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   O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (PSDB) alfinetou o presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a criação do orçamento secreto, em publicação nas redes sociais, nesta terça-feira (25). “É bom que ele defenda agora o fim do orçamento secreto que ele criou”, afirmou sobre o pagamento de emendas parlamentares como forma de barganhar apoio ao governo federal no Legislativo.   

“Bolsonaro tenta transferir para terceiros a responsabilidade pela existência do orçamento secreto que ele mesmo criou e sancionou. Já foi desmentido várias vezes. O tema é muito desgastante, porque de fato, com a restrição fiscal é muito complicado você ter esse recursos livres, enquanto faltavam verbas para áreas fundamentais. É bom que ele defenda agora o fim do orçamento secreto que ele criou”, escreveu o deputado em seu Instagram. 

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 Vale lembrar, que o chefe do executivo já declarou que o dispositivo foi criado por Maia para “tirar poderes” do Executivo e afirmar, sem citar nomes, que 13 congressistas do PT estariam se beneficiando das verbas.   

O cantor e compositor brasileiro Sebastião Rodrigues Maia, conhecido popularmente como Tim Maia, nasceu no dia 28 de setembro de 1942, na cidade do Rio de Janeiro. 18º filho de uma vasta família com 19 irmãos, o cantor cresceu no Bairro da Tijuca, na Rua Afonso Pena, número 24.

Iniciou sua carreira artística ainda na infância, quando criança já rabiscava suas primeiras composições enquanto fazia parte do coral de sua igreja. Precoce, aos 14 anos, Tim Maia já tinha o seu próprio grupo musical, Os Tijucanos do Ritmo, no qual era percussionista. Em 1957, já tocando violão, dava aulas para Roberto e Erasmo Carlos, integrando a banda Os Sputniks.

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Tim foi um dos principais nomes da música popular brasileira, realizando uma junção com o soul music. Sua voz grave e intensa foi ponto forte para a fusão destes dois gêneros, tornando-se, a partir dos anos 70, em um dos principais intérpretes e compositores brasileiros.

Dois anos após o falecimento de seu pai, Tim foi para os EUA estudar Inglês, além de iniciar sua carreira como vocalista. Em 1963, foi detido por porte de maconha e, após seis meses de prisão, foi finalmente deportado. Somente em 1968 foi que Tim lançou seu primeiro compacto solo, pela gravadora CBS.

Nos anos posteriores, gravou Tim Maia Volume II, Tim Maia Volume III e Tim Maia Volume IV, alcançando cada vez mais fama e sucesso, especialmente com suas características melodias dançantes. Foi também nesta época que o cantor conheceu a ideologia conhecida como Cultura Racional, comandada por Manuel Jacinto Coelho, ligada à questão da ufologia.

Já na década de 80, o cantor gravou os álbuns O Descobridor dos Sete Mares, Um dia de Domingo. No ano de 1988, o cantor conquistou o Prêmio Sharp como Melhor Cantor. Em 1992, o cantor participou de diversas parcerias, como em “Como Uma Onda”, de Lulu Santos e Nelson Motta.

Após uma semana internado, em 1998, Tim Maia morreu em Niterói, aos 55 anos de idade e com 140 quilos, devido a uma infecção generalizada. No ano seguinte, o cantor foi homenageado por diversos artistas da MPB em um show-tributo, que se transformou em disco, especial de TV e vídeo. Nos anos 2000, foram resgatados diversos trabalhos de seu período “racional”, entre eles Escrituração Racional, Brasil Racional, Universo em Desencanto, entre outros, encontrados somente na Internet.

Em celebração ao Dia Internacional da Paz, nesta quarta-feira (21), a Prefeitura de Guarulhos promoveu a segunda edição do Guarulhos de Mãos Dadas pela Paz, na tenda principal do Bosque Maia. O evento é coordenado pelo Programa Movimenta Saúde, sob a gestão do Departamento de Assistência Integral à Saúde, que incentiva ações voltadas à programação da saúde, à prevenção dos agravos e às práticas integrativas e complementares do município.  

A programação teve início com uma aula de Tai Ji Qi Gong, prática corporal que ajuda a fortalecer a respiração, que foi conduzida pelo educador físico Manoel Eloildo Felix da Silva. Em seguida, houve a oficina Danças Circulares pela Paz, movimento virtualmente criado por Friedel Klokle-Eibl, expoente focalizadora de danças circulares da Holanda, que convidou praticantes de diversos países a contribuírem, a partir das mãos dadas em roda, a dançarem pela paz e por um mundo aberto à tolerância.

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No encerramento, houve a construção de uma mandala humana com os participantes como símbolo de reciprocidade e harmonia, sob a coordenação de Renate Sewing de Paula, artista da cidade que se dedica à criação de mandalas. A obra será doada para um dos equipamentos de saúde do município como arte decorativa.  

Sobre o Dia Internacional da Paz 

A ONU instituiu o Dia Internacional da Paz em 21 de setembro de 1981 durante a Assembleia Geral das Nações Unidas e, após duas décadas, em 2001,  votou por unanimidade para que a data fosse designada como um período de não-violência e cessar-fogo. Anualmente, reafirma-se em todo o mundo o fortalecimento dos ideais de paz, no meio das nações e entre os povos, com o objetivo de estimular as pessoas a fazerem algo pela paz nesta data. Neste ano o tema é “Acabar com o Racismo. Construir a Paz”. 

 

 

 

A Prefeitura de Guarulhos anunciou o 15º Encontro dos Povos Indígenas, que ocorrerá em 19, 20, e 21 de agosto, no Espaço Multiétnico Filhos desta Terra (Cabuçu) e no Bosque Maia.

Entre as atividades previstas estão rodas de conversa, apresentação de cantos e danças indígenas, exposição e venda de artesanatos e comidas típicas. Além da realização do ritual sagrado Toré, que celebra a amizade entre aldeias distintas e realça o sentimento de grupo e de nação.

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O objetivo do evento é promover a cultura indígena da população que reside no município. A iniciativa é coordenada pela Subsecretaria da Igualdade Racial (SIR), que integra a Secretaria de Direitos Humanos.

