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O Grupo Mateus, nesta segunda-feira (2), reinicia a entrega de currículos para a loja do Janga, onde inicialmente serão 300 vagas. O processo acontece na Secretaria de Desenvolvimento, Econômico, Agropecuária e Pesca da cidade, localizada na Praça Frederico Lundgren, s/n, das 8h às 18h.

A empresa já anunciou o investimento de R$ 80 milhões em Paulista e começou o processo de adequação dos locais onde irão funcionar os estabelecimentos.  As pessoas selecionadas no processo seletivo terão o treinamento custeado pelo Grupo Mateus. 

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A abertura da unidade do Janga, deverá ser em dezembro. Entre as vagas ofertadas estão as de gerentes nos setores de hortifruti, mercearia, depósito, frios, açougue, peixaria, recursos humanos e tecnologia. 

Cargos operacionais também serão contratados e as oportunidades disponíveis são de açougueiros, peixeiros, operadores de caixas, repositores de mercearia, repositores de hortifruti e de frios, entre outros.

Tomar café da manhã está pesando mais no bolso do brasileiro. Isso porque, além do reajuste do leite, o preço da manteiga disparou e fez o produto sumir das gôndolas dos supermercados no País. Segundo o Índice de Preços do Consumidor Amplos (IPCA), o produto segue em alta, apesar da recente deflação. Nos 12 meses encerrados em setembro, o preço da manteiga subiu 23,5%, mais de três vezes o índice geral para o período, que ficou em 7,17%.

Para especialistas do setor, os preços mais altos e sumiço nos supermercados são reflexo da união de fatores como a Guerra na Ucrânia e pelo fenômeno meterorológico La Niña, que intensificaram o que seria apenas um problema sazonal da entressafra. Essa falta de produto geralmente ocorre quando o pasto fica mais seco, e os produtores precisam aumentar o uso de ração para alimentar o rebanho.

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Segundo Ana Paula Negri, pesquisadora de insumos agropecuários do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP, a produção de leite no País entra no seu período de entressafra entre abril e setembro, já que no outono e no inverno o clima é mais seco. De forma geral, a substituição do pasto pela ração costuma resolver a questão. No entanto, a situação da pastagem foi agravada neste ano pelo fenômeno La Niña, que deixou os campos ainda mais secos, exigindo o uso de outras formas de alimentação.

Ao mesmo tempo, o mundo sentia os reflexos macroeconômicos da guerra entre Ucrânia e Rússia. O embate no Leste europeu fez o preço das commodities disparar no mercado internacional, pressionando o valor das rações bovinas, feitas à base de milho e soja, explica André Braz, economista da Ibre/FGV. "A entressafra acontece todo ano, é um problema sazonal. Mas a guerra se transformou em um elemento surpresa para os produtores no mesmo período", afirma.

Outro agravante, segundo o economista, foi a desvalorização do real ante o dólar. Como os insumos para ração são comercializados em moeda americana, os produtores de leite brasileiros sentiram ainda mais esse impacto nos preços.

Menos gordura à disposição

Além de encarecer o custo total da produção, a substituição feita na alimentação dos animais, de pasto por ração, ainda traz como efeito a redução na quantidade de gordura na composição do leite. É aí que a situação dos fabricantes de manteiga se agrava, como explica especialista do Cepea USP. "O gado está acostumado com a pastagem. Quando ele é alimentado com ração, o nível de gordura do leite cai bastante. Assim, é preciso muito mais leite para produzir a mesma quantidade de manteiga", afirma. "Basicamente a produção de manteiga usa um único produto: o creme de leite, ou seja, a parte de gordura."

Essa queda no porcentual de gordura do leite na entressafra fez a produção de manteiga cair no País, levando à falta nos pontos de venda. No caso da Aviação, a falta de creme de leite teve impacto direto na produção do seu principal produto, com uma queda de cerca de 30% nos últimos meses. O presidente da empresa, Roberto Rezende, conta que o preço da matéria-prima, durante o período de seca, subiu até 40%. "O pior é que nós não conseguimos repassar esse ajuste para o consumidor", afirma.

Para o executivo, o mercado brasileiro ainda não tem capacidade de produzir a quantidade de creme de leite necessário para garantir o abastecimento de manteigas, sem interrupções durante os períodos de maior crise, como a entressafra. Hoje, para manter a fabricação do seu principal produto, a Aviação negocia a matéria-prima com cerca de 40 produtores pelo País.

Escolha dos produtores pelo UHT

Além do leite mais "magro", os negócios de manteiga enfrentaram mais uma questão: a preferência dos produtores de leite em vender a matéria-prima para fabricantes de leite UHT, aquele de "caixinha". Ao mesmo tempo que a manteiga ficava mais cara, o preço da caixa de leite UHT também disparava nos supermercados. Em julho deste ano, no pico da entressafra, o preço do leite chegou a subir 66%, de acordo com a inflação pelo IPCA.

Quem sentiu menos essa dificuldade de acesso à matéria-prima foram os negócios que processam mais produtos à base de leite, como a Piracanjuba, que, além de manteiga, também fabrica leite UHT, leite condensado, creme de leite e queijos, entre outros.

O vice-presidente da companhia, Luiz Cláudio Lorenzo, diz que a empresa também sentiu o problema no período de seca, mas, por ser o terceiro maior captador de leite no País, conseguiu mitigar a situação e controlar a queda no faturamento durante o período de carestia do leite. "Nós estamos na nossa capacidade máxima de produção. Somos beneficiados por termos uma maior facilidade de acessar a matéria-prima. Mesmo assim, reduzimos 3% a produção", diz.

Braz, da FGV-IBRE, aponta que a situação da produção de leite no País deve ser normalizada até o fim do ano, já que os próximos meses devem trazer mais chuvas, ampliando a disponibilidade de pasto para o gado. "A primavera e o verão são períodos mais generosos para a produção de leite no Brasil", diz o especialista. Para o consumidor final, redução nos preços da manteiga deve vir só no começo do próximo ano, diz o especialista.

