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O Congresso argentino iniciou nesta terça (26) sessões extraordinárias convocadas pelo presidente Javier Milei - que vão até 31 de janeiro - para debater leis complementares a um decreto de desregulação econômica criticado pela oposição e centrais sindicais.

Em paralelo, o governo argentino anunciou ontem que não vai renovar contratos de cerca de 5 mil funcionários públicos no próximo ano, que vencem até o dia 31. Os demais contratos, segundo o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, entrarão em um processo de revisão de 90 dias.

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Depois de formalizada a convocação das sessões extraordinárias, segundo o jornal argentino Clarín, teve início ontem uma tensa negociação no Congresso sobre os projetos enviados pelo governo, que incluem a reforma do Estado, regras eleitorais, entre outros, de um total de 11 iniciativas.

Uma das propostas cuja reversão vai ser debatida é a do imposto de renda, que aumentou o piso da isenção para assalariados e autônomos. A mudança foi aprovada há apenas três meses a partir de uma iniciativa do ex-ministro da Economia Sergio Massa, na época candidato à presidência. Apesar de considerada eleitoreira, ela teve o apoio do próprio Milei, que ainda era deputado.

O Liberdade Avança, do libertário, iniciou as conversações com os blocos de oposição tanto na Câmara como no Senado, em busca de apoio às propostas, algumas das quais exigem maioria nas duas Casas.

As iniciativas fazem parte do pacote anunciado no 12 e são temas que não podem ser alterados por Decretos de Necessidade e Urgência (DNU),- instrumento usado pelo libertário para desregulamentar a economia e equivalente à brasileira Medida Provisória (MP).

As sessões do Congresso foram convocados na sexta-feira, dois dias depois que o presidente anunciou um DNU, chamado na Argentina de "megadecreto", que modificou ou revogou mais de 300 leis com o objetivo de liberalizar a economia. A medida foi duramente criticada pela oposição, que acusa o governo de atropelar os poderes e foi alvo de protestos nas ruas argentinas.

Nenhuma das medidas que integram o DNU foi incluída na agenda das sessões extraordinárias no Congresso.

O conteúdo do DNU assinado na semana passada despertou protestos nas ruas, reações da oposição e a convocação de uma manifestação por centrais sindicais para hoje para pedir à Justiça que o declare inconstitucional.

O decreto foi anunciado como um plano do governo para a redução de gastos do Estado, que tem como meta atingir o equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Ele limita o direito de greve, revoga a lei dos aluguéis, elimina normas de proteção aos trabalhadores e ao consumidor frente a aumentos abusivos de preços em uma inflação anual que supera 160% e a pobreza 40%, entre outros.

O decreto, contra o qual a Justiça já admitiu uma ação coletiva de organizações civis, deve ser aprovado pelo Congresso. Ele entrará em vigor na sexta-feira, independentemente de sua análise no Congresso que só pode aprová-lo ou invalidá-lo em sua totalidade, sem modificar seu conteúdo. Para rejeitá-lo é necessário que tanto a Câmara dos Deputados como o Senado votem contra.

O Liberdade Avança tem 40 dos 257 deputados e 7 de 72 senadores, enquanto a oposição tem a primeira minoria em ambas as Casas. As demais forças são três partidos de centro e de direita da coalizão Juntos pela Mudança, que tem a segunda minoria, além de uma pequena representação da esquerda e outras agrupações.

Cortes

Com relação aos cortes no funcionalismo público, o porta-voz da presidência afirmou que a medida afetará todos os funcionários temporários da administração federal e de vários órgãos públicos na Argentina, e que apenas os trabalhadores de empresas e sociedades estatais e corporações não estão incluídos.

O governo também vai revisar a lista dos beneficiários do auxílio social Potencializar Trabalho, que paga metade de um salário mínimo a pessoas em situação de vulnerabilidade. O governo iniciará uma auditoria de mais de 1 milhão de contratos desse benefício. O governo diz acreditar que 160 mil beneficiários podem estar recebendo o auxílio de forma "irregular". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Depois de décadas de debates, o principal tema aprovado pela Câmara dos Deputados em 2023 foi a reforma tributária (PEC 45/19), que unifica impostos e simplifica legislações para criar dois tributos (um estadual/municipal e outro federal) incidentes sobre o consumo.

Apesar de ainda depender de leis para regulamentar o novo sistema tributário, a Emenda Constitucional 132, promulgada em 20 de dezembro, prevê uma transição de 49 anos (2029 a 2077) após o fim do ICMS e do ISS para evitar quedas sucessivas de arrecadação dos entes federados com a cobrança do novo tributo (IBS) pelo local de consumo do bem ou serviço.

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Ainda na área de economia, em 2023 os deputados aprovaram o novo arcabouço fiscal (PLP 93/23, que originou a Lei Complementar 200/23), estabelecendo limites para a despesa pública ao mesmo tempo em que garante um mínimo de aumento de despesas. Excessos de arrecadação poderão ser usados para investimentos e, se o resultado primário não for cumprido, o aumento de receitas será menor.

Aumento de arrecadação
Em razão do desenho desse regime fiscal, buscou-se um aumento de arrecadação federal para evitar cortes drásticos em setores considerados importantes, como programas sociais e investimentos.

Assim, foram aprovadas medidas como a volta do voto de desempate no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) a favor da Fazenda pública (Projeto de Lei (PL) 2384/23, que originou a Lei 14.689/23). Desde 2020, o governo tinha perdido a prerrogativa de dar o voto decisivo durante os julgamentos.

No mesmo sentido, foi aprovado o Projeto de Lei 4173/23, que originou a Lei 14.754/23, que tributa antecipadamente fundos fechados destinados a investidores de alta renda (acima de R$ 10 milhões).

Direitos da mulher
Não só de economia o Plenário da Câmara tratou neste ano. Vários projetos ao longo do ano, selecionados pela bancada feminina, foram aprovados com o intuito de combater a violência contra a mulher e melhorar o exercício de seus direitos.

Alguns deles já viraram lei, dos quais destacam-se:

Saúde
Na área de saúde, a Câmara aprovou, por exemplo, a Medida Provisória 1165/23, que muda o programa Mais Médicos para permitir a prorrogação de contratos e criar indenizações de incentivo ao exercício da atividade em áreas de difícil fixação.

A medida foi convertida na Lei 14.621/23 e prevê a possibilidade de usar recursos de telessaúde quando necessário.

Educação
Com previsão de início em 2024, a Câmara dos Deputados aprovou incentivo financeiro educacional, na modalidade poupança, para estimular alunos do ensino médio a permanecerem na escola e concluírem o curso.

O Projeto de Lei 54/21 aguarda sanção presidencial e cria um fundo com aporte de R$ 20 bilhões pela União para fazer frente às despesas.

Direitos sociais
Na área de direitos sociais, a Câmara dos Deputados aprovou projeto que estende o direito a atendimento prioritário nos serviços para pessoas com transtorno do espectro autista e com mobilidade reduzida. O Projeto de Lei 1855/20 já foi convertido na Lei 14.626/23.

Energia e Meio Ambiente
Por meio da Medida Provisória 1151/22, a Câmara dos Deputados aprovou mudanças nas regras da lei de gestão de florestas públicas por concessão, permitindo a exploração de outras atividades não madeireiras e o aproveitamento e comercialização de créditos de carbono. A MP foi convertida na Lei 14.590/23.

Para incentivar a produção de hidrogênio considerado de baixa emissão de carbono, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2308/23, que passou a tramitar no Senado.

De acordo com o texto, haverá uma certificação voluntária e incentivos federais tributários na compra ou importação de máquinas e equipamentos novos e de materiais de construção destinados aos projetos de hidrogênio.

Números
Em 2023, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou 137 projetos de lei, 22 medidas provisórias, 25 projetos de decreto legislativo, 8 projetos de resolução, 8 projetos de lei complementar e 3 propostas de emenda à Constituição (PEC).

