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Os britânicos celebram neste domingo (7) a coroação do rei Charles III e da rainha Camilla com grandes refeições coletivas nas ruas e um show de artistas da música pop em homenagem aos monarcas diante do castelo de Windsor.

Após a pompa e solenidade da cerimônia de sábado na Abadia de Westminster, que seguiu um ritual que não sofre alterações há quase mil anos, chegou o momento da população comemorar este novo capítulo na história de sua monarquia.

Charles III, que subiu ao trono em setembro, após a morte de Elizabeth II - que reinou por 70 anos - herdou um país que enfrenta grandes desafios.

Os problemas vão das aspirações independentistas na Escócia e Irlanda do Norte à grave crise provocada pelo custo de vida, passando por uma revisão do passado colonial do país que não isenta a monarquia, investigar por seus laços com o tráfico de escravizados.

O rei, 74 anos, que viveu toda sua vida à imensa sombra da mãe, tem a ambição de modernizar a instituição, o que a deixaria menos dispendiosa e mais próxima da população.

Ele e Camilla, 75 anos, esperam que o fim de semana prolongado - o governo decretou feriado para segunda-feira - "seja a oportunidade de celebrar e passar tempo entre amigos, famílias e comunidades", afirmou o Palácio de Buckingham.

Para a "grande refeição"” organizada em bairros de todo o país, a realeza propôs a "quiche da coroação", uma receita vegetariana divulgada no Twitter.

Os ingredientes são espinafre, fava, estragão, leite, creme de leite, ovos e queijo cheddar.

"É um prato que se adapta facilmente a diferentes gostos e preferências", explicou um chef que prepara a receita. "É possível comer quente ou frio com uma salada verde e batatas cozidas", acrescentou.

Reuniões de bairro deste tipo marcaram as celebrações pela coroação de Elizabeth II em 1953, um momento histórico de comemoração após os anos difíceis anos do pós-guerra.

- Música e surpresas -

Enquanto os reis se recuperam da emoção de sábado, outros membros da família devem representar a monarquia neste domingo, liderados pela princesa Anne, irmã do rei de 72 anos, que deve comparecer a uma festa nas ruas de Windsor.

A pequena localidade, que fica 40 km ao oeste de Londres, receberá durante a noite um grande show diante do castelo dos monarcas.

Sem a presença de grandes estrelas britânicas, como Elton John, Adele, Ed Sheeran ou Harry Styles, que recusaram os convites, a apresentação será liderada pelos artistas americanos Lionel Richie e Katy Perry.

Diante de 20.000 espectadores nos jardins do castelo, o espetáculo também contará com a presença da veterana "boy band" Take That e promete momentos de surpresa, com a participação do ator Tom Cruise e do personagem Winnie the Pooh.

Bailarinos do Royal Ballet, cantores da Royal Opera, atores da Royal Shakespeare Company, artistas do Royal College of Music e membros do Royal College of Art se reunirão para uma grande performance.

- Antimonarquistas liberados -

Charles III e y Camilla foram coroados no sábado em uma cerimônia modernizada e simplificada na comparação com as anteriores, mas que mas que mesmo assim contou com a ostentação de três coroas cravejadas de diamantes e roupas antigas bordadas a ouro.

Pontuada por música, sermões, cânticos e leituras dos Evangelhos, diante de quase 2.300 convidados, incluindo mais de 100 chefes de Estado e de Governo e representantes de outras monarquias, a cerimônia vinculou a família real com seu passado.

O evento, no entanto, também ficou marcado pela detenção de quase 50 manifestantes, entre antimonarquistas e ativistas ambientais.

Alguns, inclusive, foram detidos antes dos protestos, graças a uma nova lei, promulgada de forma acelerada esta semana, que dá mais poderes à polícia para impedir manifestações.

O movimento antimonarquista Republic anunciou no sábado à noite que seus integrantes foram liberados depois de 16 anos de detenção.

"O direito de protestar não existe mais no Reino Unido", denunciou no Twitter o diretor do movimento, Graham Smith. "Com frequência afirmavam que o monarca servia para defender nossas liberdades; agora nossas liberdades são atacadas em seu nome", criticou.

Centenas de britânicos se levantaram de madrugada nesta segunda-feira (19) para comparecer ao funeral da rainha Elizabeth II, "um pedaço da História", e buscar os melhores lugares para ver a passagem do caixão pelo centro de Londres.

Apesar da temperatura fria da manhã na capital britânica, o público já estava lotado em torno do Palácio de Buckingham e da Abadia de Westminster antes das 07h00 (03h00 no horário de Brasília), onde a cerimônia religiosa começou às 11h00.

"Eu queria fazer parte [do evento]. É um grande dia da nossa história, isso faz parte de nossas vidas", disse à AFP Susan Davies, 53 anos, que chegou às 6h30 no Hyde Park Corner, vinda de Essex, ao leste de Londres, com o marido e dois filhos adolescentes.

A mulher, equipada com uma cadeira e "muita comida", espera poder ver o caixão da rainha que, deste local próximo ao Palácio de Buckingham, será transportado em um carro fúnebre para sua última morada, o Castelo de Windsor.

"Eu quero fazer parte da História", afirma Jack, seu filho de 14 anos, que deseja explicar o evento às futuras gerações. "Falarei deste momento com meus filhos. Direi a eles: Estava lá!".

Um pouco depois na fila, Calon Thompson, um estudante de cinema de 20 anos e morador de Bedford (norte de Londres), espera assistir ao funeral ao vivo com seu celular, já que queria ver a passagem "do caixão e da família real". Ele chegou às 06h00 da manhã.

"Queríamos estar na primeira fila. Pensávamos que estaríamos em meio à multidão, mas estamos aqui, no melhor lugar, com a melhor vista. Fantástico!", afirmou, descrevendo uma atmosfera "muito emocionante, mas também triste".

