde-se um colega de trabalho e lá está você, diante da necessidade de seguir produtivo. Quase 3 mil pessoas morrem de Covid em 24 horas e as pessoas lêem apenas os números, que em poucos minutos logo serão esquecidos”, diz a socióloga, que aponta como consequência do negacionismo governista a naturalização exacerbada da morte no país.

Para ela, a constante defesa de medicamentos não recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), além dos apelos pelo fim do isolamento social e o incentivo do não uso da máscara, apontam para “uma incapacidade de olhar para o presente”. Isso se reflete, por exemplo, na recusa dos seguidores do presidente em "aceitar a finitude do mundo”, representada numericamente pelos efeitos devastadores da pandemia.

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, passou esta sexta-feira (15) ao telefone tentando garantir votos suficientes no Parlamento para permitir que ele permaneça no poder após o partido Itália Viva romper com a coalizão, obrigando suas duas ministras a renunciar e deixando a aliança governamental sem maioria parlamentar.

Conte se reuniu na quinta-feira com o presidente Sergio Mattarella para discutir os rumos do governo. Conte anunciou ao final da reunião que comparecerá ao Parlamento para comunicar a perda da maioria absoluta e submeter-se a um voto de confiança para esclarecer se possui a maioria relativa, com o apoio de outros partidos de fora da coalizão, para continuar governando.

##RECOMENDA##

O Itália Viva, uma dissidência do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, teve apenas 3% dos votos na eleição de 2018 e era o menor parceiro na coalizão, formada também pelo próprio PD e o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).

A coalizão, que governa desde 2019, substituiu a que existia entre o M5S e a Liga de Matteo Salvini, extrema direita. Sua saída, porém, fez com que Conte perdesse a maioria estreita que tinha antes.

Árbitro da situação segundo a Constituição, Mattarella quer evitar eleições antecipadas por causa da terceira onda de coronavírus e à alta popularidade de siglas da extrema direita no país. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, pelo Twitter, que não está "à altura de um presidente de Banco de um país sério" a atitude do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de divulgar à imprensa conversa particular que tiveram nesta quarta-feira (28). Escreveu Maia: "a atitude do presidente do Banco Central de ter vazado para a imprensa uma conversa particular que tivemos ontem não está à altura de um presidente de Banco de um país sério".

Conforme mostrou o Broadcast Político/Estadão, nesta quarta-feira o presidente do Banco Central havia procurado o presidente da Câmara para tratar da crise política que ameaça o andamento das reformas no Congresso. Desde o dia 6 de outubro não são realizadas votações na Casa. O motivo é a obstrução feita pelos partidos da base do governo para tentar emplacar um nome alinhado ao líder do PP na Casa, deputado Arthur Lira (AL), na presidência da Comissão Mista de Orçamento.

##RECOMENDA##

A oposição também segura os trabalhos para tentar colocar em pauta a medida provisória que prorroga o auxílio emergencial pelo valor de R$ 300. Maia criticou, em conversa com jornalistas, a articulação da base do governo.

O "e daí?" que o presidente Jair Bolsonaro deu como resposta, no início do mês, a uma pergunta sobre as mais de 5 mil mortes causadas pelo novo coronavírus até então, teve um significado especialmente amargo para a ex-ministra e ex-senadora Marina Silva (Rede). Nesse domingo, foram confirmadas 11.123 vítimas fatais da doença. Na adolescência, no Acre, ela viu familiares e vizinhos perderem as vidas nas epidemias de sarampo e malária.

Ela descreve "um sentimento triplo de tristeza, vergonha a indignação por ter um presidente que, em um momento como esse, é capaz de, em atitude de desrespeito e de falta de humanidade, dizer que não tem a ver com isso porque não faz milagre", afirmou.

##RECOMENDA##

Em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, Marina Silva afirma ver crime de responsabilidade nas atitudes do presidente.

Segundo ela, é preciso "sabedoria" para conduzir um eventual processo de afastamento do presidente sem fragilizar a saúde pública nem o socorro a quem mais precisa.

Que lições a pandemia tem deixado para a atividade política?