*Da Agência Câmara de Notícias

Um projeto de lei (PL) foi protocolado nesta segunda-feira (20) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), que autoriza a entrada de recipientes com água em shows privados no estado. O texto é de autoria da deputada estadual Dani Portela (PSOL), e foi elaborado em caráter de urgência. Na última sexta-feira (17), uma jovem de 23 anos morreu durante o show da cantora norte americana Taylor Swift, no Rio de Janeiro, após passar mal devido ao calor excessivo na capital fluminense. 

O texto proposto pela parlamentar altera a Lei nº 14.133, de 30 de agosto de 2010, que estabelece a regulamentação para realização de shows e eventos artísticos acima de 1.000 pessoas em Pernambuco. A lei atual não versa acerca de permissão ou proibição de entrada de água pelo público geral de eventos privados, determinando apenas a proibição de recipientes ou copos de vidro. 

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A propositura pretende permitir que os espectadores destes shows possam levar até três recipientes de água mineral industrializada, de até 1,5L cada, para uso pessoal, por pessoa. A causa real da morte de Ana Clara Benevides não foi esclarecida ainda, podendo levar até 30 dias para que o laudo completo seja finalizado pela Polícia Civil. No entanto, as hipóteses levantam o fato de o Rio de Janeiro ter registrado sensação térmica de 60°C no dia da morte da garota. A produção do evento proibiu que o público entrasse com água, tornando compulsória a compra dentro do local do show. 

“Episódios como este do último sábado não podem virar um padrão. Esta não foi a primeira vez que um caso como esse veio a acontecer. É caráter de urgência estabelecer uma lei que vise garantir o bem-estar das pessoas nestes lugares de lazer e aglomeração. Vivemos ainda um agravante, uma ebulição global que vem aumentando as temperaturas em todo o país. O acesso à água não pode ser um direito negado, principalmente nestas condições. A vida desses espectadores vale muito!”, destacou a deputada Dani Portela. 

 

A grande imprensa da Argentina em geral considerou que o ministro da Economia, Sergio Massa, se saiu melhor no debate realizado no domingo (12) que reuniu os dois candidatos que disputam o segundo turno das eleições presidenciais do país. O La Nación questionou alguns analistas, e em todos os casos o governista era visto como o de melhor desempenho, com margens variáveis frente ao candidato ultralibertário Javier Milei.

Entre os analistas ouvidos pelo jornal, Joaquín Morales Solá deu vantagem modesta a Massa, mas criticava o fato de que o atual ministro ficou com maior foco em "desestabilizar Javier Milei", uma intenção "ostensiva desde o primeiro segundo do debate".

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O analista não viu um claro vencedor, mas considerou que Massa levou com folga o primeiro bloco, com Milei "mais atrevido" no segundo e no terceiro blocos.

Já Carlos Pagni, ouvido também pelo La Nación, considerou que o ministro da Economia mostrou que preparou muito bem seus argumentos, para explicar cada tema, e buscou também traçar uma "radiografia minuciosa das fraquezas de Javier Milei".

Pagni acredita que Massa conseguiu com destreza cumprir a tarefa de, sendo membro do atual governo, ocupar a posição de questionar o opositor.

Em política externa, por exemplo, Pagni acredita que Milei "deixou claro que lhe faltou bastante preparação".

José Del Rio considerou o debate uma oportunidade perdida para debater de fato o quadro do país, ao destacar que os candidatos se centraram em questões menores, como quando Massa perguntou a Milei como foi o estágio dele no Banco Central da República Argentina (BCRA), que este agora pretende fechar, mas também deu vitória ao governista.

Gail Scriven deu vitória ainda mais clara a Massa, considerando-o "claramente mais preparado com seus ataques, dados e gestos", deixando Milei na defensiva.

Jorge Liotti também via vitória de Massa, "impondo-se claramente" ao discutir os riscos de uma eventual vitória do oposicionista.

Inés Capdevila também deu vitória ao governista, apontado como mais preparado.

No Ámbito Financiero, a avaliação era de que Massa conseguiu dominar "os tempos e os temas" do debate, enquanto o oposicionista "não cometeu erros não forçados".

O Clarín também via Massa em vantagem, "diante de um Milei que não aproveitou a enorme crise deixada pelo governo", e avaliou que o ministro conseguiu pressionar o oposicionista ao longo do evento.

Mais à esquerda, o Página 12 via Milei com "um desempenho pobre". Segundo a avaliação nesse diário, o candidato governista conseguiu impor sua agenda e marcar o ritmo da discussão.

Mais liberal, o Cronista afirmou que Massa se concentrou em "quebrar o discurso do libertário e evidenciar seus flancos frágeis", enquanto Milei "buscou se mostrar sereno, mas caiu no jogo do ministro mais de uma vez".

A empresa brasileira de consultoria e outsourcing de tecnologia com mais de 20 anos de experiência, Leega, lançou esta semana, o nono episódio do "Deu Leega" - um videocast voltado para profissionais na área de T.I, entusiastas de tecnologia e gestores de negócios. Intitulado "Governança de Dados: Impulsionando o Sucesso Empresarial", o novo episódio aborda assuntos fundamentais do mundo da tecnologia, inovação e negócios, e convida os espectadores a se aprofundarem na importância da governança de dados e de suas aplicabilidades nas estratégias de negócios. 

O episódio está disponível no canal oficial da Leega no YouTube e é apresentado pelo diretor de operações da Leega, Arlindo Carlesso e a gerente de operações, Renata Clarassot. Entre os temas discutidos no episódio, confira a seguir quatro deles: 

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A importância da governança de dados no cenário atual das empresas: Os especialistas da Leega compartilham insights sobre como a governança de dados desempenha um papel vital na tomada de decisões estratégicas e no sucesso geral das empresas em um mercado em constante transformação. 

Governança: projeto ou programa?: O episódio mostra a abordagem correta para a governança de dados e trata sobre como ela deve ser abordada pelos gestores – seja como um projeto isolado ou como um programa contínuo e em evolução. 

Riscos nos ambientes de dados sem governança: Arlindo e Renata também detalham os riscos e desafios enfrentados pelas empresas que negligenciam a governança de dados, destacando a importância de estabelecer práticas sólidas nessa área. 

Dificuldades na implementação da governança de dados: Por fim, os especialistas discutem as dificuldades comuns que as empresas enfrentam ao implementarem programas de governança de dados, fornecendo insights valiosos sobre como superá-las. 

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Para mais informações sobre a Leega, visite o site oficial.

 

  A Bienal Internacional do Livro de Pernambuco promove, neste domingo (15), às 15h, um debate crucial sobre o Oriente Médio. Mais especificamente, o evento abordará o conflito entre Israel e a Palestina.

Para dialogar com o público, a Bienal convidou Rafael Baltar, doutorando em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco, Mestre em Direito Internacional pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2011), Professor de Direito Internacional Público na Universidade Católica de Pernambuco e membro do Grupo de Pesquisa Casa Comum - Filosofia e Teoria do Direito na Pós-Modernidade: Poder, Conflito e Paz.

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A ideia é de abordar a complexa história da região sem paixões, com foco na objetividade e na busca por compreensão. A Bienal Pernambuco acontece de 06 a 15 de outubro, das 10h às 21h, no Centro de Convenções de Pernambuco @pernambucocecon.

*Da assessoria

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse, nesta terça-feira (26), que o Congresso vai discutir se vale a pena manter ou derrubar a possibilidade de reeleição no País. A medida passaria a valer só após a corrida eleitoral de 2026. Para o senador, a possibilidade de reeleição, que entrou em vigor em 1998, não foi positiva.

"O sentimento que tenho em conversas com senadores e líderes partidários é que o instituto de reeleição não foi bom para o Brasil. Ela acaba prejudicando a independência do mandatário", afirmou, referindo-se à contaminação das decisões em função das perspectivas eleitorais.

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Pacheco disse que será iniciada uma sessão de debates no plenário do Senado para tratar da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria do senador Jorge Kajuru (Podemos-GO). O texto veta a reeleição para cargos do Poder Executivo em nível federal, estadual e municipal e amplia o tempo dos mandatos de quatro para cinco anos. Essa proposta de debates já foi acertada no colégio de líderes e entrará em andamento logo.