Os primeiros metros a partir das estações mais próximas estão lotados. Algumas pessoas passaram a noite. Muitos sacos de dormir são vistos no chão em Whitehall, uma avenida central de Londres que recebe regularmente ministros e funcionários de alto escalão.

Bethany Beardmore, contadora de 26 anos, chegou às 21h00 de domingo para não perder "uma parte da História". "Fazia frio, nós não dormimos", mas "havia um clima agradável, todo mundo conversava", explica o homem, que aguentou a fila graças ao açúcar e à cafeína.

Jovens e idosos aguardam com paciência. Os mais bem preparados tomam café. Os melhores lugares já estão ocupados para ver o cortejo fúnebre.

Os deputados conservadores britânicos designam nesta quarta-feira (20) os dois candidatos finalistas à sucessão do primeiro-ministro Boris Johnson, entre os quais, nas próximas semanas, os filiados do Partido Conservador escolherão seu novo líder e chefe de governo.

Após quatro rodadas, três candidatos permaneceram na terça-feira (19): o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak, com 118 votos; a ex-ministra da Defesa Penny Mordaunt, com 92; e a atual ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, com 86.

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A votação final acontece esta tarde. Será após a última aparição de Johnson na Câmara dos Comuns para responder às perguntas semanais ao primeiro-ministro antes do recesso de verão do Parlamento. Em seu retorno das férias, já haverá um novo chefe de governo.

Os dois finalistas serão anunciados às 15h GMT (12h de Brasília).

Apesar de não ter largado como favorito, Sunak, um britânico com avós indianos, consolidou rapidamente seu apoio, e sua passagem para a batalha final está praticamente garantida.

Após a dramática renúncia de Johnson em 7 de julho como líder do Partido Conservador, a longa corrida interna para substituí-lo começou na semana passada.

Inicialmente, os 358 deputados conservadores votaram em sucessivas rodadas de eliminação.

Os cerca de 200.000 filiados do partido escolherão então entre os dois finalistas por meio de uma votação por correspondência realizada durante o mês de agosto. O vencedor será anunciado no dia 5 de setembro.

Dados os candidatos restantes, o Reino Unido caminha para ter seu primeiro premiê de origem asiática, ou a terceira primeira-ministra da história do país.

Os finalistas farão campanha entre os eleitores e, apesar de seu forte apoio entre os deputados, Sunak não tem certeza da vitória.

De fato, as últimas pesquisas realizadas entre os membros do partido apontam que ele pode perder por uma ampla margem. No último fim de semana, foram realizados dois debates televisivos entre os cinco candidatos restantes: Truss, como representante da ala mais direitista; e Sunak, defensor da ortodoxia orçamentária, após a pandemia, se atacarem com muita força.

A chanceler acusou o ex-ministro das Finanças de ter arrastado o país para uma "recessão" ao aumentar impostos e encargos sociais, em um contexto de inflação descontrolada, que em junho atingiu um recorde histórico de 9,4%.

Sunak a censurou, entre outras coisas, por ter votado contra o Brexit.

As eleições internas são comuns em uma formação política acostumada a se livrar de seus líderes quando eles não têm mais apelo eleitoral.

Nesse cenário tenso, Mordaunt, a surpresa desta campanha, uma reservista da Marinha que foi brevemente primeira-ministra da Defesa em maio e agora é secretária de Estado do Comércio Exterior, pode surgir como a candidata da unidade.

Sua equipe de campanha garante que encarna a "mudança", ao contrário dos outros dois candidatos da "continuidade".

Nos últimos dias, porém, mostrou-se pouco convincente nos debates e foi duramente acusada de incompetência.

O número de pessoas infectadas pelo coronavírus no Reino Unido bateu recordes na semana passada, com um doente para cada 20 britânicos, na média nacional, e um em cada 10 em Londres, segundo as estatísticas divulgadas nesta quarta-feira (5) pelo órgão oficial.

Com base em uma amostragem representativa, o Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido (ONS, na sigla em inglês) estimou que 3,7 milhões de pessoas tiveram covid-19 na última semana de 2021, de uma população total de 67 milhões.

Na Inglaterra, uma em cada 15 pessoas contraiu o coronavírus, enquanto na Escócia e no País de Gales foi um caso a cada 20 habitantes, e na Irlanda do Norte um em cada 25.

Esses números ilustram a magnitude da nova onda no país, impulsionada pela variante ômicron, que é muito mais contagiosa e obrigou milhões de britânicos a se isolarem durante as festas de fim de ano. Agora, ela provoca escassez de mão de obra em diversos setores, desde transporte até escolas, passando por hospitais "em cenário de guerra", segundo afirmou o primeiro-ministro Boris Johnson.

O Reino Unido é um dos países mais castigados da Europa pela covid-19, com 148.941 mortos, registrados até terça-feira, desde o início da pandemia.

Na terça-feira (4), o país também atingiu um recorde de casos positivos em 24 horas: 218.724.

As internações hospitalares, cerca de 2.000 segundo os números de terça-feira, não chegam perto dos picos registrados em ondas anteriores e o número de pessoas que necessitam de respiração artificial (883) se mantém estável.

Contudo, o serviço público de saúde, NHS, registra problemas devido à grande quantidade de funcionários em quarentena após testarem positivo para a covid.

Apesar de tudo, Johnson descartou novas restrições para além das atuais, como a recomendação de trabalho remoto, a obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços fechados e a exigência de passaportes sanitários para eventos com aglomeração de pessoas, que vigoram na Inglaterra desde meados de dezembro e hoje foram prolongadas por pelo menos três semanas, até 26 de janeiro.

Em outras partes do país, onde os governos autônomos regionais têm competência em matéria sanitária, as medidas em vigor são mais severas.

