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O ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson "enganou deliberadamente" o Parlamento a respeito do "partygate", o escândalo das festas celebradas na residência oficial quando estava no poder e durante os confinamentos determinados pela pandemia de Covid-19, afirmam as conclusões de um comitê parlamentar.

O Comitê de Privilégios, que examina as violações das regras parlamentares, afirma que Johnson "enganou deliberadamente a Câmara" e que, se não tivesse renunciado ao posto de MP (Membro do Parlamento) na sexta-feira passada, ele teria sido suspenso por 90 dias por "desacatos repetidos e por tentar minar o processo parlamentar".

Com sua renúncia, o ex-primeiro-ministro conservador evitou uma punição dos colegas da Câmara dos Comuns.

Ao anunciar a renúncia, Johnson afirmou que havia recebido uma carta do comitê parlamentar e denunciou uma "armação política", apesar de a comissão de investigação ser integrada em sua maioria por membros de seu próprio partido.

Johnson insistiu nas críticas nesta quinta-feira. Ele chamou o comitê de "antidemocrático" e o acusou de ser "a facada final em um assassinato político prolongado.

O objetivo do comitê era determinar se Johnson mentiu de maneira intencional ao Parlamento quando afirmou que as restrições contra a pandemia de covid-19 haviam sido respeitadas durante as festas celebradas em Downing Street durante os confinamentos de 2020 e 2021.

O ex-chefe de Governo foi obrigado a renunciar em julho de 2022 após um acúmulo de escândalos, incluindo o "partygate".

Apesar dos muitos problemas, Johnson, que conservou o cargo de MP, ainda tem muita influência entre os conservadores.

Apoiadores de Boris Johnson estão confiantes de que o ex-premiê britânico irá conseguir as 100 assinaturas necessárias para emplacar seu nome nas cédulas de votação para primeiro-ministro do Reino Unido, de acordo com o Telegraph, após a renúncia de Liz Truss.

Entre os nomes que declararam publicamente o apoio em Johnson está Jacob Rees-Mogg, ministro para Oportunidades do Brexit e Eficiência do Governo, Simon Clarke, secretário de Estado do Nivelamento, Habitação e Comunidades, e Tom Pursglove, secretário de Estado da Imigração.

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Nas redes sociais circulam perfis para potencializar o nome do ex-premiê. A primeira votação entre os parlamentares para a escolha do novo primeiro-ministro do Reino Unido deve acontecer na próxima segunda-feira, dia 24, entre 11h30 e 13h30 (horário de Brasília).

O Partido Conservador britânico inicia nesta sexta-feira (21) uma campanha frenética para definir o sucessor da primeira-ministra demissionária Lizz Truss, com boatos de uma provável tentativa de retorno ao poder de Boris Johnson.

Depois de passar apenas 44 dias no cargo, período marcado por uma crise econômica desencadeada basicamente por suas próprias decisões, a líder conservadora anunciou a renúncia na quinta-feira (20).

Truss admitiu que não pode "cumprir com o mandato" para o qual foi eleita pelos "tories", depois que abandonou seu polêmico pacote de grandes cortes de impostos e enfrentou uma rebelião entre os deputados conservadores.

Truss sucedeu Boris Johnson em 6 de setembro, após uma campanha de várias semanas contra Rishi Sunak, e prometeu reformas profundas diante do aumento do custo de vida no país.

Sunak, ex-ministro das Finanças, que havia alertado para as consequências desastrosas do plano fiscal de Truss, passou a ser considerado um dos favoritos para assumir o posto de chefe de Governo.

Entre os aspirantes também aparece o nome de Boris Johnson, apesar dos escândalos que marcaram seu mandato e de sua reduzida popularidade ao deixar Downing Street.

"BoJo: Eu voltarei", afirma a manchete do tabloide The Sun, em referência a um possível retorno de Johnson.

De acordo com o conservador Daily Telegraph, o antecessor de Truss se apresenta como potencial salvador de um desastre eleitoral e procurou Rishi Sunak. Por sua vez, o Daily Mail destaca em sua primeira página um possível duelo entre os dois homens e afirma que Johnson antecipará o retorno das férias no Caribe.

Outros possíveis candidatos permaneceram discretos nas horas posteriores à explicação por parte dos dirigentes do partido sobre o processo de escolha do novo líder conservador, que acontecerá em 28 de outubro.

Os apoiadores de Sunak e Johnson rapidamente exaltaram seus respectivos méritos, enquanto outros dirigentes do partido, como Penny Mordaunt ou Ben Wallace, ainda pensavam sobre participar da disputa.

O novo ministro das Finanças, Jeremy Hunt, descartou uma candidatura.

O ex-ministro Tim Loughton pediu a Sunak, Mordaunt, Hunt e Wallace um acordo para uma candidatura de unidade para que o partido "volte a um certo nível de normalidade".

Outras candidaturas podem incluir representantes da ala mais à direita do partido como Suella Braverman, cuja renúncia como ministra do Interior na quarta-feira precipitou a queda de Truss.

Mas os pró-Brexit e outras alas dos conservadores "precisam deixar os egos de lado" e trabalhar juntos diante da gravidade da situação econômica, afirmou Loughton à rádio BBC.

"Precisamos de um governo unido e talentoso de adultos que se unam e nos levem de volta ao rumo certo", acrescentou.

- "Novela" -

Os candidatos não têm tempo a perder: precisam obter o apoio de pelo menos 100 parlamentares conservadores até 14H00 (10H00 de Brasília) de segunda-feira.

Isto limita a disputa ao máximo de três nomes, porque a Câmara dos Comuns tem apenas 357 conservadores.

Os representantes definirão o líder conservador em duas votações: a primeira reduzirá a disputa a duas candidaturas e a segunda servirá como "indicação" aos membros do partido sobre a opção preferida dos deputados.

Então, exceto se os parlamentares apoiarem apenas um nome, serão os filiados do Partido Conservador que definirão a questão em uma votação virtual na próxima semana.

O Partido Trabalhista e outras formações da oposição afirmam que os conservadores estão menosprezando o eleitorado.

O líder trabalhista, Keir Starmer, pediu eleições gerais antecipadas, dois anos antes do previsto, e afirmou que o "Reino Unido "não pode ter outro experimento dos conservadores".

"Esta não é apenas uma novela no topo do partido 'tory'. Está provocando um enorme dano à reputação de nosso país" e aos meios de subsistência das pessoas, disse, no momento em que o país registra inflação de 10%.

Muitos analistas consideram que os vencedores das disputas entre os conservadores serão os trabalhistas, que lideram atualmente as pesquisas de intenção de voto.

"Se você é o Partido Conservador precisa acreditar que chegou ao fundo do poço e a única direção a partir de agora é para cima", disse Tim Bale, cientista político da Universidade Queen Mary de Londres.

Para Bale, o retorno de Johnson "seria a última piada que o Partido Conservador tentou fazer com o país e o país não vai rir".

"Temos que sair do buraco em que os conservadores nos colocaram. Isto provavelmente significa uma mudança de governo", afirmou à AFP.

O jornal Daily Mirror, com tendência de esquerda, foi categórico: "Eleições já".

Boris Johnson prometeu apoio veemente à nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, horas antes de transferir o poder nesta terça-feira (6), o que encerra um mandato marcado pelo Brexit e a pandemia, que chegou ao fim sob a pressão dos escândalos.