"É um tema que vamos nos dedicar", ressaltou. "É um debate profícuo, e, eventualmente, a conclusão pode ser que, para o Brasil, o melhor é o fim da reeleição".

Em caso de mudança, isso ficaria para depois das eleições de 2026. "Qualquer mudança deve resguardar os atuais mandatários", ponderou.

Pacheco participou nesta terça do Fórum Brasileiro de Incorporadoras (Incorpora 2023), evento que reúne empresários da construção e autoridades públicas, organizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados debateu, nesta terça-feira (5), um projeto de lei que veta a união civil homoafetiva. O relator da proposta é o deputado Pastor Eurico (PL-PE). O texto veta a equiparação de união homoafetiva ao casamento heterossexual e nega que seja tratada como “entidade familiar”.

A sessão foi marcada por um debate intenso entre os parlamentares do governo e oposição, houve obstrução da pauta, tentativa de aprovação do texto em bloco e bate-boca. 

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Veja a íntegra do debate

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Entre os governistas, o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) tentou aprovar uma audiência pública antes da votação do texto, mas o requerimento foi rejeitado. 

Vieira argumentou que "o Brasil é o país que mais mata transsexuais e travestis no mundo por dados oficiais" e rebateu a tese de vitimismo exposta por deputados conservadores. "Eu não chamo isso de vitimismo, esse tipo de discurso não tem compaixão, não tem sensibilidade, não tem empatia, solidariedade e nem amor. Existe um ambiente de hostilidade, de violência e homicídio motivado por ódio", declarou.

Já entre os deputados conservadores, Eli Borges (PL-TO) chegou a rebater questionamentos. "O que eu ouço sempre nessa casa é que nós estamos sempre fazendo registro em detrimento de um segmento da sociedade, é que nós somos homofóbicos, misóginos... Não somos nós que estamos ganhando as ruas para questionar símbolos religiosos, nós estamos de um lado pacífico dessa história", disse.

Proposta original

A proposta original é de 2007, de autoria do ex-deputado Clodovil Hernandes, e propunha que fosse incluído no Código Civil a "possibilidade de que duas pessoas do mesmo sexo possam constituir união homoafetiva por meio de contrato em que disponham sobre suas relações patrimoniais", o que já foi alvo de definição por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2011.

Até agora, outros oito projetos haviam sido apensados ao de Hernandes. Ao relatar a proposta, o deputado Pastor Eurico, defende que, de todos os textos, oito sejam rejeitados e apenas o que veta as uniões homoafetivas seja acatado.

Ao argumentar, o parlamentar pernambucano diz: “A Carta Magna brasileira estabelece em seu art. 226 que a família, base da sociedade, com especial proteção do Estado, reconhece a união estável como entidade familiar apenas entre homem e mulher. Nesse diapasão, qualquer lei ou norma que preveja união estável ou casamento homoafetivos representa afronta direta à literalidade do texto constitucional”.

O pastor ainda salienta que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é “contrário à verdade do ser humano”. "Não menos importante, o casamento é entendido como um pacto que surge da relação conjugal, e que, por isso, não cabe a interferência do poder público, já que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é contrário à verdade do ser humano. O que se pressupõe aqui é que a palavra ‘casamento’ representa uma realidade objetiva e atemporal, que tem como ponto de partida e finalidade a procriação, o que exclui a união entre pessoas do mesmo sexo”, escreveu.

A perseguição política aos povos indígenas na ditadura foi tema de um debate realizado na manhã desta terça-feira (29), na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). A mesa acontece dentro da programação do 8º Encontro Norte-Nordeste de Comitês e Comissões por Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia.

Durante o encontro, o professor e presidente da Associação dos Docentes da Universidade Católica de Pernambuco (Aducape), Natanael Sarmento, defendeu que o o golpe militar de 1964 representou um aprofundamento da ideologia de que a pessoa indígena deveria ser cristianizada e que um suposto progresso seria levado a seus territórios. "Toda a estratégia da geopolítica desenvolvida na Escola Superior de Guerra foi a de criar vias que fizessem integração do Brasil com centros urbanos, só que isso custou as vidas de milhares e milhares e o extermínio de povos indígenas [...]Pelo menos 8,5 mil indígenas foram assassinados pela ditadura" frisou.

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A advogada do Conselho Indigenista Missionário em Pernambuco (Cimi-PE) Ana Carolina Amaral lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) retomará na próxima quarta-feira (30), a votação do Marco Temporal, tese jurídica segundo a qual os povos indígenas têm direito de ocupar apenas as terras que já ocupavam ou disputavam em 5 de outubro de 1988, quando foi promulgada a atual Constituição. "Eu não sei de onde se tirou essa condicionante, pois quando a gente vai orbservar a Constituição, o direito originário não depende de um título de posse. A posse indígena não está baseada em um conceito civilista de posse, mas constituicional, da teoria do indigenato", colocou.

Programação

Na tarde de hoje, a programação do Encontro segue no sétimo andar do bloco G da Unicap, com apresentação teatral de cenas do monólogo "Soledad: a terra é fogo sob nossos pés", com a atriz Hilda Torres e debate sobre constituição dos Memoriais da Democracia e sobre a luta por punição de golpistas e torturadores. Também haverá exibição do documentário "Anatália, Filha deste Solo", que encerra o evento. 

Na última segunda-feira (28), o Encontro promoveu o lançamento do livro "Diários de 1973-1974", de Mércia Albuquerque, considerada maior advogada nordestina de presos políticos do Nordeste. Além disso, houve um encontro de filhos e netos de desaparecidos políticos, que compartilharam relatos de tortura, perseguições e sequelas do período da repressão.

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), participou do debate sobre a reforma tributária no Senado Federal, após proposta do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que reuniu 19 líderes do Executivo no Congresso, nesta terça-feira (29). O texto da reforma tem gerado preocupações e divergências entre os parlamentares, após ser aprovado pela maioria da Câmara dos Deputados.

Na maior parte dos discursos, os governadores se mostram preocupados com a administração tributária, mas o centro das críticas é o chamado conselho federativo.

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Lyra, que compartilha da mesma opinião que quase a totalidade dos governadores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, se colocou contra a centralização da administração de arrecadações em Brasília, conforme sugerido pelo conselho. O argumento é de que as arrecadações e investimentos para Pernambuco seriam reduzidos e que o conselho centralizado aumentaria a desigualdade regional, o que contraria o intuito do pacto federativo, previsto na Constituição Federal de 1988.

“Faço uma reflexão sobre o papel e os princípios que a reforma tributária, a meu ver, devem seguir. Falo em consenso com os governadores do Nordeste brasileiro, de onde o senhor [Veneziano Viral do Rêgo, senador pelo MDB da Paraíba] vem. Temos no Brasil muitas injustiças e desigualdades, sociais e regionais, encrustadas na história do povo brasileiro. A reforma tem o papel de conseguir combatê-las, diminuindo a carga tributária sobre aqueles que têm menos recursos. A tributação em cascata sendo eliminada permite que aqueles que têm menos, paguem menos, e aqueles que podem contribuir mais, paguem mais. Do ponto de vista da desigualdade regional, é evidente que o Norte e o Nordeste brasileiros carecem de uma atenção especial no que diz respeito a tratar sobre as nossas receitas”, afirmou a governadora no início da fala, no plenário. 

Raquel citou que a Região Metropolitana do Recife (RMR) é a mais miserável do Brasil, número que surgiu e prevaleceu ainda no início da pandemia da Covid-19. Também destacou as dificuldades do acesso à água, problema que atinge mais de dois milhões de pernambucanos. 

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Como exemplo sobre a disparidade e celeridade dos investimentos, comparou a seca e os problemas de distribuição ao episódio da reserva da Cantareira, em São Paulo, que recebeu R$ 4 bilhões em menos de dois meses. Em contraste, falou sobre a obra da adutora do Agreste, na transposição do Rio São Francisco, que nunca foi realizada por completo e deve chegar ao fim da primeira etapa até o final deste ano. A gestora também informou os congressistas sobre os problemas da malha rodoviária de Pernambuco e da qualidade das estradas – das 10 piores estradas do Brasil, três são do estado. 