Puxando o preço

Enquanto o preço da manteiga nas gôndolas aumentava, o preço da margarina também subia, mesmo o produto alimentício não levando leite em sua composição. O economista da FGV explica que, por se tratar de um substituto direto da manteiga, a margarina também subiu. "O preço sobe por causa do efeito substituição. As família fazem a troca e ambos os produtos encarecem nos supermercados", diz Braz.

Os supermercados da cidade do Rio de Janeiro passarão a permitir a entrada de cães e gatos nos estabelecimentos. A decisão é uma iniciativa da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) e estabelece que os animais, acompanhados dos tutores, podem permanecer nas lojas.

Na última sexta-feira (5), o prefeito do Rio, Eduardo Paes, publicou um decreto que estabelece regras destinadas aos tutores de cães e gatos, assim como aos proprietários dos estabelecimentos. O sistema 'pet friendly' nesses locais será fiscalizado pelo Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária (IVISA-Rio).

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Entre as regras para a permanência desses animais nos estabelecimentos, estão a apresentação, ainda na entrada dos supermercados, do certificado de vacinação e comprovante de vermifugação do animal, caixas própria para transporte ou guias, entre outras. 

Longas filas nos caixas e prateleiras vazias nos corredores: os supermercados de Hong Kong foram tomados por compradores em pânico nesta terça-feira (1º), após mensagens ambíguas do governo sobre um suposto confinamento total da cidade.

A incerteza levou os moradores da cidade a correrem para supermercados, farmácias e mercados, onde se viam longas filas de clientes e prateleiras vazias em seções de carnes, legumes, sopas instantâneas, ou comida congelada.

Nas farmácias, também era difícil encontrar paracetamol e kits de teste anticovid-19, por exemplo, segundo imagens publicadas nas redes sociais.

"Somos como formigas indo para casa, pegando um pouco em cada loja", disse à AFP uma mulher de sobrenome Wu em um supermercado onde a maioria das carnes e legumes já tinha acabado.

Este centro financeiro internacional enfrenta seu pior surto de coronavírus, com milhares de casos diários que saturaram os hospitais.

Este mês, as autoridades planejam testar todos os 7,4 milhões de moradores e isolar todos os infectados em casa, ou em acampamentos de quarentena que estão sendo construídos às pressas.

A chefe executiva da cidade, Carrie Lam, descartou a aplicação de um confinamento severo durante este processo, mas a secretária de Saúde, Sophia Chan, disse ontem que esta medida está sobre a mesa.

Nesta terça-feira, vários veículos de comunicação locais, como HK01, Singtao e South China Morning Post, noticiaram que as autoridades planejam algum tipo de confinamento durante esse período de triagem.

Horas após a invasão russa, os supermercados de Kiev, capital da Ucrânia, já enfrentam corrida por alimentos. A reportagem do Estadão/Broadcast encontrou prateleiras vazias nesta quinta-feira (24) em um estabelecimento nas proximidades da Praça da Independência, área central da cidade, e filas nos caixas. O temor é de desabastecimento.

Os funcionários do supermercado estavam apreensivos e os clientes, apressados. A recomendação do governo local é permanecer em casa ou em ambientes seguros o máximo possível e, ao som dos alarmes de emergência, dirigir-se a bunkers instalados em estações de metrôs.

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O alarme soou no final da madrugada desta quinta-feira após a Rússia invadir a Ucrânia. Bombardeios foram registrados até mesmo em Kiev, que está a 700 quilômetros da fronteira.

Apesar da recomendação do governo, a população, com medo da guerra, tem fugido de Kiev pelas estradas e ferrovias. Congestionamentos são registrados em todas as saídas da capital.

Relações diplomáticas

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, reforçou nesta quinta que o país cortou relações diplomáticas com a Rússia. No Twitter, Kuleba pediu a "todos os parceiros que façam o mesmo". "Com esse passo concreto, você demonstrará que apoia a Ucrânia e rejeita categoricamente o ato de agressão mais flagrante na Europa desde a Segunda Guerra Mundial", disse. Mais cedo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também havia informado que o país rompeu as relações diplomáticas com a Rússia.

O desempenho menos favorável das vendas na campanha de promoções da Black Friday e a inflação ainda elevada no País impediram um resultado mais favorável nas vendas no comércio varejista em novembro, afirmou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume vendido subiu 0,6% em novembro ante outubro, mas apenas três das oito atividades pesquisadas registraram avanços.

"Se a gente reparar nesse dado da margem (série com ajuste sazonal), ele é um dado sendo ancorado por uma atividade muito forte, que é supermercados", apontou Cristiano Santos, dizendo que os supermercados aderiram a promoções de Black Friday e se beneficiaram também de alta no crédito. "Na verdade, cinco das atividades pesquisadas tiveram variação negativa no volume", frisou.

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Os recuos foram registrados em móveis e eletrodomésticos (-2,3%), tecidos, vestuário e calçados (-1,9%), combustíveis e lubrificantes (-1,4%), livros, jornais, revistas e papelaria (-1,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,1%). Na direção oposta, houve avanços em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,9%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,2%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,2%).

"Atividades que tem Black Friday forte apresentaram queda no volume", observou Santos, apontando como exemplo os segmentos de móveis e eletrodomésticos e de tecidos, vestuário e calçados.

No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, houve elevação de 0,5% em novembro ante outubro. O segmento de veículos, motos, partes e peças registrou alta de 0,7%, enquanto material de construção subiu 0,8%.

O resultado do mês anterior do varejo, outubro ante setembro, foi revisto de um recuo de 0,1% para uma elevação de 0,2%. No varejo ampliado, a taxa de outubro ante setembro foi revisada de um recuo de 0,9% para queda de 0,8%.

"As revisões são mais ajuste mesmo. Teve entrada de informações novas, mas foi mais ajuste (do modelo estatístico que neutraliza impactos sazonais)", explicou Santos.

