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O cartaz oficial da Semana Santa de Sevilha, no sul da Espanha, provocou indignação em meios de comunicação católicos ultraconservadores, que exigiram sua remoção por considerá-lo ofensivo.

Apresentado no sábado (27), o cartaz do artista natural de Sevilha Salustiano García mostra um Jesus Cristo ressuscitado, ligeiramente coberto por um pano branco da cintura para baixo.

Mostra "a parte luminosa da Semana Santa", no "mais puro estilo deste prestigiado pintor", ressaltou em um comunicado a organização que reúne as irmandades da cidade que participam das procissões da Semana Santa.

A obra, que deveria ser exposta por toda a cidade, gerou polêmica nas redes sociais, após inúmeros internautas e uma associação católica ultraconservadora denunciarem seu caráter "sexualizado".

O cartaz é "uma verdadeira vergonha e aberração", de acordo com o Instituto de Política Social, uma organização que defende os "símbolos cristãos" e que é contra o aborto.

Julgando o que consideram ser um Cristo "afeminado", a instituição pediu sua remoção e exigiu um pedido público de desculpas do artista, argumentando que esta representação não está de acordo com o espírito da Semana Santa.

O líder do partido de extrema direita Vox, Javier Navarro, também se juntou às críticas, declarando na rede social X que o cartaz "buscava a provocação" e se distanciava de seu objetivo de "encorajar a participação devota dos fiéis na Semana Santa de Sevilha".

- "Politização" -

Nesta segunda-feira (29), mais de 10.000 pessoas assinaram uma petição pública na plataforma Change.org pedindo a defesa da "tradição" e do "fervor religioso" de Sevilha contra a pintura.

Algumas reações foram denunciadas pelo autor da obra, que, em entrevista ao jornal ABC, afirmou que sua pintura é "gentil, elegante e bonita", e é feita com "respeito".

"É preciso estar doente para ver sexualidade em meu Cristo", afirmou García, explicando que "não há nada" em seu quadro que "não esteja representado em obras de arte de muitos séculos atrás".

Salustiano García, cujo trabalho está exposto em galerias de todo o mundo, explicou que usou seu filho como modelo para o cartaz. "Nós dois rimos com esta polêmica e estamos muito surpresos com a politização que está sendo feita com o quadro", contou à ABC.

Os socialistas, que governam o país, saíram em defesa do cartaz e denunciaram "as expressões de homofobia e ódio" a que deu origem, disse Juan Espadas, líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) na Andaluzia.

As procissões da Semana Santa, que comemoram a Paixão, morte e ressurreição de Cristo, ocupam uma posição importante em Espanha, onde as tradições católicas ainda são muito presentes, sobretudo em Sevilha, considerada a capital das procissões religiosas.

As eleições para conselheiros tutelares, ocorridas no último domingo (1º), elegeu cerca de 70% de candidatos conservadores e 50% declarados evangélicos, segundo o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). O parlamentar divulgou um vídeo nas redes sociais celebrando a mobilização da direita para eleger candidatos apoiados por políticos da oposição ao governo. 

“A direita se mobilizou ao longo dos últimos meses, trabalhou ativamente, de forma impressionante, com muito menos recursos do que eles, e nós elegemos 70% dos conselheiros tutelares no Brasil. São mais de 30 mil conselheiros tutelares, sendo 70% conservadores e aproximadamente 50% são evangélicos. Isso é uma vitória estupenda”, diz o deputado. 

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O papel do conselheiro tutelar é garantir a proteção e os direitos das crianças e dos adolescentes, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Gayer celebra que agora “temos um batalhão de pessoas para defender os nossos filhos contra a doutrinação, contra a pornografia por parte da esquerda, que quer enfiar goela abaixo, e o conselheiro tutelar tem uma autoridade gigantesca”. 

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“Despertar da direita” 

Após mostrar um vídeo mostrando um local de votação repleto de eleitores, ao que ele nomeou como “um despertar da direita”, Gayer declara que “resgatamos o Conselho Tutelar do nosso país”. 

Informação falsa 

Durante o vídeo, o deputado ainda argumenta que o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, teria feito pedido ao Ministério Público (MP) e o Tribunal de Contas da União (TCU) para anular parte das eleições dos conselhos tutelares, informação que foi refutada pela pasta

 

 

Os conservadores americanos, que estão na linha de frente das "guerras culturais" que tomaram conta do país em questões de gênero e educação, entraram em um novo campo de batalha: os espetáculos de drags, que consideram sexualizados demais.

Sua batalha é travada na frente legislativa, mas também em manifestações, algumas vezes violentas.

No foco do protesto estão as "Drag Queen Story Hour", rodas de leitura para crianças com um conceito bastante simples. A única novidade é que os narradores são artistas - muitas vezes do gênero masculino - que adotam códigos extravagantes de feminilidade utilizando perucas, vestidos brilhantes, salto agulha e maquiagem.

A ideia está longe de ser algo impensável em um país onde o drag é bastante difundido, em parte graças ao sucesso do reality televisivo "RuPaul's Drag Race".

A "Drag Queen Story Hour" começou em 2015 em San Francisco. A prática é um pesadelo para a direita, que a considera, no melhor dos casos, ativismo e, no pior, um espetáculo de caráter sexual, perigoso para a "inocência das crianças".

A polêmica agora está a ponto de se converter em lei. Na semana passada, os legisladores do Tennessee aprovaram um projeto de lei muito controverso que restringiria severamente as apresentações de drags em locais públicos ou na frente de crianças.

O senador republicano local Jack Johnson, promotor do projeto, jura que seu único propósito é "proteger" os mais jovens.

"Alguns espetáculos, filmes e lugares não foram pensados para crianças", declarou ele em comunicado.

Se a lei for sancionada pelo governador, será a primeira aprovada desta ofensiva republicana contra os shows de drags. Mas provavelmente não será a última.

Texas, Kansas, Arizona... em mais de dez estados existem propostas de textos similares.

- 'Fabuloso' -

Blaine Conzatti, que participou da redação de uma lei sobre drag queens apresentada na segunda-feira em Idaho, está convencido de que esses espetáculos são necessariamente "de natureza sexual".

Entram na mesma categoria dos "clubes de striptease" e da "pornografia", garantiu à AFP Conzatti, presidente do grupo cristão Idaho Family Policy Center.

Conzatti tem consciência de que faz parte de um movimento de alcance nacional, que, na sua opinião, deve-se à popularização desses eventos.

"Há dez anos, nenhum pai teria imaginado ver um espetáculo drag em público com crianças presentes", afirma.

Jonathan Hamilt, diretor da "Drag Queen Story Hour", considera que, embora o fenômeno drag "tenha origem na vida noturna queer", também possui "muitos níveis" para diferentes idades.

Hamilt foi a primeira drag queen que participou de uma roda de leitura em Nova York. "Quando vou de drag, sinto-me mais extrovertida, mais engraçada, mais corajosa", o que "melhora a história", conta à AFP. "E as crianças adoram o fabuloso e exagerado".

