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O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, passou esta sexta-feira (15) ao telefone tentando garantir votos suficientes no Parlamento para permitir que ele permaneça no poder após o partido Itália Viva romper com a coalizão, obrigando suas duas ministras a renunciar e deixando a aliança governamental sem maioria parlamentar.

Conte se reuniu na quinta-feira com o presidente Sergio Mattarella para discutir os rumos do governo. Conte anunciou ao final da reunião que comparecerá ao Parlamento para comunicar a perda da maioria absoluta e submeter-se a um voto de confiança para esclarecer se possui a maioria relativa, com o apoio de outros partidos de fora da coalizão, para continuar governando.

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O Itália Viva, uma dissidência do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, teve apenas 3% dos votos na eleição de 2018 e era o menor parceiro na coalizão, formada também pelo próprio PD e o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).

A coalizão, que governa desde 2019, substituiu a que existia entre o M5S e a Liga de Matteo Salvini, extrema direita. Sua saída, porém, fez com que Conte perdesse a maioria estreita que tinha antes.

Árbitro da situação segundo a Constituição, Mattarella quer evitar eleições antecipadas por causa da terceira onda de coronavírus e à alta popularidade de siglas da extrema direita no país. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, disse na noite deste domingo (9) que a futura vacina contra o coronavírus Sars-CoV-2 não será obrigatória.

O premiê foi questionado sobre o assunto durante um evento organizado pelo site Affari Italiani em Ceglie Messapica, no sul do país. "Não acredito que [a vacina] deva ser obrigatória, mas certamente será colocada à disposição da população", afirmou.

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Conte ainda disse que espera ter uma vacina disponível até o fim do ano, embora as previsões da comunidade científica sejam apenas para 2021, o que já seria um feito inédito.

A questão da obrigatoriedade na vacinação é um tema polêmico na Itália, um dos países mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus no mundo, com cerca de 250 mil casos e pouco mais de 35 mil mortes.

Em 2017, o governo do então primeiro-ministro Paolo Gentiloni, de centro-esquerda, aprovou uma lei que tornou obrigatória a vacinação de crianças em idade escolar, mas o projeto enfrentou bastante resistência, inclusive do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), partido que indicou Conte ao cargo de premiê.

Da Ansa

"Sou eu quem controla as contas" da Itália, disse o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, neste sábado (27), em alusão direta à chanceler alemã, Angela Merkel, em meio às negociações entre os parceiros da União Europeia (UE) sobre um megaplano para a reconstrução do bloco.

"As opiniões de Angela Merkel não mudaram, mas sou eu, junto com Gualtieri (ministro da Economia) e [setores respectivos nos] estados, que estamos controla mos as contas da Itália", declarou Conte, em entrevista coletiva.

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Merkel concedeu uma entrevista publicada hoje, por uma série de jornais europeus, convidando países com mais problemas, devido à crise do novo coronavírus, a usarem todos os instrumentos financeiros já em vigor.

Ao ser questionada sobre se a Itália deveria recorrer ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MES), um fundo de alívio criado durante a crise do euro, Merkel disse: "Cabe à Itália decidir. Criamos os instrumentos, com o Banco Europeu de Investimento, as linhas de crédito de precaução do MES, ou o dispositivo de desemprego parcial SURE".

"Todos podem recorrer a esses instrumentos. Nós não os criamos para que não sejam utilizados", acrescentou a chanceler.

A Itália é o país europeu com as piores taxas de endividamento público. Seu Executivo não deseja recorrer a mecanismos de empréstimo que possam provocar uma queda na confiança dos investidores nos mercados.

"Estamos preparando um plano de recuperação para a Itália que apresentaremos em setembro", disse Conte nesta coletiva de imprensa dedicada ao próximo ano letivo.

A decisão de recorrer ao MES causa tensão na coalizão de governo, composta pelo Movimento 5 Estrelas (M5S, antissistema), que se opõe a essa opção, e pelo Partido Democrata (esquerda), que é favorável.

O primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte prestou depoimento nesta sexta-feira (12) ante magistrados do Ministério Público da cidade de Bérgamo (norte), como parte da investigação sobre sua gestão da crise do coronavírus, informou seu gabinete.