Na comparação com novembro de 2020, o comércio varejista teve um recuo de 4,2% em novembro de 2021, o mais acentuado para o mês desde 2015, quando encolheu 7,8%. Sete das oito atividades registraram perdas. No varejo ampliado, as vendas caíram 2,9%. O segmento de veículos cresceu 1,7%, mas material de construção caiu 4,1%.

Santos lembra que a base de comparação de novembro de 2020 era muito elevada, o que também contribui para as vendas ficarem em patamar mais baixo este ano.

"Há também um componente inflacionário afetando bastante algumas atividades", acrescentou o pesquisador.

A Black Friday mais fraca em 2021 contribuiu com -0,8 ponto porcentual para a queda de 4,2% nas vendas do varejo em relação a novembro de 2020. No varejo ampliado, essa contribuição negativa foi de 0,7 ponto porcentual para o recuo de 2,9% no volume vendido, calculou o IBGE.

A melhora no desempenho do varejo na passagem de outubro para novembro fez o volume de vendas ficar 1,2% acima do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, as vendas operam 1,9% aquém do pré-pandemia.

No entanto, apenas os segmentos de artigos farmacêuticos, material de construção, outros artigos de uso pessoal e doméstico e supermercados estão operando acima do patamar pré-crise sanitária.

O segmento de artigos farmacêuticos opera em patamar 13,2% acima do pré-crise sanitária; material de construção, 12,6% acima; outros artigos de uso pessoal e domésticos, 11,1% acima; e supermercados, 1,7% acima.

Os veículos estão 5,9% aquém do nível de fevereiro de 2020; móveis e eletrodomésticos, 14,8% abaixo; vestuário, 7,5% abaixo; combustíveis, 12,5% abaixo; equipamentos de informática e comunicação, 12,8% abaixo; e livros e papelaria, 37,7% abaixo.

"Continua tendo essa heterogeneidade em termos de crescimento das atividades do varejo e também do varejo ampliado", reconheceu Santos. "Está bastante desigual realmente ainda, e não tenho certeza se voltará a ser igual no futuro, ou mais homogêneo ao menos", concluiu.

"Não é tão dramático como no domingo passado, mas ainda há muitas prateleiras vazias", lamenta Justin Toone, um cliente habitual de supermercados. A pandemia continua afetando as cadeias de abastecimento, e muitos supermercados nos Estados Unidos enfrentam escassez de produtos.

“Durante vários dias seguidos, não havia frutas ou legumes neste Giant (de Bethesda), nem nos outros supermercados do setor, Trader Joe's e Safeway”, diz Toone.

Em outras lojas, mel, ovos, leite e carne desapareceram das prateleiras. Em Washington e nos estados vizinhos Maryland e Virgínia, a neve exacerbou esse problema recorrente de escassez desde o início da pandemia de Covid-19.

"Não há caminhoneiros suficientes e como eles estão sujeitos a regulamentações rígidas em relação às horas de trabalho e descanso, eles dizem 'vamos parar', bem, eles param e não nos abastecem", explica um funcionário do supermercado Giant em Bethesda que pediu para não ser identificado.

Quando a neve cai, é ainda pior.

No início da pandemia, por medo de desabastecimento, houve uma avalanche de demanda por alguns produtos como papel higiênico, o que gerou desabastecimento.

"Desta vez é diferente", disse o funcionário.

"A variante Ômicron é tão contagiosa que tem um impacto quase simultâneo nos Estados Unidos", enfatiza Patrick Penfield, da Syracuse University.

Muitos funcionários da cadeia de produção de alimentos estão doentes ou em quarentena, interrompendo completamente a rede de suprimentos.

O fenômeno é generalizado em todo o país, mas é mais significativo em regiões que também enfrentam condições climáticas severas, como Washington.

E no caso de produtos frescos e facilmente perecíveis, é impossível armazená-los com muita antecedência, prevendo o mau tempo.

Daí as prateleiras completamente vazias de domingo, na sequência da neve que caiu durante a noite de quinta para sexta. Para o professor, a escassez de alimentos deve durar até o final de março.

Isso, "se tudo voltar ao normal e não houver nova variante", diz ele com cautela.

A Federação Nacional do Comércio (NGA), que reúne membros independentes do setor varejista alimentar, menciona ainda que a escassez de mão-de-obra continua “a nível nacional, pressionando indústrias essenciais como supermercados e alimentos industriais em geral”.

Em uma pesquisa recente com seus 1.500 associados, vários deles "relataram operar suas lojas com menos de 50% de sua capacidade normal de trabalho, por curtos períodos, no auge da onda" de contaminação.

Além disso, a federação alerta os consumidores que ainda devem esperar “interrupções esporádicas”, como acontece há um ano e meio.

O Grupo BIG, do segmento de supermercados, oferece oportunidades de emprego em diversos setores e regiões do País. No total, são 311 cargos abertos para trabalhar nas lojas da rede, centros de distribuição e áreas administrativas.

As vagas são para todas as regiões do país onde a empresa tem pontos de operação. As oportunidades são distribuídas nas seguintes áreas: comercial; operações nos centros de distribuição, hipermercado, supermercado, lojas e postos; prevenção e perdas; projetos; e recursos humanos.

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Algumas das vagas ofertadas são para as funções de operador de loja, encarregado de manutenção, auxiliar de perecíveis, fiscal de prevenção e perdas, repositor, agente de cartões e serviços financeiros, entre outros cargos. As atividades propostas na maioria das vagas requerem trabalho presencial, sendo necessário que o candidato aprovado esteja situado próximo ao local de serviço.

Os candidatos devem observar os requisitos mínimos da vaga de interesse, havendo a necessidade de apresentar experiência prévia na área de atuação, ou qualificação específica. Todas as vagas pedem, no mínimo, ensino médio completo.