- Insultos e ameaças -

A oposição aos shows de drags às vezes ganha um caráter violento. Em 2022, a organização de direitos LGBTQIA+ GLAAD registrou 141 protestos ou ameaças contra as apresentações.

O grupo de extrema direita Proud Boys ataca regularmente esses eventos, enviando inclusive manifestantes armados para intimidar o público, como ocorreu em Ohio em dezembro.

Em meados de fevereiro, membros do grupo, encapuzados, gritaram insultos homofóbicos aos pais que entravam em uma biblioteca no subúrbio de Washington, segundo os meios de comunicação.

Em Nova York, San Francisco e Texas, as mesmas cenas se repetem. E, em resposta, as contramanifestações estão se generalizando.

No último fim de semana, manifestantes com guarda-chuvas arco-íris se posicionaram na entrada de uma biblioteca em Washington, formando uma fila colorida para proteger os participantes que compareciam para ouvir as drag queens.

Equipados com alto-falantes, tocavam os temas de sucessos da Disney com "O Rei Leão" e "Encanto". Era uma forma de mostrar que, para eles, essas rodas de leitura devem continuar sendo, antes de mais nada, para crianças.

Os deputados conservadores britânicos designam nesta quarta-feira (20) os dois candidatos finalistas à sucessão do primeiro-ministro Boris Johnson, entre os quais, nas próximas semanas, os filiados do Partido Conservador escolherão seu novo líder e chefe de governo.

Após quatro rodadas, três candidatos permaneceram na terça-feira (19): o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak, com 118 votos; a ex-ministra da Defesa Penny Mordaunt, com 92; e a atual ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, com 86.

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A votação final acontece esta tarde. Será após a última aparição de Johnson na Câmara dos Comuns para responder às perguntas semanais ao primeiro-ministro antes do recesso de verão do Parlamento. Em seu retorno das férias, já haverá um novo chefe de governo.

Os dois finalistas serão anunciados às 15h GMT (12h de Brasília).

Apesar de não ter largado como favorito, Sunak, um britânico com avós indianos, consolidou rapidamente seu apoio, e sua passagem para a batalha final está praticamente garantida.

Após a dramática renúncia de Johnson em 7 de julho como líder do Partido Conservador, a longa corrida interna para substituí-lo começou na semana passada.

Inicialmente, os 358 deputados conservadores votaram em sucessivas rodadas de eliminação.

Os cerca de 200.000 filiados do partido escolherão então entre os dois finalistas por meio de uma votação por correspondência realizada durante o mês de agosto. O vencedor será anunciado no dia 5 de setembro.

Dados os candidatos restantes, o Reino Unido caminha para ter seu primeiro premiê de origem asiática, ou a terceira primeira-ministra da história do país.

Os finalistas farão campanha entre os eleitores e, apesar de seu forte apoio entre os deputados, Sunak não tem certeza da vitória.

De fato, as últimas pesquisas realizadas entre os membros do partido apontam que ele pode perder por uma ampla margem. No último fim de semana, foram realizados dois debates televisivos entre os cinco candidatos restantes: Truss, como representante da ala mais direitista; e Sunak, defensor da ortodoxia orçamentária, após a pandemia, se atacarem com muita força.

A chanceler acusou o ex-ministro das Finanças de ter arrastado o país para uma "recessão" ao aumentar impostos e encargos sociais, em um contexto de inflação descontrolada, que em junho atingiu um recorde histórico de 9,4%.

Sunak a censurou, entre outras coisas, por ter votado contra o Brexit.

As eleições internas são comuns em uma formação política acostumada a se livrar de seus líderes quando eles não têm mais apelo eleitoral.

Nesse cenário tenso, Mordaunt, a surpresa desta campanha, uma reservista da Marinha que foi brevemente primeira-ministra da Defesa em maio e agora é secretária de Estado do Comércio Exterior, pode surgir como a candidata da unidade.

Sua equipe de campanha garante que encarna a "mudança", ao contrário dos outros dois candidatos da "continuidade".

Nos últimos dias, porém, mostrou-se pouco convincente nos debates e foi duramente acusada de incompetência.

Figuras-chave do Partido Democrata, como o ex-presidente Barack Obama, e conhecidas personalidades progressistas americanas perderam milhares de seguidores desde que os planos de Elon Musk de adquirir o Twitter se tornaram públicos, enquanto políticos de direita recuperaram adeptos.

Musk, o homem mais rico do mundo, chegou a um acordo na segunda-feira (25) para comprar esta plataforma social com sede nos Estados Unidos por US$ 44 bilhões.

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A notícia gerou entusiasmo entre os seguidores de Musk, que se considera um defensor da liberdade de expressão, e horrorizou aqueles que promovem a moderação da desinformação e dos discursos de ódio.

Os anúncios de saída da plataforma viraram tendência no Twitter e, em questão de horas, muitos cumpriram o prometido.

Obama, a pessoa mais popular nesta rede, com mais de 131 milhões de seguidores, perdeu 300.000 na primeira noite, segundo a rede NBC.

Em contraste, a polêmica legisladora republicana Marjorie Taylor Greene aumentou em quase 100.000 o número de seguidores de sua conta oficial no Twitter em 24 horas.

Uma aliada do ex-presidente Donald Trump que teve seu perfil pessoal fechado pela plataforma, Marjorie elogiou a aquisição. A representante de direita antecipa que, com a conclusão do acordo, "devo ter minha conta pessoal no Twitter restaurada".

Na terça-feira (26), a rede social disse à AFP que está monitorando a situação. Por enquanto, afirmaram as fontes consultadas pela AFP, as flutuações parecem ser orgânicas e, em grande parte, devido à criação de novas contas e à desativação de contas existentes.

Musk disse que quer aumentar a confiança no Twitter, plataforma que ele diz ver como uma praça pública digital para livre-expressão e debate.

A nova plataforma utilizada pelos bonsonaristas para manterem contato após bloqueio do Telegram, a Gettr, ou Getting Together, foi um refúgio lançado pela equipe do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2021, para manter o contato de pessoas conservadoras umas com as outras. No Telegram, o principal canal do presidente Bolsonaro (PL) tem cera de 1,1 milhões de inscritos. 

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A plataforma por si só tem a promessa de "lutar contra a cultura do cancelamento" e "defender a liberdade de expressão". A interface é similar a do Twitter: tem uma página inicial com um feed de postagens de quem o usuário segue e uma página com as hashtags dos assuntos mais comentados no momento. 

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Ela é alvo de pessoas conservadoras por prometer não censurar os integrantes, da forma como o Twitter, Facebook e YouTube censuram alguns usuários que infringem algumas políticas das redes. 

De acordo com o site, é possível importar uma conta do Twitter para o Gettr. Dentre outras características similares às da rede, a Gettr permite postagens de até 777 caracteres, vídeos de até três minutos e transmissão ao vivo. 