O conservador de 58 anos, obrigado a renunciar no início de julho pelos deputados do próprio partido, indignados com a multiplicação de escândalos, se despediu durante a manhã de Downing Street diante de simpatizantes e parentes.

Ele fez um balanço de seus três anos de mandato e recordou que conseguiu em 2019 a maioria conservadora mais significativa desde 1987 com a promessa de concretizar o Brexit, algo que parecia impossível após anos de caos político.

Desde "a distribuição mais rápida de vacinas na Europa" contra a covid-19 até "entrega rápida de armas às forças ucranianas" contra a invasão russa, passando por um "desemprego em níveis mínimos nunca vistos desde que eu tinha 10 anos", ele recordou o que considera suas conquistas.

"Sou como um daqueles foguetes de propulsão que cumpriram o seu propósito e agora reentrar suavemente na atmosfera e submergir de maneira invisível em algum canto remoto e escuro do Pacífico. Oferecerei a este governo apenas meu apoio mais fervoroso", disse.

Após o último discurso, de apenas sete minutos, Johnson viajou para a residência escocesa da rainha Elizabeth II, em Balmoral, para apresentar oficialmente sua renúncia.

A transferência de poder geralmente acontece no Palácio de Buckingham, em Londres, a menos de 10 minutos de carro de Downing Street.

Mas este ano, por problemas de mobilidade da monarca, de 96 anos, tanto Johnson como sua sucessora terão que viajar mais de 800 km ao norte.

Johnson deve chegar a Balmoral às 11h20 (7h20 de Brasília) e Truss, em um voo separado, deve chegar ao local 50 minutos depois.

Durante um encontro protocolar de apenas meia hora, a monarca solicitará que, como nova líder da maioria, ela forme o governo.

A até agora ministra das Relações Exteriores, de 47 anos, venceu a eleição interna do Partido Conservador, ao superar o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak, de 42 anos.

Terceira mulher a comandar o governo britânico, após Margaret Thatcher (1979-1990) e Theresa May (2016-2019), Truss representa a ala mais à direita do partido e prometeu reduzir os impostos para estimular uma economia à beira da recessão.

- Inflação e crise de energia -

Após o encontro, Truss retornará a Londres para fazer o primeiro discurso no mesmo local da despedida de Johnson, antes de formar o novo Executivo.

Na quarta-feira, ela presidirá o primeiro conselho de ministros e enfrentará na Câmara dos Comuns o líder da oposição, Keir Starmer, que na segunda-feira a acusou de "não estar ao lado dos trabalhadores", pressionados por uma inflação de mais de 10%.

As famílias britânicas enfrentarão a partir de outubro um aumento de 80% nas contas de gás e energia elétrica. Muitas empresas e instituições, incluindo hospitais e escolas, alertaram que terão que fazer cortes ou até fechar devido à impossibilidade de pagar o novo valor.

Eleita em uma votação com a participação de apenas 82% dos 172.000 membros do Partido Conservador, em um país de 67 milhões de habitantes, diversas pesquisas mostraram que grande parte dos britânicos não confia na capacidade de Truss para enfrentar a crise.

Apesar dos escândalos, do "Partygate" - as festas celebradas em Downing Street durante os confinamentos - às acusações de favorecimento de amigos, Johson ainda tem uma grande popularidade entre as bases conservadoras e muitos consideram que está magoado por ser obrigado a deixar o poder.

Mas nesta terça-feira ele reiterou o apelo por unidade do partido, que deve superar as divisões agravadas pela luta de poder entre Truss e Sunak.

"Se Dilyn (seu cachorro) e Larry (o gato de Downing Street) conseguiram deixar para trás suas dificuldades ocasionais, o Partido Conservador também pode", brincou.

Em seu primeiro discurso na segunda-feira, Truss descartou a possibilidade de convocar legislativas antecipadas, mas prometeu a vitória nas próximas, previstas para janeiro de 2025 no máximo, contra um Partido Trabalhista que não para de avançar nas pesquisas.

O Partido Conservador do Reino Unido elegeu, nesta segunda-feira (5), Liz Truss como sua líder e, portanto, para assumir como nova primeira-ministra do país. Truss, de 47 anos, irá tomar posse como primeira-ministra nesta terça-feira (6).

Liz assume o lugar de Boris Johnson, que anunciou sua renúncia em julho passado, em meio a um escândalo político que levou dezenas de autoridades a abandonarem o gabinete britânico.

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Atual ministra de Relações Exteriores, Liz Truss competiu ao cargo com o ex-ministro de Finanças Rishi Sunak.

A ministra das Relações Exteriores britânica, Liz Truss, parece pronta para suceder Boris Johnson no cargo de primeiro-ministro nesta sexta-feira (2), quando o prazo para os afiliados do Partido Conservador votarem em seu novo líder e próximo chefe de Governo se encerra.

Truss, de 47 anos, está concorrendo contra o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak, um ex-banqueiro bilionário de 42 anos, neto de imigrantes indianos.

Os dois, escolhidos em julho pelos deputados conservadores entre oito candidatos, fizeram um esforço em agosto para seduzir os cerca de 200.000 membros do partido, que têm a última palavra com uma votação postal e online que se encerra nesta sexta às 17h00 (13h00 no horário de Brasília).

O vencedor será anunciado na segunda-feira e na terça vai viajar para o castelo escocês de Balmoral, residência de verão da rainha Elizabeth II, para seu primeiro encontro com a chefe de Estado que, aos 96 anos e com crescentes problemas de mobilidade, não se deslocará a Londres para a ocasião, pela primeira vez desde que subiu ao trono há 70 anos.

Antes disso, a monarca também receberá Boris Johnson em Balmoral, 830 km ao norte de Londres, que apresentará sua renúncia formal ao cargo de primeiro-ministro após ser forçado a renunciar em julho como líder do Partido Conservador, sob a pressão insustentável de uma multiplicação de escândalos que prejudicou a popularidade do partido.

- Truss, melhor "política" -

Encerrando uma turnê de um mês pelo país, três debates televisionados e dezenas de comícios, Truss e Sunak se encontraram pela última vez na noite de quarta-feira diante dos membros do partido reunidos na Wembley Arena, em Londres.

A chefe da diplomacia tem mais de 30 pontos de vantagem nas pesquisas, mas, embora claramente favorita, sua vantagem real poderia ser menor.

Na opinião de John Curtice, cientista político da Universidade de Strathclyde, seu sucesso com a base do partido se deve à maior facilidade em transmitir mensagens conservadoras tradicionais.

"Sunak mostrou algumas das qualidades que você esperaria de um bom ministro. Mas Truss mostrou as qualidades que são necessárias em um político", disse Curtice à AFP.

O vencedor assumirá imediatamente as rédeas do governo para enfrentar a crise econômica que o país atravessa, ameaçado com um outono de protestos e greves num contexto de inflação descontrolada que já atingiu os 10% e caminha para ultrapassar os 13% até o final do ano.

Os deputados conservadores britânicos designam nesta quarta-feira (20) os dois candidatos finalistas à sucessão do primeiro-ministro Boris Johnson, entre os quais, nas próximas semanas, os filiados do Partido Conservador escolherão seu novo líder e chefe de governo.

Após quatro rodadas, três candidatos permaneceram na terça-feira (19): o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak, com 118 votos; a ex-ministra da Defesa Penny Mordaunt, com 92; e a atual ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, com 86.