“O Nordeste brasileiro é visto como parte do peso para o restante do país. Não queremos fazer aqui uma disputa regional, pois já saímos perdendo por muito tempo. A reflexão que fazemos é sobre a necessidade do combate às injustiças sociais, e essas injustiças passam necessariamente pelo combate às desigualdades regionais. Por isso, o Fundo do Desenvolvimento Regional será um dos temas a nos permitir inverter a lógica e virar o jogo na qualidade de vida dos nossos estados e passar a figurar nos melhores indicadores sociais. Política pública de verdade só se faz com dinheiro e não eliminando nossos impostos sem permitir que a gente possa ter contraponto para investir, garantir logística, água e ter competitividade”, acrescentou. 

O Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) é uma proposta dos governadores para que os estados mais pobres possam investir em infraestrutura e reduzir seus diferenciais de produtividade em relação aos mais ricos. Na última semana, foi divulgado o Índice de Competitividade dos estados brasileiros, pelo Centro de Liderança Pública de São Paulo. Entre os 10 primeiros estados, nenhum era do Norte ou Nordeste. 

“Quando a gente fala do conselho federativo, estamos discutindo o pacto federativo. A Constituição fez uma federação aqui invejada pelo mundo inteiro, com participação de competências, mas também com atribuição de recursos. Ao longo do tempo, o pacto foi desvirtuado. Olhando para a fala de diversos governadores, se nós não colocarmos luzes sobre os números, não sabemos o que iremos encontrar a partir da reforma tributária. A gente corre o risco de ter um pacto falido, mais do que temos agora”, concluiu Lyra. 

O posicionamento de outros líderes  

Governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade)

“Que ela [a reforma] venha para simplificar o sistema tributário e promover justiça social e fiscal. O que incomoda a mim e outros governadores é sobre a governança do conselho da federação. A ideia do conselho, filosoficamente falando, é importante, mas se ela é um conselho da federação, os entes federativos precisam se sentir representados. Se há um conselho em que uma região se sobrepõe à outra, se perde o sentido de conselho federativo. O conselho precisa representar a federação”. 

Governador do Amazonas, Wilson Lima (União)

“O ponto que mais interessa ao Amazonas é a Zona Franca de Manaus. Não há como abrir mão da Zona. Sem ela, o Amazonas vira terra arrasada. Algumas coisas no âmbito da reforma nos preocupam com a nova modelagem de cobrança no destino e com o desaparecimento do IPI, Confins, PIS. Como isso vai acontecer se esse é o principal instrumento utilizado para garantir a competitividade das empresas?  

[...] O outro ponto é sobre o fundo. Precisamos de clareza sobre como o fundo será administrado, qual a fatia de cada estado e como vamos administrar perdas. O Ipea divulgou um estudo que mostra o Amazonas como o estado que menos vai participar desse bolo, com uma perda de 34%”. 

Governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT)

“O conselho federativo tem que ter o mesmo peso que o Senado Federal. Paridade entre os 27 pontos. [Não] podemos cometer o mesmo erro do sistema atual, de privilégios e exceções, em vez de ser um sistema de regras. Todo segmento econômico busca o governo para tentar estar numa regra privilegiada, mas o sentido da reforma é diminuir as exceções e os privilégios e peço que a gente não amplie ou não reduza a quantidade de exceções. O princípio da reforma é que os entes não percam arrecadações”. 

Conselho Federativo 

A comissão federal que tem tratado dos impostos abordados na reforma tributária, em Brasília, e criticada pela governadora Raquel, foi criada pelo Governo Lula em abril deste ano. O conselho se trata de um colegiado extraordinário, criado para gerir o Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS), que passaria a ser controlado pela União. Atualmente, o texto da reforma se encontra sob apreciação no Senado, após aprovação na Câmara dos Deputados.  

Pacto federativo 

O pacto federativo está previsto da Constituição Federal de 1988 e dispõe dos dispositivos que configuram a moldura jurídica, as obrigações financeiras, a arrecadação de recursos e os campos de atuação dos entes federados. O debate em torno do pacto federativo que está sendo travado atualmente no Congresso Nacional gira em torno, sobretudo, de questões fiscais.  

De acordo com a Constituição de 1988, a República Federativa do Brasil é composta pela parceria indissolúvel de estados, municípios e distrito federal. A organização político-administrativa brasileira compreende a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição. 

 

Oito candidatos republicanos participaram na quarta-feira (23) no primeiro debate dos conservadores para as primárias de 2024, um evento marcado pela ausência de Donald Trump.

A esnobada de Trump tirou de seus rivais, em grande desvantagem nas pesquisas, a oportunidade de confrontar o ex-presidente ao vivo durante duas horas no debate organizado na cidade de Milwaukee, no estado de Wisconsin.

Trump optou por conceder uma entrevista pré-gravada a Tucker Carlson, ex-apresentador do canal Fox News, divulgada nas redes sociais poucos minutos antes do início do debate.s

Apesar da ausência, o ex-presidente foi citado diversas vezes pelos demais candidatos, com várias perguntas dos apresentadores e moderadores da Fox News sobre os vários processos que Trump enfrenta na justiça.

Os candidatos foram questionados se apoiariam Trump como o indicado do partido na disputa eleitora, mesmo que seja condenado nos processos criminais que enfrenta. Quase todos levantaram a mão, com exceção do governador do Arkansas, Asa Hutchinson, e do ex-governador Nova Jersey Chris Christie.

"Aqui está o limite. Alguém precisa parar de normalizar esta conduta, OK?", disse Christie. "Quer você acredite ou não que as acusações criminais são corretas ou incorretas, a conduta está abaixo do cargo de presidente dos Estados Unidos", acrescentou.

Christie foi vaiado, assim como Hutchinson, que declarou: "Obviamente, eu não vou apoiar alguém que foi condenado por um delito grave".

Trump se apresentará nesta quinta-feira (24) às autoridades de Atlanta devido à quarta acusação que recebeu este ano, neste caso por uma suposta conspiração criminosa para tentar alterar o resultado das eleições de 2020, quando perdeu para Joe Biden.

Trump declarou na entrevista a Carlson que não fazia sentido participar no debate porque tem uma vantagem muito grande nas pesquisas - mais de 40 pontos segundo a média do RealCLearPolitics.

Ele chamou Biden de "pior presidente da história" do país e sugeriu que o democrata, de 80 anos, pode não ser o candidato de seu partido nas eleições de novembro de 2024.

"Penso que está pior mentalmente que fisicamente, e fisicamente não é exatamente um triatleta", disse Trump sobre Biden.

O republicano, de 77 anos, também rebateu as quatro acusações criminais apresentadas contra ele, que chamou de "triviais, bobagens".

- Debate feroz e confrontos -

Para o rival republicano mais próximo de Trump nas pesquisas, o governador da Flórida, Ron DeSantis, o debate foi uma oportunidade de tentar reverter a tendência de queda no apoio e demonstrar que é uma alternativa viável.

DeSantis, 44 anos, advertiu que o país está "em declínio" e que a situação "não é inevitável. É uma escolha".

Com Trump muito à frente nas pesquisas entre republicanos, o debate foi uma vitrine para aqueles que podem aspirar a posição de vice na chapa do ex-presidente.

O empresário Vivek Ramaswamy, discreto, aproveitou para se apresentar à opinião pública. Mike Pence, que foi vice-presidente de Trump, afirmou que é o "melhor preparado" para o cargo.

Os candidatos questionaram a mudança climática, criticaram a violência nas ruas e expressaram apoio às restrições ao aborto, um tema que polariza os Estados Unido.

DeSantis tentou permanecer fora da briga durante grande parte do debate, mas foi especialmente fervoroso ao defender o uso de "força letal" para impedir o tráfico de drogas na fronteira com o México.