O grupo conservador 'Endireita Pernambuco' promete um grande ato em favor de Jair Bolsonaro para o dia 7 de setembro, no Recife. Segundo Nelson Monteiro, presidente do grupo, um trio será colocado em frente à Padaria Boa Viagem, na Zona Sul da capital pernambucana.

Uma carreata também está planejada para a Avenida Mascarenhas de Moraes, Zona Sul do Recife, em frente ao Banco do Brasil. Uma das principais reivindicações nos atos, segundo Nelson, vai ser pela liberdade de expressão dos conservadores. 

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“A gente está sendo tolhido. Estão diminuindo o nosso alcance nas redes sociais, nossas contas estão sendo derrubadas. A gente não entende que o Supremo Tribunal Federal esteja trabalhando a favor da Constituição, como deveria. O guardião da Constituição está passando por cima de alguns direitos constitucionais”, reclama o presidente do Endireita Pernambuco.

Motociata

Nelson aponta que integrantes do movimento estarão presentes na motociata do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que será realizada em Santa Cruz do Capibaribe e em Caruaru, cidades do Agreste de Pernambuco, neste sábado (4). 

“O presidente aceitou o convite da militância, em um dia de folga, e a gente vai aproveitar a agenda oficial dele para estarmos mais próximos”, pontua Monteiro.

O Grupo Conservador União por Pernambuco se reuniu nesta terça-feira (31), com lideranças políticas conservadoras para definir estratégias para a recepção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que chega no Recife na próxima sexta-feira (3).

Uma comissão formada pelos Pernambucanos, Gilson Machado Neto (Ministro do Turismo), Silvio Nascimento (Diretor da Embratur), Coronel Meira (Presidente do PTB/PE), Coronel Feitosa (Deputado Estadual PSC/PE) e os grupos de direita, prometem um grande evento.

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"Faremos uma grande recepção ao nosso presidente Bolsonaro e a primeira-dama Michele Bolsonaro que vem ao nosso estado sentir a força e receber um grande abraço do povo pernambucano", reforçou Coronel Meira. 

"Já temos muita coisa encaminhada, porém, estamos aguardando outras confirmações do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que está em Pernambuco realizando todo planejamento de segurança do presidente.", disse Feitosa.

Entre posicionamentos progressistas ou conservadores, o uso do capital político familiar é uma prática oligárquica persistente em Pernambuco, que abrange, sobretudo, os poderes Legislativo e Executivo. Às vésperas do processo eleitoral de 2022, os herdeiros políticos de direita e centro-direita seguem a toada e começam sinalizar quais nomes estarão na disputa pelo governo do Estado.

O LeiaJá reúne, a seguir, um apurado sobre as principais famílias conservadoras pernambucanas e como elas estão se movimentando nos meses que antecedem o pleito governamental.

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A expansão da família Ferreira

A candidatura do atual prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), tem se apresentado como uma certeza entre os conservadores. Em visita ao Agreste pernambucano no último domingo (22), ele chegou a ser chamado de “futuro governador” por aliados.

Reeleito ainda no primeiro turno, Anderson reforçou sua posição contrária ao PSB ao declarar apoio à Marília Arraes (PT) na disputa pelo segundo turno da capital pernambucana. O político, que comanda uma das principais cidades da Região Metropolitana (RMR), também tem afirmado publicamente que as pessoas foram “abandonadas” pela atual gestão do governo, liderada por Paulo Câmara (PSB).

Sob a forte influência do patriarca Manoel Ferreira (PSC), que está em seu oitavo mandato como deputado estadual, o clã dos Ferreira conseguiu se infiltrar em diversas estruturas políticas do Estado. Entre as conquistas da família, que costuma contar com o apoio do universo evangélico, está a cadeira na Câmara dos Deputados, ocupada por André Ferreira (PSC), irmão gêmeo de Anderson.

No Recife, o poder se expandiu também para Câmara Municipal: Fred Ferreira (PSC), cunhado dos herdeiros políticos, cumpre seu segundo mandato como vereador.

O legado dos Coelho

A história política que já passou por quatro gerações, hoje desemboca no nome de Miguel Coelho (DEM), atual prefeito de Petrolina, cidade do Sertão pernambucano. Recém-chegado no Democratas, partido que já conta com os nomes de seus irmãos, Fernando Filho, deputado federal, e Antônio Coelho, deputado estadual, Miguel é apontado como um dos principais nomes da disputa pelo governo estadual.

O titular da oligarquia é Fernando Bezerra Coelho (MDB), atual senador por Pernambuco e pai de Miguel, Fernando e Antônio. FBC viu a força política familiar se originar em Clementino Coelho, seu pai, também conhecido como Coronel Quelê, e Dona Josefa, a matriarca que, posteriormente, tornou-se uma notável articuladora da dinastia na Região do São Francisco.

Embora Bezerra Coelho atue como o líder do governo federal no Senado, o político tem agido de maneira mais discreta nas últimas semanas. No início de agosto, por exemplo, ele se mostrou contrário ao desfile de militares em conjunto com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). Além disso, o deputado Fernando Filho votou contra a PEC do voto impresso, tornando o cenário de possível apoio dos setores bolsonaristas ao nome de Miguel Coelho ainda mais incerto.

Casal Collins: o conservadorismo ao lado do PSB

Atual aliado da Frente Popular de Pernambuco, de Paulo Câmara (PSB), Cleiton Collins (PP), ou Pastor Cleiton Collins, como prefere se apresentar, deu o pontapé inicial na carreira política em 2014, quando foi eleito deputado estadual pela primeira vez. Atualmente, cumpre o quarto mandato consecutivo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Cleiton Collins é pastor da Assembleia de Deus, Ministério Madureira, e se auto intitula “defensor da família”. Ademais, fundou, em 2003, a Organização Não Governamental (ONG) Saravida, com o objetivo de atuar na recuperação de dependentes químicos. O combate às drogas através da religião, inclusive, é uma das principais bandeiras defendidas pelo político, que também tem envolvimento com pautas relativas à educação, criança e juventude, pessoas com deficiência e do consumidor.

Bolsonarista e antipetista, Collins foi à Brasília (DF) no início de agosto, para protestar a favor da PEC do voto impresso, posteriormente derrotada na Câmara.

Embora ainda “pequeno”, o espólio dos Collins é considerado influente entre as denominações evangélicas pernambucanas. Em 2016, a missionária da Assembleia de Deus e esposa do pastor, Michele Collins (PP), foi a vereadora mais votada no Recife, com mais de 15 mil votos.

Defensora de pautas consideradas ultraconservadoras, Michele foi reeleita em 2020, com 6.823 votos, o menor número do partido. Especula-se que o casal se mantenha sob as asas do PSB nas eleições de 2022, visto que ambos declararam apoio integral ao PSB no processo eleitoral que levou João Campos (PSB) à Prefeitura do Recife, no ano passado.