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A votação final acontece esta tarde. Será após a última aparição de Johnson na Câmara dos Comuns para responder às perguntas semanais ao primeiro-ministro antes do recesso de verão do Parlamento. Em seu retorno das férias, já haverá um novo chefe de governo.

Os dois finalistas serão anunciados às 15h GMT (12h de Brasília).

Apesar de não ter largado como favorito, Sunak, um britânico com avós indianos, consolidou rapidamente seu apoio, e sua passagem para a batalha final está praticamente garantida.

Após a dramática renúncia de Johnson em 7 de julho como líder do Partido Conservador, a longa corrida interna para substituí-lo começou na semana passada.

Inicialmente, os 358 deputados conservadores votaram em sucessivas rodadas de eliminação.

Os cerca de 200.000 filiados do partido escolherão então entre os dois finalistas por meio de uma votação por correspondência realizada durante o mês de agosto. O vencedor será anunciado no dia 5 de setembro.

Dados os candidatos restantes, o Reino Unido caminha para ter seu primeiro premiê de origem asiática, ou a terceira primeira-ministra da história do país.

Os finalistas farão campanha entre os eleitores e, apesar de seu forte apoio entre os deputados, Sunak não tem certeza da vitória.

De fato, as últimas pesquisas realizadas entre os membros do partido apontam que ele pode perder por uma ampla margem. No último fim de semana, foram realizados dois debates televisivos entre os cinco candidatos restantes: Truss, como representante da ala mais direitista; e Sunak, defensor da ortodoxia orçamentária, após a pandemia, se atacarem com muita força.

A chanceler acusou o ex-ministro das Finanças de ter arrastado o país para uma "recessão" ao aumentar impostos e encargos sociais, em um contexto de inflação descontrolada, que em junho atingiu um recorde histórico de 9,4%.

Sunak a censurou, entre outras coisas, por ter votado contra o Brexit.

As eleições internas são comuns em uma formação política acostumada a se livrar de seus líderes quando eles não têm mais apelo eleitoral.

Nesse cenário tenso, Mordaunt, a surpresa desta campanha, uma reservista da Marinha que foi brevemente primeira-ministra da Defesa em maio e agora é secretária de Estado do Comércio Exterior, pode surgir como a candidata da unidade.

Sua equipe de campanha garante que encarna a "mudança", ao contrário dos outros dois candidatos da "continuidade".

Nos últimos dias, porém, mostrou-se pouco convincente nos debates e foi duramente acusada de incompetência.

Os ex-ministros da Saúde Sajid Javid e das Relações Exteriores Jeremy Hunt anunciaram, neste sábado (9), suas candidaturas para suceder a Boris Johnson na liderança do Partido Conservador e no cargo de primeiro-ministro. O anúncio foi feito após novo ministro britânico das Finanças, Nadhim Zahawi, e o ministro dos Transportes, Grant Shapps, comunicarem que também estavam entrando na disputa.

A secretária das Relações Exteriores, Liz Truss, afirmou ao Mail on Sunday que também está se candidatando a se tornar a próxima líder do partido, prometendo que defenderá "princípios conservadores clássicos". Ela deve confirmar oficialmente sua candidatura amanhã.

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A revista Economist considerou, esta semana, Zahawi em primeiro lugar na fila de possíveis substitutos de Johnson. Zahawi é filho de refugiados iraquianos e foi levado ao Reino Unido aos 9 anos. Ele apoiou o Brexit e coordenou um bem-sucedido programa de vacinação, sendo considerado uma figura muito popular no partido.

Outro dos favoritos, o ministro da Defesa, Ben Wallace, descartou ontem a possibilidade de disputar as primárias ao indicar em sua conta no Twitter que está focado em manter a segurança do país.

Explicando suas aspirações à mídia, Zahawi prometeu que, se eleito, cortará impostos para as famílias e empresas, aumentará os gastos com defesa e implementará reformas na educação.

Zahawi, ex-ministro da Educação, substituiu Rishi Sunak na semana passada depois que ele renunciou ao cargo de ministro das Finanças em protesto contra a gestão de Johnson.

"Meu objetivo é simples: oferecer as oportunidades que foram dadas à minha geração, a todos os britânicos, quem quer que sejam e de onde venham", acrescentou Zahawi.

Promessas

Pouco antes, o ministro dos Transportes anunciou sua candidatura nas páginas do Sunday Times, onde afirmou sua intenção, caso venha a substituir Johnson, de preparar um orçamento emergencial para lidar com a inflação, que inclui cortes de impostos e subsídios para empresas com alto consumo de energia.

Ao Mail on Sunday, Truss disse que reduzirá o imposto sobre as empresas e introduzirá medidas para aliviar a crise do custo de vida.

Além de Zahawi, Shapps e Truss, Sunak anunciou sua candidatura, assim como o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Comuns, Tom Tugendhat, a procuradora-geral, Suella Braverman, e a ex-secretária de Estado para a Igualdade Kemi Badenoch.

Nesta segunda (11), o influente Comitê de 1922, que reúne deputados conservadores sem pasta, elegerá seu executivo e anunciará o calendário para eleger o novo líder. Segundo os regulamentos atuais, os candidatos devem declarar sua intenção de substituir Johnson, desde que tenham o apoio de pelo menos oito parlamentares conservadores. A partir de então, várias rodadas de votação começarão entre os deputados conservadores até que reste o candidato mais votado. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após a dramática renúncia de Boris Johnson, a corrida começou no Reino Unido, nesta sexta-feira (8), para substituí-lo como líder do Partido Conservador e, por conseguinte, como primeiro-ministro, cargo no qual se mostrou determinado a permanecer até seu sucessor ser designado.

O calendário destas longas e complexas eleições internas, que costumam durar vários meses, será anunciado na próxima semana.

Antes mesmo do fim da intensa quinta-feira, o deputado conservador Tom Tugendhat, presidente do comitê parlamentar de Relações Exteriores e muito crítico de Johnson, anunciou sua candidatura.

Uma pesquisa da consultoria YouGov feita com eleitores conservadores colocou o ministro da Defesa, Ben Wallace, e a secretária de Estado de Comércio Internacional, Penny Mordaunt, entre os favoritos.

Até o momento, porém, nenhum deles oficializou sua participação na corrida para se tornar o próximo inquilino de Downing Street.

Foi precisamente em frente à famosa porta preta da residência oficial do chefe de governo que Johnson anunciou ontem que, diante de uma pressão interna insuportável, renunciava à liderança da formação do governo.

"É claramente a vontade do grupo parlamentar conservador que haja um novo líder do partido e, portanto, um novo primeiro-ministro", reconheceu, sem pronunciar a palavra "renúncia" em momento algum.

Ele também afirmou que permanecerá como primeiro-ministro até que seu partido realize eleições internas no verão boreal (inverno no Brasil) para designar um novo líder antes de seu congresso anual em outubro. Quem for eleito será primeiro-ministro, automaticamente, até as próximas eleições legislativas, previstas para 2024.

 Convocado ir embora já

Uma das figuras do Partido Conservador, o ex-primeiro-ministro John Major, levantou imediatamente a voz contra uma situação "insustentável".

"Pelo bem do país, Johnson não deve permanecer em Downing Street (...) mais tempo do que o necessário", defendeu, sugerindo que o vice-primeiro-ministro Dominic Raab assuma como chefe de governo interino.