"Quando estes traficantes de drogas transportarem fentanil através da fronteira, esta será a última coisa que farão", disse.

A campanha de Biden comprou espaços publicitários caros na Fox News e em seu site antes do debate. O presidente afirmou que assistiria o evento dentro do possível.

Horas antes do debate, Rudy Giuliani, ex-advogado de Trump, acusado de associação ilícita no caso da Geórgia ao lado do ex-presidente e de outras 17 pessoas, se entregou à polícia em Atlanta.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, definiu como um “equívoco grave” a possibilidade de descriminalização do porte de drogas para consumo pessoal por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Julgamento neste sentido foi retomado nesta quarta-feira (2) pelo tribunal e suspenso depois de quatro votos a favor da descriminalização. Segundo Pacheco, cabe exclusivamente ao Congresso Nacional discutir a questão, e uma decisão do STF não pode ser contrária à lei vigente.

"Houve, a partir da concepção da Lei Antidrogas, também uma opção política de se prever o crime de tráfico de drogas com a pena a ele cominada, e de prever também a criminalização do porte para uso de drogas", afirmou em Plenário nesta quarta.

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Pacheco classificou a descriminalização, sem discussão no Congresso e sem criação de programas de saúde pública, como “invasão de competência do Poder Legislativo”.

"Ao se permitir ou ao se legalizar o porte de drogas para uso pessoal, de quem se irá comprar a droga? De um traficante de drogas, que pratica um crime gravíssimo equiparado a hediondo", disse.

Ele cobrou dos ministros do STF a compreensão do papel da arena política e afirmou que o Congresso está “trabalhando duramente” pelo bem do país.

Piso da enfermagem

Rodrigo Pacheco abriu seu comunicado reiterando que a Advocacia do Senado Federal (Advosf) elaborará embargos de declaração em face da decisão do STF de suspender a eficácia do piso nacional da enfermagem. Para ele, o recurso é uma “afirmação de cunho político” em defesa das decisões do Congresso. O presidente do Senado salientou que o Legislativo tomou a opção de fazer justiça aos profissionais de enfermagem.

"Uma lei concebida no Congresso Nacional, da forma como foi o piso nacional da enfermagem, não é razoável que possa ser revista no âmbito do Poder Judiciário", disse.

Os embargos de declaração servem para esclarecer pontos contraditórios ou obscuros e corrigir omissões de uma decisão judicial proferida em última instância. No caso do direito civil, podem também servir para corrigir erros. Em julgamento encerrado no início de julho, o STF decidiu que o piso nacional da enfermagem para o setor público deve ser pago pelos estados e municípios apenas na medida dos repasses feitos pela União para esse fim. No caso do setor privado, o pagamento do piso ficará sujeito a negociação coletiva, e a lei será aplicada integralmente apenas se não houver acordo dentro de 60 dias (a contar da data da publicação da decisão).

Apartes

Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) saudou a posição de Pacheco de contestar a decisão pelos meios legais e “abrir o diálogo” com o STF. Ele lembrou que o piso nacional da enfermagem foi aprovado por unanimidade no Senado e por ampla maioria na Câmara dos Deputados.

"É assim que se comporta uma democracia. É assim que se comporta um chefe de Poder, um dirigente da República", frisou.

Rogério Marinho (PL-RN), líder da Oposição no Senado, também cumprimentou Pacheco por defender o Congresso das violações à separação dos Poderes e do que chamou “hipertrofia” do Judiciário, um processo que considera ter se avolumado ao longo do tempo.

"Estávamos e estamos ainda impactados e quedados pela forma inusitada como o Judiciário tem se comportado", disse.

Marcio Bittar (União-AC) lembrou que, em 2019, tanto ele quanto Pacheco participaram da resistência à criação de uma CPI do Poder Judiciário — o que, em sua opinião, teria gerado uma crise institucional capaz de paralisar o início do governo de Jair Bolsonaro. Por sua vez, Jorge Seif (PL-SC) e saudou os “gestos de pacificação” de Pacheco, que, no entanto, não estariam sendo considerados pelo STF. Marcos Rogério (PL-RO) condenou as “relativizações” da competência do Congresso e cobrou a aprovação de projeto de decreto legislativo para enfrentar eventual decisão do Supremo que se sobreponha ao posicionamento do Legislativo.

Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que o Congresso está sendo “desmoralizado” e cobrou a abertura de processo de impeachment do ministro Luís Roberto Barroso por atuação política indevida. Dr. Hiran (PP-RR) declarou esperar que o pronunciamento de Pacheco possa marcar o início de um processo de “simetria” entre os Poderes. Augusta Brito (PT-CE) repercutiu o agradecimento dos profissionais de enfermagem pela atitude em defesa dos direitos legais da categoria. Esperidião Amin (PP-SC) afirmou que o piso da enfermagem é despesa “constitucionalmente constituída” e previu que a eventual descriminalização de drogas por decisão judicial gerará gastos dificilmente calculáveis. Magno Malta (PL-ES) disse que a Constituição deve ser respeitada e contestou o direito do STF de desfazer o trabalho do Legislativo.

Eduardo Girão (Novo-CE) entende que as prerrogativas e competências dos parlamentares têm sido usurpadas, mas disse que o Senado deve evitar tomar atitudes “com a espada na cabeça”. Carlos Viana (Podemos-MG) expressou a preocupação da Frente Parlamentar Evangélica sobre a questão da descriminalização das drogas. Efraim Filho (União-PB) avaliou que a fala de Pacheco contribuiu para a suspensão da votação no STF e criticou decisões que ultrapassam a competência do Judiciário. Eduardo Braga (MDB-AM) saudou o presidente do Senado pela defesa “serena e firme” do Estado democrático de direito. Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) declarou esperar que as palavras de Pacheco se reflitam em trabalho em defesa da democracia. Tereza Cristina (PP-MS) disse que a Casa deve “cobrar o que deve ser cobrado”.

Omar Aziz (PSD-AM) saudou a manifestação de Pacheco em defesa da Constituição e de seus pares e criticou duramente senadores que atacam o próprio Senado. Cleitinho (Republicanos-MG) expressou apoio total ao presidente do Senado. Jayme Campos (União-MT) avaliou que o STF tem “exagerado”, mas o gesto de defesa do Senado contribui para restabelecer a autoestima dos parlamentares. Carlos Portinho (PL-RJ) expressou preocupação com a possibilidade de o STF ter suspendido o julgamento da descriminalização para forçar o Congresso a legislar novamente sobre o tema. Luis Carlos Heinze (PP-RS) apontou “abuso” do STF e pediu um posicionamento legislativo sobre o marco temporal. Margareth Buzetti (PSD-MT) pontuou que a harmonia entre os Poderes requer respeito mútuo. Professora Dorinha Seabra (União-TO) lembrou que temas complexos como o das drogas requerem longa discussão e cobrou fortalecimento contínuo do Congresso. E Flávio Arns (PSB-PR) comemorou a convergência suprapartidária do Senado em defesa das prerrogativas constitucionais da Casa.

*Da Agência Senado

 

​As comissões de Defesa dos Direitos da Mulher e de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial promovem audiência pública conjunta nesta quarta-feira (2) para discutir o aumento dos casos de violência contra as mulheres no Brasil.

Foram convidados para o evento, dentre outros: o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; a secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Isadora Brandão Araújo da Silva; a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

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Confira aqui a lista completa de convidados

O pedido para a realização do debate foi feito pela deputada Ana Pimentel (PT-MG). Segundo ela, o aumento dos casos de violência coincide com a queda dos recursos orçamentários destinados ao combate desses crimes. "Essa discussão é fundamental para que as medidas a tomar para superar o problema sejam efetivas e para preservar futuros avanços de recaídas como as que ocorreram em anos recentes", diz a deputada.  A discussão está marcada para as 14h30 no plenário 9.

*Da Agência Câmara de Notícias

O PT se absteve de mexer no vespeiro da relação com os militares e desistiu de convocar uma conferência para debater o papel das Forças Armadas. A decisão foi tomada após um encontro do Diretório Nacional do partido e publicada em uma resolução na segunda-feira, 10. Houve um voto em separado do professor Valter Pomar.