Nesta quarta-feira, a primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, estendeu até pelo menos 17 de janeiro o fechamento dos clubes noturnos, a limitação de grandes aglomerações e o serviço em bares e pubs somente nas mesas, e não nos balcões.

A rainha Elizabeth II fez um emocionante discurso de Natal, buscando inspirar nos britânicos, amplamente afetados pela pandemia de Covid-19, esperança "nas noites mais sombrias".

"Para muitos, este ano ficará marcado pela tristeza: alguns choram a perda de um ente querido, amigos e familiares sentem falta uns dos outros, enquanto no Natal gostariam de um simples abraço ou aperto de mão", disse a monarca de 94 anos.

"Se este for o seu caso, você não está sozinho", afirmou ela. A pandemia de Covid-19 custou cerca de 70 mil vidas ao Reino Unido, um dos piores balanços da Europa.

O recente agravamento da crise, ligado, segundo as autoridades, a uma nova cepa do coronavírus de contágio mais rápido, levou o governo a revogar em muitas regiões a autorização para as famílias se reunirem no Natal.

A rainha deixou de passar o Natal em sua residência de Sandringham, Norfolk, no leste da Inglaterra, onde há mais de 30 anos ela compartilha as festas de fim de ano com seus filhos e outros membros da realeza.

Ela permaneceu isolada no Castelo de Windsor, perto de Londres, com seu marido, o príncipe Philip, de 99 anos. "Não podemos festejar o Natal como de costume (...) mas a vida tem de continuar", disse Elizabeth II.

Ela destacou o exemplo daqueles que se ofereceram para ajudar os mais vulneráveis, profissionais de saúde e "bons samaritanos que surgiram em toda a sociedade".

"Continuamos a nos inspirar na solidariedade de estranhos e encontramos conforto em perceber que mesmo nas noites mais sombrias há esperança”, acrescentou.

"No Reino Unido e em todo o mundo, as pessoas responderam de forma magnífica aos desafios deste ano, e estou orgulhosa e comovida por esse espírito silencioso e indomável", afirmou.

Durante o confinamento na primavera boreal (outono no Brasil), quando criticou a gestão da crise de saúde por parte do governo, e até o próprio primeiro-ministro Boris Johnson foi infectado pela Covid-19, a rainha se dirigiu em duas ocasiões aos britânicos, algo excepcional em seus 69 anos de reinado.

Seu filho, o príncipe Charles, herdeiro do trono, de 72 anos, passou o Natal com sua esposa Camilla na Escócia.

Além da pandemia, este ano foi repleto de acontecimentos na família real britânica, mobilizada pela saída do príncipe Harry e sua esposa Meghan, que se instalaram na Califórnia, nos Estados Unidos.

O príncipe Andrew, o segundo filho da rainha, também se viu em apuros por sua amizade com o falecido magnata americano Jeffrey Epstein. Investigadores americanos declararam que desejam interrogá-lo no contexto de um escândalo envolvendo tráfico sexual de menores.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deve anunciar na segunda-feira (27) um grande plano de luta contra o sobrepeso no Reino Unido, após a divulgação de um estudo que destaca a obesidade como fator agravante do novo coronavírus.

"A COVID-19 nos lembrou dos riscos imediatos e de longo prazo do excesso de peso", disse um porta-voz do governo neste domingo (26).

"Vamos pedir aos cidadãos que aproveitem esse momento para refletir sobre seu modo de vida e adotarem medidas simples para perder peso, viver de forma saudável e reduzir a pressão sobre o NHS [o serviço de saúde pública britânico]", completou o porta-voz.

Com um financiamento de 10 milhões de libras (cerca de US$ 12,50), segundo o jornal "The Guardian", o plano denominado "Em melhor saúde" tem como objetivo ajudar 35 milhões de pessoas - mais da metade da população do país - a perder peso e a viver de forma mais saudável.

Entre as medidas esperadas estão, segundo a imprensa local, a proibição total de publicidade on-line de alimentos não saudáveis e antes das 21h na televisão; a obrigação de restaurantes e de locais que entregam comida de tornarem público o número de calorias de suas refeições; ou ainda que as lojas façam o mesmo em suas garrafas de bebida alcoólica.

Convertido em herói dos britânicos após arrecadar 30 milhões de libras para a saúde pública em plena pandemia, o veterano militar Thomas Moore completou cem anos nesta quinta-feira (30), uma celebração quase transformada em festa nacional.

Na manhã desta quinta-feira, dois aviões da Royal Air Force, geralmente utilizados em atos comemorativos da Segunda Guerra Mundial, voaram em sua homenagem no céu de Bedfordshire, norte de Londres.

Moore, nomeado coronel honorário, acenou emocionado: "lembro-me de quando voavam, não em paz mas com raiva", afirmou à BBC. "Nunca esperaria algo assim em minha vida", acrescentou diante da avalanche de mensagens de felicitações.

"Sei que falo pelo país como um todo ao desejar-lhe um centésimo aniversário muito feliz", afirmou o primeiro-ministro Boris Johnson.

E as honras não acabam aí: seu nome foi dado a um trem de alta velocidade, foi nomeado membro honorário da equipe inglesa de críquete e o serviço de correios carimbou esta semana todas as suas cartas com um timbre especial que lhe deseja "feliz 100º aniversário".

Além disso, o aposentado recebeu mais de 140.000 cartões de todo o mundo, suficientes para cobrir a ampla entrada da escola de seu neto Benjie.

Os remetentes incluem o príncipe William e o capitão da seleção inglesa de futebol Harry Kane, assim como milhares de crianças que lhe enviaram seus desenhos.

- Número um do ranking musical -

Em 6 de abril, "Capitão Tom" se propôs a fazer o desafio de arrecadar 1.000 libras (1.245 dólares, 1.145 euros) para associações vinculadas ao serviço de saúde público britânico NHS.