Ainda de acordo com pesquisa do YouGov, 56% dos britânicos concordam em que Johnson deve deixar o poder agora, em meio a rumores de que está se apegando ao cargo para fazer uma luxuosa festa de casamento no final do mês em Chequers, residência de campo dos primeiros-ministros. A festa seria agora, porque ele se casou em maio de 2021, quando as restrições pela pandemia da covid-19 seguiam em vigor.

Considerando-se que a saída de Johnson é insuficiente e que se faz necessária "uma verdadeira mudança de governo", o líder da oposição, o trabalhista Keir Starmer, disse avaliar a possibilidade de apresentar uma moção de censura contra o Executivo, na tentativa de precipitar a convocação de eleições antecipadas - algo muito prejudicial para os conservadores no momento.

A pressão venceu

Johnson resistiu durante dias aos pedidos de demissão, mas acabou cedendo na quinta-feira (7), quando cerca de 60 membros de seu governo já haviam renunciado, em uma sangria iniciada na terça-feira com dois pesos pesados: os então ministros das Finanças, Rishi Sunak, e o da Saúde, Sajid Javid.

Durante meses, graças à sua determinada ajuda à Ucrânia contra a invasão russa, o polêmico primeiro-ministro conseguiu diluir a lembrança dos inúmeros escândalos de seu governo.

No início de junho, contudo, enfrentou um voto de desconfiança de deputados de sua própria fileira. Sobreviveu, graças ao apoio de 211 de seus 359 legisladores, mas os 148 votos contra ele deixaram claro que a insatisfação não parava de crescer.

Vários reveses eleitorais - os mais recentes deles em duas disputas legislativas parciais em 23 de junho - convenceram um número crescente de deputados conservadores de que Johnson não poderia mais liderá-los para a próxima corrida eleitoral.

Campeão das eleições de 2019, quando conquistou a maioria conservadora mais importante em décadas graças à promessa de concretizar o Brexit, o primeiro-ministro está há meses caindo nas pesquisas.

De acordo com as pesquisas, a maioria dos britânicos considera Boris Johnson um "mentiroso".

Do chamado "Partygate" - o escândalo das festas organizadas em Downing Street durante os confinamentos de 2020 e 2021 pela pandemia - ao financiamento irregular da luxuosa reforma de sua residência oficial, passando por acusações de favorecimento, os escândalos não param.

As renúncias de Javid e Sunak ocorreram na terça-feira, horas depois que Johnson ter-se desculpado pela enésima vez, reconhecendo que cometeu um "erro" ao nomear Chris Pincher para um importante cargo parlamentar. Na semana passada, este último renunciou à posição, acusado de assediar dois homens fisicamente, um deles deputado.

Após afirmar o contrário em um primeiro momento, Downing Street reconheceu que o primeiro-ministro foi informado em 2019 das acusações anteriores contra Pincher, mas que havia se "esquecido" delas.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, renunciou ao cargo de líder do Partido Conservador, abrindo caminho para a escolha de um novo premiê. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 7, feito em meio à grave crise política que levou à demissão de mais de 50 integrantes do governo nas últimas 48 horas. Um novo premiê, do próprio partido, será escolhido até outubro. Não haverá por enquanto eleições gerais.

Johnson confirmou o fim do governo em um pronunciamento à imprensa em frente à sede do governo, no número 10 de Downing Street, em Londres. "É claramente a vontade do grupo parlamentar conservador que haja um novo líder do partido e, portanto, um novo primeiro-ministro", disse.

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Afirmando estar "triste por deixar o melhor emprego do mundo" antes do fim de seu mandato, Johnson permanece como premiê interino até que o gabinete conservador escolha um novo líder para sucedê-lo. "Eu concordei que o processo de escolha do novo líder deve ser iniciado agora. As datas devem ser divulgadas na próxima semana e hoje eu vou anunciar o novo gabinete que deve servir até que este novo líder seja indicado", afirmou Johnson.

As crises de Boris Johnson

São vários os escândalos que envolveram o primeiro-ministro britânico, que hoje anunciou a renúncia. O que começou com festas durante a pandemia chega ao ápice agora com escândalos de assédio sexual. Confira:

Partygate: Enquanto os britânicos foram obrigados a ficar em casa, sem ver a família ou amigos devido à covid-19, em Downing Street, onde Johnson vive e trabalha, ocorreu todo o tipo de eventos, desde Natal, despedidas ou festas de aniversário até celebrações no jardim. A polícia britânica investigou e impôs 126 multas, incluindo uma ao primeiro-ministro, o primeiro chefe de governo em exercício a ser sancionado por violar a lei. A alta funcionária Sue Gray também produziu um relatório altamente crítico dos "altos funcionários" responsáveis por reuniões com excesso de álcool, brigas, saídas pela porta dos fundos tarde da noite e, ocasionalmente, falta de respeito pelo pessoal de segurança e limpeza. Johnson afirmou assumir "total responsabilidade", mas se recusou a renunciar e sua legitimidade sofreu.

Conflito de interesses: As lucrativas atividades de lobby de alguns parlamentares conservadores provocaram indignação. O deputado Owen Paterson foi acusado de fazer lobby junto ao governo em nome de duas empresas que o pagaram. Johnson tentou mudar as regras para evitar ser suspenso do Parlamento, ganhando uma avalanche de críticas que o obrigou a recuar. Isso, entre outros casos de clientelismo e cutucadas, alimentou acusações de corrupção por parte da oposição.

Obras luxuosas de seu apartamento: O primeiro-ministro afirmou ter pago do próprio bolso a luxuosa reforma do apartamento oficial que ocupa com sua família em Downing Street. Mas ele havia recebido uma doação, que depois teve de devolver, de um abastado partidário do Partido Conservador, que foi multado pela comissão eleitoral por não declará-lo.

Gestão da pandemia: No início da pandemia, Johnson foi duramente criticado por sua gestão errática, acusado de não agir com rapidez suficiente e de não proteger os profissionais de saúde e os idosos nas residências. Grande parte dos próprios parlamentares conservadores se rebelou, votando contra a introdução de um passaporte de saúde para acessar grandes eventos, que foi finalmente aprovado graças aos votos da oposição trabalhista. No entanto, ele conseguiu esquecer as críticas ao seu manejo da covid-19 ao contar com uma campanha de vacinação bem-sucedida.

Crise do custo de vida: A inflação descontrolada, que atingiu uma alta de 40 anos no Reino Unido, chegando a 9% ano a ano em maio, afetou a popularidade do governo, acusado de não fazer o suficiente para ajudar as famílias que lutam para sobreviver. mês. A alta nos preços de alimentos e energia, exacerbada desde o início da invasão russa da Ucrânia, deve piorar em outubro, quando é esperado um aumento acentuado no pico dos preços da energia no Reino Unido.

O Escândalo Pincher: Johnson admitiu que cometeu um "erro" ao nomear Chris Pincher em fevereiro como vice-chefe do grupo parlamentar conservador, encarregado de disciplinar seus deputados. Pincher renunciou na semana passada depois de ser acusado de apalpar dois homens. (Com agências internacionais).

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, renunciou nesta quinta-feira (7) ao cargo de líder do Partido Conservador, abrindo caminho para a escolha de um novo premiê. Sem um sucessor claro na sigla, vários nomes circulam como possíveis candidatos para substituí-lo no comando do Reino Unido.