Ele faz uma dura crítica à recusa do diretório a incluir na sua resolução uma emenda dizendo o seguinte: "Não se poderá falar em democracia plena no Brasil, enquanto persistir a tutela militar. O Diretório Nacional do PT decide convocar uma conferência nacional para debater a política de Defesa Nacional e o papel das Forças Armadas".

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O documento final aprovado pelo diretório, intitulado Brasil do presente e do futuro: no rumo certo, faz um balanço dos seis primeiros meses do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o texto, o País "começou a retomada da democracia e da normalidade institucional". O diretório pede que seja aumentada a pressão para a demissão do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, chamado de "teimoso" pelo presidente Lula por manter a taxa básica de juros, a Selic, a 13,75% ao ano.

Ao final da votação, não se falou no debate sobre os militares, abortando a ideia de convocar uma Conferência de Defesa e Forças Armadas, demanda que vem sendo reivindicada por acadêmicos e entidades da sociedade civil organizada.

"Perdemos a oportunidade de "discutir melhor" a questão militar no debate sobre o programa de reconstrução e transformação; perdemos a oportunidade de "discutir melhor" a questão militar no debate sobre o programa da federação", afirmou Pomar em seu blog, acrescentando: "Perdemos a oportunidade de "discutir melhor" a questão militar no debate sobre o programa da coligação. O mesmo ocorreu no governo de transição. Esta atitude contribuiu para sermos surpreendidos pelo 8 de janeiro".

O secretário-geral do partido, o ex-deputado Henrique Fontana, não quis comentar as declarações de Pomar. E o próprio Pomar também disse ao Estadão que tudo que precisava falar estava em seu blog. "Na comissão e no DN, ninguém argumentou que a tutela militar não existe ou não deva ser combatida. O problema parece estar no quando, como e onde debater o assunto. Enquanto isso não se resolve, se depender dos 47 (membros do Diretório Nacional) teremos - como eu escrevi no grupo de zap do DN - luta pelo socialismo e Petrobras, mas com tutela militar."

Segundo Fontana, o tema não estava previsto e havia outras coisas a tratar. "Não vou comentar isso", afirmou.

Ministério da Defesa

As conferências, que são instrumentos de participação social, são uma prática nos ministérios da Esplanada há várias décadas. Uma delas, a de Ciência e Tecnologia, em 1985, foi a responsável pela criação do Ministério, então entregue ao peemedebista Renato Archer. Ainda nesta quinta-feira, 13, Lula assinou o decreto para que seja organizada a 5ª Conferência que será realizada no ano que vem. O mesmo tem acontecido em outras pastas que, periodicamente, chamam a sociedade civil e debatem os temas de interesse da população e do País.

O Ministério da Defesa, embora tenha sido criado em 10 de junho de 1999, há 24 anos, nunca convocou nenhuma conferência, e o processo de elaboração dos documentos de defesa continua sendo discutido majoritariamente pelos militares. A política e a estratégia nacional de Defesa começaram a ser atualizadas, de quatro em quatro anos, no Estado Maior Conjunto das Forças Armadas. "De fato, os documentos são atualizados a cada quatro anos, mas pelos próprios militares com uma participação externa muito limitada", observa a professora de ciência política, doutora, Adriana Marques, uma das estudiosas do tema.

O Ministério da Defesa, em resposta a um questionamento do Estadão, informou por escrito que a Política Nacional de Defesa (PND), a Estratégia Nacional de Defesa (END) e o Livro Branco da Defesa Nacional (LBDN) são os documentos estratégicos de mais alto nível no País sobre Defesa Nacional. "A PND é o documento que se destina a orientar os esforços de toda a sociedade brasileira no sentido de reunir capacidades em nível nacional, a fim de desenvolver as condições para garantir a soberania do País, sua integridade e a consecução dos objetivos nacionais".

Segundo a nota, a Estratégia Nacional de Defesa orienta todos os segmentos do Estado brasileiro quanto às medidas a serem implementadas para se atingir os objetivos estabelecidos na Política Nacional de Defesa. "As atualizações da PND e da END são conduzidas pelo Ministério da Defesa e contam com a participação de outras Pastas, da academia, e de cidadãos".

Entretanto, de acordo com acadêmicos, pesquisadores e outros integrantes de entidades ligadas ao tema Defesa, essas discussões são feitas sob o olhar das Forças Armadas. Segundo eles, nas outras Conferências, a ampla participação social, permite que sejam debatidos em profundidade temas de interesse da população. "Não existe no Brasil uma discussão sobre nossa política e estratégia de Defesa ou sobre o papel, o tamanho das Forças Armadas que anteceda e organize a revisão dos documentos de Defesa e a sociedade quer ter essa discussão", afirma Adriana.

Outro item citado pelo ministério da Defesa, o Livro Branco de Defesa Nacional (LDBN), o documento que visa a informar a sociedade a comunidade internacional sobre os dados estratégicos, orçamentários e institucionais detalhados sobre as Forças Armadas é feito pela Assessoria de Planejamento do Ministério que, segundo informou, já começou a atualizar a próxima versão para 2024. "Ele é um documento importante, mas não substitui uma Conferência Nacional. Ele apenas expõe como se organiza o setor de Defesa, e reflete a visão das Forças Armadas", diz a professora.

Já passou de quatro horas, no plenário da Câmara dos Deputados, o debate sobre a reforma tributária. A votação da matéria pelos parlamentares estava prevista para às 18h. As discussões se iniciaram na noite da última quarta-feira (5), quando o relator da reforma, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), apresentou seu parecer atualizado para a matéria.

O texto ainda receberá mudanças antes de ir à votação. São negociados pormenores relacionados ao Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) e ao Conselho Federativo, por exemplo. Também entrará na redação termos de um acordo fechado com a bancada amazonense sobre a Zona Franca de Manaus. Ribeiro também indicou que pode adicionar ao relatório novas condições ao setor de Turismo.

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A principal mudança do texto apresentado na quarta-feira foi a criação da “Cesta Básica Nacional de Alimentos”, que vai ter alíquota zero, ou seja, não terá impostos. Os itens que compõem a cesta serão regulamentados por lei complementar.

O novo parecer também incluiu itens e setores entre os que vão pagar alíquota reduzida do Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Produtos voltados à saúde menstrual e dispositivo para pessoas com deficiência (PCD) foram incluídos, por exemplo.

A implementação de um IVA dual – ou seja, dividido entre dois impostos, um nacional (CBS) e outro subnacional (IBS) - que substitua cinco tributos hoje existentes (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) é a espinha dorsal da proposta.

Especialistas estimam que este novo tributo unificado deve ser de 25%, mas a alíquota não está definida e será regulamentada após estudos da Receita Federal. A cifra deverá ser suficiente para manter a arrecadação com proporção do PIB atual. A matéria estabelece que alguns setores, produtos e serviços terão alíquota diferencial, que vai equivaler a 50% da tarifa “cheia” do IVA.

O texto ainda abre espaço para que, a partir de lei complementar, haja isenção de impostos para serviços de educação do Programa Universidade para Todos (Prouni) e serviços beneficiados pelo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).

Apoio

Durante o debate, os deputados ligados ao governo defenderam a aprovação da proposta. O deputado Lindbergh Farias afirmou que o parecer tem medidas importantes, como a obrigação dirigida ao governo de encaminhar em seis meses uma reforma dos impostos sobre renda e patrimônio. “Se nós aumentarmos a tributação sobre renda e patrimônio vai ser possível reduzir alíquota de consumo. Isso é um avanço muito importante”, disse Farias.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que a reforma tributária é um tema há muito demandado pela sociedade. “Ela nos tira desse cipoal tributário, facilita a simplificação, e já traz a tributação sobre aeronaves e transporte aquaviário, que é hoje necessária”, afirmou. Feghali destacou também a importância da isenção completa de todos os produtos da cesta básica.