As inscrições devem ser feitas por meio da plataforma de recrutamento do Grupo Big. Para se candidatar, basta selecionar a oportunidade de interesse e clicar em ‘enviar currículo’. Será necessário fazer um cadastro utilizando um endereço de e-mail válido. Todas as posições estão disponíveis para pessoas com deficiência (PcD).

A decisão do governo paulista de retroceder todos os municípios para fase vermelha nos dias 25, 26, 27 de dezembro e em 1,2 e 3 de janeiro para conter uma segunda onda de Covid-19 deve beneficiar ainda mais supermercados neste final de ano. Como esses estabelecimentos comerciais vendem produtos essenciais, eles poderão funcionar nesses dias em detrimento de bares e restaurantes.

Antes da medida, os supermercados do Estado de São Paulo já projetavam um aumento nominal (sem descontar a inflação) de 8% nas vendas este mês em relação ao mesmo período de 2019, segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas). Desde o início da pandemia, por conta da essencialidade, os supermercado, ao lado das farmácias, têm registrado avanços importantes nas vendas comparado a outros segmentos do varejo.

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Ronaldo dos Santos, Presidente da Apas, acredita que o setor está preparado para atender a um fluxo maior de consumidores nos próximos dias em razão das restrições a bares e restaurantes. "Vai ter transferência de vendas para os supermercados, mas não acredito em falta de produtos. Pode ocorrer algo pontual."

Apesar do otimismo do executivo, pesquisa da empresa Neogrid, que monitora a cadeia de suprimentos de 40 mil lojas no País, apontou que em novembro a falta de cerveja, especialmente as mais caras, beirou 20%, uma marca recorde.

Aglomeração

Outro impacto nos supermercados da restrição à abertura de bares restaurantes é o aumento de aglomerações. Antes de o governo paulista decidir pelo retrocesso à fase vermelha, pesquisas que avaliam o comportamento do consumidor já apontavam que uma grande fatia de brasileiros pretendia deixar as compras de alimentos e bebidas para a última hora. A intenção é conseguir um bom desconto no preço.

O setor supermercadista acumula alta de vendas de 5,94% em 2020 até o mês de outubro, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado dos 12 meses, o valor da cesta dos 35 produtos mais vendidos nos supermercados (chamada de Abrasmercado) subiu 26,49%. As maiores altas foram nos itens: batata, 40,27%, tomate, 20,21%, óleo de soja, 20,07%, arroz, 12,37%, e frango congelado, 8,12%. Os dados são do Índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), apurado pelo Departamento de Economia e Pesquisa da entidade.

"A projeção inicial da Abras (para alta de vendas neste ano), divulgada em janeiro de 2020, estava em 3,9%. Acreditamos que nos próximos meses os números devem se manter no patamar de 5%", afirma em nota o presidente da instituição, João Sanzovo Neto. Na comparação das vendas de outubro deste ano com o mesmo mês de 2019, a alta foi de 12,43%, e de 7,35%, quando comparado com setembro de 2020.

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Além disso, em outubro a Abrasmercado registrou alta de 3,56% na comparação com setembro, passando de R$ 576,40 para R$ 596,93.

No mês de outubro todas as regiões brasileiras registraram alta no preço da cesta Abrasmercado. A Região Nordeste foi a que apresentou a maior variação positiva, 4,29%, e passou de R$ 503,56, em setembro, para R$ 525,16, em outubro.

Além disso, os empresários de supermercados estão mais otimistas, de acordo com o último Índice de Confiança do Supermercadista, elaborado pela Abras em parceria com a GfK, em outubro, que chegou a 60,8 pontos (numa escala de 0 a 100), ante 59,1 pontos registrados em agosto. Segundo a instituição, o resultado foi impactado pelas perspectivas de retomada da economia.

Em casos famosos de violência contra negros em supermercados, a maioria dos agressores segue sem punição e as empresas não foram responsabilizadas na Justiça. É o que mostra levantamento em outros processos em que as vítimas foram torturadas, agredidas ou mortas por funcionários das lojas.

Na véspera do Dia da Consciência Negra, João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado até a morte por seguranças do Carrefour em Porto Alegre. O caso deu início a protestos no País e reacendeu a mobilização do "Vidas Negras Importam".

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No Rio, outro assassinato de um cliente por seguranças segue sem julgamento mais de um ano e meio depois. Em fevereiro de 2019, o jovem negro Pedro Henrique Gonzaga, de 19 anos, foi asfixiado na frente da mãe por um segurança de uma unidade do Extra da Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. O vigilante imobilizou Gonzaga e permaneceu quatro minutos sobre o jovem mesmo sendo alertado por vários clientes de que o jovem estava sendo sufocado.

Outro vigilante do estabelecimento observou a cena e nada fez para impedir a agressão. Ambos foram denunciados pelo Ministério Público do Rio por homicídio doloso qualificado, denúncia aceita pela Justiça em setembro deste ano.

O julgamento, no entanto, não tem data para ocorrer e os dois réus aguardam em liberdade. Está marcada para junho do ano que vem a próxima audiência do processo, de instrução para o julgamento, onde serão colhidos depoimentos das partes.

Outro caso ainda sem punição é do então desempregado Fábio Rodrigo Hermenegildo, de 38 anos. Em março de 2018, ele foi vítima de choques elétricos e golpes de cabo de vassoura no Extra Morumbi, na zona sul de São Paulo, após ser flagrado tentando furtar carne. Levado a um aposento, ele teria sido amordaçado, amarrado e obrigado a sentar, sem calça, em uma poça d’água. A sessão de espancamento foi filmada pelos próprios agressores.

O Ministério Público (MPE-SP) ofereceu denúncia por tortura contra seis pessoas. Mais de dois anos depois, porém, um dos réus morreu. Os outros cinco já deixaram a cadeia e respondem em liberdade. A próxima audiência na Justiça só deve ocorrer em junho de 2021.