Família Tércio mira alargamento do poder

A líder do PSC na Alepe, Clarissa Tércio, figura como a principal voz do clã Tércio em Pernambuco. Em seu segundo mandato como deputada estadual, a “estreante” na política é uma das personalidades conservadoras mais alinhadas às decisões do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido), sendo cotada, inclusive, para se lançar candidata ao governo do Estado em 2022.

Filha do pastor Francisco Tércio, que é presidente da Igreja Assembleia de Deus, Ministério Novas de Paz, Clarissa se envolve, de maneira frequente, em polêmicas ligadas ao discurso fundamentalista que propaga. Em maio, ela chegou a denunciar uma escola municipal que, de acordo com ela, estaria praticando “doutrinação de gênero”.

O episódio gerou mal estar com a Secretaria de Educação e Esportes (SEE), que defendeu a formação “cidadã, ética, inclusiva e plural” praticada nas unidades de ensino. Durante a pandemia, a parlamentar também fez publicações negacionistas sobre o novo coronavírus nas redes sociais, além de defender o tratamento com o uso medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença.

Em 2020, Clarissa conseguiu expandir a atuação da família para a Câmara Municipal, através do mandato do marido, o pastor Júnior Tércio (Podemos). Também “defensor da família”, o pastor e agora vereador, é vice-presidente do Ministério Novas de Paz, além de radialista na rádio evangélica Novas de Paz. O casal é considerado um dos principais expoentes do bolsonarismo em Pernambuco.

Os Lyra e o patrimônio político nas mãos de Raquel

Atual prefeita de Caruaru, cidade do Agreste pernambucano, Raquel Lyra (PSDB) é a primeira mulher a ocupar o cargo. Apesar do ótimo desempenho nas urnas, Lyra, que foi reeleita com 66% dos votos e é presidenta estadual do partido, ainda não confirmou a participação na disputa pelo lugar no Palácio do Campo das Princesas. Nos bastidores, contudo, seu nome é citado com frequência.

Raquel é a terceira geração do grupo de políticos da família Lyra, que construiu o legado na Princesinha do Agreste a partir da iniciativa de João Lyra Filho. O mascate e caminhoneiro estacionou o veículo em Caruaru e começou a erguer o futuro político que culminaria em dois mandatos como prefeito da cidade. Os herdeiros seguiram os mesmos passos: João Lyra Neto (PSDB), pai de Raquel, chegou a ser governador do Estado, e Fernando Lyra, ex-ministro da Justiça, além de ex-deputado federal.

Oposição ao governo do PSB, Raquel Lyra declarou, no início de agosto, que ainda não é “momento” para falar sobre a possível candidatura. Segundo ela, ainda é preciso fazer um “diagnóstico” em relação à situação do Estado. “Estamos discutindo com outros partidos a montagem desse amplo diagnóstico e vamos fazer avaliações, ouvir a população e especialistas para que a gente possa fazer uma leitura do nosso Estado para entender quais são os principais caminhos e apontá-los para o futuro”, projetou.

 

 

Milhares de pessoas se manifestaram em Varsóvia neste domingo para protestar contra uma decisão do Tribunal Constitucional que impõe a proibição quase total do aborto na Polônia e para exigir a saída do governo conservador.

Os manifestantes, principalmente mulheres e jovens, marcharam pela capital para se dirigir à casa do vice-primeiro-ministro da Polônia, Jaroslaw Kaczynski, considerado o homem forte dos conservadores e o verdadeiro responsável pela decisão do tribunal.

A polícia tentou várias vezes isolar os manifestantes para impedir que chegassem a seu destino, que se tornou alvo recorrente de protestos, e conseguiu bloquear a rua onde fica a casa de Kaczynski.

Durante a noite, um grupo de agricultores, que acusou o governo de ser passivo diante da queda dos preços dos alimentos, colocou um porco morto e espalhou batatas e ovos na rua.

A manifestação de domingo coincide com o 39º aniversário do estado de sítio iniciado pelo general Wojciech Jaruzelski que quebrou o Solidariedade, a primeira união livre no mundo comunista, em 13 de dezembro de 1981.

Essas manifestações de grandes proporções começaram na Polônia em 22 de outubro, quando o Tribunal Constitucional, reformado pelo partido ultraconservador Lei e Justiça (PiS) no poder, proibiu a interrupção voluntária da gravidez em caso de uma malformação grave do feto, julgando que é "incompatível "com a Constituição.

A decisão levou à proibição de todos os abortos, exceto em casos de estupro e incesto ou quando a vida da mãe está em perigo.

Os protestos acontecem apesar da pandemia, que deixou mais de 22.000 mortos neste país de 38 milhões de pessoas.

Os conservadores croatas, liderados pelo primeiro-ministro Andrej Plenkovic, reivindicaram uma "grande vitória" nas eleições legislativas deste domingo e ficaram em uma posição confortável para formar um novo governo de coalizão que deverá enfrenta a pandemia do coronavírus e suas consequências econômicas.

As previsões apontavam para uma votação apertada em meio ao aumento dos casos de coronavírus, mas o partido conservador HDZ de Plenkovic conseguiu convencer os eleitores a permanecerem fiéis a um grupo que domina a vida política desde a independência em 1991.

Os conservadores obtiveram uma clara vantagem sobre seus principais rivais na coalizão de centro-esquerda liderada pelos social-democratas de Davor Bernardic (SDP). O HDZ conquistou 68 cadeiras na assembleia de 151 membros, seguida pela coalizão de centro-esquerda, com 42 parlamentares, de acordo com resultados oficiais, com quase 90% dos votos contados.

Em terceiro lugar, com 15 cadeiras, está o novo partido "Movimento da Pátria", liderado por Miroslav Skoro, um cantor popular que apelou para a extrema direita, com uma retórica nacionalista. "Nossa vitória não é apenas ótima, mas vinculante", disse Plenkovic a seus seguidores. "Tivemos um mandato difícil, cheio de desafios, mas os desafios que temos pela frente são ainda maiores".

Resultados preliminares sugerem que o HDZ não conquistou a maioria absoluta do poder legislativo e, por esse motivo, seus principais líderes já iniciaram conversações com oito legisladores representando minorias étnicas. O ministro do Meio Ambiente, Tomislav Coric, disse esperar que o partido no poder defina os parceiros da coalizão nos próximos dias.

Existem "opções políticas próximas a nós, de um ponto de vista ideológico e programático", disse à televisão local.

- "Muitas coisas devem mudar" -

Andrej Plenkovic, de 50 anos, apostou que a difícil situação que está por vir incentivasse os eleitores a permanecerem fiéis a um partido no poder desde 2016. "É necessário fazer eleições sérias e não política para políticos", disse o primeiro-ministro. "A Croácia não precisa de experimentos como com Bernardic ou Skoro".

O partido no poder destacou suas ações diante da crise de saúde. Este país dos Balcãs, membro da União Europeia, tem cerca de de 110 mortos e 2.800 casos para um total de 4,2 milhões de habitantes. No entanto, há duas semanas, após saldos baixos ou quase nulos, o país começou a registrar algumas dezenas de casos diários.