Mais tempo

Na oposição, houve críticas à falta de tempo para discutir a matéria. “Como é possível votar um texto desse tamanho, dessa complexidade em um período tão curto? Só pedimos uma coisa: um prazo para analisar o texto”, afirmou o deputado Gustavo Gayer (PL-GO). Ele disse ainda que a reforma dos tributos sempre foi uma pauta da direita, e não da esquerda.

A deputada Julia Zanatta (PL-SC) também pediu mais tempo para discutir o texto. “Como vou votar num negócio que não tive o direito de discutir?”, questionou. Ela disse ainda que a proposta em discussão vai elevar a carga tributária, independentemente do que diga o governo.

Também houve críticas a pontos do texto. O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou que a reforma vai concentrar poderes na União, reduzindo a autonomia de estados e municípios. “Essa não é a reforma tributária que almejamos. Essa PEC foi contaminada pelo PT”, disse.

O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) contestou o pedido de mais tempo da oposição. “Há quem ainda reclame da falta de debate. Ora, são quatro décadas de debate. Não tem faltado debate, o que há por parte de alguns é má vontade com o Brasil”, disse.

Com Agência Câmara de Notícias

A Rede de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes em Pernambuco e o Grupo Curumim participam nesta quinta-feira, (18), às 14h, da audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) sobre o tema. O encontro o marca o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual infantojuvenil, vivenciado neste 18 de março. 

Neste ano, a data marca os 50 anos do assassinato de Araceli Cabrera, morta no dia 18 de maio de 1973. Seu corpo foi encontrado seis após esta data, desfigurado por aplicação de ácido e com sinais de violência e abuso sexual. 

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A audiência contará com a participação de representantes da sociedade civil e do governo. Ao fim do encontro, os presentes seguirão em caminhada em direção ao Palácio do Campo das Princesas, na região central do Recife. A manifestação tem o objetivo de entregar à governadora Raquel Lyra uma carta elaborada pelas instituições da sociedade civil que compõem a Rede de Enfrentamento. O documento elenca pontos importantes para a garantia dos direitos das crianças e adolescentes em Pernambuco.

A Rede de Enfrentamento tem chamado a atenção para a invisibilidade das vítimas de violência sexual e para a necessidade de construção do Plano Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual. “A campanha do 18 de Maio convida a sociedade a abrir seus olhos sobre esta situação. Um dos grandes desafios do enfrentamento é a cultura do silêncio e a tolerância social diante dos abusos que acontecem no ambiente doméstico. Pode-se dizer, inclusive, que há uma culpabilização da vítima e, quiçá, uma conivência de quem deveria defender e proteger as crianças e os adolescentes”, diz a Rede, por meio de nota.

Serviço: Audiência Pública “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”

Quando? Quinta-feira, 18 de maio, às 14h

Onde? Auditório Sérgio Guerra, anexo I, Assembleia Legislativa de Pernambuco. Rua da União, 397 - Boa Vista, Recife/PE.

 

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Na última terça-feira (25), o plenário da Câmara dos Deputados aprovou por 238 votos a 192 o requerimento de urgência do PL-2630, a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. Com a aprovação, o projeto de lei não precisará passar por uma comissão da Câmara. O relator do projeto, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), acredita que o projeto seja levado à votação no plenário na próxima terça-feira (2).

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O PL-2630 pretende criar métodos de combate a notícias falsas, popularmente chamadas de "fake news". O alvo da lei são redes sociais e aplicativos de mensagem que tenham pelo menos dois milhões de usuários. O projeto de lei também se aplica a redes e aplicativos estrangeiros, desde que ofereçam seus serviços ao público brasileiro. O PL-2630 não é aplicado a empresas jornalísticas.

A jornalista Ivana Oliveira, doutora em Ciências Socioambientais pelo Naea/UFPA e professora do programa de Pós-graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura (PPGCLC) da UNAMA - Universidade da Amazônia, destaca que necessidade de regulamentação das redes não surgiu subitamente com a criação do PL-2630, mas se deu em 2016, com a ascensão da extrema direita, elegendo Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e, posteriormente, Jair Bolsonaro, em 2018, no Brasil. "Não começou agora, não começou com esse projeto de lei. Começou lá atrás, com a eleição do Trump nos Estados Unidos e depois aqui no Brasil com a eleição do Bolsonaro", assinala.

Ivana Oliveira fala que o que se discute são os termos regulatórios, que começaram a ser questionados no Supremo Tribunal Federal (STF) com a investigação eleitoral, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ivana destaca que a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das fake news que foi instalada em setembro de 2019 condensou todo esse processo. "A CPMI das fake news acabou sendo também uma espécie de fórum sobre esse tema, e todas essas disputas que estamos vendo acerca do PL-2630 nasceram lá na CPMI", afirma.

Ivana Oliveira diz que há uma grande divisão entre os parlamentares e a sociedade cívil acerca do PL-2630, além de questionamentos sobre as consequências da aprovação. "Há uma certeza: precisamos, temos a necessidade de discutir esse assunto e de termos soluções sobre isso", destaca.

Parlamentares de oposição ao governo afirmam que o PL-2630 é inconstitucional por cercear o direito à liberdade de expressão, previsto no artigo 220 da Constituição. Mas de acordo com o advogado e mestre em Direitos Fundamentais pela Universidade da Amazônia Paulo Barradas, o projeto de lei não é inconstitucional. "Não fere a liberdade de expressão. Na legislação brasileira todos os direitos são relativos, inclusive o direito à vida. Na esteira do mesmo raciocínio liberdade de expressão encontra limites. Não se pode utilizá-la para justificar crimes", observa.

Sobre a presença de notícias falsas no cenário político, Paulo Barradas destaca: "As fake news não são um fim em si só. Elas são meio para a obtenção de determinado fim. As fake news são utilizadas por pessoas ou grupos mal-intencionados para fazer as pessoas acreditarem em inverdades. É como a história do 'velho do saco' que se contava para as crianças fazerem ou deixarem de fazer algo, ficando submissas à vontade de quem mente. As noticias mais recentes dão conta de farta utilização de mentiras pela direita com o objetivo de se manter no poder".

Por David Nogueira (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

Nesta quinta-feira (27), a Câmara Municipal do Recife promove audiência pública para debater segurança nas escolas e os casos de ataques violentos a instituições de ensino no país. A iniciativa é de autoria da vereadora Liana Cirne (PT).

O debate também contará com apresença da senedora Teresa Leitão (PT), integrantes do grupo de trabalho para debater medidas para a prevenção e combate às violência nas escolas, a presidente do Conselho Municipal de Educação, Ana Paula de Oliveira, a secretária de Educação de Pernambuco, Ivaneide Dantas, dirigentes dos sindicatos de trabalhadores da educação Jaqueline Dornelas (Simpere), Ivete Caetano (Sintepe), Helmilton Bezerra (Sinpro), do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino (Sinepe), José Ricardo Diniz e da União Metropolitana de Estudantes Secundaristas (UMES), Roberta Pontes.

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“É preciso olhar esse problema sob outros pontos de vista. Muitos dos jovens que cometem esses ataques são ou foram vítimas de bullying, possuem dificuldade de relacionamento ou vivenciam a violência em casa ou no bairro onde moram. Por isso, é absolutamente necessário investir no acompanhamento psicológico desses jovens para identificar e dar assistência a eles, além de acolher também as vítimas de violência doméstica, principalmente as meninas (...) precisamos encontrar alternativas para coibir a cooptação desses jovens por grupos extremistas de direita, que em geral acontece em fóruns, grupos e websites abrigados na deepweb, onde são compartilhados conteúdos violentos e há livre disseminação da estética da violência, do machismo, da misoginia e LGBTfobia”, destaca Liana por meio da assessoria.

A criminalização das fake news (notícias falsas), a exigência de que empresas de tecnologia tenham sede no Brasil e a proibição de disparos em massa nos aplicativos de mensagens estão entre os principais pontos do Projeto de Lei das Fake News (PL 2630). O tema foi debatido em audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana.