Estabeleceu o objetivo de correr, com a ajuda de seu andador, cem vezes os 25 metros de seu jardim, para prestar homenagem à equipe de saúde que o curou do câncer e de uma fratura no quadril.

O Guinness lhe concedeu o "recorde mundial da pessoa que sozinha arrecadou mais dinheiro em uma marcha de caridade", homenageando um "homem indomável (...) que merece um lugar nos livros de História".

Mas Tom não parou por aí e buscou um novo meio para arrecadar fundos para os funcionários da saúde.

Junto ao artista britânico Michael Ball e os coros do NHS, interpretou uma versão de "You'll never walk alone" ("Nunca andarás sozinho"), tema de um musical pós-guerra que se tornou um hino dos fãs de futebol e agora símbolo da solidariedade em tempos de pandemia.

A canção ficou em primeiro lugar no ranking britânico de singles.

Confinados em casa contra o coronavírus, muitos britânicos passam o dia assando bolos, ou seu próprio pão, a tal ponto que a venda de farinha dobrou, desabastecendo os supermercados.

A farinha é "um elemento invisível na cadeia alimentar... até sentirmos falta dela", disse à AFP Alex Waugh, da associação britânica de farináceos Nabim.

Juntamente com o macarrão, o arroz e alimentos enlatados, este produto foi alvo de frenesi do consumidor britânico para estocar alimentos.

Sem restaurantes, bares, ou redes de fast-food que lhes fornecem parte de suas refeições, eles são obrigados a cozinhar três vezes ao dia, e alguns passam o dia fazendo bolos em família, ou assando pão caseiro.

Em poucas semanas, as compras de farinha no país dobraram, atingindo quatro milhões de pacotes semanais, segundo Nabim.

Como tem sido feito com outros itens essenciais, entre eles sabão e produtos de higiene, os supermercados limitaram suas vendas a dois, ou quatro, pacotes por pessoa.

Com o comércio desabastecido, alguns tentam trocar legumes por farinha com seus vizinhos, geralmente sem sucesso. Outros tentam comprar diretamente das fábricas, que dizem estar "sobrecarregadas". Muitos tiveram de fechar suas lojas.

- Impossível atender à demanda -

"Os pedidos de estabelecimentos comerciais quadruplicaram, e recebemos 800 pedidos on-line em dois dias, em vez da dúzia usual", explica David Wright, diretor do moinho G.R. Wright and Sons.

É preciso voltar pelo menos à década de 1970 e a uma greve das padarias para encontrar uma situação tão tensa em relação à demanda por farinha, aponta Wright, cuja empresa - propriedade familiar desde o século XIX - emprega 120 pessoas.

Já Waugh acredita que a situação atual não tem equivalente na história moderna do setor.

Como resultado, os grupos operam suas usinas 24 horas por dia, sete dias por semana. Ainda assim, é impossível atender a toda demanda.

Em circunstâncias normais, os moinhos já operam com capacidade quase total e levaria meses para investir em novas linhas de produção.

Além disso, o problema gira em torno das embalagens: as fábricas de papel, que produzem os sacos e os imprimem, também não conseguem acompanhar.

Sem mencionar as medidas de distanciamento para proteger os funcionários do coronavírus, ou a ausência de muitos deles devido ao isolamento.

No ano passado, o Reino Unido chegou a acumular estoques diante do risco de um Brexit sem acordo que poderia ter cortado o fornecimento de grãos do continente europeu.

Essas reservas foram usadas antes da crise da saúde, quando a vitória de Boris Johnson nas eleições de dezembro deixou de lado o fantasma de uma saída brutal da União Europeia.

A demanda abundante não significa, necessariamente, porém, grandes lucros para os produtores.

Eles alegam que seus preços não mudaram, mas que o valor do trigo subiu, devido à queda no valor da libra - as matérias-primas são negociadas em dólares - e à forte demanda.

Para eles, a situação deve se normalizar em um tempo relativamente curto, já que algumas redes de padarias, como a Greggs, com 2.000 lojas espalhadas pelo país, fecharam temporariamente devido à pandemia.

Redes de restaurantes também fecharam, o que ajudará a reduzir a demanda.

Waugh insiste em que não há escassez estrutural neste país autossuficiente em farinha e com abundância de grãos para moer.

Os britânicos comparecem às urnas nesta quinta-feira para as eleições apontadas como as "mais importantes em uma geração", que definirá o Parlamento que deve apresentar uma resposta à questão mais complexa na história recente do país – o Brexit – e nas quais tudo é possível.

Os locais de votação abriram as portas às 7h (4h de Brasília). O horário de votação prossegue até 22h (19h de Brasília), quando serão divulgadas as pesquisas de boca de urna.

Porém, com as particularidades do sistema eleitoral britânico, será necessário esperar até a madrugada de sexta-feira para conhecer um resultado oficial claro, especialmente se a disputa for muito acirrada.

Durante as cinco semanas de campanha, as pesquisas apontaram a liderança do Partido Conservador do primeiro-ministro Boris Johnson.

Mas a última sondagem do instituto YouGov, considerada a mais confiável, mostrou que todas as possibilidades continuam abertas: os "tories" podem obter seu melhor resultado desde 1987 com Margaret Thatcher ou o país pode voltar a um cenário de Parlamento fragmentado e um eventual governo de coalizão pró-europeu.

"Há muita volatilidade entre o eleitorado e isto deixa as coisas mais incertas do que nunca", disse à AFP Chris Curtis, diretor do YouGov.

No poder desde julho, mas sem maioria absoluta, Johnson correu o risco de convocar eleições antecipadas em dezembro, um mês escuro e frio, considerado pouco propício para atrair os britânicos às urnas, com a esperança de obter uma hegemonia que permita cumprir a promessa de retirar o país da UE em 31 de janeiro.

"Quero concretizar o Brexit. Quero me concentrar em suas prioridades. Quero abrir o caminho para o potencial deste país", declarou aos eleitores o ex-chanceler e ex-prefeito de Londres, de 55 anos.