O chefe de Governo prestou declaração por três horas na sede do governo em Roma, o Palazzo Chigi, como parte da investigação aberta sobre a demora na declaração dos municípios de Nembro e Alzano Lombardo "zona vermelha", em março, em plena expansão da pandemia, que causou mais de 34.000 mortes em todo o país.

A equipe de magistrados, liderada pela promotora Maria Cristina Rota, ouviu o primeiro-ministro "como uma pessoa informada dos fatos", sem atribuir nenhum crime a ele.

A Promotoria também ouviu o testemunho na mesma sede da ministra do Interior, Luciana Lamorgese, e do ministro da Saúde, Roberto Speranza.

O objetivo é estabelecer tecnicamente quem foi responsável por declarar as "zonas vermelhas" durante o início da epidemia, colocando o governo central contra as autoridades da região da Lombardia.

A disputa entre o governo central, formado pelo Movimento 5 Estrelas e o Partido Democrata (PD, centro-esquerda), e as autoridades da região da Lombardia, das quais depende Bergamo e onde a Liga de direita governa, pela administração da epidemia tem sido constante durante a crise.

Conte, que reconheceu na quarta-feira passada que tomou todas as decisões "com consciência", garantiu em várias ocasiões que a região da Lombardia "tinha todos os instrumentos" para agir, como outras regiões.

Tanto a associação de parentes das vítimas do coronavírus, quanto alguns partidos e sindicatos, atribuem o atraso aos interesses econômicos, por se tratar de uma área industrial próspera, com mais de 400 fábricas.

kv/mis/mr

O Ministério Público de Bergamo, no norte da Itália, convocará o premiê Giuseppe Conte a depor como "testemunha informada sobre os fatos" em um inquérito sobre a disseminação do coronavírus Sars-CoV-2.

Também serão ouvidos os ministros da Saúde, Roberto Speranza, e do Interior, Luciana Lamorgese. Os procuradores cogitam fazer a audiência em Roma e querem saber por que não foi instituída uma "zona vermelha" nas cidades de Nembro e Alzano Lombardo, primeiros focos de contágio na província de Bergamo.

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O MP já registrou, na semana passada, os depoimentos do governador da Lombardia, Attilio Fontana, e do secretário de Bem-Estar Social da região, Giulio Gallera, também ouvidos como "testemunhas informadas sobre os fatos".

Na ocasião, Fontana foi recebido na sede do Ministério Público de Bergamo sob protestos e disse que a decisão de instituir uma "zona vermelha" cabia ao governo da Itália.

Assim que as autoridades descobriram os primeiros casos de transmissão interna do Sars-CoV-2 no país, no fim de fevereiro, o governo italiano transformou 11 cidades, sendo 10 na Lombardia e uma no Vêneto, em "zonas vermelhas", com bloqueios para impedir a entrada e saída de pessoas e até toque de recolher.

A mesma medida, no entanto, não foi tomada em Nembro e Alzano Lombardo, também na Lombardia. As duas cidades só entraram em quarentena em 9 de março, com o restante da região, e as outras partes do país começaram o lockdown no dia seguinte.

O sistema de "zona vermelha", revogado nas 11 cidades com o início da quarentena nacional, tinha regras mais rígidas do que as que vigoraram até meados de maio em toda a Itália. O lockdown dos últimos meses permitia a saída de casa por motivos de trabalho, para comprar alimentos e até para se exercitar, e nunca houve um toque de recolher que cobrisse todo o território italiano.

"Dia D"

A notícia sobre o depoimento de Conte chega no "Dia D" criado por um comitê de familiares de vítimas para apresentação de denúncias relativas à gestão da pandemia.

O grupo se chama "Noi Denunceremo" ("Nós Denunciaremos") e reúne mais de 57 mil pessoas em sua página no Facebook, que agrega histórias de indivíduos que perderam entes queridos para a Covid-19.

Cerca de 50 denúncias foram levadas ao Ministério Público de Bergamo pelo fundador do comitê, Luca Fusco, e por familiares de vítimas. As ações citam a suposta falta de informações para os pacientes e parentes sobre os riscos de infecção, especialmente no início da pandemia; a ausência de dispositivos de proteção em hospitais; e a escassez de médicos para a gestão domiciliar de pacientes sem necessidade de internação.