O advogado Claudiney da Silva Leopoldino diz que não houve reparação financeira por parte do mercado. Para ele, casos como o do seu cliente também enfrentam resistência para que a Justiça aceite a tese de tortura cometida por seguranças privados. "A lei foi pensada como se só o Estado praticasse esse tipo de crime, e não o particular."

Considerada crime hediondo, a tortura tem pena máxima de 8 anos de prisão. Nos tribunais, as acusações acabam virando "lesão corporal", delito mais brando e com previsão de até 5 anos de cadeia em casos graves.

Foi o que ocorreu no processo do jovem negro de 17 anos, agredido no Supermercado Ricoy, zona sul paulistana, em 2019. Após tentar furtar chocolate, ele foi despido, amarrado e açoitado por dois seguranças. A Justiça inocentou os agressores por tortura e condenou por lesão corporal, cárcere privado e divulgação de cena de nudez. Os crimes somaram, no máximo, 3 anos e 10 meses de prisão.

A pena mais branda facilitou a progressão de regime - um deles já deve ser posto em liberdade em 15 dias. "Infelizmente, há esse tipo de interpretação equivocada de setores do Judiciário, que só consideram que um agente do Estado exerce poder e autoridade", diz o advogado Ariel de Castro. "Também há uma pressão muito grande do poder econômico para esse sistema de impunidade."

Indenização

Em 2019, Luís Carlos Gomes, negro e deficiente físico, foi vítima de agressões e recebeu um mata-leão no Carrefour em São Bernardo (SP). O motivo teria sido porque abriu uma cerveja antes de passar pelo caixa. O caso nem chegou a virar denúncia criminal e só a ação cível prosperou.

Em junho, TJ-SP mandou o supermercado pagar R$ 23 mil por danos morais. Para comparar, o valor representa menos de 2,5% do R$ 1 milhão de multa que a rede recebeu pela cadela Manchinha, morta em uma loja de Osasco em 2018. A vítima aceitou o valor, mas a indenização ainda não foi executada. "Sem desmerecer a vida de um ser vivo, mas a Justiça atribui valor de R$ 1 milhão para um animal e de R$ 20 mil para um ser humano?", diz a advogada Adriana Crystina Soares Jarenco, que representa Gomes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sintomas de ansiedade e depressão afetam 47,3% dos trabalhadores de serviços essenciais durante a pandemia de Covid-19, no Brasil e na Espanha. Mais da metade deles — e 27,4% do total de entrevistados — sofre de ansiedade e depressão ao mesmo tempo. Além disso, 44,3% têm abusado de bebidas alcoólicas; 42,9% sofreram mudanças nos hábitos de sono; e 30,9% foram diagnosticados ou se trataram de doenças mentais no ano anterior a uma pesquisa coordenada pela Fiocruz, e feita em parceria com outras instituições.

Esses são os principais resultados apresentados no artigo Depressão e Ansiedade entre trabalhadores essenciais do Brasil e da Espanha durante a Pandemia de Covid-19: uma pesquisa pela Web (Depression and Anxiety Among Essential Workers From Brazil And Spain During The Covid-19 Pandemic:a websurvey), aceito na revista cientifica Journal of Medical Internet Research.

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Os resultados referem-se a pesquisa feita pela web no início da pandemia na Espanha (entre 15 de abril e 15 de maio) e no Brasil (entre 20 de abril e 20 de maio), contabilizando 22.876 questionários preenchidos. Da amostra total, pouco mais de 16% (3.745) eram trabalhadores em serviços essenciais (principal foco do estudo), sendo 2.842 (76%) brasileiros e 903 (24%) espanhóis. Esses 3.745 responderam “sim” à pergunta: “Você está atualmente trabalhando como profissional de saúde ou de outros serviços essenciais (transportes, alimentação, limpeza)?”.

Os pesquisadores Raquel De Boni, Francisco Inácio Bastos e Jurema Mota, do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), participaram ativamente da condução da pesquisa, que conta também com a participação de pesquisadores da Universidade de Valencia (Espanha) e do Hospital de Clinicas de Porto Alegre(HCPA)/ Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade (UFRGS).

De acordo com os resultados preliminares, os sintomas de depressão e ansiedade são maiores entre os trabalhadores de serviços essenciais do Brasil, atingindo 55% do total, em relação aos mesmos trabalhadores na Espanha (23%). Na época da pesquisa, a Espanha passava por seu pior momento da epidemia. “Esperávamos o contrário”, relembra Raquel. Para Francisco, há algumas hipóteses, entre elas o desemprego: “Vários artigos publicados durante a crise econômica grega mostraram o desemprego e ameaça de desemprego como fatores importantes na geração de estresse e depressão. E o impacto econômico da Covid-19 está sendo muito forte no mercado de trabalho”.

Raquel acredita que determinantes sociais da saúde, como as condições socioeconômicas e as inequidades em saúde, também parecem explicar essa discrepância. “É preciso que se tenha atenção redobrada à saúde mental dos trabalhadores em locais onde se agregam múltiplos problemas sociais e de saúde. Segundo a teoria de sindemias (proposta por Merrill Singer nos anos 90), a presença dessas situações simultaneamente age de forma sinérgica, aumentando o risco de problemas de saúde, tanto física quanto mental”.

Outros resultados da pesquisa apontam que a maior parte dos trabalhadores de serviços essenciais que respondeu à pesquisa no Brasil é de mulheres (72,2%), tem idade média de 39 anos e curso universitário (56,5%) ou mestrado/doutorado (28,5%).

Francisco e Raquel destacam que, em tempos normais, a ciência vem mostrando que um estilo de vida pouco saudável tende a aumentar os problemas de saúde mental. Numa crise como a que estamos vivendo com o coronavírus Sars-CoV-2 (causador da doença Covid-19), mudanças bruscas do estilo de vida vêm acontecendo de várias formas em muitos países a partir do isolamento social em larga escala. Assim, não é difícil pensar que essas mudanças podem piorar a saúde mental – causando problemas como depressão e ansiedade, além de dependência de álcool e outras drogas. Em outras grandes crises, como o ataque às Torres Gêmeas em New York e a epidemia de Sars na Ásia, constatou-se que grandes mudanças no estilo de vida ampliaram as doenças de ordem mental.