Davor Bernardic, de 40 anos, acusa o governo de "ter colocado a Croácia em perigo deliberadamente", ao decidir levar adiante as eleições durante a pandemia. Andrej Plenkovic, entretanto, defendeu essa decisão, depois de depositar sua cédula.

Era melhor realizar as eleições "o mais rápido possível", pois os especialistas prevêem que a situação da saúde poderá ser "mais perigosa no outono". A oposição também aproveitou a ocasião de uma série de escândalos envolvendo o HDZ para denunciar "o caminho da corrupção".

"Propomos mudanças claras para um novo começo na Croácia", disse o social-democrata ao votar. Miroslav Skoro, de 57 anos e ex-membro do HDZ, que seduz a ala direita do partido conservador decepcionada com as políticas moderadas de Andrej Plenkovic, afirmava ser "a única garantia de mudança".

Os iranianos comparecem às urnas nesta sexta-feira (21) para eleições legislativas que têm os conservadores como favoritos, uma consequência do ressentimento de boa parte da população com o presidente moderado Hassan Rohani, sobretudo pela crise econômica e denúncias de corrupção.

Os locais de votação abriram as portas às 8h (1h30 de Brasília) e o guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, foi um dos primeiros a depositar seu voto.

Khamenei reiterou o apelo para que os quase 58 milhões de eleitores participem no processo, com o objetivo de "garantir o interesse nacional".

A 11ª legislatura que sairá das urnas desde a revolução islâmica de 1979 começará em um contexto de tensão elevada entre Teerã e Washington e de grande recessão no país.

As eleições acontecem um mês e meio depois que as Forças Armadas iranianas derrubaram "por engano" um avião ucraniano, uma tragédia que aumentou a desconfiança a respeito do governo.

Inicialmente as autoridades civis negaram qualquer relação com a queda da aeronave, mas três dias depois da tragédia o Estado-Maior admitiu sua responsabilidade.

O reconhecimento tardio provocou manifestações contra os governantes, quebrando a aparente unidade nacional manifestada dias antes no funeral do general iraniano Qasem Soleimani, morto por um ataque americano no Iraque em 3 de janeiro.

Em Teerã, muitos moradores afirmaram à AFP que se negam a votar.

Amir Mohtasham, 38 anos, desempregado há dois anos, resume o pensamento: "As eleições são algo em vão. Não confio nos conservadores nem nos reformistas".

Como a justiça eleitoral vetou milhares de candidaturas de reformistas e moderados, a votação ficou praticamente reduzida a um duelo entre conservadores e ultraconservadores, o que pode provocar um elevado índice de abstenção.

Dependendo do peso dos ultraconservadores na futura Assembleia, a política externa de abertura, aplicada por Rohani desde sua eleição em 2013, pode ter mudanças.

Os ultraconservadores se opõem a qualquer negociação com o Ocidente e acusam Rohani de ser passivo ante as ameaças do presidente americano, Donald Trump.

Além disso, eles desejam sair do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano assinado em 2015, a grande conquista de Rohani, ameaçado desde que Trump se retirou unilateralmente do pacto em 2018.

Rohani esperava que o acordo de Viena iniciasse uma era de prosperidade para o Irã, acabando com o isolamento internacional do país. Porém, a retomada das sanções americanas após a decisão de Trump levou o país à recessão.

Alguns reformistas alertaram para uma possível vitória dos ultraconservadores em caso de abstenção elevada. Desde quarta-feira, a televisão exibe apelos de líderes políticos e de aiatolás para a votação.

Os conservadores nacionalistas que governam a Polônia venceram as eleições legislativas, com 45,16% dos votos, após a apuração de 82,79% das urnas. Por sua vez, a esquerda voltará ao Parlamento após uma ausência de quatro anos, enquanto a extrema direita também estará representada no hemiciclo.

Com 45,16% dos votos, o partido Direito e Justiça (PiS) de Jaroslaw Kaczynski, muito popular nas regiões rurais graças a suas ajudas sociais, conquistou maioria absoluta na câmara baixa, de 460 deputados, para um novo mandato de quatro anos e poderá prosseguir com seu controverso programa de reformas.

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O principal partido de oposição, a Coalizão Cívica (KO, centrista), ficou muito atrás, com 26,10% dos votos, seguido pela esquerda (12,10%). O partido dos agricultores PSL, associado ao antissistema Kuki'z15, conseguiu 8,81% dos votos.

"Temos pela frente quatro anos de trabalho árduo", afirmou no domingo à noite Kaczynski. "Merecemos mais", acrescentou o chefe do PiS, considerado o homem mais influente da Polônia.

Uma formação de extrema direita antissistema, que inclui os ultraliberais e os nacionalistas anti-imigrantes, a Confederação, entraria no Parlamento com 6,71% dos votos. Já a minoria alemã obteve um assento.

A participação foi de 61,1%, um recorde desde as primeiras eleições de 1989, organizadas ainda segundo o sistema herdado do comunismo. Entre as cinco listas que devem entrar no Parlamento, algumas são alianças de grupos muito distintos.

"Com muitos jovens novos e corajosos, sem respeito pelos mais velhos, esta será uma 'Dieta' (Assembleia) mais clara, mais animada, mais interessante", aponta Ewa Marciniak, cientista política da Universidade de Varsóvia.

O PiS "tem a maioria absoluta e não precisa de aliados para governar", declarou à AFP Stanislaw Mocek, reitor da universidade Collegium Civitas.

Mas "não tem uma maioria suficiente para rejeitar um veto presidencial. Desta forma, o desafio para a oposição será apostar nas eleições presidenciais do próximo ano".

O PiS, que governa a Polônia desde 2015, tentou mobilizar as classes mais desfavorecidas da sociedade rural, com a defesa dos valores familiares contra o que chamou de "ideologia LGTB" e a promessa de mais ajudas, de redução dos impostos e aumento do salário mínimo.

Kaczynski, no entanto, provocou polêmica entre os aliados europeus ao atacar as minorias e criticar os valores liberais ocidentais, com a aprovação tácita da influente Igreja Católica.

Diante deles, a oposição do KO se apoiou nos habitantes das grandes cidades, descontentes com as reformas controversas do PiS, incluindo as do sistema judicial, e pela transformação da mídia pública em máquina de propaganda do governo.

Em sua primeira reação, seu líder, Grzegorz Schetyna, prometeu que o KO venceria as eleições presidenciais de 2020.

Por sua vez, a esquerda, que condenou a campanha anti-LGBT dos conservadores, mas que apoia seu programa social, expressou sua satisfação por ter retornado ao Parlamento.

O partido de oposição nacional de direita Nova Democracia (ND) conquistou neste domingo (2) as prefeituras de Atenas e Salonica, bem como quase todos os estados gregos, reforçando sua vitória nas eleições europeias sobre a esquerda do primeiro-ministro Alexis Tsipras, segundo resultados parciais oficiais.