Além disso, questionam as decisões de não fechar o hospital de Alzano Lombardo e de não instituir um lockdown imediato no Vale Seriana, onde fica a cidade. "Queremos buscar a verdade sobre o que aconteceu na Lombardia - mas não apenas - para identificar os responsáveis e obter justiça", disse Fusco.

Segundo ele, há "responsabilidades políticas" nas mortes provocadas pela pandemia. "Nós, bergamascos, viajamos, trabalhamos, tomamos café e drinks enquanto o vírus circulava sem problemas. Estou convencido de que, se tivessem instituído imediatamente uma zona vermelha na província de Bergamo, não teríamos de fechar toda a Lombardia", acrescentou.

Fusco, no entanto, evitou apontar culpados. "Isso é responsabilidade do Ministério Público, com um inquérito que deve ser longo e difícil", declarou. O fundador do grupo Noi Denunceremo perdeu o pai para a Covid-19 em março e sequer pôde realizar um velório.

O corpo foi enviado para longe da cidade, e a família só recuperou a urna com as cinzas mais de 20 dias depois. Bergamo é a quarta província com mais casos na Itália em termos absolutos, com 13,7 mil, atrás de Milão (23,5 mil), na Lombardia, Turim (15,7 mil), no Piemonte, e Brescia (15,1 mil), também na Lombardia.

Da Ansa

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, fez um apelo nesta quinta-feira (21) para que os cidadãos do país façam viagens nacionais no próximo verão europeu.

Em discurso na Câmara dos Deputados, o premiê lembrou que o setor representa 13% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e será submetido a uma "dura prova" por causa dos impactos da pandemia do novo coronavírus.

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"Aproveito a ocasião para convidar todos os cidadãos a passarem as férias na Itália. Vamos descobrir as belezas que ainda não conhecemos e voltemos a visitar aquelas que já conhecemos", disse Conte, recebendo aplausos dos deputados governistas.

O governo já aprovou a concessão de créditos fiscais de até 500 euros para famílias que fizerem turismo interno em 2020, de forma a estimular um setor que já acumula prejuízo de 20 bilhões de euros devido à pandemia de coronavírus, segundo a Confederação Nacional dos Cultivadores Diretos da Itália (Coldiretti). A alta temporada no país ocorre entre julho e agosto.

No mesmo pronunciamento, Conte também prometeu apresentar um decreto-lei (equivalente a uma medida provisória) que promova uma "rápida simplificação burocrática", inclusive com medidas para agilizar obras de infraestrutura.

"O decreto de simplificação é a mãe de todas as reformas, é o momento da reviravolta", acrescentou o primeiro-ministro, reforçando que essa é a única maneira de aumentar a competitividade do país.

Da Ansa

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, afirmou que o governo estuda flexibilizar algumas das medidas de isolamento até o fim de abril, desde que haja respaldo da ciência.

A declaração foi dada em entrevista à rede britânica BBC, em meio à tendência de desaceleração da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no país, onde o balanço oficial contabiliza cerca de 140 mil casos e 17,6 mil mortes.
    "Precisamos escolher setores que possam recomeçar sua atividade.

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Se os cientistas confirmarem isso, podemos começar a relaxar algumas das medidas já no fim deste mês", disse. As restrições à circulação entraram em vigor em 10 de março, enquanto o veto a atividades produtivas não-estratégicas passou a valer no fim do mês passado.

As medidas ficam em vigor ao menos até 13 de abril, mas a declaração de Conte aponta para uma nova prorrogação. Segundo informações de bastidores, a chamada "fase 2" da pandemia deve se desenvolver em duas etapas: a primeira seria de pequenas aberturas para as atividades produtivas; e a segunda seria com regras mais flexíveis para a circulação de pessoas.

A ANSA apurou que o comitê técnico-científico que assessora o governo na crise já estaria preparando um mapa com o nível de risco de todas as atividades produtivas para indicar quais poderiam ser retomadas. As empresas seriam divididas em três categorias: risco baixo, médio e alto, sendo que cada uma comportaria medidas e níveis de distanciamento específicos.

Com a desaceleração do ritmo de contágio, a Itália busca agora zerar o número de novos casos por dia, o que fará o país ganhar tempo para resolver a carência de testes para diagnósticos e formar um cenário mais preciso do tamanho da pandemia - a própria Defesa Civil admite que o número real de casos pode ser 10 vezes maior que o divulgado.