“Nossos dados mostraram, por exemplo, que um estilo de vida pouco saudável esteve associado a uma chance oito vezes maior de um profissional de serviços essenciais ter sintomas de depressão e ansiedade durante o início da pandemia na Espanha e no Brasil”, conta Flavio Kapcisnzki, pesquisador do HCPA/UFRGS e da McMaster.

O estilo de vida foi avaliado por uma escala (Smile-C) que abrange 27 questões distribuídas por sete áreas: dieta e nutrição; abuso de substâncias (álcool, drogas, remédios); atividade física; gerenciamento do estresse; sono restaurador; apoio social; e exposição ao ambiente externo. Segundo Francisco, o fator dieta e nutrição recebeu uma atenção especial na pesquisa.

“Em agosto, foi publicado o resultado de uma pesquisa de mudanças alimentares do estudo coorte Nutrinet Brasil que mostrou um dado preocupante. Apesar de ter havido um aumento geral do consumo de alimentos mais saudáveis no Brasil após a epidemia de Covid-19, paralelamente cresceu o consumo de alimentos ultraprocessados nas regiões economicamente menos desenvolvidas e por pessoas com menor escolaridade. Essa mudança na dieta regular induz à obesidade, à hipertensão e à diabetes nesses segmentos, elevando os riscos diante da Covid-19”, explica Francisco.

Flavio ressalta que, nas grandes cidades do mundo, o estilo de vida tem sofrido pelo sedentarismo, má dieta, uso de álcool, tabagismo e solidão. Modificar esses comportamentos representa um grande desafio tanto para os indivíduos quanto para a saúde pública.

Da assessoria da Fiocruz

O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que o governo federal não adotará o tabelamento para combater a alta de preços de produtos que tiveram aumento recente, como o arroz. Ele também destacou que não haverá "canetaço" ou diminuição de tarifas como em anos anteriores.

As declarações foram feitas para apoiadores que esperavam o presidente em frente ao Palácio da Alvorada na noite desta segunda-feira (14). "Não vai haver tabelamento de nada, não vai haver canetaço, diminuição de tarifa na mão grande, como foi feito no passado", respondeu a um apoiador que pediu a diminuição do preço da gasolina. "Obviamente temos a preocupação de combater possíveis excessos, mas ninguém vai tabelar nada e nem interferir no mercado. Isso já foi testado no passado, já foi feito no passado e não deu certo", disse.

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O presidente atribui o alta no preço do arroz ao aumento do consumo. "Houve um excesso de recursos no mercado, quase R$ 50 bi por mês, muito papel na praça, vem inflação. Aumentou um pouco o consumo. Agora não tem que ninguém se apavorar, querer fazer reserva de mantimento em casa daí piora a situação", disse.

Bolsonaro afirmou ainda que o governo tem tomado as ações necessárias para que o preço volte a média normal. "Agora nós estamos tomando as providências necessárias para voltar à normalidade. Abrimos a importação de 400 mil toneladas de arroz dos Estados Unidos, e a gente espera que a situação se normalize o mais rápido possível aí", declarou o presidente.

O preço do arroz deve cair no médio prazo em decorrência da busca pelo produto importado, afirmou nesta quinta-feira, 10, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Guilherme Bastos. Em apresentação dos resultados do 12º e último levantamento da safra 2019/20, divulgado nesta data, ele afirmou: "Historicamente, cotações seguem mais altas no segundo semestre por sazonalidade, porém, como o preço interno já ultrapassa a paridade de importação dos principais mercados produtores, é provável que perca sustentação no médio prazo, pois já há intenso movimento das indústrias de beneficiamento na busca pelo produto no mercado internacional."

A decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) de zerar a alíquota de importação de uma cota de 400 mil toneladas de arroz até o fim do ano contribui para a provável perda de sustentação dos preços, segundo Bastos. "Acreditamos que isenção será precificada pelo mercado no curto prazo, e cotações seguirão tendência de estabilidade com tendência de queda nas próximas semanas."

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Além disso, ele acredita que haverá maior oferta do grão produzido no Brasil. "Mesmo com queda nas cotações, os preços ainda devem se manter remuneradores e trazer margem de lucratividade aos produtores de arroz. Com isso, expectativa é que se estimule aumento da área a ser colhida a partir do início de 2021, invertendo a tendência de queda nos últimos anos."

A Conab estima que a colheita do próximo ano fique no patamar das 12 milhões de toneladas, um aumento anual de 7,2%.

Cesta básica no ponto máximo

No mês que vem, a instabilidade dos preços de alimentos da cesta básica deve estar menor, projetou o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento. "A Conab acompanha com muito empenho a evolução dos preços dos produtos da cesta básica e a evolução do índice de inflação dos produtos alimentícios", disse ele. "Acreditamos que preços estão no ponto de máxima, e que no próximo levantamento, o cenário já apresente menor instabilidade dos preços."

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu nesta quarta-feira (9) zerar a tarifa de importação do arroz, como antecipou o Estadão/Broadcast. O governo estabeleceu uma cota de 400 mil toneladas do produto até o fim do ano que pode entrar no País sem a taxa. De acordo com o órgão, o montante vale para o arroz com casca e o beneficiado. A medida começa a valer depois da sua publicação no Diário Oficial da União (DOU).

De acordo com fontes do Ministério da Agricultura, o total liberado é considerado suficiente para ajudar a conter a subida no preço do arroz no varejo e garantir que não faltará produto nas prateleiras. Neste ano, até agosto, o Brasil importou 45.087 toneladas de arroz com casca e 372.890 toneladas de arroz beneficiado (sem casca, parbolizado e polido).

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O produto tem pouca importação no Brasil - a ideia é justamente tirar a taxa para que aumente a compra enquanto os preços internos estão altos. A alíquota de importação de países de fora do Mercosul é de 12% para o arroz.