O anúncio foi confirmado por Johnson à imprensa em frente à sede do governo, no número 10 de Downing Street, em Londres. Johnson deixa o governo em meio a uma crise política após mais de 50 pessoas entregaram os cargos desde as saídas do chefe das Finanças, Rishi Sunak, e do ministro da Saúde, Sajid Javid, que renunciaram na terça-feira (5).

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Confira os nomes dos possíveis candidatos:

Rishi Sunak

O ex-ministro das Finanças e o primeiro hindu a ocupar o cargo foi um dos dois ministros de grande destaque que renunciou na terça-feira. Sunak, de 42 anos, já chegou a ser considerado o grande favorito para suceder a Johnson, mas perdeu a legitimidade após escândalos. Os casos giravam em torno do status fiscal vantajoso de sua mulher bilionária, que lhe permitia evitar o pagamento de impostos no Reino Unido, e o greencard que ele tinha até o ano passado.

Jeremy Hunt

Ex-ministro de Relações Exteriores e Saúde, perdeu para Boris Johnson a liderança conservadora de 2019. Desde então, Hunt, de 55 anos, se prepara para concorrer novamente, construindo apoios e ficando fora do governo.

Liz Truss

A ministra das Relações Exteriores, Truss, de 46 anos, tornou-se muito popular nas bases do Partido Conservador. Como ministra do Comércio, votou pela permanência na UE antes de mudar de lado e conseguir fechar uma série de importantes acordos comerciais pós-Brexit.

Sajid Javid

O ex-ministro da Saúde, foi o outro peso-pesado do governo e do Partido Conservador que renunciou na terça-feira. Filho de um motorista de ônibus paquistanês, Javid, de 52 anos, foi um renomado banqueiro antes de se tornar ministro das Finanças de Johnson. Ele renunciou em 2020 e voltou ao governo em 2021. Votou pela permanência na UE pelos benefícios econômicos, mas depois se juntou à causa do Brexit.

Priti Patel

Ministra do Interior, Patel, de 50 anos e origem indiana, é a mais conservadora dos ministros de Johnson e firme defensora do Brexit.

Tom Tugendhat

O presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, de 48 anos, foi o primeiro a anunciar sua intenção de se candidatar se Johnson renunciasse ou sofresse um impeachment. Ex-oficial do Exército, serviu no Iraque e no Afeganistão.

Penny Mourdaunt

Ex-ministra da Defesa e atual secretária de Estado do Comércio Exterior, Mordaunt, de 49 anos, foi uma das figuras da campanha a favor do Brexit e desde então trabalha nas negociações de acordos comerciais para o Reino Unido.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, confirmou nesta quinta-feira que renunciará ao cargo, mas disse que seguirá à frente do governo até que o Partido Conservador escolha um novo líder. O cronograma para o processo de sucessão deve ser anunciado nos próximos dias.

"É claramente o desejo do Partido Conservador no Parlamento que haja um novo líder", afirmou em discurso na porta da sede a sede do gabinete britânico, em Downing Street, número 10, Londres.

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Johnson exaltou a maioria parlamentar conquistada nas eleições de 2019 e se disse "imensamente orgulhoso" das conquistas de sua gestão. Especificamente, o político citou o Brexit, como é conhecida a saída do Reino Unido da União Europeia, além da resposta ao coronavírus e a política econômica.

O premiê acrescentou que, nos últimos dias, tentou convencer aliados de que seria indesejável mudar a liderança do país em um momento de inúmeros desafios, entre eles a guerra na Ucrânia e a escalada da inflação. No entanto, reconheceu que não teve sucesso no pleito. "Na política, ninguém é indispensável", comentou.

Johnson disse ter nomeado um novo gabinete para garantir o funcionamento do governo até que haja novo comandante. Como os conservadores detêm folgada maioria no Parlamento, é prerrogativa do partido apontar um novo primeiro-ministro.

A renúncia encerra uma crise política que deflagrou a debandada de ministros e assessores do governo. Na terça-feira, 5, os chefes das pastas de Finanças, Rishi Sunak, e Saúde, Sajid Javid, entregaram os cargos após uma série de escândalos políticos que abalaram a gestão. Johnson já vinha sendo questionado há meses por festas de que teria participado durante a pandemia. No entanto, a gota d'água foi a resposta dele às denúncias de assédio sexual contra o parlamentar conservador Chris Pincher.

Johnson tomou posse em 29 de julho de 2019, após a antecessora, Theresa May, renunciar em meio a dificuldades na implementação do Brexit. Após uma histórica vitória nas eleições do final daquele ano, o primeiro-ministro enfrentou uma pandemia e coordenou uma das mais rápidas vacinações do mundo. Contudo, viu seu capital político ruir ao longo deste ano, quando foram reveladas festas ocorridas em Downing Street na época da quarentena.

Boris Johnson, de 58 anos, é jornalista e fez carreira nos principais veículos da imprensa britânica. Notabilizou-se como colunista político do jornal The Daily Telegraph e editor da revista The Spectator. Em 2001, foi eleito ao Parlamento, mas renunciou em 2008, quando tornou-se prefeito de Londres. A ascensão se completou em 2016, ao tornar-se figura proeminente na vitoriosa campanha pelo Brexit.

O líder conservador Boris Johnson renunciou ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido, nesta quinta-feira (7), em meio à grave crise política que levou à demissão de mais de 50 integrantes do governo nas últimas 48 horas. Johnson confirmou o fim do governo em um pronunciamento à imprensa em frente à sede do governo, no número 10 de Downing Street, em Londres.

Os principais veículos de comunicação britânicos já davam como certa a renúncia do premiê na manhã desta quinta. Jornais como The Guardian, The Times, The Independent e The Telegraph, além da rede britânica BBC, amanheceram nesta quinta afirmando que a queda era inevitável.

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A BBC informou que Johnson renunciaria nesta quinta como líder do partido, o que significa que também deixará o posto de chefe de Governo. De acordo com o The Times, Johnson teria revelado a interlocutores que pretende anunciar a renúncia ainda nesta manhã, mas que pretende deixar o cargo apenas em alguns meses. "O primeiro-ministro disse aos aliados que quer ficar até a conferência do Partido Conservador em outubro, com um novo líder assumindo o cargo", escreveu o jornal.

Mais de 50 pessoas entregaram os cargos desde as saídas do chefe do Tesouro, Rishi Sunak, e do ministro da Saúde, Sajid Javid, que renunciaram na terça-feira (5), incluindo alguns dos nomeados por Johnson para ocupar os cargos recém-vagos.

O líder do Partido Trabalhista, principal força da oposição britânica, Keir Starmer, afirmou que a perspectiva de renúncia do primeiro-ministro é uma "boa notícia". "A única maneira de o país ter o recomeço que merece é se livrar desse governo conservador", escreveu Starmer.

Johnson é conhecido por sua capacidade de ignorar escândalos, mas uma série de acusações criminais o levaram à beira do precipício, e alguns de seus colegas parlamentares conservadores agora temem que o líder conhecido por sua afabilidade possa ser um risco nas eleições. Muitos também estão preocupados com a capacidade de um Johnson enfraquecido de governar em um momento de crescente tensão econômica e social.