A primeira coisa que é óbvia é a proteção da vida das pessoas. É o que temos de mais precioso, acima de projeto de poder, econômico, de protagonismos individuais. Tudo o que possa comprometer essa frágil estrutura de proteger as pessoas, de prevenir, atender, curar, amenizar sofrimentos… Nada disso deve fazer parte da política. Infelizmente, a gente não está vendo isso desse jeito. E o pior exemplo vem do próprio governo. Demite o ministro no meio da crise, dá comando dizendo que a economia é mais importante do que a vida, estimula o contágio, com ele próprio (Bolsonaro) saindo às ruas, e criando crises com governadores e prefeitos. O pior exemplo vem daquele que deveria estar agregando.

Como recebeu o "e daí?" do presidente ao ser questionado sobre o recorde de mortes?

Um sentimento triplo de tristeza, vergonha e indignação por ter um presidente que, em um momento como esse, é capaz de, em atitude de desrespeito e de falta de humanidade, dizer que não tem a ver com isso porque não faz milagre, ao som de risadas de seus apoiadores, achando aquilo uma grande "lacração".

Como avalia a saída de Sérgio Moro do governo?

Primeiro, acho que nem deveria ter entrado. Quando foi cogitado o nome dele para Ministério da Justiça do governo Bolsonaro, olhando para trajetória política, para campanha do Bolsonaro, já achei coisa muita estranha. Mas a decisão foi dele. A saída foi só a confirmação do que eu achava, que nunca deveria ter entrado.

Com base nas declarações de Moro, a senhora acha que estamos diante de um caso que exige a saída do presidente?

Temos duas possibilidades diante dos crimes de responsabilidade: seja o impeachment, pelo Congresso, seja o afastamento, pelo Supremo Tribunal Federal. Existe crime de responsabilidade que não pode ficar impune. Isso é claro. Temos que ter sabedoria de como conduzir o processo sem arriscar vidas das pessoas, sem prejudicar o atendimento de saúde, sem fragilizar o socorro para aqueles que já estão passando fome e necessidade.

A sra. vê ambiente para que um pedido de impeachment prospere?

O que está sendo feito é uma ação em várias frentes. Tem ação do STF, do Ministério Público, do Congresso. Para lhe botar noções de limites: qual dessas frentes pode prosperar para interditar as ações que ele vem tomando na contramão da defesa da vida, da defesa do patrimônio público e da democracia? Não sabemos. Mas temos que reconhecer que tem várias frentes, inclusive com CPI em andamento. Somos o único País do mundo que tem o governo que em vez de agregar está esfacelando toda e qualquer forma de ação conjunta. E faz isso de propósito, porque aposta no caos, porque sonha com o estado de sítio, sonha com situação de descontrole social para justificar seus arroubos autoritários.

Mas correr para apresentar um pedido de impeachment neste momento não é exatamente incentivar uma disputa por poder?

Não. Como eu disse, são várias frentes. O Ministério Público está disputando poder? Não. Está querendo proteger a Constituição, dizer que existem limites institucionais para esse tipo de atitude. Tem que atuar num tripé: defesa da vida, dos direitos à dignidade das pessoas e da democracia. Os mecanismos da AGU foram acionados. Os do Parlamento também. E não só pela Rede, inclusive por partidos que não são tradicionais do campo da oposição, como o PSDB, a ex-líder do PSL (Joice Hasselmann).

A senhora está entre as pessoas que avaliam que o Brasil vai sair melhor da crise sanitária ou no grupo dos que acham que estaremos piores?

A pandemia mostra uma coisa importante, que é a radicalidade do fosso da desigualdade no mundo e no Brasil. Se queremos fazer uma transição para uma economia sustentável, justa, com geração de renda para as pessoas, é um investimento que precisamos fazer a partir de agora.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, Luciano Hang, presidente das lojas Havan e um dos principais apoiadores de Jair Bolsonaro, descreveu a sexta-feira (24) como um dia "triste" em que o seu "herói" deixou o governo federal. "O cara (Moro) que fez uma grande transformação no nosso país contra a corrupção. Hoje é um dia pesado, muito, muito ruim", disse o empresário.

Hang ainda lamentou a situação do país. "Estamos vivendo uma crise de saúde, política e econômica e não temos que ter mais crises do governo. Temos que agora nos unir para passar este momento. Estou muito triste. O Moro deixou um legado para o país inimaginável, sou fã de carteirinha dele e ele é o meu herói", disse Luciano, em entrevista ao site Folha de São Paulo. 

##RECOMENDA##

Apesar de enaltecer o seu "herói", o presidente das lojas Havan não quis se posicionar sobre as acusações feitas pelo agora ex-ministro contra Bolsonaro, que, segundo Moro, quer interferir politicamente na Polícia Federal - o que motivou o seu pedido de demissão. "Não tenho partido nem político de estimação. Continuo defendendo as pautas brasileiras. Desburocratização, menos interferência do governo na vida do cidadão", pontua.