Depois de se reunir com Bolsonaro, em Brasília, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto, afirmou que deve ocorrer uma campanha para que o brasileiro troque o arroz por macarrão. João salienta que não há prazo para que o preço do arroz reduza para os consumidores brasileiros.

Segundo o Estadão, o presidente da Abras salienta que a instituição irá promover o consumo do macarrão e orientar o consumidor para que não estoque arroz. Em resposta ao pedido de "patriotismo" feito por Bolsonaro para que os donos de supermercado trabalhassem com lucro "próximo de zero", João explicou que o setor já está fazendo isso. "Sempre fizemos isso nos produtos essenciais".

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Sanzovo Neto reforçou que os mercados não são os culpados pela alta dos preços e que isso se dá ao excesso de demanda e a falta de oferta. "Se você tem menos produtos sendo ofertados, e no caso foi exportado, muitos dos nossos produtos estão sendo exportados, o produtor prefere exportar porque o câmbio está alto e tem uma receita maior do seu produto", explicou.

Após o aumento de preço do pacote de arroz, os consumidores se depararam com um novo problema. Nas cidades de Campinas, Americana e Sumaré, no interior de São Paulo, alguns supermercados limitaram a quantidade de pacotes que podem ser comprados pelos clientes.

Nos estabelecimentos, os cartazes mostram as razões do aumento do preço e informam que podem ser adquiridos de três a quatro pacotes de arroz por cliente. Os preços variam entre R$ 19,99 e R$ 24,99.

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De acordo com a reportagem publicada pelo UOL, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) informou que o setor "tem se esforçado para manter os preços normalizados e vem garantindo o abastecimento regular desde o início da pandemia nas 90 mil lojas de todo o país".

 

Após o presidente da República, Jair Bolsonaro, pedir lucro "próximo de zero" aos donos de supermercados, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça, notificou nesta quarta-feira, 9, empresas e associações cooperativas ligadas à produção, distribuição e venda de alimentos da cesta básica para questionar a alta nos preços dos produtos. De acordo com o documento, todos terão cinco dias para responder aos questionamentos.

No texto, a Senacon justifica que, "diante do sensível aumento de preços de itens da cesta básica, em especial do arroz, a Secretaria Nacional do Consumidor decidiu notificar o setor produtivo e comercial para esclarecer as causas do aumento nos alimentos que compõem a cesta básica brasileira".

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"O aumento de valores foi notado especialmente em relação ao arroz que, apesar dos positivos volumes produtivos da última safra brasileira, informados pela Conab, teve significativo incremento de preços na prateleira", diz outro trecho da notificação.

O intuito da medida, ainda de acordo com a secretaria do MJ, é, após a devida análise, buscar "coibir aumentos arbitrários".

A notificação destaca trecho do Código de Defesa do Consumidor em que considerada uma prática abusiva "elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços".

No prazo de cinco dias, os estabelecimentos deverão informar quais os produtos da cesta básica possuem maior variação de preço no último mês, quais são os três principais fornecedores do produto, qual o preço médio praticado pelos fornecedores nos últimos seis meses, entre outras questões.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, relacionou, nesta quarta-feira (9), a alta no preço de alimentos à injeção de recursos na economia pelo governo durante a pandemia, como o auxílio emergencial. Segundo ele, as pessoas estão "se alimentando melhor e melhorando as suas casas".

"É a questão da lei de oferta e procura. Uma porção de gente comprando porque o dinheiro que o governo injetou na economia foi muito acima daquilo que as pessoas estavam acostumadas. Tanto que está tendo grande compra de alimentos e material de construção. Então, as pessoas estão se alimentando melhor e estão melhorando as suas casas. Essas são as duas áreas onde está havendo bastante gasto", disse Mourão a jornalistas, na entrada da Vice-Presidência.

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Segundo ele, o aumento das exportações brasileiras e questões sazonais também influenciam na alta dos preços. "Estamos vendendo bastante para o mercado externo", comentou, citando o caso do arroz.

Mourão disse que a área plantada com o grão diminuiu porque os arrozeiros tiveram prejuízo e "o cara muda de ramo. Aí, agora, eles estão replantando. É um momento sazonal, daqui a pouco volta tudo ao normal", declarou.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro demonstrou receio do risco de inflação e pediu "patriotismo" aos donos de supermercados para tentar baixar os preços de produtos que compõem a cesta básica.

Na terça-feira, 8, em entrevista exclusiva ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e ao jornal O Estado de S. Paulo, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o governo não fará nenhum tipo de intervenção nos preços dos principais alimentos da cesta básica brasileira, que têm apresentado forte inflação nas últimas semanas, como arroz, feijão, leite, carne e óleo de soja. Há registros de aumento de mais de 100% nas gôndolas de supermercados.

Com receio do risco de inflação, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta, 4, que tem buscado associações de supermercados para tentar baixar os preços de produtos que compõem a cesta básica. Ele ponderou que não pretende dar "canetada em lugar nenhum", nem interferir na área econômica. O comentário foi feito durante viagem a Registro (SP).

"Está subindo arroz, feijão? Só para vocês saberem: já conversei com intermediários, vou conversar logo mais com a associação de supermercados", disse o presidente. "Estou conversando para ver se os produtos da cesta básica aí... estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes donos de supermercados para manter na menor margem de lucro."

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Na mesma conversa, Bolsonaro indicou que tem receio do risco de inflação. "Não é no grito, ninguém vai dar canetada em lugar nenhum... porque veio o auxílio emergencial, o pessoal começou a gastar um pouco mais, muito papel na praça, a inflação vem", declarou. "A melhor maneira de controlar a economia é não interferindo. Porque se interferir, dar canetada, não dá certo."