Da Ansa

Os líderes do G7 estarão neste sábado (24) em Biarritz no centro das atenções da comunidade internacional, que espera soluções concretas para as crises que agitam o planeta: guerra comercial, Irã ou os incêndios na Amazônia.

Um a um, os líderes do clube das grandes democracias liberais chegaram ao sudoeste da França, sendo Donald Trump o último a bordo do Air Force One, que aterrissou ao meio-dia em Bordeaux.

Juntamente com o presidente americano, Angela Merkel, Boris Johnson, Giuseppe Conte, Shinzo Abe e Justin Trudeau marcarão o início da cúpula em um jantar informal organizado por Emmanuel Macron no farol de Biarritz com vista para o Atlântico.

Vão discutir um tema que se impôs de última hora: a multiplicação dos incêndios florestais na Amazônia.

Neste sentido, Macron apelou a "uma mobilização de todas as potências" para ajudar o Brasil e os demais países afetados a lutar contra os incêndios florestais na Amazônia e para investir no reflorestamento das regiões atingidas.

"Devemos responder ao apelo da floresta (...) da Amazônia, nosso bem comum (...) então vão agir"

As negociações podem ser delicadas, depois que Macron acusou o presidente brasileiro Jair Bolsonaro de "mentir" sobre seus compromissos climáticos e de "inação" diante dos incêndios.

Suas críticas podem contrariar Donald Trump, de quem Jair Bolsonaro é um firme defensor no cenário internacional.

Berlim também manifestou relutância ao anúncio de que Paris bloquearia o projeto de acordo comercial entre a UE e o Mercosul, um assunto que será abordado durante a reunião entre Angela Merkel e Emmanuel Macron à tarde.

Mas o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, presente em Biarritz, reconheceu que seria "difícil imaginar" que a UE ratifique tal acordo enquanto o Brasil "permitir a destruição" da Amazônia.

- Trump imprevisível -

Os milhares de diplomatas e jornalistas presentes em Biarritz aguardam para ver qual será a atitude do imprevisível presidente americano sobre outras questões.

Antes de voar para a França, Trump pareceu otimista. "Acho que será muito produtivo", disse ele a repórteres.

Mas o republicano brandiu a ameaça de retaliação à imposição de um imposto francês sobre os gigantes americanos do setor de alta tecnologia.

"Eu não gosto do que a França fez", lançou. "Eu não quero que a França imponha impostos às nossas sociedades, é muito injusto". "Se o fizerem, vamos impor tarifas sobre seus vinhos", disse ele.

Donald Tusk reagiu, dizendo que a UE estava pronta para retaliar se Washington colocar sua ameaça em ação.

Os debates se anunciam acirrados sobre a taxação dos gigantes digitais, o impulso à economia global ou as tensões comerciais entre Pequim e Washington, após a imposição de novas tarifas por ambos os lados.

Sobre o programa nuclear do Irã, outra questão espinhosa, Macron informará seus colegas do conteúdo de seu encontro com o chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif.

Outro evento importante, o encontro no domingo entre Donald Trump e o novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

A Casa Branca disse que Donald Trump está "muito animado" com a ideia de discutir com Boris Johnson o futuro acordo de livre comércio entre os dois países após o Brexit.

Diante da multiplicidade de temas, os organizadores franceses tentarão avançar questões substantivas que serão tema de sessões especiais: o combate à desigualdade, a educação na África ou a proteção dos oceanos.

Com a esperança de alcançar "iniciativas concretas", compartilhadas com os líderes convidados, como o indiano Narendra Modi ou seis chefes de Estado africanos.

- Opositores mobilizados -

À margem da cúpula, milhares de opositores ao encontro do G7 em Biarritz iniciaram em Hendaye, no sudoeste da França, uma manifestação que os levará à cidade espanhola de Irun, em uma marcha de 4 km autorizada pelas autoridades.

Os organizadores esperam reunir "pelo menos 10 mil pessoas" em um protesto que começou no porto de Hendaye, sob uma atmosfera calma.

Os manifestantes agitavam numerosas bandeiras bascas (ikurriñas vermelhas, verdes e brancas) num protesto que reúne militantes anti-capitalistas, alter-globalistas, ecologistas e nacionalistas bascos, bem como dezenas de "coletes amarelos".

"É importante mostrar que a população está se mobilizando e que não está de acordo com o mundo que eles nos propõem", disse Elise Dilet, manifestante de 47 anos que milita na associação basca Bizi.