Em meio a muita polêmica, deputados e senadores têm o desafio de avançar na discussão da proposta. Depois de aprovado no Senado, em junho de 2020, o texto mudou quase completamente, e está parado desde abril do ano passado na Câmara dos Deputados.

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Na discussão com os deputados, ainda no ano passado, a proposta sofreu uma derrota importante. Por apenas oito votos, a proposta não alcançou os 257 votos necessários para ter a tramitação acelerada e voltou ao estágio em que precisa transitar por comissões ou grupo de trabalho específico. Um novo pedido de urgência deve ser pautado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

O projeto prevê a transparência de redes sociais e de serviços de mensagens privadas, sobretudo quanto à responsabilidade dos provedores no combate à desinformação. O texto também determina o aumento da transparência em relação a conteúdos patrocinados e à atuação do poder público. Além disso, estabelece sanções para eventuais descumprimentos da lei. A previsão do relator da proposta na Câmara, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), é que a votação do PL ocorra ainda este semestre.

Para o deputado, o caminho pode ser a responsabilização da plataforma, quando houver publicidade e impulsionamento. “Uma coisa é alguém publicar algo na rede social, uma ideia. Aí, as plataformas falam que é liberdade de expressão. Se não for conteúdo ilegal, não há problema. Mas, se for publicada uma fake news paga em uma empresa, e essa empresa projetar isso em um alcance que aquilo nunca teria, é outra coisa. As empresas não podem ser sócias da propagação de desinformação, fake news e discurso de ódio. Sempre que houver impulsionamento, patrocínio e ganhos, a plataforma precisa assumir a sua responsabilidade”, afirmou em entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil. 

Big techs

Segundo o advogado e professor de Direito Constitucional Antônio Carlos Freitas Junior, membro da comissão de regulamentação e mídias sociais no Instituto de Advogados de São Paulo, o século 21 exige o debate sobre a regulamentação, principalmente em relação às big techs, grandes empresas de tecnologia que dominam o mercado.

Freitas Junior ressaltou que pesquisas recentes mostram como essas empresas conseguem, através da distribuição de postagem e seus algoritmos, interferir no comportamento eleitoral. “Em algum momento, uma autoridade, até mesmo mundial, e os países vão ter que se debruçar para limitar a atuação livre e desimpedida das big techs”, disse.

No projeto, está previsto que as plataformas guardarem, pelo prazo de três meses, os registros dos envios de mensagens encaminhadas em massa. O acesso a essas informações ocorrerá por ordem judicial, quando houver investigação penal sobre o conteúdo ilegal.

Yasmin Curzi, pesquisadora da FGV Direito Rio, avalia que o mecanismo presente no projeto de lei é o de rastreabilidade pautada no processo penal, ou seja, com ordem judicial específica e por isso, não vê necessidade de atualização.

A pesquisadora afirmou que o projeto traz obrigação de relatórios diversos, direitos e a possibilidade para usuários recorrerem das decisões das empresas. A medida busca reduzir a assimetria de informação e poder na relação entre plataforma e usuários.

Educação para evitar fake news

Para Maria Helena Weber, coordenadora do Observatório da Comunicação, a propagação de notícias falsas está diretamente ligada ao fato de que as pessoas não entendem o poder dessa comunicação. Segundo ela, em geral, a mensagem é enviada por alguém fundamental na vida da pessoa, que, em tese, não contaria uma mentira. No caso, um amigo ou parente.

Weber defende o processo educativo, que leve as pessoas a entenderem melhor seu papel sobre a propagação de notícias e não que as tornem menos vulneráveis ao abuso digital.

Na avaliação da coordenadora, o grande desafio é sobre o que fazer para que a realidade não seja deturpada e a verdade seja o ponto principal sobre a divulgação.

“Nós acompanhamos, seja no Brexit [saída do Reino Unido da União Europeia], seja com o [ex-presidente norte-americano Donald] Trump e principalmente no Brasil, com a eleição de [Jair] Bolsonaro, por exemplo, descobrimos o poder que tem essas plataformas e o poder da circulação de notícias no campo da política. Então, [é necessário] recuperar a força do que é verdadeiro e do que é real.”

João Brant, secretário de Políticas Digitais do governo federal, avaliou que o maior desafio para regular o setor é o equilíbrio de direitos. Como, ao mesmo tempo, preservar a liberdade de expressão, a privacidade, a proteção de dados do usuário, mas impedir a desinformação, o discurso de ódio, a violação de direitos da criança e do adolescente, além de impedir golpes e fraudes.

Audiências públicas

No começo deste mês, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou a criação de um grupo de trabalho em parceria com as plataformas digitais e redes sociais para apresentar propostas ao Congresso Nacional. O Poder Executivo também deve encaminhar sugestões.

Jade Percassi, do Instituto Palavra Aberta, defende a Educação Midiática como essencial em tempos de revolução digital.

“Somos nós os indivíduos que compartilhamos, que engajamos conteúdos bons ou ruins, que passamos para frente desinformação. Todos nós somos responsáveis por aquilo que a gente posta, por aquilo que a gente compartilha, por aquilo que a gente divide nesse ambiente”, conclui.

Nessa semana, durante dois dias, o STF debateu o Marco Civil da Internet. A audiência pública foi convocada pelos ministros Dias Toffoli e Luiz Fux, relatores de ações que discutem a responsabilidade de provedores de aplicativos ou de ferramentas de internet sobre discursos de ódio e fake news. Foram ouvidos representantes da sociedade civil, dos operadores do direito e das partes do processo.

 

Às 10h da próxima sexta-feira (31), a Câmara dos Vereadores do Cabo de Santo Agostinho promoverá uma audiência sobre políticas públicas para a juventude. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o município possui a segunda maior taxa de homicídios do Brasil, com 90 assassinatos a cada 100 mil habitantes. Em sua maioria, as vítimas são jovens do sexo masculino de cor negra, moradores de periferia, com idades entre 15 e 29 anos.

“O que observamos no Cabo é o aumento da violência, resultado direto da falta de infraestruturas de políticas públicas para a juventude, a exemplo do Teatro Barreto Júnior, que está fechado desde 2017 para reforma após um incêndio. Além da Praça 9 de Julho, na qual foram investidos 8,5 milhões, e está totalmente sucateada, desde sua inauguração, há 10 anos e a Escola Caic, que foi demolida em 2022, juntamente com a pista de Skate sem nenhuma justificativa para as populações que usavam o espaço de educação e lazer”, afirma Deborah Camylle, jovem participante do Cabo de Força e integrante do Conselho Municipal da Juventude do Cabo.

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O Centro de Mulheres do Cabo, que também participará da audiência representando a sociedade civil, lembra que Cabo possui o 4º maior Produto Interno Bruto entre as 15 cidades da Região Metropolitana, graças a seu destaque na indústria, sediando o Complexo Portuário de Suape, com uma arrecadação beirando cerca de 1 bilhão e 200 milhões de reais. Apesar disso, o orçamento anual para política para juventude é de quatro milhões de reais, dos quais, segundo o Portal da Transparência da Prefeitura, a pasta investe apenas 1 milhão nas políticas para a Juventude. Todo o restante do recurso é gasto com a folha de funcionários da secretaria e manutenção de equipamentos públicos como praças e quadras poliesportivas.

O  evento também reunirá representantes do Fórum de Juventudes do Cabo (FOJUCA), jovens do Projeto Cabo de Força, Conselho Municipal da Juventude, Bigu Comunicativismo, Coque Vídeo e os responsáveis pela gestão municipal da política pública de segurança e juventude. Na ocasião, será lançada a série de vídeos "Sobrevivendo à cidade da morte", produzida pelos jovens alunos do projeto Cabo de Força. O produto é composto por quatro curta-metragens que abordam a experiência de ser jovem no município.

Serviço// Audiência pública focada nas políticas públicas para a juventude

Onde? Câmara de Vereadores do Cabo, na R. Ten. Manuel Barbosa da Silva, 131 - Centro

Quando? 31 de março, sexta-feira Horário? 10h 

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