Os bons resultados obtidos pelos candidatos apoiados pela ND dão grande vantagem à ampla formação dos conservadores, cinco semanas antes das eleições parlamentares antecipadas de 7 de julho.

Há uma semana, nas eleições para o Parlamento Europeu, a ND venceu o Syriza por 9,3 pontos, uma derrota "inesperada", segundo Alexis Tsipras.

Em Atenas, Costas Bakoyannis, de 41 anos, ex-governador da região central do país, obteve 65% dos votos contra seu rival de esquerda, Nassos Iliopoulos, segundo os resultados iniciais, com mais de metade dos colégios eleitorais apurados.

Costas Bakoyannis, membro da terceira geração de uma família política grega de direita, é filho de Dora Bakoyannis, primeira mulher eleita prefeita de Atenas em 2003.

Ele é neto do ex-primeiro-ministro Constantin Mitsotakis (1990-1993) e sobrinho do atual líder da ND, Kyriakos Mitsotakis, principal rival de Tsipras nas próximas eleições legislativas.

Bakoyannis, que enviou uma mensagem de "unidade" a todos os atenienses "para mudar" sua cidade, substituirá o atual prefeito, Giorgos Kaminis, de centro-esquerda, que teve dois mandatos consecutivos desde o início da crise de 2010.

Os candidatos apoiados pela ND no país ganharam o governo de 11 das 13 regiões do país, segundo resultados ainda parciais, incluindo Ática, a maior, que circunda Atenas.

A derrota da esquerda nas eleições europeias e nas locais ocorre após quatro anos de Tsipras no poder. Durante seu governo, o país conseguiu abandonar, no fim de agosto, os programas de assistência dos credores, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), mas a austeridade continuada, o desemprego que alcança 18% - percentual mais alto da zona do euro - e os altos impostos foram alvo de muitas críticas.

A coalizão conservadora do primeiro-ministro australiano Scott Morrison surpreendeu neste sábado (18) ao conquistar uma vitória "milagrosa" nas eleições legislativas, forçando o líder trabalhista Bill Shorten, apontado como favorito, a reconhecer sua derrota.

"Sempre acreditei em milagres. Como a Austrália é fantástica!", reagiu Scott Morrison a seus partidários em Sydney, saudando os "australianos silenciosos".

"Está claro que o Partido Trabalhista não será capaz de formar o próximo governo", lamentou, por sua vez, o candidato derrotado a seus partidários incrédulos em Melbourne. Ele anunciou que renunciaria como líder do partido e telefonou a seu rival de "parabenizá-lo".

A coalizão liderada pelo primeiro-ministro liberal-conservador e cético climático Scott Morrison já havia sido apontada como vitoriosa pela televisão pública ABC. O canal, no entanto, não informou se o novo governo será majoritário ou minoritário.

Estes resultados são uma grande surpresa, uma vez que todas as pesquisas apontavam Bill Shorten, sensível à questão ambiental, como vencedor.

Cerca de 17 milhões de eleitores foram chamados às urnas nesta ilha-continente onde o voto é obrigatório.

Os primeiros resultados mostram um eleitorado fraturado, com pequenos partidos populistas e de extrema direita capazes de desempenhar um papel importante no próximo governo. Como Clive Palmer, um milionário que lembra Donald Trump com seu slogan "Make Australia Great".

Para Anthony Ching, um simpatizante do campo liberal, os resultados são "incríveis": "Todos esperavam a nossa derrota".

O primeiro-ministro, que assumiu o poder em agosto depois de um "golpe" interno em seu partido, percorreu um percurso cheio de obstáculos.

Muitos de seus ministros se recusaram a se envolver na campanha, enquanto outros foram mantidos à distância para que não atrapalhassem.

Mas ele embarcou em uma campanha negativa e contou com o apoio da mídia conservadora do magnata Rupert Murdoch. Concentrou-se, sobretudo, no eleitorado mais velho e mais rico, preocupado com os projetos trabalhistas de suprimir várias brechas fiscais para financiar os gastos com educação, saúde e clima.

Para os trabalhista, o resultado cai como uma ducha fria. "Parte meu coração", disse Jango Rust, uma simpatizante de 19 anos, na sede da campanha trabalhista em Melbourne. Julie Nelson, de 67 anos, acusou o primeiro-ministro de "fazer campanha pelo medo".

Embora as pesquisas recentes tenham sugerido uma queda na diferença entre os dois candidatos, Bill Shorten, um ex-sindicalista, era dado como favorito para se tornar o sexto primeiro-ministro em uma década.

"Se o povo australiano votar pelo fim do caos e em favor da ação contra a mudança climática, estaremos prontos para começar a trabalhar amanhã", disse neste sábado em Melbourne.

Quanto a Morrison, ele adotou uma postura de cautela, depois de votar em Sydney: "Eu não aposto como certo nenhum apoio neste país".

- Clima em jogo -

O aquecimento global pesou muito na campanha, após um verão austral marcado por enchentes históricas e ondas de calor recordes que alimentaram incêndios florestais devastadores.

O Partido Trabalhista apostou em propostas para favorecer a energia renovável, enquanto os liberais se recusam a comprometer a economia do carvão.

Nas áreas rurais, os agricultores atingidos pela seca exigem ações, enquanto nas periferias ricas, os eleitores de centro-direita também estão se abrindo para a ecologia. Mas isso não foi suficiente para a oposição prevalecer.

Em Sydney, o ex-primeiro-ministro Tony Abbott - que no passado chamou o aquecimento global de "besteira absoluta" - perdeu o assento que ocupava há um quarto de século.

A campanha foi violenta, com candidatos agredidos e outros que jogaram a toalha depois de excessos racistas ou sexistas nas redes sociais.

Na sexta-feira, um homem de 62 anos foi preso acusado de enfiar um saca-rolhas na barriga de uma pessoa que usava faixas eleitorais.

O fim da campanha foi marcado pela morte na quinta-feira, aos 89 anos, do líder trabalhista Bob Hawke, que liderou o governo australiano de 1983 a 1991. Imensamente popular até sua morte, o ex-líder sindical tinha a cultura de consenso em vez de confronto.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso avalia que um dos obstáculos ao enfrentamento da corrupção no Brasil é que parte do pensamento conservador no País considera que corrupção ruim é a dos outros. "Com isso, perpetuam no poder elites extrativistas que canalizam para si a renda", disse ao participar do evento "Estadão Discute Corrupção", realizado na sede do jornal O Estado de S.Paulo em parceria com o Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) e a editora Companhia das Letras para discutir as operações Lava Jato e Mãos Limpas.

Barroso citou que entre os obstáculos para o combate à corrupção está no fato de que parte do pensamento progressista ainda achar que corrupção é um "pé de página e que os fins justificam os meios". "A corrupção desvia os recursos para o lado errado", disse ele. Barroso ressaltou que o "garantismo à brasileira" favorece a impunidade.