LeiaJá também

--> Silas Malafaia: ‘descordando (sic) 100% da saída de Moro’

--> Para Dino, declarações de Moro são prova para impeachment

--> Joice chama Bolsonaro de 'canalha' e defende 'Moro 2022'

Após um novo fracasso das negociações entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu ex-rival Benny Gantz, o presidente israelense Reuven Rivlin solicitou nesta quinta-feira (16) ao Parlamento que encontre um candidato para formar o novo governo e encerrar um ano de crise.

Após as eleições legislativas de 2 de março, as terceiras em menos de um ano e que deveriam decidir a disputa entre Netanyahu e Gantz, o presidente Rivlin atribuiu ao último a missão de formar o Executivo.

Mas, em plena pandemia do novo coronavírus, Benny Gantz, do Partido Kahol Lavan ("Azul-Branco"), surpreendeu ao abrir o caminho para um governo de "união e emergência" com Netanyahu, acusado de corrupção.

Isto gerou a esperança de um acordo para muitos israelenses, ao mesmo tempo que várias pessoas criticaram Gantz, ex-comandante do Estado-Maior das Forças Armadas, por uma rendição rápida.

Ainda assim, eles não conseguiram chegar a um acordo para formar um governo de união dentro do prazo estabelecido pelo presidente.

"Informo que não vejo a possibilidade de formar um governo e que confio a formação do governo ao Knesset", o Parlamento, escreveu nesta quinta-feira o presidente Rivlin.

Como determina a lei de Israel, o Parlamento tem três semanas para recomendar um deputado que enfrentará o desafio de formar o governo.

Os negociadores do Likud, partido de direita liderado por Netanyahu, e do Azul-Branco, a coalizão de centro-direita de Gantz, anunciaram que, apesar do prazo legal ter expirado, devem continuar negociando.

Em um eventual governo de união, eles terão de compartilhar ministérios. Com um primeiro-ministro a ponto de ser julgado por corrupção e fraude em uma série de casos, a coalizão de Gantz deseja um "controle total" sobre as nomeações judiciais, explica Jonathan Rynhold, professor de Ciência Política na Universidade Bar-Ilan.

"A questão central está na esfera legal", acrescenta, antes de explicar que o primeiro-ministro quer assegurar, em caso de rodízio de poder com Gantz, que poderia permanecer no governo.

A legislação israelense permite que um chefe de Governo indiciado permaneça no cargo, mas não um ministro.

As negociações também esbarram no temor de Netanyahu de que o Supremo Tribunal o declare inapto para governar, devido às acusações que pesam contra ele, e que todo mandato do primeiro-ministro fique para Gantz.

Netanyahu teria procurado garantias a respeito, o que - dizem analistas - Gantz recusou.

Ao mesmo tempo, vários analistas políticos questionam se Netanyahu, que seria julgado por corrupção em março e viu o processo adiado em consequência da pandemia do novo coronavírus, está realmente disposto a compartilhar o poder com Gantz.

O chefe de Governo poderia optar por prolongar o bloqueio e provocar a convocação de novas eleições legislativas. Seria a quarta votação no país sem a formação de um governo.

Enquanto isso, Netanyahu, 70 anos, permaneceria no poder à espera de uma definição sobre seu futuro político.

O primeiro-ministro israelense, o político que permaneceu mais tempo no cargo desde a criação do Estado hebreu, está fortalecido no momento por pesquisas que mostram sua liderança. Ele é bem aprovado, em particular, por sua gestão da crise da COVID-19, que registra mais de 12.000 casos e 130 mortos em Israel.

Milhares de sudaneses participaram nesta terça-feira (28) uma greve geral convocada pelos manifestantes, paralisando vários setores econômicos e as comunicações para aumentar a pressão sobre o Exército, que se recusa a transferir o poder para civis, mais de seis semanas depois da derrubada de Omar al Bashir.

Funcionários públicos, bancários e empresas privadas responderam à convocação de uma greve geral de 48 horas na terça e quarta-feira, insistindo que apenas um governo civil pode tirar o Sudão da crise política.

"Esta greve é a primeira etapa, se nossas exigências não forem atendidas, recorreremos à desobediência civil", advertiu o bancário Yussef Mohamed, enquanto repetia slogans com seus colegas em seu local de trabalho.