Meses de descontentamento com o julgamento e a ética de Johnson dentro do Partido Conservador do governo explodiram com as renúncias, que começaram a acontecer poucas horas depois de o primeiro-ministro apresentar novas desculpas ao admitir que cometeu um "erro" por ter nomeado para um cargo parlamentar importante Chris Pincher, um conservador que renunciou na semana passada e reconheceu que apalpou, quando estava embriagado, dois homens, incluindo um deputado, em um clube privado do centro de Londres.

Depois de afirmar o contrário em um primeiro momento, Downing Street reconheceu na terça-feira que o primeiro-ministro havia sido informado em 2019 sobre acusações anteriores contra Pincher, mas havia "esquecido".

A isso se soma o fato de que, nos últimos meses, Johnson foi multado pela polícia e criticado pelo relatório de uma investigadora que aponta desrespeito às restrições contra a Covid-19 impostas a outros, o escândalo que ficou conhecido como "Partygate". 

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, sob pressão intensa depois de perder o apoio do Partido Conservador, está cada vez mais perto da renúncia.

A BBC informou que Johnson renunciará nesta quinta-feira como líder do partido, o que significa que também deixará o posto de chefe de Governo. E Downing Street anunciou que ele fará um discurso aos britânicos durante o dia.

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O novo ministro das Finanças, Nadhim Zahawi, nomeado na terça-feira depois que Rishi Sunak anunciou sua demissão e provocou o início da pior crise do mandato de Johnson, se uniu nesta quinta-feira aos pedidos de renúncia do primeiro-ministro, depois que o chefe de Governo perdeu o apoio do Partido Conservador em meio a vários escândalos.

"Sabe em seu coração o que é o correto, saia agora", escreveu em uma carta publicada no Twitter.

Michelle Donelan, nomeada na terça-feira para o ministério da Educação para substituir Zahawi, apresentou o pedido de demissão apenas 48 horas depois de assumir a pasta.

Outro pedido de demissão veio do ministro para a Irlanda do Norte, o até agora leal Brandon Lewis, o que eleva a mais de 50 o número de renúncias no Executivo desde as saídas de Sunak e do ministro de Saúde, Sajid Javid, na tarde de terça-feira.

"Um governo decente e responsável se baseia na honestidade, integridade respeito mútuo", afirmou Lewis. "Lamento profundamente ter que deixar o governo porque acredito que estes valores não são mais respeitados", acrescentou.

Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, principal força da oposição britânica, afirmou que a perspectiva de renúncia do primeiro-ministro é uma "boa notícia".

Ele considerou, no entanto, que não basta mudar o líder do Partido Conservador. "Precisamos de uma verdadeira mudança de governo", disse Starmer.

Johnson resistia

Para demonstra que não pretendia sair sem lutar, Johnson demitiu na quarta-feira à noite o ministro da Habitação e Governo Local, Michael Gove, seu braço direito na campanha de 2016 a favor do Brexit, que pediu sua renúncia pelo bem do partido e do país.

No fim da tarde de quarta-feira, um grupo de colaboradores próximos de Johnson, incluindo a ministra do Interior Priti Patel, compareceu a Downing Street para pedir que ele aceitasse que, sem o apoio do partido, não tinha condições de prosseguir no cargo.

De acordo com o jornal The Sun, Johnson disse a seus colegas que eles precisariam ter "sangue nas mãos" para removê-lo do cargo.

Mas na manhã desta quinta-feira, as manchetes da imprensa britânica destacam a situação insustentável do chefe de Governo.

O Daily Express, jornal favorável aos conservadores, cita a "última batalha" de Johnson e o Daily Telegraph afirmou que o primeiro-ministro estava "mortalmente ferido".

Sem governo funcional

As renúncias de Javid e Sunak aconteceram poucas horas depois de Johnson apresentar desculpas pela enésima vez, ao admitir que cometeu um "erro" por ter nomeado para um cargo parlamentar importante Chris Pincher, um conservador que renunciou na semana passada e reconheceu ter apalpado, quando estava embriagado, dois homens, incluindo um deputado, em um clube privado do centro de Londres.

Depois de afirmar o contrário em um primeiro momento, Downing Street reconheceu na terça-feira que o primeiro-ministro havia sido informado em 2019 sobre acusações anteriores contra Pincher, mas havia "esquecido".

Os britânicos esperam que o governo se comporte de maneira "competente e séria, e é por isto que peço demissão", escreveu Sunak em sua mensagem a Johnson. Javid afirmou que os britânicos precisam de "integridade por parte de seu governo".

Manobra contra Johnson

O primeiro-ministro sobreviveu no início de junho a um voto de desconfiança, uma iniciativa de rebeldes do partido para tentar afastá-lo do poder.

Apoiado por 211 dos 359 deputados conservadores, Johnson conseguiu permanecer no cargo, mas os 148 votos contra ele deixaram evidente o descontentamento interno.

As regras do partido estabelecem que este procedimento não pode ser repetido durante 12 meses, mas muitos conservadores querem uma mudança para voltar a tentar outra manobra contra Johnson.

Johnson está envolvido em polêmicas que vão do "partygate", o escândalo das festas em Downing Street durante as restrições sanitárias, ao financiamento irregular da reforma da residência oficial, passando por acusações de clientelismo.

Grande vencedor das legislativas de dezembro de 2019, quando conseguiu a maioria conservadora mais importante em décadas com a promessa de concretizar o Brexit, o primeiro-ministro perdeu grande parte da popularidade.

As pesquisas mostram que a maioria dos britânicos o considera um "mentiroso".

Johnson será investigado por uma comissão parlamentar para determinar se enganou de maneira consciente os deputados quando, em dezembro, negou as festas que violaram as regras anticovid.

E o fato de ter afirmado que não sabia das acusações contra Pincher quando muitos alegaram o contrário e de ter reconhecido o "esquecimento" reforça as acusações de que o primeiro-ministro brinca com a verdade.

Derrotas eleitorais recentes, como a de 23 de junho em duas legislativas parciais, convenceram um número crescente de rebeldes dentro do Partido Conservador de que Johnson não pode mais liderar o partido nas eleições gerais previstas para 2024.

O governo do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, já enfraquecido por vários escândalos, enfrenta uma nova dor de cabeça após a renúncia de um integrante do Executivo acusado de apalpar outros homens, o mais recente de uma série de casos similares dentro do Partido Conservador.

A notícia é péssima para o primeiro-ministro conservador após uma semana no exterior, com participações em três reuniões de cúpula, nas quais se afastou das dificuldades políticas internas enquanto se apresentava como grande apoiador da Ucrânia contra a Rússia de Vladimir Putin.

A crise social no Reino Unido é cada vez mais intensa com o aumento da inflação e, depois do "partygate", agora ele enfrenta um novo obstáculo.

Na carta de renúncia com data de quinta-feira, o "whip" Chris Pincher - responsável pela disciplina parlamentar dos deputados conservadores - admite que bebeu "demais" e pede desculpas pela "vergonha" que passou e provocou em outras pessoas.

De acordo com a imprensa britânica, o político de 52 anos foi acusado de apalpar dois homens - incluindo um deputado -, diante de testemunhas em um clube privado do centro de Londres, o Carlton Club, o que provocou reclamações ao partido.

A recente série de casos de caráter sexual no partido que governa o país há 12 anos é constrangedora.