"Hoje é a oportunidade de nos unirmos como país e deixar a incerteza de lado para que as pessoas possam seguir com suas vidas", completou".

Decidido por referendo com 52% de votos em 2016, o Brexit, inicialmente previsto para março de 2019, foi adiado em três oportunidades pela rejeição do Parlamento ao acordo de divórcio negociado com Bruxelas.

O tema monopoliza a política britânica há mais de três anos, provoca angústia em muitos britânicos e divide a sociedade.

Se chegar ao poder, o candidato trabalhista Jeremy Corbyn promete negociar um novo acordo para manter relações comerciais estreitas entre o Reino Unido e a UE. E afirma que submeterá o texto a um novo referendo, junto com a possibilidade de simplesmente anular o Brexit.

Johnson afirmou em novembro e todos repetem desde então: estas são as eleições "mais importantes em uma geração".

A revista conservadora The Spectator foi ainda mais longe e considera as "mais significativos na vida de qualquer pessoa que tenha nascido depois de 1945".

O resultado determinará se o país deve pedir um quarto e humilhante adiamento do Brexit. Se Boris Johnson continuará com as chaves de Downing Street, algo que cobiçou durante toda sua vida e que possui há apenas cinco meses. Se o Reino Unido terá um primeiro-ministro da esquerda radical e se a Escócia organizará um segundo referendo sobre sua independência.

Para respaldar um eventual governo trabalhista, os nacionalistas escoceses do SNP devem solicitar que Londres autorize uma nova consulta sobre a soberania, após a derrota na votação de 2014.

"Estamos em uma encruzilhada. A eleição é verdadeiramente histórica", disse Corbyn no último comício de campanha, durante o qual pediu aos britânicos que votem pela "esperança" e "uma mudança real".

"Juntos podemos criar uma sociedade diferente", afirmou o ex-sindicalista de 70 anos, que apresentou o programa eleitoral mais radical no país em décadas: prevê estatizar vários serviços públicos e a aplicação de políticas ambiciosas de distribuição de renda.

Um fato incomum no país, a campanha foi muito marcada pela imagem dos dois líderes: Johnson não parou de ser atacado por sua reputação de "mentiroso", enquanto Corbyn teve que suportar duras críticas ao "antissemitismo" por parte da comunidade judaica.

Mais de 70 parlamentares britânicos assinaram uma carta na qual pedem ao governo que faça todo o possível para permitir a extradição de Julian Assange à Suécia, caso as autoridades suecas solicitem a medida.

O fundador do WikiLeaks foi detido na quinta-feira na embaixada do Equador em Londres, onde havia obtido asilo há sete anos para fugir de uma ordem de detenção britânica por acusações de estupro e agressão sexual na Suécia – que Assange sempre negou –, um caso arquivado desde então, mas cuja demandante deseja a reabertura.

O australiano de 47 anos foi igualmente detido em relação a um pedido de extradição dos Estados Unidos, país que considera Assange uma ameaça para sua segurança e quer julgá-lo.

Os deputados querem que o ministro britânico do Interior, Sajid Javid, dê prioridade à possível solicitação de extradição da Suécia.

"Escrevemos para pedir que faça todo o possível para apoiar uma ação que garantirá que Julian Assange possa ser extraditado à Suécia, caso a Suécia solicite a extradição", afirma os parlamentares em uma carta enviada ao ministro e compartilhada no Twitter pela deputada trabalhista Stella Creasy.

"Isto permitiria encerrar a investigação sobre uma acusação de estupro e, se for adequado, apresentar acusações e organizar um julgamento", acrescentam os deputados.

Os parlamentares, que afirmam ao mesmo tempo que isto "não pressupõe a culpa" de Assange, consideram que a denunciante deve "ver a justiça acontecer". A carta indica que a acusação de estupro tem um "limite de tempo que expira em agosto de 2020".

Após a detenção de Julian Assange, sua acusadora na Suécia anunciou que pretende solicitar a reabertura da investigação.

"Vamos fazer de tudo para que os promotores reabram a investigação sueca e que Assange seja entregue à Suécia e à justiça por estupro", afirmou sua advogada, Elisabeth Massi Fritz, à AFP.

Assange, que foi apresentado na quinta-feira a um tribunal londrino, poucas horas depois da detenção, foi declarado culpado de fugir da justiça, um delito que pode ser punido com um ano de prisão.

A sentença deve ser anunciada em breve.

O pedido de extradição americano por "hackear" será examinado em uma audiência em 2 de maio.

A proposta de isentar os britânicos de vistos para estadias de curta duração na União Europeia (UE) após o Brexit avançou nesta quarta-feira (3) no bloco, apesar da polêmica referência a Gibraltar, "colônia da coroa britânica", que bloqueou a tramitação.

A Comissão de Liberdades Civis do Parlamento Europeu aprovou por 38 votos a favor, oito contra e três abstenções a proposta, que agora deve seguir para votação dos eurodeputados em sessão plenária, assim como no Conselho da UE, que reúne os países.

A poucos dias da data do divórcio, 12 de abril, a pressão aumentou para a aprovação da proposta, bloqueada pela tentativa da Espanha de introduzir, com o apoio do Conselho, uma nota que descreve Gibraltar como "colônia".

Diante da oposição do presidente da Comissão, o britânico Claude Moraes, de aprovar o texto por esta referência, os eurodeputados decidiram substituí-lo pelo búlgaro Sergei Stanishev, que finalmente aceitou na terça-feira.

"Não se trata do presidente da Comissão. O Conselho não teve a vontade de alcançar nenhum compromisso", afirmou Stanishev antes da votação, ao comentar a negociações entre as instituições para tentar uma proposta de consenso.