"Um governo militar foi testado, mas não funcionou", acrescentou.

Em diferentes bairros da capital, Cartum, os trabalhadores em greve protestavam nas ruas, e motoristas buzinavam, solidários.

Integrantes do exército regular e paramilitares da Força de Apoio Rápido (RSF) cercaram o Banco Central em Cartum.

"Esta força militar tentou obrigar o pessoal a retomar o trabalho", denunciou a Associação de Profissionais Sudaneses (SPA), um ator importante do movimento de protesto.

Conexões aéreas restabelecidas

Centenas de passageiros do aeroporto de Cartum permaneceram em terra na primeira hora da manhã com a greve dos funcionários.

Mais tarde as atividades foram retomadas e as conexões aéreas, restabelecidas. Muitos funcionários exibiam cartazes com frases de apoio à greve. As companhias aéreas sudanesas Badr, Tarco e Nova suspenderam alguns de seus voos.

Na principal rodoviária da capital, centenas de funcionários também paralisaram suas atividades.

Sem avanços

O líder dos protestos, Siddiq Farukh, disse à AFP que a greve era uma mensagem ao mundo de que o povo sudanês "não quer que o poder fique nas mãos dos militares".

Outro destacado líder, Wajdi Saleh, reconheceu na noite de segunda-feira que "ainda não havia avanços" nas negociações, mas que o movimento de protesto estava disposto a discutir se os generais desejavam isso.

"Esperamos alcançar um acordo com o Conselho Militar e não ter que ir a uma greve indefinida", afirmou.

'Parte do antigo regime'

"Vemos o Conselho Militar como uma parte do antigo regime. Não o vemos apoiando nenhum direito, nem construindo um Estado justo", declarou uma manifestante, Hazar Mustafa.

O exército derrubou Omar Al-Bashir em abril, após meses de protestos.

Mas os generais, que têm o apoio das potências regionais, até agora ignoraram os apelos dos governos ocidentais e dos manifestantes de transferir o poder para os civis.

Antes de suspenderem as negociações na semana passada, os manifestantes e os militares chegaram a acordos sobre várias questões fundamentais, como a criação de um período transitório de três anos e a criação de um Parlamento com 300 cadeiras, dois terços dos quais para representantes do movimento de protesto.

As negociações, entretanto, ficaram estagnadas por não se conseguir um acordo sobre quem deveria dirigir o novo órgão de governo: um civil ou um militar.

Esse corpo de governo deverá, em princípio, estabelecer um governo interino civil de transição que terá que organizar eleições ao fim de três anos.

O humorista Zé Lezin apresenta seu novo DVD Um Matuto na Lava Mato em Pernambuco, nos dias 11 e 12 de outubro, às 20h, no Teatro Boa Vista, área central do Recife. Os ingressos custam R$ 40 (meia) e R$ 80 (inteira) e estão à venda pela internet.

O novo espetáculo faz uma crítica ao atual cenário político do Brasil, crise econômica e à Operação Lava Jato. Um Matuto na Lava Mato foi gravado em julho deste ano na cidade de Natal e chega pela pimeira vez à capital pernambucana.

##RECOMENDA##

Serviço

Zé Lezin em Um Matuto na Lava Mato

Quarta-feira (11) e Quinta-feira (12) | 2o h

Teatro Boa Vista (Ru Dom Bôsco,Boa Vista, Recife)

R$ 40 (meia) R$ 80 (inteira)

Mesmo com a percepção generalizada sobre a crise política no Brasil, quase 50% dos cidadãos brasileiros acreditam que a saída do presidente Michel Temer não solucionará o problema. É o que mostra pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta terça-feira, 19, pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

No momento em que a Câmara aguarda a chegada de uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, 94,3% dos entrevistados avaliam que o País passa por uma crise política. Desses, porém, 49,9% acreditam que a saída de Temer não resolverá o problema, enquanto outros 41,2% veem o afastamento do presidente como solução para a crise.

##RECOMENDA##

De acordo com o levantamento, 59,5% dos entrevistados avaliam que a situação política do Brasil está "fora do rumo, mas ainda há esperança". Já 36,1% das pessoas ouvidas pensam que o cenário está "completamente fora do rumo". Para apenas 2,3% dos entrevistados, a situação está "no caminho certo".