De acordo com o censo de 2010, cerca de 1.434 indígenas vivem Guarulhos, distribuídos em 14 povos: Pankararé, Pankararú, Wassu Cocal, Tupi, Kaimbé, Guarani, Geripanko, Guajajara, Xavante, Pataxó, Tupinambá de Olivença, Xucuru, Terena e Tabajara.

Segundo o IBGE, no Brasil há uma população de quase 900 mil indígenas de 305 etnias, que falam 274 línguas. A maior concentração fica no Norte do país, com quase 306 mil indígenas.

Confira a programação do 15º Encontro dos Povos Indígenas em Guarulhos:

19 DE AGOSTO (Sexta-feira)

Local: Espaço Multiétnico Filhos Desta Terra 

Endereço: Avenida Benjamin Harris Hunnicutt, º 4.112, e rua Onze, em frente ao nº36 - Cabuçu, Guarulhos - SP

- Durante o dia haverá a recepção dos indígenas do Estado de São Paulo e de convidados e apresentação da aldeia

18h: Cerimônia de abertura na Oca Multiétnica Principal e em seguida um momento de oração com uma roda de cantorias e dança

20 DE AGOSTO (Sábado)

Local: Espaço Multiétnico Filhos Desta Terra

Endereço: Avenida Benjamin Harris Hunnicutt, º 4.112, e rua Onze, em frente ao nº36 - Cabuçu, Guarulhos - SP

8h: Recepção dos convidados

10h: Encontro na Oca Multiétnica Principal para início das atividades do dia

- Acolhimento dos convidados (indígenas e não indígenas)

- Roda de conversa “Dos encontros, lutas e resistência dos povos indígenas”, com Awá Kuaray Wera (Tupi) na Oca principal

- Apresentação de canto e dança indígena da Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra

- Participação do subsecretário da Igualdade Racial de Guarulhos, Anderson Guimarães

- Apresentação de canto e dança indígena da reserva

12h: Almoço e venda de comidas típicas na cozinha comunitária da oca principal

13h: Roda de conversa “A juventude tá on! Educação e cultura”, com Mateus Werá (Mbya Guarani), mediada por Beatriz Pankararu, no Espaço Pankararu

13h30: Apresentação de canto e dança indígena (Mbya Guarani)

14h: Roda de conversa “A juventude tá on! Saúde e moradia”, com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), mediada por Beatriz Pankararu, no Espaço Pankararu

14h30: Apresentação de canto e dança indígena (Pankararu)

15h: Roda de conversa “Fala Parente!” com Zé Dantas, representante do povo Kaimbé na Reserva, no Espaço Kaimbé e apresentação do povo Kaimbé

15h30: Fala Parente!: Com o cacique Alaíde Pankararé, no Terreiro Multiétnico e apresentação do povo Pankararé

16h: Fala Parente!: Com Ybyrassu Máximo Wassu, no Terreiro Multiétnico e apresentação do povo Wassu Cocal

16h30: Exposição e venda de artesanatos

- Pausa para socialização entre parentes e convidados

17h: Encontro na oca principal para encerramento das atividades do dia

DIA 21 DE AGOSTO (Domingo)

Manhã

Local: Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra 

Atividade: Rodas de conversa na oca principal

Tarde

Local: Bosque Maia

Endereço: Avenida Paulo Faccini, s/nº - Centro, Guarulhos - SP

13h: Roda de conversa “Dos encontros, lutas e resistência dos povos indígenas”, com Awá Kuaray Wera (Tupi)

14h: Roda de conversa “A juventude tá on!”, com Mateus Werá (Mbya Guarani) e apresentação com o povo Mbya Guarani

15h: Roda de conversa “A juventude tá on”, com Beatriz Pankararu, Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e convidados. Em seguida, apresentação do povo Pankararu

16h: Fala, Parente!: com Kamuny Kariri Xocóe Akanawá Xucuru e apresentação do povo Kariri Xocó e Xucuru Kariri

16h30: Fala, Parente!: com Ybyrassu Máximo Wassu e apresentação com o povo Wassu

17h: Fala, Parente!: Roda de conversa e apresentação do povo Pankararé

17h30: Fala, Parente!: Roda de conversa e apresentação do povo Kaimbé

18h: Encerramento com os povos indígenas

 

Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, alegar nesta terça-feira, 30, que as emendas de relator foram criadas em 2019, o deputado federal Rodrigo Maia (sem partido-RJ), que presidia a Câmara dos Deputados na época, afirmou que não trabalhou em um modelo orçamentário sem transparência. Maia também disse que Guedes está desmoralizado e por isso cria narrativas falsas.

"Paulo Guedes está desesperado. Sabe que está desmoralizado e fica criando narrativas falsas. As emendas de relator, RP9, foram criadas no final de 2019, mas em 2020 não foram regulamentadas. Isso começa a partir de 2021, quando o próprio Guedes faz acordos com parte da Câmara", alegou Maia no Twitter

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Nesta terça-feira, 30, em evento com empresários, Paulo Guedes disse que as emendas foram utilizadas na época de Maia em um valor superior do atual. "Quando o presidente da Câmara era o Rodrigo Maia, houve o pedido dele de R$ 30 bilhões para o Domingos Neto (PSD-CE) que seria o relator do Orçamento da época. Era o dobro de hoje, e não houve essa convulsão toda." Na proposta que regulamenta o orçamento secreto, as emendas de relator ainda poderiam superar R$ 16 bilhões em 2022.

Em entrevista ao site Antagonista, Maia falou que nunca teve o instrumento das emendas RP9 na "mão", pois era da oposição do governo. "Como eu era oposição do governo, nunca tive esse instrumento na mão e nunca quis tê-lo. O problema do RP9 é que virou um orçamento paralelo, que não é nem aprovado."

"Paulo Guedes precisa entender que o meu caráter é muito diferente do dele. Eu nunca usaria o Orçamento para ameaçar os deputados como estão fazendo. E também não trabalharia um modelo que gerasse um orçamento paralelo e sem transparência." acrescentou o deputado nas redes sociais.