Um deputado suspeito de estupro, que não foi identificado, foi detido e depois libertado sob fiança em maio. No mês anterior, outro deputado conservador renunciou depois que foi flagrado assistindo um vídeo pornô em seu smartphone na Câmara dos Comuns. E um ex-deputado foi condenado em maio a 18 meses de prisão por agressão sexual contra um adolescente de 15 anos.

Nos últimos dois casos, os deputados renunciaram, o que provocou eleições legislativas parciais e derrotas para os conservadores nas urnas. Com os resultados das urnas, o presidente do partido, Oliver Dowden, deixou o cargo.

- Degradação -

Embora Pincher tenha renunciado ao cargo no partido, ele permanece como deputado, segundo o jornal The Sun, porque teria reconhecido seus erros.

"O primeiro-ministro aceitou a renúncia e acha que foi certo ele renunciar", disse o porta-voz adjunto de Johnson. "(Ele) acha que esse tipo de comportamento é inaceitável e encorajaria aqueles que desejam fazer uma reclamação a fazê-lo", acrescentou.

Mas diante dos pedidos de expulsão do partido e para uma investigação interna, a pressão aumenta sobre Boris Johnson para que adote medidas mais firmes.

"É impossível que os conservadores ignorem uma possível agressão sexual", tuitou Angela Rayner, a número dois do Partido Trabalhista, principal grupo de oposição.

"Boris Johnson tem sérias perguntas a responder sobre como Chris Pincher recebeu esse papel e como ele pode continuar sendo um parlamentar conservador", acrescentou, antes de criticar a "degradação total das normas da vida pública" no governo do primeiro-ministro.

O governo de Boris Johnson também foi abalado pelo escândalo das festas celebradas em Downing Street, apesar das restrições determinadas pelo governo durante a pandemia de covid. O caso provocou um voto de desconfiança dentro do Partido Conservador, mas ele conseguiu sobreviver.

Nomeado em fevereiro, Chris Pincher já havia renunciado como "whip júnior" em 2017, acusado de ter feito propostas sexuais a um atleta olímpico e potencial candidato conservador nas eleições. Ele foi absolvido após uma investigação interna.

Reincorporado pela ex-primeira-ministra Theresa May, ele passou a trabalhar para o ministério das Relações Exteriores como secretário de Estado quando Boris Johnson chegou ao poder em julho de 2019.

A polícia de Londres informou que não foram apresentadas denúncias de agressão no Carlton Club.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recebeu um novo golpe nesta sexta-feira, mas voltou a insistir que não renunciará após a derrota do Partido Conservador nas eleições parciais de quinta-feira, que provocaram a repentina renúncia do presidente da formação.

Os conservadores perderam as duas cadeiras em disputa, em Tiverton-Honiton, circunscrição historicamente de direita no sudoeste da Inglaterra, e Wakefield, tradicional reduto de esquerdas no denominado "muro vermelho" do norte do país, onde os 'tories' derrotaram os trabalhistas nas legislativas de 2019.

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Nas eleições parciais que tiveram os resultados divulgados na madrugada de sexta-feira, Tiverton-Honiton elegeu um deputado do centrista Partido Liberal-Democrata e Wakefield retornou às mãos do Partido Trabalhista.

As eleições aconteceram menos de três semanas depois de Johnson sobreviver a um voto de desconfiança apresentado por deputados rebeldes de seu partido.

E o resultado enfraquece ainda mais um primeiro-ministro em rápida perda de popularidade, considerado um "mentiroso" pela maioria dos britânicos e que enfrenta o descontentamento social com a inflação fora de controle, de 9,1% em maio e com previsão de 11% para outubro.

Em Ruanda, onde participa em uma reunião de cúpula da Commonwealth, Johnson admitiu que o resultado eleitoral é "difícil" para seu partido, mas prometeu "ouvir" os eleitores e "seguir adiante", descartando a possibilidade de renúncia.

"Temos que reconhecer que devemos fazer mais e faremos. Vamos continuar, respondendo às preocupações das pessoas", acrescentou.

Grande vencedor das legislativas de 2019 graças à promessa de concretizar o Brexit, Johnson, que registrou duas derrotas em eleições parciais no ano passado e sofreu um revés eleitoral nas eleições locais de maio, não é mais considerado um grande trunfo nas urnas por muitos em seu partido, e sim um fardo cada vez mais complicado.

As novas derrotas "são as mais recentes de uma série de resultados muito ruins para nosso partido", escreveu o presidente do Partido Conservador britânico, Oliver Dowden, em uma carta dirigida a Johnson na qual anunciou sua renúncia.

"Não podemos seguir como se nada tivesse acontecido. Alguém deve assumir a responsabilidade e eu concluí que, nestas circunstâncias, não seria certo permanecer no cargo", acrescentou em uma dura mensagem ao primeiro-ministro.

- Alerta para os conservadores -

Os liberal-democratas superaram os conservadores por mais de 6.000 votos na circunscrição de Tiverton-Honiton, que deu a vitória à direita em cada eleição geral desde a década de 1880.

E em Wakefield, a oposição trabalhista recuperou com uma vantagem de quase 5.000 votos um dos muitos redutos conquistados por Johnson em 2019 com a promessa de trabalhar contra as desigualdades econômicas regionais.

Em seus respectivos discursos, os dois novos deputados eleitos afirmaram que o Reino Unido perdeu a confiança em Boris Johnson e insistiram que ele deve renunciar após o escândalo "partygate", as várias festas organizadas em Downing Street durante os confinamentos determinados pela pandemia de covid em 2020 e 2021.

O líder trabalhista Keir Starmer, que deseja substituir Johnson como primeiro-ministro após as eleições gerais previstas para 2024, disse que a vitória do partido em um de seus redutos históricos mostra que a oposição pode vencer a nível nacional pela primeira vez em mais de uma década.

"Wakefield mostrou que o país perdeu a confiança nos 'tories'", afirmou em um comunicado. "Que julgamento para os tories e Boris Johnson... que estão fora de sintonia, sem ideias", disse à imprensa.

O líder do Partido Liberal-Democrata, Ed Davey, celebrou e disse que sua formação fez "história política com esta vitória assombrosa". Para ele, os cidadãos de "Tiverton e Honiton falaram pelo país".

"As pessoas estão cansadas das mentiras e das infrações de Boris Johnson", declarou, antes de afirmar que as votações representam um "alerta para todos os parlamentares conservadores que apoiam Boris Johnson".

Após o voto de desconfiança que Johnson superou em 6 de junho, o Partido Conservador não pode tentar outra ação desse tipo contra seu líder.

O primeiro-ministro, no entanto, será em breve objeto de uma investigação parlamentar para determinar se ele mentiu de maneira consciente aos deputados quando garantiu que não aconteceram festas em Downing Street que posteriormente foram objetos de 126 multas da polícia.

O conselheiro do primeiro-ministro britânico Boris Johnson para a ética e o cumprimento do código de ética ministerial apresentou a sua demissão, mais uma "surpresa" no contexto do "partygate", o escândalo das festas realizadas em Downing Street durante o confinamento.

O líder conservador, sofrendo assim um novo revés, disse nesta quinta-feira (16) que "lamentava" ter recebido a carta de renúncia de Christopher Geidt, expressando sua "surpresa". Geidt explicou em sua carta que pensava que poderia continuar em sua posição após o escândalo do "partygate", mas decidiu renunciar depois de se encontrar em uma "posição impossível" por um novo pedido.