O búlgaro aceitou finalmente o texto do Conselho por "responsabilidade" e porque "com a aproximação de 12 de abril, a possibilidade de que milhões de britânicos viajem sem visto estava nas mãos do Parlamento Europeu".

A proposta, caso aprovada, permitirá que os cidadãos britânicos viajem pelo espaço livre circulação europeia Schengen para uma estadia curta (de 90 dias para cada 180 dias) sem visto.

A medida, que seria aplicada quando as regras europeias não estiverem mais em vigor no Reino Unido, tem a condição de que o governo britânico isente de vistos os cidadãos de todos os países do bloco.

Os cidadãos dos territórios britânicos de ultramar, como Gibraltar ou Malvinas, já estão isentos de visto para estadias de curta duração na UE, uma possibilidade que a proposta europeia não modifica.

A popularidade do Facebook entre as crianças do Reino Unido caiu em 2018, segundo o órgão regulador de mídia Ofcom. A entidade publicou sua pesquisa anual, informando que 72% das pessoas com idades entre 12 e 15 anos que têm uma conta em redes sociais usam o Facebook, uma queda de 74% em comparação com o mesmo período de 2017.

Mas o Instagram, que pertence ao Facebook, ganhou popularidade. Em 2018, 23% nomearam a plataforma de fotos como sua principal rede social, ante 14% em 2017. O Facebook foi apontado como a principal rede social por 31% dos jovens de 12 a 15 anos, abaixo dos 40% em 2017.

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O WhatsApp, que também é propriedade do Facebook, e o rival Snapchat também tiveram um aumento no uso entre pessoas de 12 a 15 anos de idade. Embora a maioria das redes sociais não permita que crianças com menos de 13 anos se registrem em uma conta, o relatório constatou que 18% dos jovens de oito a 11 anos tinham perfil próprio.

Segundo o relatório, menos de um terço dos pais que sabiam que seu filho tinha um perfil de mídia social conseguiu declarar corretamente o limite mínimo de idade das redes sociais. O relatório anual da Ofcom é compilado através da análise do uso de mídia de cerca de 2.000 crianças de três a 15 anos de idade em todo o Reino Unido.

A lua de mel entre a imprensa britânica e Meghan Markle chegou ao fim, considerando a chuva de críticas que os tabloides lançaram contra a ex-atriz americana que se tornou a duquesa de Sussex ao se casar com o príncipe Harry.

Seis meses depois de uma cerimônia digna de um conto de fadas, que reuniu a família real britânica no castelo de Windsor e deslumbrou o planeta, a americana de 37 anos ganhou o apelido de "duquesa difícil".

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No início, Meghan levou o crédito por lançar um sopro de ar fresco na instituição real, mas a saída de uma série de funcionários da casa real agora levantam questões sobre seus métodos.

Funcionários seniores saíram em meio a sugestões de que Meghan é uma chefe exigente, que lhes envia e-mails nas primeiras horas da manhã. Tabloides britânicos informaram que ela fez a cunhada Kate chorar durante os preparativos para o casamento.

A família insiste que a decisão de Harry e Meghan de se mudar para Windsor, longe de Kate e William, que vivem no palácio londrino de Kensington, é impulsionada pela chegada iminente de seu primeiro filho, mas especialistas suspeitam que há uma deterioração das relações entre os dois casais.

A própria rainha Elizabeth II, segundo os tabloides, teria ficado indignada quando Meghan pediu emprestada sua tiara de casamento de esmeraldas.

Na semana passada, foi noticiado que a altamente respeitada empregada da família real Samantha Cohen sairia do cargo depois do nascimento do bebê de Meghan, na próxima primavera, após 17 anos de serviço real.

Outro dos assistentes de Meghan também se demitiu seis meses após o casamento, relataram tabloides.

Para seus apoiadores, a duquesa está sofrendo uma reação por seus modos modernizadores e tornou-se um bode expiatório para os problemas existentes da família.

Meghan "se tornou uma espécie de para-raio para tantas controvérsias da família real, desde questões raciais até a obsessão da mídia britânica de colocar as mulheres umas contra as outras, com alegações de que ela e Kate estão uma contra a outra", escreveu Hadley Freeman no The Guardian.

A especialista em realeza Victoria Arbiter disse à revista americana Inside Edition que os rumores de que Meghan é difícil foram "fundados a partir de absolutamente nada".

- Tensões no Natal? -

O fato de que Meghan não fala com seu pai desde o casamento, ao qual ele foi proibido de comparecer, aumentou as críticas.

Em uma entrevista televisionada na segunda-feira, o septuagenário Thomas Markle, que vive no México, lançou uma mensagem pública de reconciliação após ter posto sua filha e a família real britânica em uma saia justa por ter aceito dinheiro para ser fotografado por paparazzi.

Mas também defendeu Meghan, afirmando que "sempre foi muito controladora, mas nunca foi grosseira (...), sempre foi educada", em uma entrevista ao jornalista Piers Morgan, que no ano passado disse ser amigo da "formidável Meghan Markle" mas que hoje se queixa de que ela o ignora.

Neste contexto, o Natal pode revelar as tensões existentes, e os especialistas na família real estão atentos a qualquer sinal.

A imprensa já reagiu à decisão do príncipe Harry de não participar da tradicional caça ao faisão em 26 de dezembro na casa de campo da rainha em Sandringham, no noroeste da Inglaterra, aparentemente para agradar a esposa, contrária a este passatempo.

"Os empregados vão observar quanto tempo os duques de Sussex passam nos festejos" da família, afirma o colunista do Daily Mail Richard Kay. "No ano passado estiveram entre os últimos a chegar e os primeiros a ir embora", disse, recomendando a Meghan que "tente se comportar mais como uma duquesa diferente do que uma duquesa difícil".

Especialistas em engenharia britânicos projetaram um táxi de fibra de carbono que pode voar pelo ar a cerca de 320 quilômetros por hora. Engenheiros que trabalham no projeto dizem que ele deve ser lançado no Reino Unido nos próximos quatro anos.