"Queremos que a manifestação seja totalmente pacífica e, embora temamos alguns incidentes, faremos todo o possível para que isso não aconteça", acrescentou.

Na sexta-feira à noite ocorreram os primeiros confrontos entre manifestantes e as forças de segurança em Urruña, perto do campo onde é realizada a cúpula alternativa ao G7. Os manifestantes jogaram projéteis na polícia, que usou gás lacrimogêneo e balas de borracha. Dezessete pessoas foram presas e quatro policiais ficaram levemente feridos.

Em meio a uma grave crise política na Itália, o primeiro-ministro Giuseppe Conte anunciou nesta terça-feira (20) que apresentará sua renúncia ao presidente Sergio Mattarella. "A decisão da Liga Norte propor uma moção de censura, a imediata 'calendarização' e as declarações e comportamentos claros me levam a interromper essa experiência de governo", disse Conte, em um pronunciamento no Senado. "No fim deste discurso, irei ao presidente para renunciar A crise atual compromete a ação deste governo, que termina aqui", completou o premier.

Conte era aguardado no Parlamento italiano nesta terça-feira para fazer um discurso no qual poderia defender a continuidade do governo ou apresentar sua renúncia. O jurista era o primeiro-ministro da Itália há 14 meses. Ele assumiu o posto por ser uma indicação neutra e consensual entre a Liga Norte e o Movimento 5 Estrelas (M5S).

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Os dois partidos foram os mais votados nas últimas eleições e, apesar de adotarem posicionamentos políticos diferentes, decidiram se unir e formar uma coalizão de governo baseada em um "pacto político". Em diversos momentos, porém, o M5S e a Liga Norte deram sinais de que a aliança estava se enfraquecendo e entraram em confronto sobre vários temas políticos, como um decreto de segurança proposto pelo ministro do Interior, Matteo Salvini, da Liga Norte, e com um projeto de construção do trem de alta velocidade (TAV), entre Turim e Lyon.

Foi justamente uma votação no Parlamento sobre o TAV que causou o racha definitivo no governo no início de agosto. A Liga e o M5S votaram em posições opostas, o que fez com que Salvini decretasse de maneira unilateral o fim da coalizão.

Analistas políticos acreditam que a manobra de encerrar a aliança com o M5S é uma estratégia da Liga Norte de tentar formar um governo sozinha na Itália, pois o partido foi o mais votado neste ano no país para as eleições ao Parlamento Europeu.

Apoiada pelas pesquisas de intenção que voto que lhe dão 38% das preferências em caso de uma eleição antecipada na Itália, a legenda nacionalista e anti-imigratória poderia formar um novo governo apenas com o apoio de pequenos e médios partidos de direita.

Discurso de Conte - O premier demissionário da Itália chegou ao Parlamento por volta das 15h locais (10h de Brasília). A maior parte do seu discurso serviu para atacar Salvini, quem Conte chamou de oportunista e irresponsável. "A decisão de provocar a crise é irresponsável. O ministro do Interior mostrou que está seguindo interesses pessoais e do partido", disse Conte. "Fazer os cidadãos votarem é a essência da democracia, mas pedir para que votem todo ano é irresponsabilidade", ressaltou.

O tom usado por Conte surpreendeu o próprio Salvini, que acompanhou pessoalmente a sessão no Senado e reagiu às declarações balançando a cabeça. "Os comportamentos adotados nos últimos dias pelo ministro do Interior revelam falta de responsabilidade institucional e grave carência de cultura constitucional. Eu assumo a responsabilidade pelo que eu digo", criticou Conte. O premier também afirmou que a decisão de Salvini de colocar fim à aliança com o M5S foi tomada "logo após [a Liga Norte] obter o voto de confiança no projeto de lei de 'segurança bis', com uma coincidência eleitoral que sugere oportunismo político".

    Em seu discurso, Conte, por fim, alertou que a convocação de eleições antecipadas na Itália apresenta riscos ao país. Segundo ele, além de obstruir o funcionamento do Parlamento no segundo semestre, prejudicaria a Itália nas negociações com a União Europeia. "Esta crise ocorre em um momento delicado da interlocução com as instituições da União Europeia. Nos próximos dias, estão para serem concluídas as tratativas para os comissários europeus e eu estou trabalhando para garantir à Itália um papel central. É evidente que a Itália corre o risco de participar dessa tratativa em condições de fraqueza", afirmou.