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O ministro começou sua apresentação ressaltando que entre as causas da corrupção disseminada no Brasil está o sistema político conivente com essas práticas irregulares e a cultura da impunidade até o passado recente. "Eram esquemas profissionais de arrecadação e distribuição de dinheiro", disse ele, ressaltando que estas práticas estavam entranhadas nas instituições da república.

Parte da classe política, da classe empresarial e da burocracia estatal fizeram um pacto de "saque do dinheiro público", disse o ministro. "Essas pessoas se consideravam sócios do Brasil e cobravam participação em todos os contratos públicos relevantes", afirmou em sua apresentação.

Mudanças

"O que mudou no Brasil dos últimos anos foi uma imensa reação da sociedade", afirmou Barroso, ressaltando que houve mudanças de atitudes, que começaram durante o escândalo do mensalão. Segundo ele, ocorreu também mudança da legislação e da jurisprudência. "Houve processo histórico empurrado pela sociedade de transformação das instituições."

O problema do Judiciário no Brasil não é independência, disse o ministro, é eficiência e celeridade. Ele destacou que o Judiciário brasileiro é de fato independente e afirmou que a Operação Lava Jato não deve seguir os mesmos caminhos da operação Mãos Limpas na Itália.

Ainda em sua apresentação, Barroso defendeu o investimento à educação como forma de aumentar a produtividade do brasileiro. O ministro também afirmou que o modelo de fechamento da economia impediu que as empresas se tornassem competitivas.

Embalados pelo PSL, do presidenciável Jair Bolsonaro, partidos mais ligados ao ideário conservador ampliaram a representação na Câmara na próxima legislatura. Em um cenário de fragmentação recorde - 30 legendas elegeram parlamentares -, siglas como o PRB, ligado à Igreja Universal, e o DEM, além do PSL, melhoraram seu desempenho.

O resultado das urnas revelou também que a distância se encurtou no grupo dos partidos médios. Houve uma queda expressiva de dois partidos que antes estavam entre os maiores: o MDB e o PSDB. Eles caíram, respectivamente, 48% e 46%, em comparação com o desempenho de quatro anos atrás. A taxa de renovação na Câmara foi a maior dos últimos 20 anos - 52%, conforme dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

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O próximo presidente terá de negociar pautas e votos com mais partidos de bancadas médias, além de nanicos antes sem congressistas - PRP, PMN, PTC, DC. Especialistas acreditam que eleitos por siglas que não atingiram a cláusula de barreira migrem para a base governista.

A nova correlação de forças deve mudar também os acordos e articulações para a eleição da presidência da Casa, que costuma passar pelo Palácio do Planalto e dependerá da influência do presidente a ser eleito.

Atualmente, a Câmara é comandada pelo deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que, antes da eleição, já havia deixado claro seu interesse em disputar um novo mandato para o comando da Casa. Maia tem como base de sustentação os partidos do chamado Centrão - formado por PP, DEM, PR, PRB e Solidariedade -, que encolheu 22 parlamentares e perdeu força na eleição de domingo. Juntos, os cinco partidos terão 142 representantes na próxima legislatura, ante 164 em exercício atualmente, uma redução de 13,4%.

Com ativos como tempo de TV e verbas públicas, o apoio de partidos do Centrão foi disputado pelos candidatos a presidente de diferentes espectros políticos, e o bloco fechou aliança com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), que terminou a disputa em quarto lugar.

O Centrão, que ascendeu ao comando da Câmara em 2015, com a eleição do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) para presidir a Casa, foi crucial para a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Depois, virou base de governo do sucessor, o presidente Michel Temer, e se reorganizou no Legislativo mesmo após a cassação de Cunha, condenado e preso na Operação Lava Jato.

Os conservadores também cresceram entre os nanicos. O Partido Novo elegeu oito deputados em sua primeira disputa nacional (mais informações na página A12). Sem deputados em exercício, o PRP e o PTC fizeram, respectivamente, quatro e dois deputados.

Impeachment

O processo de impeachment de Dilma também motivou a ascensão de novos nomes na Câmara, como a jornalista Joice Hasselmann (PSL-SP), segunda candidata mais votada em São Paulo, atrás apenas de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidenciável. Apesar de não liderar nenhum movimento, a jornalista militou pelo afastamento de Dilma nas redes sociais.

Outro nome que ganhou fama na época e agora terá um mandato parlamentar é Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos líderes do MBL, movimento que militou pelo impeachment. Também se elegeram na esteira das manifestações o ator Alexandre Frota (PSL-SP) e Carla Zambelli (PSL-SP).

Oposição

Já os partidos de esquerda, oposição a Temer, quase não mudaram de tamanho para a próxima legislatura. Eram 137 ao todo após a eleição de 2014, e serão 136 a partir de 2019.

Embora ainda a maior bancada, o PT perdeu 18% das cadeiras em relação à última eleição - caindo de 68 deputados para 56 eleitos. Já o PSB é o maior partido na centro-esquerda, com uma bancada de 32 deputados, dois a menos do que em 2014, mas uma recuperação em relação aos 26 em exercício atualmente - o partido perdeu parlamentares no ano passado. Com Ciro Gomes na disputa do Planalto, o PDT subiu de 20 para 28 congressistas, 40% a mais.

O PSOL teve seu pior desempenho presidenciável com Guilherme Boulos, mas ganhou espaço na Câmara: a bancada dobrou de cinco para 10 deputados. O partido superou o PCdoB, que fez nove, um a menos do que tinha. A Rede de Marina Silva, elegeu só uma deputada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Algum conservadorismo é necessário. Pode não ser desejável mas é necessário". O autor da frase é o cantor e compositor Caetano Veloso, que na segunda-feira, 16, participou de um debate na inauguração da nova sede do coletivo de ativismo digital Mídia Ninja na Casa do Baixo Augusta, região central de São Paulo.

O raciocínio do baiano surpreendeu muitas das mais de 250 pessoas que lotaram o local no início da noite, muitas delas antigos militantes ou jovens simpatizantes de partidos e novas organizações de esquerda.

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"Uma sociedade precisa persistir e para persistir ela tem que ter um aspecto conservador de si mesma. Isso não se manifesta necessariamente em atos reacionários. Não necessariamente todo conservadorismo é reacionário. De todo modo, algum conservadorismo é necessário. Pode não ser desejável mas é necessário", provocou o cantor.

Caetano comentava o surgimento de novos grupos assumidamente de direita como o Movimento Brasil Livre (MBL, que não foi citado nominalmente pelo artista) ao lado do veterano ativista Cláudio Prado, um dos ideólogos da Mídia Ninja. O cantor, que foi perseguido pela ditadura e precisou viver exilado em Londres no final dos anos 1960 e começo dos anos 1970, disse ver alguma semelhança entre grupos da nova direita e os movimentos ruidosos que representavam minorias no passado.