O objetivo final é criar um serviço no estilo Uber, que permita aos usuários solicitar um táxi voador por meio de um aplicativo para transportá-los pelos céus do Reino Unido. A empresa britânica Vertical Aerospace já criou um protótipo totalmente elétrico movido a bateria.

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Falando ao jornal The Times, o CEO da Vertical Aerospace, Stephen Fitzpatrick, disse que sua cápsula voadora iria revolucionar os transportes para os britânicos. O drone decola e aterrissa verticalmente, e atualmente tem um alcance de 93 milhas.

Existem planos, no entanto, para um modelo mais avançado que pode voar por até 500 milhas. A Vertical Aerospace conta com ex-funcionários da Airbus e da Boeing. "Isso vai revolucionar a maneira como as pessoas voam de curta distância", informou Stephen Fitzpatrick.

A empresa planeja apresentar o veículo voador para certificação com reguladores de segurança aérea, na esperança de operar comercialmente até 2022. A vantagem, diz Fitzpatrick, é que os drones poderiam remover o incômodo dos aeroportos. Mas isso só será verdadeiramente viável quando a empresa conseguir operar uma versão do drone com alcance de 500 milhas.

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O número de britânicos que baixam músicas ilegalmente está diminuindo, de acordo com uma nova pesquisa realizada pela empresa YouGov. O relatório revela que um em cada dez entrevistados (10%) ainda faz o download dos álbuns de seus artistas favoritos desta forma. Esse índice era de 18% há cinco anos.

Enquanto 63% daqueles que fazem download ilegal esperam continuar a fazer isso em cinco anos, 22% dizem que pretendem abandonar a atividade. Somado a isso, 36% informam que o uso de fontes não verificadas para acessar músicas está se tornando mais complicado.

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Essa diminuição pode ser em parte atribuída ao crescimento dos serviços de streaming. Mais de seis em cada dez entrevistados (63%) afirmam que pararam de baixar músicas ilegalmente depois que passaram a usar plataformas como Spotify ou Apple Music, por exemplo.

Claro, há um grupo que continua a baixar música ilegalmente. Deste corte, mais da metade (51%) diz que acha frustrante quando a música é lançada exclusivamente através de uma plataforma de streaming, enquanto 44% revelam que só fazem o download ilegal quando não conseguem acessar a faixa em nenhum outro lugar.

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Três britânicos, dois deles soldados, foram formalmente acusados de pertencer à organização neonazista Ação Nacional, anunciou a Polícia britânica nesta segunda-feira.

Os três foram acusados de pertencer à organização e dois deles de portar de documentos para fins terroristas.

Os suspeitos foram detidos na terça-feira passada na região de West Midlands, no centro da Inglaterra, suspeitos de "estar envolvidos na comissão, preparação e investigação de atentados terroristas", anunciou a Polícia em um comunicado.

A Ação Nacional se tornou em dezembro de 2016 a primeira organização de ultradireita proibida no Reino Unido por seu caráter "terrorista".

No último ano e meio, o Reino Unido sofreu dois atentados de extrema direita: o assassinato da deputada trabalhista Jo Cox em junho de 2016, e o atropelamento com uma van de um grupo de muçulmanos que saía de uma mesquita de Londres, no qual morreu um homem e várias pessoas ficaram feridas.

A Ação Nacional enalteceu na época o assassinato de Cox. Em sua conta no Twitter, o grupo defendeu "o sacrifício" feito por Thomas Mair, o homem que assassinou a deputada a tiros e facadas em 16 de junho, uma semana antes do referendo britânico sobre a saída do Reino Unido da União Europeia ('Brexit'), e que foi condenado à prisão perpétua pelo crime.

Uma pesquisa realizada pelo instituto YouGov e divulgada nesta quinta-feira (27) pelo jornal "Times" mostra que uma parte dos britânicos já se mostra arrependida pela saída do país da União Europeia, o chamado "Brexit".

De acordo com a publicação, para 45% dos entrevistados a saída é um "erro" enquanto 43% mantém sua postura e acreditam que esse é o melhor caminho e 12% se dizem indecisos quanto ao tema.

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Em junho do ano passado, 51,9% dos britânicos votaram a favor do "Leave" e o processo formal de saída, com a ativação do artigo 50 do Tratado de Lisboa, foi iniciado em 29 de março. Agora, são esperados ao menos dois anos de negociação para a separação total de fato.

Gentiloni diz que lutará para proteger italianos

Em uma audiência na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira, o primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, informou que protegerá seus cidadãos na Grã-Bretanha durante o processo do "Brexit". O premier foi à Câmara para responder as dúvidas dos parlamentares em vista do Conselho Europeu extraordinário, que ocorrerá em Bruxelas.

"Estamos interessados no fato de que, entre as prioridades da negociação, já na primeira fase, esteja o destino dos cidadãos de diversos países europeus que moram no Reino Unido, Incluindo os 15% que são italianos. Temos o dever e o direito de pretender para nossos cidadãos as proteções e direitos administrativos corretos", disse o premier.

Gentiloni ainda falou que aqueles políticos que afirmaram que o "Brexit" seria uma "explosão da União Europeia" estão "completamente errados".

"Nós estamos na direção da negociação com alguns princípios inspiradores. Nós somos e permanecemos aliados do Reino Unido. Não confundamos as dinâmicas que se abriram com o 'Brexit' com uma negociação que será muito complicada", ressaltou.

Após o pronunciamento do premier, a Câmara aprovou o texto apresentado por Gentiloni para o Conselho, com 308 votos a favor, 92 contrários e 2 abstenções.

Quem também comentou sobre a saída britânica do bloco foi a chanceler alemã, Angela Merkel. Segundo a líder, "um terceiro Estado, como será a Grã-Bretanha, não poderá ter os mesmos direitos de um Estado europeu".