"O país precisa urgentemente que sejam finalizadas as medidas para crescimento econômico e investimentos. Caro ministro do Interior, promovendo essa crise no governo, você assume grande responsabilidade diante do país. Já te ouvi pedir 'plenos poderes' e invocar as praças, mas essa sua concepção me preocupa", criticou Conte, dirigindo-se a Salvini. O discurso de Conte foi aplaudido pelos políticos do M5S e do Partido Democrático, de esquerda. Pela manhã, o líder do M5S, Luigi di Maio, demonstrou apoio a Conte e disse que, se o premier enfrentasse uma moção de censura, o partido votaria a seu favor.

O apoio declarado, porém, não foi o suficiente para poupar o M5S de críticas feitas por Conte também. "Quando o presidente do Conselho de Ministros comparece a uma sessão, o respeito às instituições orienta que se permaneça na sala para escutá-lo. E não há razão que justifique a ausência", alfinetou Conte, referindo-se a um episódio em que parlamentares do M5S não acompanharam um pronunciamento seu no plenário.

Da Ansa

A complexa demolição da ponte Morandi, em Gênova, que colapsou matando 43 pessoas em agosto do ano passado, começou nesta sexta-feira, com o desmantelamento do bloco de quase 40 metros.

Milhares de toneladas de aço, concreto e asfalto foram removidas da área onde o viaduto desabou, arrastando veículos e passageiros, incluindo vários turistas estrangeiros e quatro crianças.

"Este é um dia muito importante, representa o primeiro passo de um caminho que esperamos seja o mais curto possível", anunciou o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte.

Para os investigadores, a ponte desabou em boa parte devido à corrosão dos cabos de aço, que não puderam ser vistos por estarem cobertos por concreto.

É um momento simbólico e muito aguardado pelos genoveses, porque o viaduto de mais de um quilômetro foi sua principal via de comunicação.

Em Roma, o Ministério da Economia aprovou o gasto de 60 milhões de euros para sua reconstrução.

A ponte Morandi, batizada em homenagem ao arquiteto que a projetou na década de 1960, foi por muito tempo considerada uma obra-prima, embora tenha levantado críticas pelos problemas estruturais que apresentava.

A construção do novo viaduto, avaliada em 202 milhões de euros, será realizada por um grupo de empresas que incluem a Salini-Impregilo, a Fincantieri e a Italferr.

O novo viaduto será inaugurado em abril de 2020 sob pena de pesadas sanções caso os prazos não sejam cumpridos.

Desconhecido de seus conterrâneos até pouco mais de três meses atrás, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, parece ter um "plano B" na manga caso seu governo não tenha vida longa.

O site "Politico" revelou que o premier, que é advogado e professor, é candidato a uma vaga de docente de direito privado na Sapienza Universidade de Roma, embora a legislação italiana proíba a participação em concursos universitários de pessoas que possam ter conflito de interesses - no caso, Conte é o chefe de governo do país.

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O primeiro-ministro tinha até uma "entrevista" marcada para esta segunda-feira (10), durante a qual seriam examinadas suas competências em inglês. No entanto, após o caso vir à tona, na semana passada, Conte explicou que havia pedido transferência para Roma no início do ano, ainda antes das eleições, por motivos pessoais e que "repensaria" o pedido, dados seus "compromissos institucionais".

Segundo o premier, ele havia "se esquecido" da entrevista de emprego na Sapienza. No entanto, embora Conte não tenha aparecido para o processo seletivo desta segunda-feira, ele ainda não retirou sua candidatura para a cátedra de direito privado na universidade romana.

Ainda de acordo com o "Politico", a comissão julgadora disse aos outros dois candidatos, Mauro Orlandi e Giovanni Perlingieri, que Conte não compareceria e que havia sugerido adiar o exame, ideia que foi aceita pelos seus concorrentes.

O jurista está no poder na Itália desde o início de junho, no comando de um governo de coalizão entre o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e a ultranacionalista Liga. No entanto, os líderes dos dois partidos, Luigi Di Maio e Matteo Salvini, ambos vice-primeiros-ministros, são vistos como os líderes "de facto" do país.

Da Ansa

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