"Esse barulho feito pelos conservadores pode significar que eles estão se sentindo como os não conservadores se sentiam, ou seja, de alguma forma minoritárias. Eles não representam a parte silenciosa do conservadorismo natural das sociedades", afirmou.

Caetano identificou na estridência desses grupos um aspecto que, do ponto de vista da esquerda, pode representar uma vantagem. "Isso, embora assuste, pode denotar alguma fragilidade", disse ele.

De acordo com o compositor baiano, o protagonismo alcançado pela nova direita nos últimos anos é um avanço, pois deixam claras as posições ideológicas colocadas hoje na sociedade brasileira ao contrário de algum tempo atrás, quando uma "maioria silenciosa" dava sustentação velada ao sistema vigente.

"Estamos vivendo um período no mundo e no Brasil em que forças neoconservadoras estão explicitadas e se apresentando como grupos de atividade clara e definida. Isso não é ruim. Antigamente a direita americana usava a expressão maioria silenciosa que era aquela gente que não faz barulho, mas segura o aspecto conservador da sociedade. Hoje essas tendências conservadoras não estão silenciosas e é bom porque ficam claras as visões de mundo que estão espalhadas no seio das sociedades", afirmou.

O tema do debate foi o livro Verdade Tropical, relançado 20 anos depois da edição original em versão revista e ampliada. Depois do evento Paula Lavigne, ex-mulher de Caetano, comandou uma reunião do grupo "342 Arte" que contou com a presença de artistas radicados em São Paulo além do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos. O evento faz parte do calendário da Casa do Baixo Augusta, sede do bloco carnavalesco Acadêmicos do Baixo Augusta, o maior de São Paulo, inaugurada duas semanas atrás com o objetivo de ser um espaço para reflexão, difusão de conhecimento e debate para além das fronteiras do Carnaval.

Caetano também comentou os ataques feitos pelos grupos neoconservadores a exposições e outras atividades artísticas. Segundo ele, estas manifestações são uma "cortina de fumaça" usada para enganar uma parcela "inocente" da população e, de alguma forma, desmoralizar a classe artística.

"Tem gente que se utiliza disso (acusações de pedofilia) de uma maneira cínica porque sabem perfeitamente que não se trata disso e dizem que sim para assustar os inocentes. Então um número grande de pessoas inocentes possivelmente pode estar desconfiada dos artistas, o que é uma coisa já velha nas sociedades atrasadas. Uma cantora popular, uma atriz, quando eu era criança essas pessoas eram olhadas como merecendo pouco confiança moral", disse ele.

Pouco antes, respondendo a uma colocação de Cláudio Prado, que sacou o celular do bolso e comparou o aparelho a um coquetel Molotov, Caetano fez uma revelação surpreendente para a plateia jovem e conectada que lotou a Casa do Baixo Augusta: "Eu nunca tive um telefone celular".

A série de falsos alarmes de bombas, que evacuou mais de 100 mil pessoas em vários lugares públicos de Moscou na última semana, pode ter sido causada por conservadores ortodoxos que se opõem à distribuição do filme "Matilda" nos cinemas russos.

Na mesma semana em que as ameças simultâneas ocorreram, as autoridades religiosas da Federação Russa já haviam lançado uma campanha de protesto para bloquear o lançamento do longa. Foram organizadas manifestações nas principais cidades do país, inclusive algumas salas de cinema foram alvos de ameaças por parte de ativistas.

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O filme, dirigido por Alexei Uchitel, conta a história do romance entre Nicolau II, o último dos czares, considerado como um mártir pela Igreja Ortodoxa, e a bailarina Matilda Kshesinskaya. Ele é baseado nas memórias da artista.

Segundo a produtora de "Matilda", a distribuidora Karo recebeu uma carta do grupo radical Ortodoxo Estado Cristão em protesto pela estreia do filme. No entanto, de acordo o líder do grupo, Alexander Kalinin, eles "não têm nada a ver com essa ação".

No texto, "alguns meninos" o informaram que "há métodos muito mais eficazes do que incêndios criminosos" para convencer os distribuidores a boicotarem o filme. Os autores da carta ainda afirmaram que com os alertas teria sido possível "desetabilizar toda a infra-estrutura da Rússa apenas com chamadas telefônicas".

Na última quarta-feira (13), a polícia russa evacuou vários centros comerciais, shoppings, estações ferroviáris e universidades, após receber denúncias de ameças de bomba. As chamadas foram recebidas ao mesmo tempo, o que deixou as autoridades em alerta.

Da Ansa

O papa Francisco completa nesta segunda-feira (13) quatro anos na liderança da Igreja Católica. O aniversário deste 13 de março de 2017, porém, ocorre em um momento que deixa cada vez mais em evidência a oposição às reformas de Jorge Mario Bergoglio, o papa originário do "fim do mundo". Apesar de ter sido considerado, desde o início, um Pontifíce reformista e disposto a mexer nas estruturas da Igreja, somente agora Franscisco enfrenta a ira de conservadores na prática.

Em fevereiro, cartazes criticando as mudanças propostas pelo Papa foram espalhados por Roma, expondo as divergências dentro do clero. A oposição começou a ganhar força há um ano, em 8 de abril, durante o Jubileu Extraordinário da Misericórdia e a publicação da exortação apostólica "Amoris Laetitia", na qual o Papa escreveu suas conclusões sobre os dois sínodos convocados por ele para discutir questões familiares e o posicionamento da Igreja Católica. No documento, Francisco abriu espaço para que os sacerdotes analisem "caso por caso" de divórcios ou outras separações matrimoniais, assim como a confissão de crimes de aborto, propondo que os religiosos "acompanhem" e "acolham" as famílias.

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Em setembro passado, quatro cardeais conservadores, Raymond Burke, Carlo Caffarra, Walter Brandmuller e Joachim Meisner, escreveram uma carta a Francisco questionando seus posicionamentos e pedindo explicações sobre pontos que "colocavam em dúvida a doutrina católica", sobretudo em relação à possibilidade de comunhão de casais divorciados. A carta foi divulgada publicamente pelo grupo, mas Francisco nunca respondeu a ela. Mesmo assim, a briga entre Bergoglio e o norte-americano Raymond Burke perdurou. O cardeal ameaçou o Papa com um "ato formal de correção" e protagonizou uma rebelião inédita na cúpula da Ordem de Malta. Cardeal patrono da Ordem, Burke se negou a instituir uma comissão ordenada pelo Papa para investigar o grão-chanceler Albrecht von Boeselager.

Apesar de toda oposição dentro do Vaticano, Bergoglio segue adiante em seu pontificado, participando de momentos históricos, como o acordo de retomada de relações entre Cuba e Estados Unidos, o encontro com o patriarca de Moscou e a participação nas celebrações dos 500 anos da Reforma Luterana e o apoio às negociações de paz na Colômbia e na Venezuela. A recente demissão da Marine Collins, vítima de pedofilia, da comissão vaticana contra abusos sexuais, porém, comprova que Francisco ainda tem muito trabalho a fazer dentro e fora do Vaticano.

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