A CNT/MDA ainda consultou os entrevistados sobre as reformas colocadas em discussão na gestão do governo Michel Temer (PMDB). Segundo o resultado, 80% dos entrevistados acreditam que o governo peemedebista não está fazendo as reformas que o País precisa, contra 13,7% que creem que essas pautas são as necessárias para o Brasil.

Nesse mesmo sentido, a pesquisa mostra ainda que a maioria dos brasileiros ouvidos acredita que Temer não está enfrentando os problemas do País. Esse é a percepção de 59% dos entrevistados. Para outros 30,3%, Temer está enfrentando "apenas alguns problemas", enquanto para 5,8% o presidente enfrenta os "principais problemas".

A 134.ª pesquisa CNT/MDA foi realizada entre os dias 13 e 16 de setembro. Foram ouvidas 2.002 pessoas, em 137 municípios de 25 unidades federativas, das cinco regiões. A margem de erro é 2,2 pontos porcentuais, com 95% de nível de confiança.

A aliança opositora venezuelana Mesa da Unidade Democrática (MUD) postergou para esta sexta-feira (4) a marcha "contra a fraude da Assembleia Constituinte", eleita no domingo passado entre protestos dos cidadão e com a rejeição de grande parte da comunidade internacional. A informação é da agência argentina Télam.

O antichavismo quer que a manifestação coincida com a instalação da Constituinte no Palácio Federal Legislativo que o presidente Nicolás Maduro marcou para amanhã para que "se leve a cabo em paz".

##RECOMENDA##

A Constituinte vai instalar-se na sede do atual Parlamento, de maioria absoluta oposicionista e contra o qual, segundo Maduro e alguns membros da Assembleia eleita domingo, este órgão plenipotenciário posto em marcha para mudar a Carta Magna e reordenar o Estado “tomará medidas”.

da Agência Télam

No segundo dia de protestos contra o aumento dos impostos sobre os combustíveis, caminhoneiros fecharam 23 pontos em rodovias espalhadas por quatro Estados brasileiros. O movimento não tem data para acabar.

Em São Paulo, os protestos ocorreram no interior do Estado. Pelo menos 140 caminhoneiros pararam a Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Ourinhos. Eles estacionaram seus caminhões e carretas no acostamento por mais de três horas e o trânsito ficou bastante lento. Um novo protesto foi marcado para hoje no mesmo trecho da rodovia. As paralisações também afetaram a movimentação na Rodovia Anhanguera, na região de Americana.

##RECOMENDA##

No Estado de Minas Gerais, os caminhoneiros bloquearam vários trechos de rodovias. Os bloqueios registrados pela Polícia Rodoviária Federal ocorreram na BR-040, em dois pontos, nos municípios de Congonhas, entre Belo Horizonte e o Rio de Janeiro, e em Sete Lagoas, entre a capital mineira e Brasília. Também houve paralisação na BR-251, em Francisco Sá, no norte de Minas. A estrada liga Mato Grosso à Bahia, passando por Goiás e Distrito Federal. Outro bloqueio foi o na BR-381, na saída da capital mineira para São Paulo.

Um dos Estados mais afetados foi o Rio Grande do Sul, onde 17 cidades registraram paralisações. Alguns caminhoneiros que não aderiram às manifestações tiveram as carretas apedrejadas. Na manhã de ontem, a Polícia Rodoviária Federal atendeu um caminhoneiro que ficou ferido após levar uma pedrada na cabeça. O fato ocorreu na cidade de Carazinho, no noroeste do Estado. A vítima culpou os manifestantes pelas agressões. No município de Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre, no km 299 da BR 116, caminhoneiros atearam fogo em pneus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A bancada do PMDB na Câmara tem pressionado o Palácio do Planalto a nomear um deputado do partido como ministro das Cidades, cargo hoje ocupado pelo deputado licenciado Bruno Araújo, do PSDB. Na próxima quarta-feira, 25, o plenário da Casa vai votar se autoriza ou não o prosseguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer, acusado de corrupção passiva com base na delação do Grupo J&F.

A reclamação dos peemedebistas é de que a bancada está "sub-representada" no governo e o PSDB não merece comandar uma pasta com tamanha capilaridade política como Cidades em razão das críticas a Temer e ameaças de desembarque da base. A pasta tem orçamento de R$ 20 bilhões. O PMDB comanda hoje seis dos 28 ministérios.