"Fui encarregado de aconselhar sobre a intenção do governo de considerar medidas que corram o risco de violar deliberadamente o código ministerial. Esse pedido me colocou em uma posição impossível e odiosa", escreveu ele. Não deu mais detalhes, mas considerou que a ideia de que o primeiro-ministro "poderia de alguma forma deliberadamente quebrar seu próprio código é uma afronta".

Johnson respondeu que "pedia seu conselho antes de tomar uma decisão" sobre qualquer assunto.

Geidt é o segundo conselheiro de ética ministerial a renunciar em três anos, depois de Alex Allan, que renunciou em 2020, depois que Johnson se recusou a aceitar suas descobertas sobre alegações de assédio trabalhista feitas contra a secretária do Interior Priti Patel.

A renúncia de Geidt, ex-diplomata que também foi secretário particular da rainha Elizabeth II por dez anos, é um novo revés para Johnson, que recentemente se livrou de uma moção de censura interna na qual mais de 40% dos deputados conservadores tentaram destituí-lo.

Embora tenha mantido o cargo e não possa ser alvo de outro voto interno de confiança por um ano, o líder conservador, cuja popularidade continua caindo, viu sua legitimidade minada pela magnitude da rebelião em suas fileiras.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse estar "profundamente preocupado" com o desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips, que sumiu em uma região remota da Amazônia com o indigenista brasileiro Bruno Pereira.

"Assim como todo mundo nesta casa, estamos profundamente preocupados com o que pode ter acontecido com ele. Oficiais do Departamento de Relações Exteriores estão trabalhando em estreita colaboração com as autoridades brasileiras", disse o premiê em discurso na Câmara dos Comuns nesta quarta-feira (15).

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"O que dissemos aos brasileiros é que estamos prontos para fornecer qualquer ajuda que eles possam precisar", acrescentou Johnson, que até esta quarta não havia se pronunciado publicamente sobre o desaparecimento de Phillips e Pereira.

Os dois sumiram na Amazônia no último dia 5 de junho, enquanto viajavam entre a comunidade ribeirinha de São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no oeste do Amazonas, em uma região conhecida como Vale do Javari, que abriga uma grande quantidade de povos isolados.

Um funcionário da Embaixada do Brasil em Londres chegou a informar à família de Phillips que dois corpos haviam sido achados na área das buscas, mas a sede diplomática admitiu o erro e pediu desculpas.

Até o momento, a Polícia Federal já encontrou objetos pessoais do jornalista e do indigenista e aguarda o resultado de perícia em material orgânico aparentemente humano. Dois suspeitos foram presos, os irmãos Amarildo da Costa Oliveira, conhecido na região como "Pelado", e Oseney da Costa Oliveira, chamado de "Dos Santos".

O local do desaparecimento é alvo frequente de invasões de garimpeiros, madeireiros e pescadores, e Pereira já havia recebido ameaças por seu trabalho para tentar proteger comunidades indígenas no Vale do Javari.

Da Ansa

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, voltou a ameaçar romper unilateralmente o Protocolo da Irlanda do Norte - mecanismo que possibilitou um acordo comercial com a União Europeia após o Brexit. Em viagem a Belfast, ele culpou o protocolo pela crise que impede a formação de um novo governo norte-irlandês.

Johnson manteve conversas com líderes políticos da Irlanda do Norte, incluindo os nacionalistas do Sinn Fein e os conservadores do Partido Unionista Democrático (DUP). Após pedir a retomada das atividades legislativas, ele defendeu a aprovação de uma lei que permita violar o protocolo caso a UE não concorde em reabrir negociações.

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O Protocolo da Irlanda do Norte foi acertado para permitir que os britânicos deixassem o mercado único sem precisar montar novamente postos de fronteira entre a Irlanda, membro da UE, e a Irlanda do Norte, território britânico. A ausência de fronteira é parte fundamental do Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, firmado em 1998, que encerrou três décadas de violência sectária na ilha.

FRONTEIRA

O problema é que o protocolo, na prática, deixa a Irlanda do Norte vivendo sob regras diferentes do restante do Reino Unido - o que os unionistas consideram o equivalente à reunificação da Irlanda.

Após mais de 30 anos de integração entre Reino Unido e UE, as economias das duas Irlandas se tornaram interdependentes e a imposição de qualquer controle alfandegário cria um atrito comercial que, além de impopular, teria impacto nos preços dos produtos.

Além disso, neste período em que Irlanda e Irlanda do Norte estiveram sob o guarda-chuva da UE, uma nova geração de católicos e protestantes cresceu desabituada à violência religiosa. Pesquisas apontam que a maioria dos norte-irlandeses ainda prefere ser parte do Reino Unido, mas a diferença é bem menor hoje do que era dez anos atrás.

ELEIÇÕES

Em 2016, no Brexit, a maioria da Irlanda do Norte votou pela permanência na UE. O DUP fez campanha pela saída e, durante as negociações com a Europa, ficou cada vez mais isolado. O resultado foi a perda da maioria que tinha na Assembleia local - eleição vencida pela primeira vez pelo partido nacionalista Sinn Fein, que apoia a reunificação.

Em resposta, o DUP rejeitou formar um governo e travou o funcionamento da Assembleia. O partido exige que Londres abandone o protocolo, o que deixou o premiê na situação difícil de ter de denunciar um tratado assinado por ele mesmo.

A UE rejeita reabrir as negociações do Brexit e uma decisão unilateral do premiê significa a violação de um tratado internacional, que afetaria a credibilidade do Reino Unido e permitiria que a UE revidasse com tarifas e restrições comerciais. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Reino Unido aumentará sua ajuda militar à Ucrânia contra a invasão russa, com radares e drones, para garantir que ninguém "nunca mais se atreva" a atacá-la, prometeu o primeiro-ministro Boris Johnson ao Parlamento ucraniano nesta terça-feira (3).

"Continuaremos ajudando a Ucrânia [...] com armas, financiamento e ajuda humanitária, até alcançar nosso objetivo a longo prazo, que deve ser reforçar a Ucrânia para que ninguém nunca mais se atreva a atacá-la", declarou o líder conservador por videoconferência, em Londres, dirigindo-se aos deputados ucranianos.

Este novo pacote de 300 milhões de libras (cerca de 355 milhões de euros, 377 milhões de dólares) inclui "radares para localizar a artilharia que bombardeia suas cidades, drones de transporte pesado para alimentar suas forças e milhares de aparelhos de visão noturna", afirmou.

O Reino Unido já forneceu 450 milhões de libras para ajudar militarmente a Ucrânia com milhares de mísseis antitanque leves, entre outros elementos. Prometeu recentemente que entregará veículos blindados para as retiradas, mísseis antinavios e sistemas de defesa antiaérea.

Em seu discurso, Johnson admitiu que os ocidentais foram "muito lentos na hora de entender o que estava acontecendo" e sancionar Moscou. "Não podemos repetir esse erro", afirmou.

O primeiro-ministro, que viajou em abril à capital Kiev, elogiou a resistência dos ucranianos, que repeliram as forças russas "das portas de Kiev" e "não apenas realizaram o maior feito militar do século XXI", mas também "expuseram a loucura histórica do [presidente russo Vladimir] Putin".

"Vocês destruíram o mito da invencibilidade de Putin e escreveram um dos capítulos mais gloriosos da história militar e de vida de seu país", destacou.

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