"Tenho a sensação de que algumas pessoas na Grã-Bretanha estão se enchendo de ilusões e deve ser explicado, claramente, que esse tempo acabou", acrescentou. 

Os britânicos não se arrependem de terem votado a favor da saída da União Europeia (UE), nem querem um segundo referendo, disse nesta quarta-feira um renomado especialista em pesquisas na apresentação de um estudo.

O professor John Curtice, da Universidade Strathclyde de Glasgow, analisou uma séries de pesquisas realizadas desde o referendo de 23 de junho, em que 52% dos eleitores apoiaram a saída da UE. "Continuamos divididos desde então e poucos mudaram de opinião", disse em um ato em Londres.

Ainda assim, os eleitores estão controlando suas expectativas de que a ruptura com a UE irá supor uma redução na imigração ou uma economia que possa desviar-se da saúde pública. "Antes do referendo, cerca de metade das pessoas esperava que o nível de imigração caísse como consequência do Brexit", afirmou. "Agora esse número caiu para 45%".

Quando perguntados sobre o que esperam do Brexit, a maioria dos britânicos disse que o fim da liberdade de movimento dos cidadãos europeus, mas também que permaneça o acesso ao mercado comum, algo que Bruxelas já disse que será impossível.

No governo da primeira-ministra Theresa May há ministros que querem um Brexit "puro e duro", que implicaria romper totalmente com a UE, e existe os que preferem um compromisso que permita continuar a relação com o mercado único, como a Suíça ou Noruega.

As negociações não começarão ao menos até 2017, data mínima imposta por May para ativar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa para os países que querem abandonar o bloco.

Com 52% dos votos a favor, o Reino Unido decide deixar a União Europeia (UE) após 43 anos de participação. O resultado do referendo realizado nessa quinta-feira (23) foi divulgado nas primeiras horas da manhã desta sexta (24). Em declaração ao país, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou a sua demissão.

David Cameron deve deixar o cargo em outubro. Cameron sempre se posicionou favoravelmente à permanência do Reino Unido na UE e, durante os meses que antecederam o referendo, afirmou que o Brexit - união das palavras Britain (Grã-Bretanha) e exit (saída, em inglês) - poderia trazer graves consequências econômicas para o país.

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"O povo britânico votou para deixar a União Europeia, e sua vontade deve ser respeitada. A vontade do povo britânico é uma instrução que deve ser entregue. Será necessária uma liderança forte e empenhada”, disse David Cameron, ressaltando que outra pessoa deve liderar o processo de transição.

A taxa de participação no referendo foi de 71,8%, a maior em votações no Reino Unido desde 1992.

A Inglaterra e País de Gales votaram fortemente a favor da saída, enquanto cidadãos da Escócia e da Irlanda do Norte optaram pela permanência no bloco. Em Londres, 60% dos votos foram pela permanência na UE. No entanto, em todas as outras regiões da Inglaterra, a maioria votou pela saída.Nigel Farage, líder do partido Ukip e defensor do Brexit, afirmou ser o "dia da independência" do Reino Unido.

O Reino Unido é o primeiro país a sair da União Europeia desde a sua criação, mas a decisão não significa que ele deixará imediatamente de ser membro da UE. Esse processo pode demorar dois anos, de acordo com o Tratado de Lisboa.

“Os tratados deixam de ser aplicáveis ao Estado em causa a partir da data de entrada em vigor do acordo de saída ou, na falta deste, dois anos após a notificação, a menos que o Conselho Europeu, com o acordo do Estado-Membro em causa, decida, por unanimidade, prorrogar esse prazo”, diz o Artigo 50 do Tratado de Lisboa.

Após o resultado do referendo, a libra caiu para o nível mais baixo em relação ao dólar desde 1985. Em declaração hoje de manhã, Mark Carney, o governador do Banco da Inglaterra, prometeu a liquidez necessária às instituições para que a crise política que começa agora, com a saída de David Cameron, não se torne uma crise financeira. Carney garante que há 250 bilhões de libras em fundos para assegurar o funcionamento dos mercados.

Os escritor John Le Carré e os atores Benedict Cumberbatch e Keira Knightley estão entre 282 grandes nomes das artes e da cultura britânica que defendem, em carta publicada nesta sexta-feira, a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE).

O manifesto foi publicado nos jornais The Daily Telegraph e The Guardian a menos de um mês da votação, em 23 de junho, sobre a permanência britânica no bloco de 28 países.

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"O Reino Unido não é apenas mais forte na Europa, é mais imaginativo e criativo. Nosso êxito artístico mundial se veria seriamente comprometido por uma saída da UE", afirmam os signatários.

"Abandonar a Europa seria um salto no desconhecido para milhões de pessoas que, em todo o Reino Unido, trabalham em campos artísticos e para milhões de outras pessoas que, aqui e no exterior, se beneficiam do crescimento e do dinamismo do setor cultural britânico", completa a carta.

Além dos já citados, entre os signatários também estão os atores Bill Nighy, Chiwetel Ejiofor, Kristin Scott Thomas, Helena Bonham Carter e Derek Jacobi; o grupo Franz Ferdinand e a cantora Paloma Faith, a estilista Vivienne Westwood e os escritores Tom Stoppard e Hilary Mantel.

Uma pesquisa com integrantes da Federação de Indústrias Criativas da Grã-Bretanha mostrou que 96% deles desejam permanecer na UE, por conta do acesso ao mercado europeu, dos subsídios, da livre circulação e da influência que isto representa.

O manifesto foi divulgado no fim de uma semana em que os defensores da continuidade na UE abriram vantagem nas pesquisas, 55% a 45%, segundo a média das sondagens realizada pelo instituto What UK Think.

No setor artístico, o ator Michael Caine é o nome mais famoso que se pronunciou a favor da saída da UE.

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