Na quinta-feira, 3, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) disse que o setor supermercadista tem sofrido forte pressão de aumento nos preços. "Conforme apuramos, isso se deve ao aumento das exportações destes produtos e sua matéria-prima e a diminuição das importações desses itens", disse a associação, em comunicado. "Somando-se a isso a política fiscal de incentivo às exportações, e o crescimento da demanda interna impulsionado pelo auxílio emergencial do governo federal."

A Abras comunicou à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, sobre os reajustes de preços de itens como arroz, feijão, leite, carne e óleo de soja. A associação afirmou que a motivação foi de buscar soluções junto a todos os participantes da cadeia de fornecedores.

Segundo a Abras, a alta de preços tem acontecido de forma generalizada e repassada pelas indústrias e fornecedores. "A Abras, que representa as 27 associações estaduais afiliadas, vê essa conjuntura com muita preocupação, por se tratar de produtos da cesta básica da população brasileira."

Fabricantes

A Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) diz também em nota que, por se tratar de variável concorrencial, os preços não são discutidos no âmbito da associação, mas sim individualmente entre empresas e as cadeias varejistas.

Ainda assim, a entidade cita dados mundiais para dizer que a alta de preços de alimentos básicos é um fenômeno mundial. "Conforme relatório publicado ontem (anteontem) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Índice de Preços de Alimentos da FAO atingiu a média de 96,1 pontos, revelando que a alta nos custos dos alimentos que compõem a cesta básica é um fenômeno que se constata em todo o mundo", diz a instituição.

"No Brasil, a desvalorização cambial de mais de 30% pressiona os custos de produção da indústria. É importante ressaltar que o aumento provocado pela alta do dólar não é linear para o setor de alimentos e bebidas, pois atinge de modo diferente cada cadeia de produção", diz a Abia.

A instituição diz ainda que não há risco de desabastecimento no mercado interno. "As indústrias de alimentos têm trabalhado, sem parar, desde o início da pandemia para que não falte alimento na mesa do consumidor brasileiro. A alta de preços, infelizmente, tem afetado em maior intensidade a cotação de algumas matérias-primas agrícolas, devido aos movimentos mundiais de oferta e demanda", conclui.

Preços e inflação

O economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) e coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, selecionou sete produtos básicos e verificou que, em 12 meses até agosto, esses produtos subiram, em média, 28,9% no atacado e 23,8% no varejo.

A cesta selecionada para a análise foi composta por arroz, farinha de trigo, açúcar, frango, carne bovina, suína e óleo de soja. "Para esses itens básicos, o repasse ao consumidor foi praticamente integral", diz o economista. Braz explica que a diferença de cinco pontos porcentuais que ainda não chegou às prateleiras dos supermercados pode ser um atraso por conta de estoques, mas inevitavelmente será repassada ao consumidor.

Os aumentos de preços dos alimentos neste momento ocorrem sobretudo por causa da desvalorização do real em relação ao dólar, que baliza os preços desses produtos no mercado internacional. Esse movimento também é impulsionado pela forte demanda externa por alimentos, sobretudo por parte da China. Para o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar), Claudio Felisoni, os argumentos expostos pela Abras fazem sentido.

Além da alta do dólar, a associação mencionou incentivos fiscais às exportações e o crescimento da demanda interna impulsionada pelo auxílio emergencial. "É um fato, mas vivemos uma economia de livre mercado, não há como controlar preços", diz Felisoni.

Nos bastidores, a briga seria em torno das perdas de margens e quem repassaria menos as altas. "O setor supermercadista tem se esforçado para manter os preços normalizados e vem garantindo o abastecimento regular desde o início da pandemia nas 90 mil lojas de todo o País", disse a Abras no comunicado.

Na opinião de Braz, da FGV, os supermercados têm razão de reclamar de aumentos de preços e essa pressão não é de hoje. "A questão é que, gradualmente, os varejistas vêm reduzindo as margens até um ponto que não conseguem mais absorver os reajustes. Por isso, têm de aumentar os preços ao consumidor."

Queda de braço

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro diz que vai conversar com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e pedir sacrifício dos donos dessas redes, as empresas do ramo já travam uma queda de braço de mais de 15 dias com seus fornecedores. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, os supermercados têm represado suas compras e vendido seus estoques para tentar negociar preços menores.

"Nos últimos 15 a 20 dias o varejo está discutindo preço. A palavra certa é essa mesma: queda de braço", diz Terra. Ele explica que a pressão veio à tona agora, com o recente comunicado da Abras sobre os preços da cesta básica. Além disso, alguns supermercados já começam a restringir a compra de produtos básicos por cliente. "Como o aumento (nos preços dos fornecedores) é abrupto, há represamento da compra (dos varejistas). O varejo tenta postergar tabela de preços", diz.

No entanto, essa briga para ver quem mais diminui suas margens de lucro deve ter pouco sucesso na formação geral dos preços. Terra avalia, como é consenso entre economistas, que a razão central dos aumentos é a alta do dólar e o consequente aumento das exportações. Somado a isso, o aumento de demanda interna causada pelo Auxílio Emergencial também pressiona os valores para cima. "O problema é anterior ao fornecedor e o varejista. Está nos preços das commodities", diz.

O consultor de varejo e bens de consumo, Eugenio Foganholo, também acredita que essa negociação já nasce limitada, já que as questões que fazem os preços subirem são macroeconômicas. No entanto, ele não vê possibilidades de ação do governo para resolver essa situação. "Não há solução governamental possível no livre mercado", diz. Ele entende que essa regulação deve ser feita pelos próprios consumidores ao substituir os produtos caros na hora da compra.

Na queda de braço entre supermercados e fornecedores, a Associação Paulista de Supermercados (APAS) disse que tem orientado os associados a comprarem apenas o necessário. "A Apas reitera que tem recomendado aos supermercados associados que continuem negociando com seus fornecedores e comprem somente a quantidade necessária para a reposição", diz em comunicado.

A instituição afirma ainda que orienta que sejam oferecidos aos consumidores "opções de substituição aos produtos mais impactados por esses aumentos provenientes dos fornecedores de alimentos".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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