##RECOMENDA##

O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), já levou o pleito da bancada a Temer. "Se houver alguma mudança ministerial, a bancada tem a expectativa de se fortalecer", afirmou Rossi. O Estado/Broadcast apurou que são defendidos dois nomes: o do deputado Carlos Marun (MS), vice-líder da sigla e um dos mais aguerridos defensores de Temer, e o do deputado José Priante (PA).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Prestigiando o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), o prefeito da cidade, Izaías Regis (PTB), aproveitou para analisar o cenário atual da política brasileira. Izaías também garante que não voltará a se candidatar. 

"Não estou dando resultado", disse o prefeito. "A gente fica sem ter o que fazer, não tem recurso. Você não pode prometer nada porque não pode cumprir". O gestor alega que o governo federal não distribui dinheiro suficiente para os municípios.

##RECOMENDA##

"Com certeza eu não vou mais me candidatar. São 18 anos de vida pública. Quando terminar este mandato eu paro, não quero mais saber", complementou o petebista, acrescentando, entretanto, que não abandonará a política, atuando como orientador ou apoiador nos anos seguintes.

Ele ainda definou o momento da política brasileira como 'péssimo'. Para o gestor municipal, a situação só se reverterá através da população. "O povo é quem tem que resolver, tem que aprender a não vender o voto. É preciso fazer uma reforma política, não pode haver 35 partidos, porque cada partido desse quer seu 'quinhão'", opinou.

Lula - "Ainda não estou convencido na condenação de Lula", afirmou ainda o prefeito. Para ele, não foram mostradas provas de que o triplex pertencia ao ex-presidente. 

"Tem que haver uma investigação correta, não uma perseguição", finalizou.

O início do recesso no Congresso Nacional, nesta terça-feira (18), foi alvo de críticas por parte do deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE). Para ele, a paralisação das atividades legislativas é “intempestiva” e “equivocada”. Sob a ótica do pessebista,  os parlamentares deveriam estar de prontidão no Senado e na Câmara Federal para acompanhar o desenrolar dos acontecimentos políticos do país. 

“É um equívoco paralisar as atividades do Parlamento enquanto o Brasil vive uma crise profunda”, afirmou, lembrando da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) feita pela Procuradoria Geral da República por corrupção. Deputados e senadores voltam aos trabalhos no dia 1º de agosto e já na primeira sessão da Câmara a expectativa é de que o relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que recomenda a rejeição da denúncia contra o presidente seja lido em plenário e no dia seguinte aconteça a votação. 

##RECOMENDA##

Danilo Cabral avalia que hoje a situação está indefinida. Nem a oposição tem votos suficientes para acatar a denúncia e nem o governo tem os votos que assegurem derrubá-la. “Existem cerca de 200 parlamentares com posição indefinida. Só a força da pressão da sociedade é que vai definir esses votos”, declarou.

São necessários 342 votos dos 513 deputados para que a denúncia contra o presidente siga para o Supremo Tribunal Federal (STF). 

Apesar da pressão do chamado Centrão para ocupar ministérios do PSDB, o presidente Michel Temer decidiu "afagar" os tucanos e confirmou presença no lançamento do programa Cartão Reforma ao lado do ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), em Caruaru (PE). A viagem de Temer é vista como um "simbolismo" para mostrar a boa relação com a legenda, embora a sigla tenha divergências internas.

O gesto do Planalto tem por objetivo pacificar a relação com o PSDB e garantir os votos que ainda têm do partido, mesmo com as dissidências, para barrar no plenário a denúncia de corrupção passiva contra Temer.

##RECOMENDA##

Em caráter reservado, um membro da Executiva do PSDB contou que Temer já procurou os quatro ministros da sigla e garantiu que eles não perderão seus cargos. Segundo essa mesma fonte ouvida pela reportagem, Temer pediu, porém, engajamento no movimento para "virar" votos na bancada.

O Planalto está otimista em relação aos tucanos dos ministérios, que dizem acreditar que poderão conseguir mais votos contrários ao prosseguimento da denúncia do que está sendo anunciado.

Da semana passada para cá, Temer se reuniu com Araújo pelo menos três vezes. O ministro tem ajudado a contornar problemas em várias alas do partido, que defendem o desembarque do governo Temer.

Só entre as legendas que fecharam questão a favor do presidente - PP, PSD, PMDB, PRB e PR - o governo tem 207 votos. Para barrar a denúncia no plenário, Temer precisa de 172 votos. Hoje a conta está entre 250 e 260 parlamentares, podendo alcançar a marca de 330.

