"Hora de discutir o semipresidencialismo", dispara Maia

Deputado federal criticou a atitude de Bolsonaro de pedir que o STF acabe com as medidas restritivas promovidas pelos governadores e prefeitos que tentam conter a alta de casos de Covid-19

sex, 19/03/2021 - 15:45

 Na tarde desta sexta (19), em suas redes sociais, o ex-presidente da câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) voltou a criticar a postura do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia da Covid-19. O democrata chegou a dizer que é  “hora de discutir o semipresidencialismo”.

"O presidente é pródigo em não assumir responsabilidades. Quando o país mais precisa de um pingo de responsabilidade e racionalidade, Bolsonaro dobra a aposta da irresponsabilidade e irracionalidade, jogando governadores e prefeitos na cova dos leões ao acionar o STF para acabar com as medidas de restrição, e enviando um PL ao Congresso para determinar o que é atividade essencial ou não. O presidente quer as instituições contra ele pra reforçar sua falsa narrativa de eterno perseguido”, escreveu Maia.

O deputado também classificou o presidente como um “lobo solitário”. “O Brasil e os brasileiros são suas presas. Chegou a hora de discutir o semipresidencialismo. Nenhum país aguenta tanto tempo de tanta irresponsabilidade nas mãos de um inconsequente”, concluiu Maia, cujo partido nunca elegeu um presidente da república, embora sempre tenha sido decisivo no parlamento, compondo o bloco conhecido como “centrão”.

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STF

Em transmissão ao vivo realizada na última quinta (18), Bolsonaro disse que entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade no STF, buscando conter as medidas restritivas impostas por governadores e prefeitos. "Buscando conter esses abusos, que, inclusive, no decreto, o cara bota ali toque de recolher. Isso é estado de defesa, estado de sítio que só uma pessoa pode decretar: eu", declarou.

De acordo com o artigo 137 da Constituição, o estado de sítio pode ser decretado em um contexto de "comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa", bem como em caso de "declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira". O estado de defesa, por sua vez, é um dispositivo criado para "calamidades de grandes proporções da natureza". A pandemia do novo coronavírus já matou 287.499 brasileiros, segundo a Universidade Johns Hopkins.

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