Na noite deste sábado (28), o deputado federal Rodrigo Maia (DEM) usou suas redes sociais para rebater as declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro. Mais cedo, o mandatário havia afirmado que seu futuro só lhe reservava três possibilidades: “estar preso, ser morto ou a vitória”.

“Não desejo que seja morto, porque é o princípio fundamental para viver em sociedade. Ser preso depende da Justiça. Vitória? Depende dos eleitores, que hoje querem comida, emprego, estabilidade, tudo o que ele não consegue entregar”, publicou Maia.

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O democrata comentou ainda a fala do presidente de que não seria amedrontado por “nenhum homem na terra”. “Aí já é uma questão particular que ele precisa resolver na terapia”, alfinetou Maia.

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O discurso mencionado pelo democrata foi proferido por Bolsonaro durante o primeiro Encontro Fraternal de Líderes Evangélicos da Convenção Estadual das Assembleias de Deus Madureira (Conemad), em Goiânia. "Eu tenho três alternativas para o meu futuro: estar preso, estar morto ou a vitória. Pode ter certeza que a primeira alternativa não existe. Estou fazendo a coisa certa e não devo nada a ninguém. Sempre onde o povo esteve, eu estive", disse Bolsonaro.

O presidente é investigado em cinco inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um deles, no STF, versa sobre seu envolvimento na difusão de fake news contra a democracia e suas instituições.

O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que foi presidente da Câmara por quase cinco anos, afirma que o País vive o risco do autoritarismo, numa situação semelhante à da Venezuela nos anos de Hugo Chávez. Ele avalia que a subserviência demonstrada pelo Exército ao presidente Jair Bolsonaro no episódio envolvendo o general Eduardo Pazuello enfraquecerá ainda mais a democracia brasileira. E acrescenta que o mercado não pode aceitar migalhas na aprovação de projetos econômicos e fechar os olhos para a escalada do autoritarismo.

"Muitos dos que defendem a democracia liberal precisam olhar essa tentativa permanente do governo de impor uma agenda autoritária ao Legislativo e ao Judiciário, de intervenção permanente nas Forças Armadas, de apoio a atos antidemocráticos. Precisamos parar de acreditar que há composição com alguém que não quer composição com as instituições democráticas", disse, em entrevista ao Estadão/Broadcast. "É preciso nos diferenciarmos e não compactuarmos com essa agenda de atraso, que quer transformar o Brasil numa autocracia em que as instituições apenas ratificam os interesses do Executivo."

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Confira os principais trechos da entrevista.

Em que sentido o Brasil se aproxima da Venezuela chavista?

Lá, houve uma tentativa de intervenção clara no processo eleitoral, no Judiciário, nas Forças Armadas, com participação maior depois da tentativa de golpe em 2002, intervenção nas empresas de petróleo. Tudo isso acontece aqui também. Há uma organização de milícias, desconectando as polícias militares dos comandos estaduais e dos governadores. Um ataque permanente à imprensa. Tivemos uma tentativa de interferência nas pautas do Congresso em 2019 e 2020, que de forma nenhuma aceitamos. Com a eleição de candidatos apoiados pelo governo na Câmara e no Senado, vemos uma tentativa de avanço de uma agenda atrasada de flexibilizar o licenciamento ambiental, mineração em terras indígenas, homeschooling (ensino doméstico). Ataques permanentes a mim, aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), à imprensa, de testar limites. Se não tivermos uma atitude de liderança como a que teve Winston Churchill (primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial), se deixarmos as coisas acontecerem como deixou a sociedade venezuelana, vamos para o mesmo caminho. Chávez fez uma mudança constitucional que abriu caminho para interferência no Judiciário e na imprensa. O Brasil está virando uma Venezuela. O que vimos ontem foi uma grave interferência nas Forças Armadas. Chega uma hora em que podemos ter que pagar um preço que o Reino Unido não pagou, pois não recuou e não aceitou um acordo com o nazismo e o fascismo. Se Churchill tivesse sido conivente com o nazismo, certamente a história da democracia liberal na Europa, nas Américas, no Ocidente, teria sido outra.

De que forma o Congresso pode reagir a essa intervenção nas Forças Armadas?

É preciso dar uma resposta clara ao que aconteceu ontem com a falta de punição a Pazuello. A aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que impede militares da ativa de ocupar cargos políticos no governo, seria uma demonstração clara da sociedade de que não aceita mais intervenção do presidente nas Forças Armadas e de que quem está na administração pública precisa ir para a reserva. Partidos que hoje integram a base do governo, como PSDB, DEM, MBD, PSL, precisam compreender que não se pode misturar a base governista e a base democrática. Isso poderia ter acontecido também na votação da Medida Provisória da Eletrobrás, em que deveríamos ter aprovado o texto original do governo, que não era bom, mas não tinha os jabutis das termelétricas bancadas com recursos do consumidor e com aumento tarifário. A mesma coisa no Orçamento. Era o momento de dar o recado. É preciso nos diferenciarmos e não compactuarmos com essa agenda de atraso, que quer transformar o Brasil numa autocracia em que as instituições apenas ratificam os interesses do Executivo. Falta uma compreensão do nosso campo de que não adianta achar que vai compor e ganhar tempo para que a sanha autoritária do governo não avance. Parte do STF achava que não seria alvo do bolsonarismo, assim como parte da política achou que não seria alvo da Lava Jato, e o bolsonarismo é fruto da Lava Jato. Partidos da centro-direita precisam compreender que não adianta dialogar na tentativa de evitar crise. Daqui dois meses teremos outra crise com o Supremo, Forças Armadas, imprensa.

Quem no Brasil pode fazer esse papel de liderança que Churchill teve?

Muitos no Brasil têm esse olhar, essa resistência e perseverança. Temos que cobrar dos democratas uma economia de mercado, movida pela força do setor privado, com instituições democráticas e um olhar social, como o da chanceler Angela Merkel na Alemanha. Pequenos ganhos não serão ganhos se a nossa democracia estiver em jogo, se não houver defesa das instituições democráticas e do meio ambiente. Churchill ficou isolado, quase caiu, todo o entorno de seu governo defendia um acordo com o nazismo, como se o nazismo não fosse avançar sobre o Reino Unido em seguida. Churchill fez um discurso histórico, ganhou o apoio da monarquia, recuperou o do partido e a história mudou dali para frente. Líderes autoritários podem ser vencidos e eu acho que é nisso que precisamos focar. Muitos dos que defendem a democracia liberal precisam olhar essa tentativa permanente do governo de impor uma agenda autoritária ao Legislativo e ao Judiciário, de intervenção permanente nas Forças Armadas, de apoio a atos antidemocráticos. Precisamos parar de acreditar que há composição com alguém que não quer composição com as instituições democráticas. É preciso ter coragem para falar, e eu tenho falado, sofrido ameaças, assim como a minha família, e em nenhum momento recuei como brasileiro e deputado. Se não houver imposição de um limite, Bolsonaro vai avançar, e isso tira a força da nossa democracia. Há uma grande diferença entre Bolsonaro e os políticos forjados no enfrentamento da ditadura, e infelizmente não há como compatibilizar o pensamento do governo e o dos que defendem a democracia.

Qual o papel dos partidos de centro nesse cenário?

Está na hora de o centro democrático para de defender candidaturas individuais e construir um processo democrático, por meio do se conquiste o apoio do eleitor para conseguir, de forma democrática, tirar o presidente do segundo turno. Essa seria uma enorme vitória para a democracia brasileira em 2022. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem muitos defeitos, mas nunca avançou sobre a democracia. Se temos quatro ou cinco candidatos no centro, eles precisam se unir e criar uma agenda, um fato novo, reafirmar seus valores democráticos e a defesa de uma economia liberal, de redução das desigualdades. É preciso parar de olhar projetos individuais e focar em um projeto coletivo. Temos hoje duas candidaturas, Bolsonaro e Lula, e o nosso campo não vai conseguir criar uma candidatura com chance de vitória se todos não se unirem num único campo, formado por políticos experientes e jovens, por um projeto de Brasil em que as pessoas voltem a ter esperança. De certa forma, a política tradicional é a causa da eleição de Bolsonaro em 2018, já que não conseguimos gerar esperança que milhões de brasileiros tiveram desde a redemocratização. Cabe a aqueles que defendem a democracia entenderem que o apoio ao governo em troca de emendas legítimas às suas bases apenas fortalece a agenda reacionária do governo em 2022.

Como conquistar o eleitor bolsonarista e atraí-lo para o centro?

O grande erro das eleições de 2016 nos Estados Unidos e da candidatura de Hillary Clinton foi desqualificar os eleitores de seu adversário. Nós temos responsabilidade sobre isso também. Temos que dialogar e mostrar os erros do governo. Bolsonaro é consequência, se ele conseguiu formar uma base, é porque quem comandou a democracia nos últimos anos não conseguiu gerar esperança na população e ele gerou, e em parte da população ainda gera. Se há uma base de apoio de 20% a 25% a Bolsonaro, a responsabilidade é de quem defende a democracia e não consegue mostrar que esse projeto de poder não vai garantir um País mais próspero, nem reduzir a pobreza e a desigualdade. Há muitos que votaram em Bolsonaro por exclusão, em busca de uma alternativa a Lula. Precisamos agora de uma alternativa que não seja votar em Lula para tirar o Bolsonaro. Para isso, precisamos de um projeto de redução de desigualdades, de recuperação da esperança, para aqueles que não conseguiram educação de qualidade e a ascensão econômica e social que esperavam e que por isso votaram em Bolsonaro, e que no passado votaram em Lula.

Há conivência das instituições e do mercado com o governo Bolsonaro?

A aliança de Bolsonaro com os liberais encobriu, para muitos, por muito tempo, e para alguns, até hoje, as consequências do avanço de uma agenda reacionária. Justifica-se tudo que o governo faz em troca dos ganhos que as empresas terão, quebrando os limites que a sociedade e as instituições colocam sobre o governo. Isso alimenta as tentativas do presidente de avançar nas instituições democráticas. Aprova-se uma Medida Provisória da Eletrobrás cheia de jabutis que representam uma enorme intervenção no setor e que confronta com tudo que o governo defendeu na aprovação do marco legal do gás, tudo com dinheiro público e financiado pelo consumidor. Aprova-se um Orçamento inexequível e os investidores fingem que acreditam em um acordo que deu base para uma peça construída de maneira muito equivocada. O caso da reforma administrativa vai revelar a distância entre o que defendem Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Não se pode aceitar os passos que o governo dá em troca de migalhas que efetivamente não vão resolver os problemas do Brasil. Não vale a pena continuar aceitando e ser conivente com as atitudes que o presidente vem tomando desde 2019 na tentativa de impor um estado autocrático, em que ele comande o País sem fiscalização e diálogo com a sociedade e o Congresso.

O senhor acha que o empresariado e o mercado estão dispostos a abrir mão da democracia em troca de crescimento econômico e ganhos financeiros?

A maioria é democrática, mas há uma franja da sociedade que influencia a economia e o mercado porque recebe migalhas e que joga um jogo perigoso. A MP da Eletrobrás é a prova mais firme disso. É preciso compreender que não cabe qualquer concessão para termos a privatização de estatais ou a aprovação de uma reforma administrativa e tributária. Não dá para ter essa agenda e ao mesmo tempo deixar o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, passar a boiada com decretos e projetos de lei. Tem uma franja que aceita uma PEC emergencial que não aprova nada de emergencial, que aceita um Orçamento com emendas bilionárias e que geram o corte de gastos obrigatórios na Previdência e o cancelamento do censo do IBGE, que aceita uma privatização da Eletrobrás com aumento de até 20% nas tarifas de energia. Não é a maioria das empresas e do mercado, no entanto. É o tipo de concessão que uma parte aceita e que gera uma herança maldita para o próximo presidente do Brasil.

O senhor acha que a relação do governo com o Congresso está pacificada?

Teremos uma crise no Congresso se os presidentes da Câmara e do Senado não cumprirem a agenda do governo, que não é a agenda da reforma administrativa e tributária, de enfrentamento dos subsídios tributários. É a agenda de poder que Bolsonaro quer impor, acredita e atende sua base, que infelizmente não respeita e não quer manter a democracia brasileira da forma como ela foi constituída.

O senhor acha que o governo pode recuperar a popularidade até as eleições de 2022?

O governo não tem mais agenda e está focado apenas no processo eleitoral, em atender e falar para suas bases e aumentar as despesas públicas para criar condições para uma tentativa de recuperação de apoio. Bolsonaro falou em aumentar o Bolsa Família, quando todos sabem que ele nunca foi um defensor do programa, mas não é isso que vai resolver a reeleição dele. Acho que o governo vai investir em mais intervenção, na contenção artificial de preços dos combustíveis pela Petrobrás, que ainda não tiveram coragem de fazer, em aumentar despesas sem se preocupar com a real mobilidade social dos brasileiros, em tentar avançar com projetos reacionários.

Como o senhor vê a defesa do governo sobre o voto impresso?

Como disse, cada concessão que se faz ao governo é um avanço antidemocrático. Eu já relatei matéria de voto impresso e sou favorável à recontagem de votos, acredito que seja um instrumento importante. Mas estamos em outro momento. Se fizermos as eleições com checagem por amostragem, Bolsonaro vai criticar. Todos precisam enfatizar a confiança na urna eletrônica, no sistema eleitoral, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A urna eletrônica elegeu Bolsonaro. Quem iria fraudar um sistema para dar vitória a quem foi roubado? Esse debate precisa ser interditado. O presidente do PDT, Carlos Lupi, precisa compreender que isso precisa ser discutido em um momento de paz e força democrática, embora seja uma bandeira histórica de Leonel Brizola. Qualquer coisa que se faça agora nesse sentido abrirá limites para o avanço autoritário ganhar mais força no Brasil.

Para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), 95% dos pedidos de impeachment contra o chefe do Executivo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não deveriam sequer ter sido protocolados, já que não há motivação. Nas eleições da Câmara no ano passado, Bolsonaro fez campanha para que Lira vencesse a disputa e assumisse a Casa.

A declaração do gestor do Legislativo foi feita na manhã desta segunda-feira (26), em entrevista à rádio Jovem Pan. Ele citou a pandemia da Covid-19 para indicar que o momento para analisar os mais de 70 pedidos de retirada do presidente não é oportuno.

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“Cabe ao presidente da Câmara, segundo a Constituição, ver a oportunidade e conveniência para a apreciação desses casos. Noventa por cento, noventa e cinco por cento dos que eu já vi não tem nenhuma razão de ter sido apresentado, a não ser um fato político que se queira gerar. Alguns outros, muito pouca coisa. Então, neste momento, não é conveniente se tratar de um assunto desta gravidade, deste tamanho”, justificou Lira.

Pressionado pela postura do Governo para conter a pandemia, ele voltou a citar seu antecessor, o ex-presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tinha 66 pedidos de impeachment e não deu entrada no processo de votação pela Câmara. “Mais uma vez, eu digo: quem errou, se errou, quem cometeu erros, dolo, falta de boa gestão do recurso público para a Covid, estará necessariamente responsabilizado no tempo adequado”, garantiu.

Contrário à CPI da Covid por acreditar que também não é o momento de investigar os indícios de descaso do Ministério da Saúde, em nome do Governo Federal, para focar nas medidas de enfrentamento ao vírus , Lira já comentou sobre o atual cenário político que deve se estender até às eleições de 2022. “É normal, é democrático (a apresentação de impeachment), o Brasil está literalmente dividido. Você tem aí um ex-presidente com 30%. Você vê o atual presidente com 30%. Você enxerga os dois caminhando para o centro, então é normal que haja pressão de uma parte, e não de outra”, argumentou.

O ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez um elogio público ao seu sucessor, Arthur Lira (PP-AL), por ele ter dados sinais de avanço com a reforma tributária.

"Importante e necessária a iniciativa do presidente @ArthurLira_ de colocar a reforma tributária para andar. Acompanhei todo o trabalho do relator, @depaguinaldo11, na formatação do texto da PEC 45. Essa é a reforma mais importante para o País crescer e diminuir as desigualdades", escreveu Maia.

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Ontem, Lira declarou no Twitter que uma versão inicial do texto da reforma tributária será divulgada no dia 3 de maio. O texto que reúne uma versão da Câmara, uma do Senado e uma do governo federal sobre as mudanças no sistema de tributação do País está parado no Congresso, com a relatoria do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

"O Congresso não pode ficar prisioneiro da paralisia política das guerras legislativas. Mais do que nunca, temos de cumprir nosso dever com a sociedade. Como sinalização de que a política do cabo de guerra não vai alterar nossa missão, estaremos tornando pública na segunda-feira, dia 3 de maio, a versão inicial do texto da reforma tributária", escreveu Lira no Twitter no sábado, 24.

O tuíte de Maia deste domingo foi uma resposta a essa declaração. O ex-presidente da Câmara ainda escreveu: "Parabéns ao presidente Arthur Lira. O País não pode ser prisioneiro da incompetência do Executivo."

Em fevereiro de 2020, foi criada uma comissão mista, com senadores e deputados para debater o texto, pelos então presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O colegiado, formado por 25 senadores e 25 deputados, discutiu duas propostas de emenda à Constituição (PECs 45/19 e 110/19). A principal convergência é a extinção de tributos que incidem sobre bens e serviços.

Para alguns parlamentares, a retomada da reforma tributária por Lira nesse momento é também uma forma da Câmara manter o protagonismo, sob a gestão de Lira, enquanto o Senado irá iniciar os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que promete ser o centro das atrações políticas do País pelos próximos meses.

 Na tarde desta sexta (19), em suas redes sociais, o ex-presidente da câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) voltou a criticar a postura do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia da Covid-19. O democrata chegou a dizer que é  “hora de discutir o semipresidencialismo”.

"O presidente é pródigo em não assumir responsabilidades. Quando o país mais precisa de um pingo de responsabilidade e racionalidade, Bolsonaro dobra a aposta da irresponsabilidade e irracionalidade, jogando governadores e prefeitos na cova dos leões ao acionar o STF para acabar com as medidas de restrição, e enviando um PL ao Congresso para determinar o que é atividade essencial ou não. O presidente quer as instituições contra ele pra reforçar sua falsa narrativa de eterno perseguido”, escreveu Maia.

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O deputado também classificou o presidente como um “lobo solitário”. “O Brasil e os brasileiros são suas presas. Chegou a hora de discutir o semipresidencialismo. Nenhum país aguenta tanto tempo de tanta irresponsabilidade nas mãos de um inconsequente”, concluiu Maia, cujo partido nunca elegeu um presidente da república, embora sempre tenha sido decisivo no parlamento, compondo o bloco conhecido como “centrão”.

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STF

Em transmissão ao vivo realizada na última quinta (18), Bolsonaro disse que entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade no STF, buscando conter as medidas restritivas impostas por governadores e prefeitos. "Buscando conter esses abusos, que, inclusive, no decreto, o cara bota ali toque de recolher. Isso é estado de defesa, estado de sítio que só uma pessoa pode decretar: eu", declarou.

De acordo com o artigo 137 da Constituição, o estado de sítio pode ser decretado em um contexto de "comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa", bem como em caso de "declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira". O estado de defesa, por sua vez, é um dispositivo criado para "calamidades de grandes proporções da natureza". A pandemia do novo coronavírus já matou 287.499 brasileiros, segundo a Universidade Johns Hopkins.

Depois de deixar a presidência da Câmara no mês passado sem conseguir eleger seu sucessor, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) vai reorganizando sua estratégia política. Abandonado na disputa pelo presidente do DEM, ACM Neto, Maia deixará o partido. Ele disse ao Estadão que deve se filiar ao MDB ou a um novo partido de centro. "O MDB é um partido com quadros com quem tenho uma relação histórica muito importante. E me sentiria confortável", afirmou.

Paralelamente, Maia segue à frente da articulação de uma candidatura de centro para 2022. Ele defende que os quatro principais nomes do grupo - o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o apresentador Luciano Huck, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) - apresentem ideias, mas que isso produza uma candidatura única. "Desses quatro nomes tem de sair uma chapa."

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A sucessão na Câmara causou um racha entre os partidos que participam da discussão sobre uma candidatura de centro. Ela ainda é possível?

 

Ela vai ser montada porque a sociedade quer uma candidatura fora dos extremos. E tem uma parte importante da sociedade que quer uma candidatura no nosso campo. Liberal, democrático. Dos nomes que temos, começando pelo Doria, e passando pelo Huck, Mandetta e Eduardo Leite, daqui tem de sair um nome. Nessa eleição, os projetos pessoais têm de ser engavetados. Todos têm o direito de colocar o seu projeto até um determinado momento. A partir daí, tem de se consolidar uma candidatura. Acho que desses quatro nomes tem de sair uma chapa.

O ex-ministro Sérgio Moro não faz parte desse "pacote"?

 

Acho que ele não está nesse campo 100%. Agora, é óbvio que é um quadro que tem apoio na sociedade. Você ter o apoio do Moro pode ajudar.

E como fazer para que esses quatro nomes se transformem numa só candidatura?

 

O ideal é que todos trabalhassem em conjunto, fazendo um debate nacional, para que pudessem ficar mais conhecidos fora de seus campos. E uma regra para que você saísse na virada do ano com um nome só.

O DEM sinalizou um alinhamento ao Planalto pela presidência da Câmara. Agora, o presidente do partido, ACM Neto, fala que Mandetta pode ser candidato do DEM em 2022. É possível contar com o DEM nessa articulação?

 

O senador Antonio Carlos Magalhães, diferentemente do neto dele, dizia que deputado a gente não empresta. O Neto resolveu emprestar os deputados dele, entregar a base dele para o bolsonarismo. Eu acho muito difícil acreditar nele, por mais que, de forma desesperada, agora ele esteja tentando criar no Mandetta um candidato. Não pelo Mandetta, que é um candidato forte. Mas o Neto acabou entregando a base dele, por um acordo menor, ao bolsonarismo. Só de ele (ACM Neto) ter lançado o Mandetta, certamente Huck deve ter olhado, Doria deve ter olhado, puxa, esse menino está mentindo de novo. Prometeu que ia nos apoiar e está jogando o Mandetta para tentar se salvar do acordo que fez com o Bolsonaro na eleição para presidente da Câmara. A credibilidade do presidente do partido é cada vez menor.

Sua saída do DEM é irreversível?

 

Com certeza.

E para qual partido vai?

 

Eu estou conversando. Hoje, converso mais com o MDB. E tem também a possibilidade da construção de um partido de centro. Ou a fusão de alguns partidos.

A maior tendência seria fechar com o MDB?

 

O MDB tem quadros com quem tenho uma relação histórica muito importante. E me sentiria confortável.

O comportamento do presidente na pandemia não caracterizaria crime de responsabilidade? O senhor não poderia ter pedido a abertura do processo de impeachment?

 

Eu continuo defendendo que o melhor instrumento seria uma CPI. Porque acho, inclusive, que o processo do impeachment, nesse momento, ajudaria o presidente. Porque tiraríamos da frente dele duas mil mortes diárias e colocaríamos um debate político entre os radicais do Bolsonaro e parte da sociedade, em que esse seria o embate. Eles criariam uma narrativa a favor dele. Nesse momento, eu acho que uma CPI seria o melhor instrumento pra investigar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) criticou a gestão do presidente Jair Bolsonaro diante da crise sanitária causada pela pandemia da covid-19. Maia aponta a letargia do governo federal diante da iniciativa dos governadores dos estados de buscarem por conta própria vacinas contra o vírus, mencionando ainda sua inércia quanto às PECs emergenciais debatidas no congresso.

“Bolsonaro inaugurou o governo do cada um por si. Estados e municípios que se virem e comprem vacina; doentes que se virem pra achar vaga em UTI; investidores que se virem com as intervenções do governo; o país que se vire para vencer a pandemia”, escreveu Maia, em sua conta no Twitter. Em outra postagem, o deputado continua: “os parlamentares que se virem para passar as PECs. Só lembrando: na falta de liderança, o Congresso atuou para garantir o funcionamento do país com a PEC da Guerra”, completa.

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Alguns seguidores criticaram o posicionamento tardio de Maia, que engavetou 61 pedidos de impeachment contra Bolsonaro. “Demorou ne, Rodrigão? Por que voce nao fez nada quando tava no comando da Câmara?  Agora ta parecendo a gente puto. Reclamando no tuiter sem poder fazer nada”, alfinetou o comunicador Felipe Andreoli.[@#video#@]

A Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo o arquivamento de inquérito que apura suspeita de pagamento de propinas da Odebrecht ao deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e seu pai, César Maia. Ambos negam.

Em 2019, relatório da PF atribuiu aos dois crimes de corrupção, lavagem e caixa 2.

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Segundo a PGR, não foram apresentadas provas além de relatos dos delatores e planilhas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ex-presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) prevê que será muito difícil o Congresso aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do auxílio emergencial com as contrapartidas fiscais sem o presidente Jair Bolsonaro assumir a responsabilidade e defender as 17 medidas de cortes de gastos que estão no parecer apresentado pelo relator, senador Márcio Bittar (MDB-AC).

"Quem é que nesse momento pré-eleição vai ter coragem de comandar isso?", diz Maia ao Estadão. Ele lembrou que Bolsonaro quase demitiu o secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, depois que o auxiliar de Guedes falou em congelamento de benefícios da Previdência por dois anos para o governo economizar recursos e pagar o programa social Renda Brasil, substituto do Bolsa Família que nunca saiu do papel.

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Para Maia, se o presidente não disser que está a favor das medidas, que incluem congelamento de salário dos servidores, ficará muito difícil o Congresso assumir essa responsabilidade sozinho pelo presidente.

Maia contou que lhe relataram, no final do ano passado, que Bolsonaro disse ao senador Márcio Bittar que não queria enfrentar esse tema. "O presidente disse para mim um pouco antes que, se nós quiséssemos, era uma decisão nossa", contou o ex-presidente. "Em nenhum momento, o presidente se manifestou a favor", acrescenta.

Maia aponta que, no fundo, a PEC do auxílio está servindo apenas para se ter uma narrativa de que algo foi feito para justificar a retomada do benefício com aumento das despesas.

Apesar da urgência da PEC do auxílio, a votação no Senado foi adiada para semana que vem e com risco de ser fatiada, deixando no texto apenas a autorização para a concessão do auxílio emergencial. Não há contrapartida de corte de despesas para a concessão do auxílio, que será pago com aumento de endividamento. Os recursos pagos ficarão fora do teto de gastos (regra que limita o crescimento das despesas acima da inflação). Mas há no texto propostas de reforço fiscal para o futuro, inclusive para Estados e municípios, como o acionamento de gatilhos, que são acionados automaticamente em futuras crises.

No comando da Câmara até fevereiro, Maia defendeu, no ano passado, a aprovação da PEC Emergencial, proposta que estava em tramitação no Senado, para financiar o programa social e dar uma sinalização de sustentabilidade para a trajetória da dívida, comprometida pela expansão de gastos na pandemia. Mas a proposta não avançou em meio à disputa política das eleições municipais e depois do comando do Congresso.

Em "live" do UOL, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que a decisão da Casa de manter a prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) foi "extrema e dura, mas tínhamos obrigação com o STF". De acordo com Maia, era preciso colocar algum limite ou, nas eleições de 2022, discursos como o de Silveira seriam recorrentes.

"A decisão dura do Supremo, respaldada pela Câmara, foi uma decisão clara de que não vamos e não queremos caminhar pelos caminhos dos Estados Unidos", apontou o parlamentar, numa referência à invasão feita por radicais ao Capitólio.

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Saída do DEM

Diante do conflito com o DEM às vésperas da eleição da Câmara e do Senado, Maia afirmou que, nas próximas semanas, irá fazer um "pedido de justa causa porque não tenho mais dez anos". "Quero continuar deputado e defender projetos de centro", afirmou o ex-presidente da Câmara. "Estou conversando (com partidos). Mas mais importante que o partido, é o projeto. Não estou com pressa para escolher partido. Não quero estar no partido em que o presidente fez acordo com Bolsonaro", afirmou em referência ao presidente do DEM, ACM Neto.

Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicar o general Joaquim Silva e Luna para a presidência da Petrobras e dizer que pretende fazer novas mudanças na estatal, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), ironizou se Bolsonaro também iria demitir alguns ministros.

"Será que ele vai demitir os ministros Ernesto e Salles?", indagou Maia em seu Twitter. O parlamentar sugere a retirada do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

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A saída do atual presidente da Petrobras, Roberto Castelo Branco, para a entrada do general Joaquim vai depender do aval do conselho de administração da estatal. As falas de Bolsonaro sobre as intervenções do Executivo na petroleira fez com que as ações da empresa caíssem no país e em bolsas de valores do exterior.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse ao Estadão que planeja apresentar seu pedido de desfiliação do DEM até o fim do mês. Maia vai fazer o pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) alegando "justa causa", já que ficou sem condições de permanecer na legenda depois dos embates públicos que teve com o comando do partido durante a eleição para a presidência da Câmara.

Assim que for enviado, o recurso precisará ser analisado pelo TSE para saber se há procedência no pedido. Pela lei de fidelidade partidária, Maia só poderá mudar de sigla se o tribunal considerar que há um motivo forte o suficiente que justifique isso. Do contrário, perderá o direito ao mandato parlamentar se deixar o DEM.

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A princípio, havia até a intenção da direção do partido de permitir que Maia deixasse a legenda, sem reivindicar o seu mandato. Mas, com o acirramento da briga com o presidente do DEM, ACM Neto, de quem criticou o "caráter", isso foi colocado de lado.

Maia afirmou que ainda não decidiu a qual partido pretende se filiar. Segundo ele, essa decisão será tomada apenas "mais para frente". Entre as opções possíveis estão PSDB, PSL, MDB, Cidadania e até uma eventual nova legenda que seja fruto da fusão de partidos atuais e que, de acordo com ele, poderia abrigar uma frente política de centro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Atual presidente do PSDB-RJ, o empresário Paulo Marinho afirmou que desistiria do comando do diretório da sigla caso o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia deixe o DEM para se filiar a legenda. "É um gesto de aceno para mostrar o quanto gostaríamos da chegada dele. Estamos de braços e portas abertas", diz Marinho. O convite a Maia já foi feito pelo governador de São Paulo, João Doria.

A eventual adesão de Maia ao PSDB reúne problemas e vantagens. O deputado chegaria a uma sigla quase inexpressiva regionalmente há anos e precisaria reconstruí-la para lhe dar alguma relevância política. A legenda que já governou o Estado com Marcello Alencar (1995-1998) não elegeu vereador na capital em 2020. Na última eleição presidencial, seu candidato, Geraldo Alckmin, teve 2,44% do eleitorado fluminense. Ficou o quinto lugar, atrás do nanico Cabo Daciolo, que ficou com 2,47%.

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Mas a pouca importância do PSDB fluminense poderia ser favorável ao recém-chegado. Ele não disputaria espaço no partido com outros grupos e teria espaço para a migração de políticos de outras legendas. Enquanto isso, articularia uma frente para a eleição presidencial.

Espera-se que nomes de relevância do DEM acompanhem o ex-presidente da Câmara em sua decisão. A capital fluminense tem hoje o prefeito Eduardo Paes filiado ao partido. Há ainda o presidente da Câmara Municipal, Carlo Caiado, e outros seis vereadores. O DEM é a maior bancada no Legislativo carioca, empatado com PSOL e Republicanos.

Há, no entanto, dúvidas quanto aos passos de Eduardo Paes, que talvez não acompanhe Maia num primeiro momento. O recente confronto de Maia com o presidente Jair Bolsonaro também pode afastar ou atrasar outras adesões.

O presidente Jair Bolsonaro desejou , em entrevista ao programa Brasil Urgente, da Rede Band, boa sorte ao deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Nesta segunda-feira (8), Doria afirmou que convidou Maia para se filiar ao PSDB.

Bolsonaro disse também que tinha "um problema" com Maia e que agora o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AP), assumiu a "independência, mas com responsabilidade". "Somos independentes, mas, na verdade, o Executivo e o Legislativo estão de mãos dadas o tempo todo. Um precisa do outro", declarou. De acordo com o presidente da República, não adianta os parlamentares quererem pôr algo em pauta se o presidente da Câmara não quiser.

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Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o ex-presidente da Câmara confirmou que deixará o DEM para fazer oposição a Bolsonaro. Maia disse que o partido regrediu aos tempos da Arena. A decisão foi tomada após a legenda ter abandonado a candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) a presidente da Casa. A sigla declarou neutralidade na véspera da eleição, o que liberou os deputados a votar em Lira, apoiado pelo governo e que saiu vitorioso.

O governador João Doria (PSDB) convidou formalmente o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para entrar no PSDB. Segundo o tucano, que recebeu o deputado, neste domingo, 7, em sua residência na capital, Maia disse que vai analisar a proposta e que não tomará essa decisão imediatamente.

"Ontem, recebi a visita (de Rodrigo Maia) em minha residência e o convidei (a se filiar). Ele vai analisar. Essa não é uma decisão que ele vai tomar de imediato. Ficou claro para mim que ele deixará o DEM. Nos próximos dias ou semanas teremos a posição dele", disse Doria em entrevista coletiva nesta segunda, 7, no Palácio dos Bandeirantes.

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O encontro entre Maia e o governador paulista acontece no momento em que PSDB, PSL, Cidadania e MDB fazem uma ofensiva para atrair o ex-presidente da Câmara. Em entrevista publicada nesta segunda-feira, 8, no jornal Valor Econômico, o deputado disse que pretende deixar o DEM e que vai para uma sigla que faça oposição ao presidente Jair Bolsonaro. "O DEM decidiu majoritariamente por um caminho, voltando a ser de extrema direita, que é ser aliado do Bolsonaro", disse Maia.

Embora Doria não tenha tratado do assunto na conversa deste domingo, 7, o PSDB fluminense sinaliza que Maia pode ser o candidato da sigla ao Senado ou ao governo do Rio de Janeiro em 2022. "Maia tem tapete vermelho no PSDB e todo espaço político. Ele tem bagagem para disputar um cargo no Executivo. É um cenário promissor", disse o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ).

No entorno do presidente da Câmara, porém, a avaliação é que o deputado não tem demonstrado interesse em disputar um cargo majoritário nas eleições de 2022. O foco de Maia seria participar de uma articulação nacional para formar uma frente de centro e encontrar um nome viável para enfrentar Bolsonaro na disputa pelo Palácio do Planalto.

Reações

A entrevista de Maia e as notícias de que ele estaria conversando com partidos sobre uma possível filiação provocaram diversas reações. "Infelizmente, o deputado Rodrigo Maia tenta transferir para a presidência do Democratas a responsabilidade pelos erros que ele próprio cometeu durante a condução do processo de eleição da Mesa Diretora da Câmara", disse o ex-prefeito de Salvador e presidente do DEM, ACM Neto, em nota divulgada nesta segunda-feira.

O dirigente disse, ainda, que "lamenta muito" as palavras do deputado Rodrigo Maia. "Não guardo rancor ou ódio de ninguém, porque não me permito ficar refém de sentimentos tão negativos", afirmou ACM Neto.

Em outra frente, o senador Major Olímpio (SP), líder do PSL no Senado, rechaçou a possibilidade de o ex-presidente da Câmara entrar no partido. "Nem eu nem as bases do PSL vamos aceitar. Só seremos xingados nas ruas se aceitarmos Maia e ainda com o propósito macabro do PSL apoiar Doria em 22", disse o parlamentar.

Procurada, a assessoria de Maia informou que ainda não há decisão sobre seu futuro político e que, no momento, "é tudo especulação".

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