Com o Congresso em recesso a partir de hoje, Temer quer dedicar as duas próximas semanas a anúncios de medidas positivas e continuar mantendo negociações não só com os tucanos, mas também com parlamentares do DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), primeiro na linha sucessória da Presidência da República.

Desde o início da tramitação denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer por corrupção passiva, Maia tem se afastado do Planalto.

Agenda positiva

Além do Cartão Reforma, que deve atender ao menos 85 mil famílias com renda menor de R$ 2.811 neste ano, Temer busca outras medidas na área econômica.

Nesta segunda-feira (17), Temer chamou os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, para discutir o Repetro, um sistema de incentivos para a área de petróleo. Na quinta-feira, antes de embarcar para a reunião do Mercosul, em Mendoza, na Argentina, Temer pretende se encontrar com sindicalistas para avançar nas negociações em torno da medida provisória que o governo prometeu editar para realizar ajustes no texto aprovado da reforma trabalhista.

Paralelamente a isso, o presidente Temer estuda também o anúncio R$ 3 bilhões para serem distribuídos a integrantes do cadastro único que desejarem se tornar empreendedores, desde que tivessem o apoio do Sebrae. O programa se chama Progredir. Esses recursos seriam microcréditos que poderiam beneficiar mais de um milhão de famílias e eles viriam dos 2% de recursos dos depósitos compulsórios que os bancos fazem no Banco Central.

A medida já teve aprovação do BC, de acordo com o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, que conversou ontem com Temer sobre o assunto. Terra disse que o presidente pediu que sejam adotadas medidas para ajudar o Rio, não só com propostas para a área de segurança, mas programas sociais que ajudem a dar suporte e atividades à juventude. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar de hoje comporem campos políticos adversários, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) saiu em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (14). Ao participar da edição do projeto Pernambuco em Ação em Petrolina, no Sertão, o parlamentar disse que era preciso “evitar decisões radicalizadas”, lembrou dos investimentos feitos pelo ex-presidente na região, desejou “força” e disse acreditar que desta vez o petista não será condenado.

“Não estaria confortável se na minha terra não pudesse dar uma palavra em nome de quem viabilizou o polo automotivo de Pernambuco, a refinaria, os estaleiros, a Univasf e as Escolas Técnicas pelo interior do Estado. Força Lula. Vamos divergir, vamos nos enfrentar, mas na política”, afirmou. “Não quero me colocar como juiz, mas essa decisão eu tenho plena certeza de que ele não será condenado. Desta, ele não será", acrescentou o senador. Na sentença dada pelo juiz Sérgio Moro, Lula terá de cumprir nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. 

##RECOMENDA##

Mesmo com a defesa, Fernando Bezerra também não poupou críticas e responsabilizou Lula e o PT pelo “maior desastre político que o país já viu”. Ele também ponderou que a saída do atual cenário será pela própria política. “Ninguém vai sair da crise querendo varrer a classe política. Vamos sair dela pela política e com os políticos”, declarou.

Diante do governador Paulo Câmara, o senador ainda pontuou acreditar que com a retomada do crescimento do país, a partir de 2018, os estados que estiverem mais ajustados financeiramente terão melhor desempenho. “O governador Paulo Câmara tem feito um grande esforço para manter o equilíbrio das contas públicas e tenho certeza que Pernambuco estará na dianteira quando o Brasil voltar a crescer”, observou. 

 

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vem ao Recife, no dia 11 de agosto para ministrar uma palestra sobre “Crise Política e Democracia” na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O evento, organizado pela Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), será no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), a partir das 9h. Para participar do debate, as inscrições são gratuitas e estão abertas até o próximo dia 2

De acordo com a Adufepe, a palestra, que também será transmitida ao vivo pela página oficial da entidade no Facebook, vai abordar os “temas polêmicos que têm movimentado a vida política brasileira como as reformas da Previdência e trabalhista, o fim do financiamento público de campanhas, a judicialização da política e o ataque à soberania nacional e a democracia”.

##RECOMENDA##

Ex-ministro da Educação, Haddad também deve destrinchar o impacto da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 9 anos e 6 meses de prisão no PT e nas eleições de 2018. Lula, inclusive, anunciou nessa quinta-feira (13) que ‘está no jogo’ para a disputa. Nos bastidores, comenta-se que o ex-prefeito de São Paulo é uma opção de vice caso a legenda dispute chapa pura. 

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando